quinta-feira, 29 de julho de 2010

2360 - HISTÓRIA DA RELIGIÃO CATÓLICA



Wiki: História da Igreja Católica (1/4)

A história da Igreja Católica cobre um período de aproximadamente dois mil anos,[1] e relata os eventos de uma das mais antigas instituições religiosas em atividade, influindo no mundo em aspectos espirituais, religiosos, morais, políticos e sócio-culturais. A história da Igreja Católica é integrante à História do Cristianismo e a história da civilização ocidental..[2]

A Igreja Católica acredita que ela "está na História, mas ao mesmo tempo transcende. É unicamente "com os olhos da Fé" que se pode enxergar em sua realidade visível, ao mesmo tempo,uma realidade espiritual, portadora de vida divina"..[3]

Índice:
1. Origem da Igreja
2. Perseguição e crescimento
3. Padres da Igreja
4. Novos Horizontes
5. O Grande Cisma
6. Apogeu medieval
7. Crise e cisma do Ocidente
8. A transição, Constantinopla e a América
9. A Reforma Protestante
10. A Reforma Católica
11. A ascensão francesa
12. Do Regalismo à Restauração
13. O Século " Das Coisas Novas "
14. Os primórdios do Século XX
15. A Segunda Guerra e o pós-Guerra
16. A era do Concílio Vaticano II
17. João Paulo II e o Terceiro Milênio
18. Referências
19. Bibliografia
20. Ver também
21. Ligações externas


Igreja Católica

Basílica de São Pedro, no Vaticano









1. Origem da Igreja
A história da Igreja Católica remonta a Jesus Cristo e ao Apóstolo Pedro, a quem, segundo a teologia católica, Cristo prometeu o Primado da Igreja fundada por Ele: "Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" e "Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus" (cf. Mt 16, 17-20) e depois da ressurreição o confirmou: "Apascenta os meus cordeiros" (cf. Jo. 21, 15-17) e que teria apontado Pedro, depois Bispo de Roma, e seus sucessores, como fundamento e cabeça visível de toda a Igreja.[4][5] A grande maioria dos historiadores também aceita que, de fato, neste momento, foi fundada a Igreja Católica.[6][7][8]

A fundação da Igreja Católica, que nesta época ainda era considerada uma seita ligada ao judaísmo, só se consumou no dia de Pentecostes.[9] Perseguidos pelo Sinédrio, rapidamente os cristãos se desvincularam da sinagoga, criando, de fato, a igreja cristã separada da religião judaica. A palavra catolicismo só começou a ser utilizada no fim do século I; alguns historiadores sugerem que os próprios apóstolos poderiam ter utilizado o termo para descrever a Igreja. O termo "católica" vem do grego e significa "universal", o que invoca o princípio de que desde o começo a Igreja foi aberta a todos, inclusive aos gentios, e estes foram declarados desobrigados de obedecer a antiga Lei de Moisés, conforme ficou definido no ano 49 da era cristã no Concílio de Jerusalém, o primeiro concílio, retratado em At 15: 6.



Pentecostes, por El Greco, século XVII, Museu do Prado.
Muitos discutem entre si acerca de quando principiou a Igreja. Alguns creem que a Igreja de Cristo é a continuação ou a renovação do Israel do Primeiro Testamento. Outros asseveram que a Igreja não existia naquele Testamento, mas que principiou na nova Dispensação. Vejamos o que as Escrituras dizem a este respeito:

Em Ef 3: 4-5, Paulo fala da Igreja como um "mistério" que noutros tempos não fora revelado aos homens, como agora tinha sido aos seus santos apóstolos e profetas pelo Espírito Santo. E ainda no verso 9 demonstra que a Igreja é um "mistério" que desde o principio do mundo esteve oculto em Deus. (Ver também Cl 1: 26 e Rm 16: 25-26). A Igreja era, pois, um segredo de Deus durante tempos do Primeiro Testamento. e nunca foi revelado antes do aparecimento dos apóstolos e profetas do Testamento.
Em Mt 16: 18, o Senhor Jesus disse: "Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja". Por outras palavras, a Igreja ainda estava para se revelar quando o Senhor proferiu estas palavras.
E ainda em Efésios 4: 8-11 Paulo frisa que é Cristo ressuscitado e assunto ao Céu, que dá dons a Igreja. Isto prova que, para admitir que a Igreja existiu antes da Sua ressurreição, temos de admitir que lhe faltavam dons para sua edificação.
Nós cremos que é possível, não somente provar que a Igreja principiou na nova Dispensação, mas também que ela principiou no Dia de Pentecostes.

O corpo de Cristo (Sua Igreja) foi formado pelo baptismo do Espírito-Santo (1 Cor 12: 13). Será possível sabermos quando se realizou o baptismo do Espírito-Santo?
No livro dos Atos dos Apóstolos 1: 5, O Senhor Jesus, antes da Sua ascensão, prometeu aos apóstolos: "Sereis baptizados com o Espírito-Santo, não muito depois destes dias".
No Dia de Pentecostes "foram todos cheios do Espírito-Santo, e começaram a falar noutras línguas" (Actos 2: 4).
No cap. 5:11 verificamos que a Igreja já existia, porque lemos: "e houve grande temor em toda a Igreja.
São factos que, bem considerados, nos levam a crer que o nascimento da Igreja foi no Dia de Pentecostes.

2. Perseguição e crescimento
O Cristianismo nasceu e desenvolveu-se dentro do quadro político-cultural do Império Romano. Durante três séculos o Império Romano perseguiu os cristãos, porque a sua religião era vista como uma ofensa ao estado, pois representava outro universalismo e proibia os fiéis de prestarem culto religioso ao soberano imperial. Durante a perseguição, e apesar dela, o cristianismo propagou-se pelo império. As principais e maiores perseguições foram as de Nero, no século I, a de Décio no ano 250, a de Valeriano (253-260) e a maior, mais violenta e última a de Diocleciano entre 303 e 304, que tinha por objetivo declarado acabar com o cristianismo e a Igreja. O balanço final desta última perseguição constituiu-se num rotundo fracasso. Diocleciano, após ter renunciado, ainda viveu o bastante para ver os cristãos viverem em liberdade graças ao Édito de Milão, iniciando-se a Paz na Igreja.

No decurso do século IV, o Cristianismo começou a ser tolerado pelo Império, para alcançar depois um estatuto de liberdade e converter-se finalmente, no tempo de Teodósio, em religião oficial do Estado. O imperador romano, por esta época, convocou as grandes assembléias dos bispos, os concílios, e a Igreja pôde então dar início à organização de suas estruturas territoriais.

A igreja cristã na região do Mediterrâneo foi organizada sob cinco patriarcas, os bispos de Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma. As antigas comunidades cristãs foram, então sucedidas pela "sociedade cristã", o cristianismo passou de religião das minorias para então se tornar em religião das multidões. Com a decadência do Império os bispos pouco a pouco foram assumindo funções civis de caráter supletivo e a escolha do bispo passou a ser mais por escolha do clero do que pela pequena comunidade, segundo as fórmulas antigas. Por essa época não foram poucas as intervenções dos nobres e imperadores nas suas escolhas. Figuras expressivas da vida civil foram alçadas à condição de bispo, exemplo disto foram Santo Ambrósio, governador da Alta Itália que passou a bispo de Milão; São Paulino de Nola, ex-cônsul e Sidônio Apolinário, genro do imperador Avito e senhor do Sul das Gálias, que foi eleito bispo de Clermont-Ferrand.



Martírio de São Pedro, por Caravaggio.
Antes de findar o século IV o Concílio de Niceia (325) e o Primeiro Concílio de Constantinopla, em respostas às heresias arianas e ao macedonismo, formularam a doutrina da Trindade que ficou fixada no seu conjunto no "Símbolo niceno-constantinopolitano". Por esta época colocou-se a questão da humanidade e divindade de Cristo que ficou definida no Concílio de Éfeso, convocado pelo imperador Teodósio II, que afirmou que Cristo é "perfeito Deus e perfeito homem" e definiu Maria como "Aquela que portou Deus" (Theotokos) em resposta à heresia Nestoriana (do bispo Nestório) que lhe atribuia apenas o Christotokos (Aquela que portou Cristo). Esta posição depois foi reafirmada no Concílio de Calcedônia (451) e no Terceiro Concílio de Constantinopla (680).

3. Padres da Igreja


Cristo entrega as chaves do Reino a São Pedro, Capela Sistina, afresco de Perugino.
Os tempos de ouro da Patrística foram os séculos IV e V, embora possa se entender que se estenda até o século VII a chamada "idade dos Padres". Os principais Pais do Oriente foram: Eusébio de Cesareia, Santo Atanásio, Basílio de Cesareia, Gregório de Nisa, Gregório Nazianzo, São João Crisóstomo e São Cirilo de Alexandria.

Os principais Padres do Ocidente são: Santo Agostinho, autor das "Confissões", obra prima da literatura universal e Santo Ambrósio, Eusébio Jerônimo, dálmata, conhecido como São Jerônimo que traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim. Esta versão é a célebre Vulgata, cuja autenticidade foi declarada pelo Concílio de Trento. Outros pais que se destacaram foram São Leão Magno e Gregório Magno, este um romano com vistas para a Idade Média, as suas obras "os Morais e os Diálogos" serão lidas pelos intelectuais da Idade Média, e o "canto gregoriano" permanece vivo até os dias de hoje. Santo Isidoro de Sevilha, falecido em 636, é considerado o último dos grandes padres ocidentais.



Ícone de Maria, a Theotokos, pelo diácono Ioasaf Athonites.
Por esta época surgiu o monaquismo. Em busca de uma imitação de Cristo mais perfeita, com o tempo o ascetismo cristão tomou formas de afastamento do mundo. Santo Antão é figura-símbolo do monaquismo dos primeiros séculos, mas a sua figura central é São Bento que com os seus dois primeiros mosteiros e a sua famosa "Regra" serviu de referência típica para o monaquismo, principalmente no Ocidente. Na idade média os mosteiros prestaram relevantes serviços e, dentre outros, tiveram a grande missão de conservar a cultura antiga.

À medida que o Império romano decaía, a Igreja assumiu muitas de suas funções e ajudou a manter a ordem no meio do caos que se generalizava. O fato de nem tudo se haver perdido se deve em grande parte à influência ordenadora da organização eclesial. Por ela foram estimulados os ideais de justiça social, preservada e transmitida a cultura antiga e civilizadas as populações bárbaras.

4. Novos Horizontes
O Cristianismo, com a invasão dos bárbaros germânicos vindos do oriente a partir do século IV, teve nova oportunidade de expansão. Missionários levaram a mensagem do cristianismo para além das divisas antigas do Império. Winifrid, monge inglês que mudou o nome para Bonifácio, foi o grande apóstolo da Alemanha. Nos primórdios do século VI, no Natal, Clodoveu, rei dos francos recebeu o batismo católico, com ele todo o reino se converteu ao catolicismo. A França é considerada a filha primogênita da Igreja. Os magiares se converteram acompanhando o seu rei Santo Estevão, os boêmios com São Wenceslau e os poloneses com o batizado do duque Miezko.

O Mediterrâneo, no entanto, por volta do século VII se viu às voltas com o avanço muçulmano, estes dominaram o norte da África, parte do Oriente que havia sido cristianizado e, no ano 711, desembarcaram na Península Ibérica para conquistar com velocidade surpreendente o reino visigodo cristão e, a final, serem detidos em Poitiers por Carlos Martel. Por oito séculos os muçulmanos permaneceram na península. O relacionamento, neste período, entre muçulmanos e cristãos conheceu altos e baixos, desde inimigos em combates históricos a aliados episódicos contra vizinhos desafetos, uns e outros suportaram a dominação do adversário de forma desigual e inconstante, segundo as circunstâncias históricas de cada século. No início da Idade Média o Cristianismo sofreu ingerências dos senhores feudais, tanto nos bispados como na Santa Sé o que levou a vida eclesiástica a sofrer uma decadência moral.



Carlos Martel detém o avanço árabe na batalha de Poitiers.
5. O Grande Cisma
O Bispo de Roma era tido pelos outros Patriarcas como "o primeiro entre iguais", embora o seu estatuto e influência tenha crescido quando Roma era a capital do império, com as disputas doutrinárias ou procedimentais a serem frequentemente remetidas a Roma para obter uma opinião. Mas quando a capital se mudou para Constantinopla, a sua influência diminuiu. Enquanto Roma reclamava uma autoridade que lhe provinha de São Pedro (que, segundo a tradição, morreu naquela cidade, e é considerado por ela o primeiro papa) e São Paulo, Constantinopla tornara-se a residência do Imperador e do Senado.

Uma série de dificuldades complexas (disputas doutrinárias, Concílios disputados, a evolução de ritos separados e se a posição do Papa de Roma era ou não de real autoridade ou apenas de respeito) levaram à divisão em 1054 que separou a Igreja entre a Igreja Católica no Ocidente e a Igreja Ortodoxa Oriental no Leste (Grécia, Rússia e muitas das terras eslavas, Anatólia, Síria, Egipto, etc.). A esta divisão chama-se o Grande Cisma do Oriente.

6. Apogeu medieval


Francisco de Assis, por El Greco.
Os séculos XII e XIII formaram o apogeu clássico da cristandade medieval. Inocêncio III é a figura que desponta nesta época. Por este tempo reuniram-se concílios, surgiram as universidades, foram fundadas ordens religiosas de renome a de São Francisco de Assis, de São Domingos de Gusmão, São Bruno fundou a Cartuxa, e São Bernardo de Claraval, talvez o personagem europeu de maior importância do século XII, deu notável impulso à Ordem de Cister. Surgiram ainda a Ordem das Mercês (Mercedários), os ermitãos de Santo Agostinho, e a Ordem do Carmo dentre outras. Surge também a "Escolástica", é o tempo de Alberto Magno e de Tomás de Aquino e a Suma Teológica e do primeiro "código canônico" (Decretais de Gregório IX), recompilado por São Raimundo de Penhaforte. Surge a Universidade de Paris que tem os seu privilégios reconhecidos pelo Papa Inocêncio III, em 1215, e as de Oxford, Bolonha e Salamanca.



Catedral de Notre-Dame de Paris, demonstração da piedade cristã medieval.
São deste tempo as Cruzadas, os Templários, os Hospitalários, as Ordens Militares e o "cavaleiro cristão" de que El Cid, Rodrigo Dias de Vivar, é o clássico modelo. O Papa concedia graças especiais aos combatentes, e nelas se envolveram príncipes e povos numa demonstração supranacional do elevado grau de seriedade da religiosidade da época. Também na Península Ibérica durante a reconquista os Papas decretaram algumas cruzadas contra o Islã, a mais famosa delas foi a batalha de Navas de Tolosa em 1212.

A decadência das cruzadas coincide com o movimento das missões. São Francisco de Assis consegue com o anúncio do Evangelho e o exemplo da caridade o que as armas não alcançaram. Aparecem as grandes Catedrais, a arte medieval é praticamente exclusiva arte sacra e têm lugar as grandes peregrinações com sentido penitencial: ao Santo Sepulcro, aos túmulos de São Pedro e São Paulo, em Roma e a Santiago de Compostela.

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