domingo, 9 de dezembro de 2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

TEÓRICOS DA SOCIEDADE: ADAM SMITH

Adam SmithOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa Adam Smith




Nascimento 5 de junho de 1723

Kirkcaldy, Fife

Morte 17 de julho de 1790 (67 anos)

Edimburgo, Escócia

Ocupação economista e filósofo

Influências

--------------------------------------------------------------------------------



Influências[Expandir]Aristóteles, Joseph Butler, Richard Cantillon, Anders Chydenius, Thomas Hobbes, David Hume, Francis Hutcheson, John Locke, Bernard Mandeville, William Petty, François Quesnay

Influenciados

--------------------------------------------------------------------------------



Influenciados[Expandir]Belgrano, Comte, Darwin, Engels, Friedman, Hayek, Hegel, Keynes, Malthus, Chomsky, Marx, Menger, Mill, Ricardo, Pais Fundadores dos Estados Unidos, Liberalismo económico

Escola/tradição Economia clássica

Principais interesses Filosofia politica, economia, ética



Adam Smith (provavelmente Kirkcaldy, 5 de junho de 1723 — Edimburgo, 17 de Julho de 1790) foi um economista e filósofo escocês. Teve como cenário para a sua vida o atribulado século das Luzes, o século XVIII.[1]



É o pai da economia moderna, e é considerado o mais importante teórico do liberalismo econômico. Autor de "Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações", a sua obra mais conhecida, e que continua sendo usada como referência para gerações de economistas, na qual procurou demonstrar que a riqueza das nações resultava da atuação de indivíduos que, movidos apenas pelo seu próprio interesse (self-interest), promoviam o crescimento econômico e a inovação tecnológica.



Adam Smith ilustrou bem seu pensamento ao afirmar "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu "auto-interesse".



Assim acreditava que a iniciativa privada deveria agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção governamental. A competição livre entre os diversos fornecedores levaria não só à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações tecnológicas, no afã de baratear o custo de produção e vencer os competidores.



Ele analisou a divisão do trabalho como um fator evolucionário poderoso a propulsionar a economia. Uma frase de Adam Smith se tornou famosa: "Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse egoísta (self-interest), é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade." Como resultado da atuação dessa "mão invisível", o preço das mercadorias deveria descer e os salários deveriam subir.



As doutrinas de Adam Smith exerceram uma rápida e intensa influência na burguesia (comerciantes, industriais e financistas), pois queriam acabar com os direitos feudais e com o mercantilismo.



Índice [esconder]

1 Biografia

1.1 Nascimento e juventude

1.2 Educação formal

2 Posição face à situação nos EUA

3 Obra

3.1 Teoria dos Sentimentos Morais

3.2 Riqueza das Nações

4 Ver também

5 Referências

6 Bibliografia

7 Ligações externas





[editar] Biografia[editar] Nascimento e juventudeSmith era filho de Margaret Douglas e de um advogado, funcionário público também de nome Adam Smith, tendo nascido em Kirkcaldy, Fife, na Escócia. O pai faleceu dois meses depois do nascimento.[2] Apesar de a data exacta do seu nascimento seja desconhecida, o seu baptismo foi registado em 5 de Junho de 1723 em Kirkcaldy.[3] Apesar de poucos acontecimentos da juventude de Smith serem conhecidos, o jornalista escocês e biógrafo de Smith, John Rae registou que Smith teria sido raptado aos quatro anos e libertado logo quando o procuraram e acharam. Em Life of Adam Smith, Rae escreve: "Em seu quarto ano, durante uma visita à casa de seu avô em Strathendry nas margens do Leven, [Smith] foi roubado por uma banda de passagem de ciganos, e por um tempo não pôde ser encontrado. Mas, actualmente, um cavalheiro chegou que havia encontrado uma mulher cigana a poucos quilômetros pela estrada carregando uma criança que chorava copiosamente. Guardas foram enviados imediatamente na direção indicada, e eles se depararam com a mulher, que os avistando jogou a criança no chão e fugiu. [Smith] Foi trazido de volta à sua mãe.[4] Smith era próximo da sua mãe, que o encorajou a seguir os seus desejos de se tornar um académico.[5] Frequentou o Burgh School of Kirkcaldy — caracterizado por Rae como "uma das melhores escolas secundárias da Escócia naquele período" - entre 1729 e 1737.[4] Na sua estadia nesse estabelecimento de ensino, Smith estudou latim, matemática, história, e escrita.[5]



[editar] Educação formalAos 15 anos, Smith matriculou-se na Universidade de Glasgow, onde estudou Filosofia moral com o "inesquecível" Francis Hutcheson. Em 1740, entrou para o Balliol College da Universidade de Oxford, mas, como disse William Robert Scott, "...Oxford deste tempo deu-lhe pouca ajuda (se é que a deu) para o que viria a ser a sua obra." e acabou por abdicar da sua bolsa em 1746. Em 1748 começou a dar aulas em Edimburgo sob o patronato de Lord Kames. Algumas destas aulas eram de retórica e de literatura, mas mais tarde dedicou-se à cadeira de "progresso da opulência", e foi então, em finais dos anos 1740, que ele expôs pela primeira vez a filosofia econômica do "sistema simples e óbvio da liberdade natural" que ele viria a proclamar no seu Inquérito sobre a natureza e as causas da riqueza das Nações.



Por volta de 1750, conheceu o filósofo David Hume, que se tornou um dos seus mais próximos amigos. Em 1751, Smith foi nomeado professor de Lógica na Universidade de Glasgow, passando, no ano seguinte, a dar a cadeira de filosofia moral. Nas suas aulas, cobria os campos da ética, retórica, jurisprudência e política econômica ou ainda "política e rendimento".



Em 1759, publicou a Teoria dos sentimentos morais, uma das suas mais conhecidas obras, incorporando algumas das suas aulas de Glasgow. Este trabalho, que estabeleceu a reputação de Smith durante a sua própria vida, refere-se à explicação da aprovação ou desaprovação moral. A sua capacidade de argumentação, fluência e persuasão, mesmo que através de uso da retórica, estão ali bem patenteados. Ele baseia a sua explicação, não como o terceiro Lord Shaftesbury e Hutcheson tinham feito, num "sentido moral", nem como David Hume, com base num decisivo sentido de utilidade, mas sim na empatia e simpatia.



Tem havido uma controvérsia considerável quanto a saber se há ou não uma contradição ou contraste entre a ênfase de Smith na empatia (ou compaixão) como motivação humana fundamental em "sentimentos morais", e o papel essencial do auto-interesse na "riqueza das nações". Este parece colocar mais ênfase na harmonia geral dos motivos e atividades humanas sob uma providência benigna no primeiro livro, enquanto que no segundo livro, apesar do tema geral da "mão invisível" promovendo a harmonia de interesses, Smith encontra mais ocasiões para apontar causas de conflitos e o egoísmo estreito da motivação humana.



Smith começava agora a dar mais atenção à jurisprudência e à economia nas suas aulas, e menos às suas teorias de moral. Esta ideia é reforçada pelas notas tomadas por um dos seus alunos por volta de 1763, mais tarde editadas por Edwin Cannan Aulas de justiça, polícia, rendimento e armas, 1896, e pelo que Scott, que o descobriu e publicou, descreve em "Um esboço inicial de parte da Riqueza das Nações" ("An early draft of part of the Wealth of Nations"), datado de 1763.



No final de 1763, Smith obteve um posto bem remunerado como tutor do jovem duque de Buccleuch e deixou o cargo de professor. De 1764 a 1766, viajou com o seu protegido, sobretudo pela França, onde veio a conhecer líderes intelectuais como Turgot, d'Alembert, André Morellet, Helvétius e, em particular, François Quesnay.



Depois de voltar para Kirkcaldy, dedicou muito do seu tempo nos dez anos seguintes à sua magnum opus, que surgiu em 1776. Em 1778, recebeu um posto confortável como comissário da alfândega da Escócia e foi viver com a sua mãe em Edimburgo. Faleceu na capital escocesa a 17 de julho de 1790, depois de uma dolorosa doença. Encontra-se sepultado em Canongate Churchyard, Edimburgo, na Escócia.[6]



Tinha aparentemente dedicado uma parte considerável dos seus rendimentos a numerosos atos secretos de caridade. -



[editar] Posição face à situação nos EUANa sua estada em Glasgow, onde foi professor na universidade local entre 1751 e 1764, Adam Smith travou contato com vários dos comerciantes de tabaco da cidade, como por exemplo John Glassford. Estes punham-no a par dos últimos acontecimentos nas colônias inglesas, nas quais os ingleses impunham uma restritiva política econômica, como altos impostos e frequentemente situações de monopólio. As manufaturas inglesas tinham nas colônias americanas um importante cliente, e alguns empresários influentes exigiram junto ao parlamento inglês que fosse proibido aos norte-americanos a produção de bens similares, a fim de proteger seus negócios.



Adam Smith sabia que estas restrições acabariam por resultar na revolta dos americanos (carece de fontes). A solução de Adam Smith para as colónias americanas era fomentar o livre comércio, acabar com os pesados impostos aduaneiros e restrições comerciais e oferecer às colônias uma representação política no parlamento de Westminster.



[editar] ObraPouco antes da sua morte, os manuscritos de Smith tinham sido quase totalmente destruídos. Nos seus últimos anos, ele teria rejeitado dois grandes tratados, um sobre a teoria e história do Direito e outro sobre ciências e artes. Os Ensaios sobre temas reflexivos (1795), posteriormente destruídos, contém provavelmente partes do que deveriam ter sido o último daqueles dois tratados.



[editar] Teoria dos Sentimentos MoraisVer artigo principal: Teoria dos sentimentos morais

Em 1759, Smith publicou seu primeiro trabalho, A Teoria dos Sentimentos Morais (The Theory of Moral Sentiments no original). Continuou a fazer grandes revisões do livro até à sua morte. Apesar de A Riqueza das Nações ser considerada como a obra mais influente de Smith, acredita-se que o próprio Smith considerasse a Teoria dos Sentimentos Morais uma obra superior.



Na obra, Smith examina criticamente o pensamento moral do seu tempo, e sugere que a consciência surge das relações sociais. Com a sua obra pretende explicar a origem da capacidade da humanidade em formar juízos morais, apesar da natural tendência dos homens aos auto-interesses. Smith propõe uma teoria da simpatia, em que o ato de observar os outros torna as pessoas conscientes de si e da moralidade de seu comportamento.



Estudiosos têm tradicionalmente percebido um conflito entre a Teoria dos Sentimentos Morais e A Riqueza das Nações, a primeira enfatiza a simpatia pelos outros, enquanto a segunda focasse no papel do auto-interesse. Deve-se apontar que a visita de Smith a França (1764-1766) influenciou a última obra mas não a primeira. De certa forma, A Riqueza das Nações só pode ser compreendida no quadro de referência da economia política dos fisiocratas (e de Quesnay, em particular). Nos últimos anos, porém, a maioria dos estudiosos da obra de Smith têm argumentado que não existe contradição. Em A Teoria dos Sentimentos Morais, Smith postula que os indivíduos buscam a aprovação através do "observador imparcial" que é resultado de um desejo natural entre os indivíduos, mais respectivamente ao agente da acção, acerca de se posicionar de um ponto de vista imparcial, para bem julgar, relações simpatizantes mútuas que se fazem nas relações sociais . As obras, portanto, enfatizam aspectos diferentes da natureza humana, que variam dependendo da situação. A riqueza das nações baseia-se em situações onde a moralidade do homem é susceptível de desempenhar um papel menor, como o trabalhador envolvido na elaboração do trabalho, enquanto que a Teoria dos Sentimentos Morais se centra em situações onde a moralidade do homem é susceptível de desempenhar um papel dominante entre as relações intercambiáveis das pessoas.



[editar] Riqueza das NaçõesVer artigo principal: A Riqueza das Nações

A Riqueza das Nações foi muito influente, uma vez que foi uma grande contribuição para o estudo da economia e para a tornar uma disciplina independente. Este livro tornar-se-ia uma das obras mais influentes no mundo ocidental.



Quando o livro, que se tornaria um estudo contra o mercantilismo, foi publicado em 1776, havia um sentimento forte contra o livre comércio, quer no Reino Unido como também nos Estados Unidos. Esse novo sentimento teria nascido das dificuldades econômicas e as privações causadas pela guerra. No entanto, ao tempo da publicação nem toda a gente estava convencida das vantagens do livre comércio: o parlamento inglês e o público em geral continuariam apegados ao mercantilismo por muitos anos.



A Riqueza das nações, e também a Teoria dos sentimentos morais, este de menor impacto, tornaram-se ponto de partida para qualquer defesa ou crítica de formas do comunismo, nomeadamente influenciando a escrita de Karl Marx e de economistas humanistas. Em anos recentes, muitos afirmaram que Adam Smith foi tomado de rapto por economistas liberais (Laissez-faire economists) e que como a Teoria dos sentimentos morais mostra, Smith tinha uma inclinação pelo humanismo.



Tem havido alguma controvérsia sobre a extensão da originalidade de Smith em Riqueza das nações; alguns argumentam que esta obra acrescentou pouco às ideias estabelecidas por pensadores como David Hume e Montesquieu. No entanto, ela permanece como um dos livros mais influentes neste campo até hoje.



A obra de Smith é aclamada quer pelo mundo acadêmico como na prática. O primeiro-ministro britânico William Pitt, a braços com a derrocada econômica e social dos anos que se seguiram à independência americana, foi um partidário do comércio livre e chamou Riqueza das nações de "a melhor solução para todas as questões ligadas à história do comércio e com o sistema de economia política".



A obra Riqueza das Nações popularizou-se pelo uso da expressão da mão invisível do mercado. Segundo Adam Smith os agentes econômicos atuando livremente chegariam a uma situação de eficiência, dispensando assim a ação do Estado para esse efeito. Assim, atuando de forma livre, os mercados seriam regidos como se por uma mão invisível que o regula automaticamente sempre chegando a situação ótima ou de máxima eficiência. Curiosamente a expressão aparece apenas uma vez na obra Riqueza das Nações.



[editar] Ver tambémO Wikiquote possui citações de ou sobre: Adam SmithIluminismo

Capitalismo

David Ricardo

John Stuart Mill

Referências1.↑ Amaral, João Ferreira. Introdução à macroeconomia. 2ª ed. Porto: Escolar Editora, 2007. 218 e 219 p. ISBN 978-972-592-206-4

2.↑ Bussing-Burks 2003, pp. 38–39

3.↑ Buchan 2006, p. 12

4.↑ a b Rae 1895, p. 5

5.↑ a b Bussing-Burks 2003, p. 39

6.↑ Adam Smith no Find a Grave.

[editar] BibliografiaARAÚJO, Fernando. Adam Smith – O conceito mecanicista de liberdade. Coimbra. Almedina, 2001.

BLAUG, Mark. História do Pensamento Económico. vol. I.[S.I.: s.n.], 1989.

DENIS, Henri. Histoire de la Pensée Économique. 2ª ed. Paris: PUF, 1977.

DOBB, Maurice. Teorias do Valor e Distribuição desde Adam Smith. Lisboa. Presença, 1977.

LARANJEIRO, Mazza. Capital, juro e lucro. Boletim de Ciências Económicas. Coimbra, 1985.

MARX, Karl. Grundrisse, trad. franc.,vol. 1 (“Chapitre de l’Argent”), Union Générale d’Éditions, Éditions Anthropos, Col. 10/18, Paris, 1968.

O Capital. Vol. II. Lisboa: Avante, 1983.

MEEK, Ronald. Economia e ideologia. Barcelona: Ariel, 1972.

Studies in the Labour Theory of Value. 2ª ed. Londres: Lawrence and Wishart, 1979.

NAPOLEONI, Claudio. Fisiocracia, Smith. Barcelona: Oikos-Tau, 1974;

O valor na ciência econômica. Lisboa: Ed. Presença, 1980;

Discorso sull’economia politica. Turim: Boringhieri, 1985.

SOARES, Rogério. Direito Público e Sociedade Técnica. Coimbra: Atlântida, 1969.

SCHUMPETER, Joseph. Historia del Analisis Econômico. Barcelona: Ed. Ariel, 1971.

SMITH, Adam. Riqueza das Nações. Lisboa: Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 1981 e 1983. 2 vols.

[editar] Ligações externasO Commons possui multimídias sobre Adam SmithAdam Smith (em português) no UOL - Biografias

The Wealth of Nations (em português) na MetaLibri Digital Library

The Theory of Moral Sentiments (em português) na MetaLibri Digital Library

Adam Smith (em português) em História do pensamento econômico

CIEEP: Biografia de Adam Smith (em português)

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teóricos da sociedade: thomas malthus

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Thomas Malthus



Nascimento 15 de fevereiro de 1766

Surrey, Inglaterra

Morte 23 de dezembro de 1834 (68 anos)

Bath, Inglaterra

Influências

--------------------------------------------------------------------------------



Influências[Expandir]David Ricardo, Sismondi

Influenciados

--------------------------------------------------------------------------------



Influenciados[Expandir]Charles Darwin, John Maynard Keynes, Alfred Russel Wallace, Verhulst, Karl Marx, Mao Tse-tung

Escola/tradição Malthusianismo

Principais interesses Política, Demografia, Economia, Macroeconomia

Ideias notáveis Teoria populacional malthusiana



Thomas Robert Malthus (Rookery, perto de Guildford, 14 de fevereiro de 1766 — Bath, 23 de dezembro de 1834) foi um economista britânico. É considerado o pai da demografia por sua teoria para o controle do aumento populacional, conhecida como malthusianismo.[1]



Filho de um culto e rico proprietário de terras, amigo de Hume e Rousseau, terminou os estudos no Jesus College de Cambridge a partir de 1784, onde obteve um posto em 1793. Tornou-se pastor anglicano em 1797 e, dois anos depois, inicia uma longa viagem de estudos pela Europa. Casou-se em 1804 e, por isto, abandonou o posto de pastor.



Em 1805, foi nomeado professor de história e de economia política em um colégio da Companhia das Índias (o East India Company College), em Haileybury. Expôs suas idéias em dois livros conhecidos como Primeiro ensaio e Segundo ensaio: "Um ensaio sobre o princípio da população na medida em que afeta o melhoramento futuro da sociedade, com notas sobre as especulações de Mr. Godwin, M. Condorcet e outros escritores" (1798) e "Um ensaio sobre o princípio da população ou uma visão de seus efeitos passados e presentes na felicidade humana, com uma investigação das nossas expectativas quanto à remoção ou mitigação futura dos males que ocasiona." (1803).



Tanto o primeiro ensaio - que apresenta uma crítica ao utopismo - quanto o segundo ensaio - onde há uma vasta elaboração de dados materiais - têm como princípio fundamental a hipótese de que as populações humanas crescem em progressão geométrica. Malthus estudou possibilidades de restringir esse crescimento, pois os meios de subsistência poderiam crescer somente em progressão aritmética. Segundo ele, esse crescimento populacional é limitado pelo aumento da mortalidade e por todas as restrições ao nascimento, decorrentes da miséria e do vício.



Suas obras exerceram influência em vários campos do pensamento e forneceram a chave para as teorias evolucionistas de Darwin e Wallace. Os economistas clássicos como David Ricardo, incorporaram o princípio da população às suas teorias, supondo que a oferta de força de trabalho era inexaurível, sendo limitada apenas pelo fundo de salários.



Para Malthus, assim como para seus discípulos, qualquer melhoria no padrão de vida de grande massa é temporária, pois ela ocasiona um inevitável aumento da população, que acaba impedindo qualquer possibilidade de melhoria. Foi um dos primeiros pesquisadores a tentar analisar dados demográficos e econômicos para justificar sua previsão de incompatibilidade entre o crescimento demográfico e à disponibilidade de recursos. Apesar de ter assumido popularmente que as suas teses deram à Economia a alcunha da ciência lúgubre (dismal science), a frase foi na verdade cunhada pelo historiador Thomas Carlyle em referência a um ensaio contra a escravatura escrito por John Stuart Mill.



Seus dois ensaios estão permeados de conceitos cristãos, _não se pode deixar de frisar que cristão de origem protestante_ como os de mal, salvação e condenação.



Escreveu também: Princípios de economia política (1820) e Definições em economia política (1827).



Em suas obras econômicas, Malthus demonstrou que o nível de atividade em uma economia capitalista depende da demanda efetiva, o que constituía, a seus olhos, uma justificativa para os esbanjamentos praticados pelos ricos. A idéia da importância da demanda efetiva seria depois retomada por Keynes.



Thomas Maltus representa o paradigma de uma visão que ignora ou rebaixa os benefícios da industrialização ou do progresso tecnológico. Ernest Gellner afirma em Pós-modernismo, razão e religião: "Previamente, a Humanidade agrária vivia num mundo Malthusiano no qual a escassez de recursos em geral condenava o homem a apertadas formas sociais autoritárias, à dominação por 'tiranos', 'primos' ou ambos".



Para o autor, a diferença entre as classes sociais era uma conseqüência inevitável. A pobreza e o sofrimento eram o destino para a grande maioria das pessoas.



[editar] Artigos relacionadosCarestia

Demografia

Teoria populacional neomalthusiana

Referências1.↑ Thomas Robert Malthus e sua teoria.. Página visitada em 26 de março de 2011.

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sábado, 1 de dezembro de 2012

SOCIÓLOGOS:MICHEL FOUCAUT

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Política para todas(os)

Espaço destinado aos debates do curso de Introdução à Ciência Política da Universidade de Brasília do verão de 2008 oferecido por Gustavo Amora. Aqui estão postados alguns textos da disciplina que estão em formato eletrônico e os artigos dos estudantes. Além disso, o espaço é aberto para idéias, imagens, videos ou qualquer link relacionado com as discussões da turma.

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Critica sobre o artigo Problemas de gênero: Feminismo e Subversão de Identidade de autoria de Larissa Melo

Aneuploidia do cromossomo sexual – Síndrome de Klinefelter 44XXY

Imagine que um óvulo humano com dois cromossomos X (deveria ser só um pois nesse caso ocorreu um erro na meiose) seja fecundado por um espermatozóide normal contem um cromossomo Y, resultará em um menino 44XXY (trissomia e será 2 N=47 cromossomos o normal é 2 N = 46). Esse indivíduo terá sintomas que caracterizam a síndrome de Klinefelter : irá semelhar-se a um homem normal, porém terá testículos pequenos e produzirá poucos ou nenhum espermatozóide. São pessoas normalmente altas e possuem seios poucos desenvolvidos aproximadamente, metade dos portadores desta anomalia apresenta um certo grau de retardamento mental.

A síndrome de Klinefelter não é conhecida mundialmente como hermafroditismo verdadeiro, pois no caso esta síndrome nasce um indivíduo homem infértil, no hermafroditismo verdadeiro consiste em um erro no desenvolvimento dos gametas em vida ultra-uterina, no-lo escrito em meu artigo XXY. Quando falam-se de natural se diz respeito de acordo com o Aurélio normal é o que esta “na norma ”, em biologia normal vem a ser a relação entre dois indivíduos de sexo oposto frutífera, que possa deixar descendentes férteis. Foulcout trata a cultura como um efeito de uma lei repressiva; a cultura só é repressiva quando um indivíduo faz um desvio social e o não comprimento do seu papel dentro de uma sociedade funcional, é o próprio homem que necessita deste mecanismo para continuar sendo a espécie dominante no mundo. Quando esperamos que as luzes dos postes estejam acesas, o corpo docente lecionando, ônibus passando em hora e local determinado, estamos reproduzindo e legitimando os nossos papeis sociais, e nossa sociedade para continuar a existir necessita destas estruturas funcionais. Foi a “forma que a sociedade achou de se defender e se proteger com toda força comum as pessoas e os bens de cada sócio, e pela, qual unindo-se cada um a todos não obedecendo toda a via, sobre a si mesmo e fiquem tão livres quanto antes” (Rousseau;1762:31), Pois “a partir do momento em que esta multidão assim está reunida num corpo não se pode ofender um dos membros sem danar o corpo e ainda menos ofender o corpo sem que os membros o ressintam” (Rousseau;1762:33).





Autoria: Cleodoberto Shakespeare

Postado por Política para todxs às 20:29 2 comentários:

Getúlio disse...

A crítica expressa um ponto de vista bem exótico! Mas a questão biológica foi colocoda como fator determinante de tudo, inclusive das relações que se estabelecem entre os individuos dentro da vida em sociedade e eu acho também que o Rousseau não foi muito feliz nas passagens que foram citadas. A visão colocada foi super determinista e pra ser bem sincero eu esperava uma postura diferente do autor da crítica, visto que o mesmo faz Serviço Social, uma ciência social aplicada! A impressão que me deu, foi que não se tem como argumentar com a crítica pq o foco do conhecimento é puramente biológico e pra fazer algum comentário é necessário ser um profundo conhecedor de Biologia. Enfim eu acho que faltou um poko de diálogo entre o biológico e o social, para não fikar uma coisa tão centrada.



21 de fevereiro de 2008 23:22

karol pacheco disse...

bom o escravo tambem tinha um papel bem funcional e importante p/ manter uma sociedade escravagista em perfeito funcionamento alem de ter um respaldo biologico na epoca muito convincente p/ tal situaçao do negro.. Kipling por exemplo, filosofo da colonizaçao e seu 'fardo do homem branco' durante o imperialismo do século XIX... ja que foi citado Rosseau, como mentor dessas sociedade livre onde tudo funciona de forma coerente, era um dos que alimentava a crença de que "as mulheres são naturalmente fracas, apropriadas para a reproduçao e nao para vida pública"(NYE,1995)diga de exemplo a personagem Sofia de seu livro Émile onde ele norteia os critérios de educaçao destinado ãs mulheres...

e ja que foi usado o argumento da biologia ela própria 'produz' individuos que fogem a norma e nós por meio de relaçoes na esfera do social que criamos esses discursos excludentes.



25 de fevereiro de 2008 10:29

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SOCIÓLOGOS: HERBERT MARCUSE

Herbert MarcuseOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa Este artigo ou secção contém uma lista de fontes ou uma única fonte no fim do texto, mas esta(s) não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a confiabilidade das informações. (desde julho de 2009)


Por favor, melhore este artigo introduzindo notas de rodapé citando as fontes, inserindo-as no corpo do texto quando necessário.





Herbert MarcuseHerbert Marcuse (Berlim, 19 de Julho de 1898 — Starnberg, 29 de Julho de 1979) foi um influente sociólogo e filósofo alemão naturalizado norte-americano, pertencente à Escola de Frankfurt.[1]



Índice [esconder]

1 Biografia filosófica

1.1 Os anos de formação

1.2 O contato com o jovem Marx

1.3 O contato com a Escola de Frankfurt

1.4 Diálogo com a a obra Freudiana

2 Suas idéias

3 Fragmentos sobre Marcuse

3.1 Marcuse no Brasil

3.2 Marcuse como filósofo da Revolução

4 Algumas obras de Herbert Marcuse editadas no Brasil

5 Referências bibliográficas

6 Referências

7 Ligações Externas





[editar] Biografia filosófica[editar] Os anos de formaçãoHerbert Marcuse nasceu em Berlim numa família de judeus assimilados. Foi membro do Partido Social-Democrata Alemão entre 1917 e 1918, tendo participado de um Conselho de Soldados durante a revolução berlinense de 1919, na seqüência da qual deixou o partido. Estudou filosofia primeiro em Berlim e depois em Freiburg, onde estudou literatura alemã contemporânea e complementarmente filosofia e economia política. Em 1922 defendeu sua tese O Romance de Arte alemão. Ideiia esta claramente inspirada na obra do Lukács pré-marxista e na de Hegel. Casou-se em 1924 com Sophie Wertheim e descobriu Ser e Tempo de Heidegger[1]. Depois disso, em 1928 voltou a Freiburg para estudar com Heidegger que acabara de suceder a cadeira de Husserl, tendo se tornado seu assistente de cátedra. Em 1933, já no seu exílio ocasionado pela ascensão nazista, escreve seu último trabalho na Alemanha sobre a Filosofia do Fracasso de Karl Jaspers. Mas Marcuse era um crítico de Heidegger desde o início de seu contato com ele, pois considerava que a analítica do 'Dasein' deixava constantemente de enfrentar suas próprias conseqüências práticas. Assim Marcuse parte para o estudo de filósofos que poderiam fornecer uma maior concretude aos conteúdos e conceitos filosóficos, como Dilthey e Hegel.[1]



[editar] O contato com o jovem MarxTodos os filósofos que participaram até então da formação de Marcuse tiveram sua importância grandemente diminuídas quando são editadas as obras da juventude de Karl Marx em 1932. Marcuse foi um dos primeiros a interpretar críticamente os Manuscritos Economico-filosóficos de Marx e "pensava encontrar neles um fundamento filosófico da economia política no sentido de uma teoria da revolução" (Wiggershaus 2003:134). Para ele, não era mais necessário recorrer a Heidegger para fundamentar filosoficamente o marxismo, já que viu no próprio Marx a possibilidade desta fundamentação.



É de Marx que virá sua crítica ao Nacionalismo e aos efeitos que o capitalismo burguês vai ter na vida das pessoas. Também vem de Marx a proposta de que, com o desenvolvimento da tecnologia e do capitalismo como um todo, em conjunto com uma ação prática-revolucionária da sociedade, poderemos alterar as nossas condições e erguer uma nova organização social, que possibilite uma vida melhor para as pessoas, e onde elas não sejam alienadas. Marcuse procura esboçar caminhos que nos levem para além da organização sócio-econômica atual. [2]



[editar] O contato com a Escola de FrankfurtEm 1933, por intermédio da intervenção de Leo Lowenthal e de Kurt Riezler, Herbert Marcuse foi admitido no Instituto de Pesquisas Sociais que seria mais tarde associado à Escola de Frankfurt, que neste momento estava exilado em Genebra. Ele tentara, sem sucesso, desde 1931 entrar em uma relação mais estreita com o Instituto. Em 1934, junto com Theodor Adorno e Max Horkheimer mantém suas atividades nos Estados Unidos. Em 1950 os colaboradores do Instituto retornam à Alemanha, Marcuse decide permanecer nos Estados Unidos onde pensa, escreve e ensina até sua morte em 1979.



[editar] Diálogo com a a obra FreudianaPodemos perceber, em “Eros e Civilização”, um diálogo constante que Marcuse terá com a obra Freudiana. Uma grande influência de Freud será a busca da felicidade do indivíduo humano, que virá através da satisfação dos desejos individuais da pessoa. As pessoas hoje seriam infelizes porque a sociedade bloqueia a realização de seus desejos, e devemos tentar reverter essa situação. Será utilizado muito da teoria da psicanálise, também, para explicar o comportamento das pessoas na sociedade atual; por exemplo, como atuam suas pulsões e como procuram realizar ou reprimir os seus desejos. [3]



De acordo com o prefácio de "Eros e Civilização", essa sua obra tinha um objetivo otimista: de que as mudanças decorridas nos últimos tempos de nossa sociedade industrial-tecnológica nos habilitariam a inverter o sentido do progresso. Ao invés de se basear em uma sociedade de produção e consumo desenfreados, poder-se-ia usar a riqueza e o conhecimento da sociedade de forma a satisfazer, na medida do possível, as pulsões vitais humanas, além de impedir os efeitos nocivos de nossas vontades destrutivas. O homem poderia então trabalhar menos e se dedicar mais a uma vida de satisfação de seus desejos e pulsões, vivendo de maneira muito mais plena. No entanto, Herbert reconhece que subestimou a capacidade do sistema sócio-político atual em desenvolver formas de controle social cada vez mais eficazes. Entre essas formas de controle, temos uma produção de bens supérfluos cada vez maior, para redirecionar as necessidades de prazer e satisfação da população. [4]









[editar] Suas idéiasMarcuse se preocupava com o desenvolvimento descontrolado da tecnologia, o racionalismo dominante nas sociedades modernas, os movimentos repressivos das liberdades individuais, o aniquilamento da Razão . Para os membros do grupo de Frankfurt, o proletariado se perdeu ao permitir o surgimento de sistemas totalitário como o nazismo e o stalinismo por um lado, e a "indústria cultural" dos países capitalistas pelo outro lado. Quem substitui os proletários? Aqueles cuja ascensão a sociedade moderna de modo algum permite, os miseráveis que o bem-estar geral não conseguiu incorporar, as minorias raciais, os outsiders.[1]



Marcuse retoma de Hegel duas noções capitais, a idéia de "Razão" e a idéia de "Negatividade". A Razão é a faculdade humana que se manifesta no uso completo feito pelo homem de suas possibilidades. Não se pode compreender a "possibilidade" longe do conceito de "necessidade". O que necessitamos? A necessidade nos dirige a certos objetos cuja falta sentimos. A possibilidade mede o raio de nosso alcance face a tais objetos. Se quero um apartamento mas não tenho dinheiro para comprá-lo, o objeto de minha necessidade é o apartamento, e a medida de minha possibilidade é o dinheiro que me falta. É muito fácil compreender como a falta de dinheiro representa um bloqueio falso, fictício, á satisfação de meu desejo. Na realidade posso ter o apartamento, mas certas convenções sociais, que respeito de modo mais ou menos acrítico, me impedem de possuí-lo. Ao mesmo tempo, se me interrogo a respeito da minha necessidade face ao apartamento, essa também se dissolve. O apartamento é um símbolo de status social, ou resultado de certas convenções visando ao gosto que seriam, em outras condições, muito discutíveis, e que nem sempre me possibilitam morar satisfatoriamente. A minha necessidade se revela, portanto, como uma falsa necessidade, assim como o bloqueio pela falta de dinheiro das minhas possibilidades era um bloqueio falso. Onde se encontram, então, minhas necessidades e minhas possibilidades? Como compreenderemos o que e Razão? Marcuse muito se preocupa com este problema ao longo de toda a sua obra, sempre polêmica.



No livro Ideologia da Sociedade Industrial, Marcuse repete a crítica ao racionalismo da sociedade moderna, e tenta ao mesmo tempo esboçar o caminho que poderá nos afastar dele. O caminho será, por um aspecto, a contestação da sociedade pelos marginais que a sociedade desprezou ou não conseguiu beneficiar. Será por outro aspecto o desenvolvimento extremo da tecnologia, que deverá ter, segundo Marx e Marcuse, efeitos revolucionários. Quais são estes efeitos? O problema da sociedade moderna é a invasão da mentalidade mercantilista e quantificadora a todos os domínios do pensamento. Essa mentalidade se representa economicamente pelo valor de troca, ligado de modo íntimo aos processos de alienação do homem. E, segundo Marx, com o desenvolvimento extremo da tecnologia "a forma de produção assente no valor de troca sucumbirá". A sociedade moderna, sentindo, que sua base a tecnologia - contém seu rompimento, age repressivamente para evitar este avanço extremo. Marcuse tinha esperança de que não.



[editar] Fragmentos sobre Marcuse[editar] Marcuse no Brasil Herbert Marcuse (1898/Berlim -1979/Frankfurt) se tornaria conhecido no Brasil a partir de meados dos anos 60, na esteira do movimento de rebeldia que culminaria nos conhecidos eventos de 1968. O contato com o então professor de filosofia no Campus San Diego da Universidade da Califórnia – a seguir convertida em palco da resistência à presença norte-americana na Guerra do Vietnã – se daria sobretudo pelos seus últimos textos.

Esta sua obra seria muitas vezes designada como "contracultural", resumindo-a aos propósitos de legitimar a rebelião, canalizando as insatisfações de um modo vago contra a formação social capitalista. Nesse conjunto bastante heterogêneo se enquadrariam, com a sem-cerimônia dos modismos da sociedade de consumo de massas, obras como Eros e Civilização (1955), A ideologia da sociedade industrial (1964), Contra-revolução e revolta (1972), A dimensão estética (1977) e O fim da utopia (1980}, entre outros. Este último livro, póstumo, contém as participações de Marcuse em congestionadas e disputadíssimas discussões com os estudantes na Berlim de 1967, selando sua consagração como intelectual engajado que lhe valeria a caracterização de subversivo no Ocidente e ameaças de morte nos Estados Unidos.



O establishment mandarim já impedira a carreira acadêmica de Marcuse na Alemanha de Weimar, quando em 1932 Heidegger bloqueou a sua habilitação como professor universitário. Trinta e cinco anos depois, quando o "judeu e comunista" já fora reabilitado como cidadão no retorno a Alemanha, a academia manteria, contudo, sua interdição intelectual. Agora, respaldando-se com vigor no coro dos críticos da rebelião, não lhe perdoaria a traição aos ideais olímpicos, libertários "ma non tropo", restritos a esfera privada, nos limites do respeito a ordem pública. Sua obra ainda hoje permanece grandemente obstruída por uma operação voltada a desacreditar a sua contribuição teórica. Como explicar, por exemplo, a ausência de Marcuse no volume dedicado no Brasil a Escola de Frankfurt na prestigiada Coleção Os Pensadores? Para os críticos, sua obra se consumaria ao arrepio do rigor intelectual, seria uma reflexão instrumentalizada estrategicamente pela ação imediata, tornando-se por isto sinônimo de ausência de "racionalidade efetiva" para os cultores da prática como procedimento "civilizado' nos parâmetros da boa soberania popular-burguesa. Excluindo Marcuse de suas fileiras, a "inteligência" estaria se reafirmando como porta-voz legítimo da razão, ainda que num mundo de finitude e carências, de perdição da verdadeira essência.









(Wolfgang Leo Maar, Marcuse: em busca de uma ética materialista, IN Herbert Marcuse, Cultura e Sociedade, Vol. I, p.8-9)

[editar] Marcuse como filósofo da Revolução Em 11 de novembro de 1941 Marcuse escreve a Horkheimer: "Não sou pessoa de deixar 'mensagens em garrafas . O que temos a dizer não é apenas para um futuro mítico . Esta frase traduz de maneira exemplar o programa de Marcuse, o único filósofo da Escola de Frankfurt a levar adiante o projeto da teoria crítica dos anos 30 – manter unidas filosofia, teoria social e política radical. Donde suas divergências com Adorno no tocante ao tema das relações entre teoria e prática no contexto das rebeliões estudantis de 68, que podemos acompanhar pela correspondência aqui publicada. Para Marcuse a teoria crítica tinha a obrigação de politizar-se, sob pena de tornar-se anódina. Isso significava para ele, naquele momento, apoio inequívoco aos estudantes rebeldes, assim como o combate ao imperialismo americano, sobretudo no Vietnã.

Passados 30 anos, Marcuse parece, para utilizarmos urna definição de Rosa Luxemburgo a respeito de si mesma, fazer parte de uma outra espécie zoológica. Nesta era liberal-conservadora em que antigas notabilidades de esquerda, em nome da inevitabilidade da modernização capitalista, aderiram cínica e alegremente ao partido da ordem, o intelectual Marcuse continua a impressionar por sua integridade política e moral, pela busca sem tréguas de respostas ao problema da dominação no mundo contemporâneo. Tendo participado na juventude de um conselho de soldados na Berlim revolucionária de 1918, evento que o marcou profundamente, Marcuse daí em diante aplica suas energias intelectuais a entender por que "todas as revoluções foram também revoluções traídas" (Eros e civilização) e onde estariam as brechas que poderiam levar a ruptura do capitalismo.









(Isabel Loureiro, Apresentação a Herbert Marcuse, Grande Recusa Hoje, p. 7).



[editar] Algumas obras de Herbert Marcuse editadas no Brasil- Reason and Revolution, 1941 (Razão e revolução, Paz e terra, RJ)

- Eros and Civilization, 1955 (Eros e Civilização, Zahar Editores, Rio de Janeiro)

- Soviet Marxism, 1958 (Marxismo Soviético, São Paulo, Saga, 1968)

- One-Dimensional Man, 1964 (Ideologia da Sociedade Industrial, Editora Zahar, Rio de Janeiro)

- Das ende der Utopie, 1967 (O fim da Utopia, Editora Civilização brasileira, RJ)

- Psychoanalyse und Politik, 1968 (Psicoanálises y política, Ediciones, Península, Barcelona)

- Towards a Critical Theory of Society, 1969 (Idéias sobre uma Teoria Crítica da Sociedade, Zahar Editores, RJ)

- Counter-revolution and Revolt, 1972 (Contra-revolução e revolta, Zahar, RJ, 1973)

[editar] Referências bibliográficasMARCUSE, Herbert. Cultura e Sociedade. vol. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

________________. Cultura e Sociedade. vol. 2. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1998.

________________. et al. A Grande Recusa Hoje. Organizado por Isabel Loureiro. Petrópolis: Vozes, 1999.

WIGGERSHAUS, Rolf.Escola de Frankfurt. Rio de Janeiro: Difeel, 2003.

VASCONCELOS, Vitor Vieira. A interpretação da teoria psicanalítica Freudiana por Herbert Marcuse – Um estudo do Eros e Civilização. UFMG, 2003.

Referências1.↑ a b c d Herbert Marcuse - Biografia (em português). UOL - Educação. Página visitada em 29 de julho de 2012.

2.↑ "VASCONCELOS, Vitor Vieira. A interpretação da teoria psicanalítica Freudiana por Herbert Marcuse – Um estudo do Eros e Civilização. UFMG, 2003."

3.↑ "VASCONCELOS, Vitor Vieira. A interpretação da teoria psicanalítica Freudiana por Herbert Marcuse – Um estudo do Eros e Civilização. UFMG, 2003."

4.↑ "VASCONCELOS, Vitor Vieira. A interpretação da teoria psicanalítica Freudiana por Herbert Marcuse – Um estudo do Eros e Civilização. UFMG, 2003."

[editar] Ligações ExternasO Commons possui multimídias sobre Herbert Marcuse





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Ich bin Sozialwissenschaftler. Mich beschäftigen politische Fragen, im zwischenstaatlichen wie im gesellschaftlichen Raum.



Im Mittelpunkt meiner beruflichen Vita finde ich die uralten Fragen nach Gerechtigkeit und Frieden. Sie stellen sich neu in Zeiten der Globalisierung. An der Suche nach neuen Antworten beteilige ich mich, als Wissenschaftler, als freier Berater im Bereich der Entwicklungspolitik und Konfliktbearbeitung, und im bürgerschaftlichen Engagement.



Daneben bewegen mich Fragen von Kultur und Religion, Philosophie und Psychologie. Geist und Welt, Politik und Spiritualität sind für mich nicht Gegensätze, sondern Pole.



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COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO.




































PIERRE-JOSEPH PROUDHON

Pierre-Joseph ProudhonOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa Pierre-Joseph Proudhon




Nascimento 15 de Janeiro de 1809

Besançon, Franche-Comté

França

Morte 19 de janeiro de 1865 (56 anos)

Passy, Borgonha

Ocupação sociólogo, filósofo e teórico libertário

Influências

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Influências[Expandir]William Godwin, Hegel, Saint Simon, Fourier, Marx

Influenciados

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Influenciados[Expandir]Bakunin, Kropotkin, Déjacque, Édouard Depreux, Georges Sorel, Benjamin Tucker, Leo Tolstoy, Emma Goldman, Marx

Escola/tradição Anarquismo, Federalismo, Cooperativismo

Principais interesses propriedade, liberdade, autoridade, justiça social, pobreza, sociedade.

Ideias notáveis Mutualismo, Propriedade é roubo, Anarquia é ordem, Federação econômica.



Pierre-Joseph Proudhon (Besançon, 15 de Janeiro de 1809 — Passy, 19 de Janeiro de 1865) foi um filósofo político e econômico francês, foi membro do Parlamento Francês. É considerado um dos mais influentes teóricos e escritores do anarquismo, sendo também o primeiro a se auto-proclamar anarquista, até então um termo considerado pejorativo entre os revolucionários. Foi ainda em vida chamado de socialista utópico por Marx e seus seguidores, rótulo sobre o qual jamais se reconheceu. Após a revolução de 1848 passou a se denominar federalista.[1]



Proudhon foi também tipógrafo aprendendo por conta própria o idioma Latim para imprimir melhor livros nesta língua. Sua afirmação mais conhecida é que a Propriedade é Roubo!, está presente em seu primeiro e maior trabalho, O que é a Propriedade? Pesquisa sobre o Princípio do Direito e do Governo (Qu'est-ce que la propriété? Recherche sur le principe du droit et du gouvernement), publicado em 1840.



A publicação do livro atraiu a atenção das autoridades francesas. Atraindo também o interesse de Karl Marx, que começou a se corresponder com seu autor. Os dois influenciaram-se mutuamente: encontraram-se em Paris por ocasião do exílio de Marx. A amizade de ambos finalmente chegou ao fim quando Marx respondeu ao seu texto Sistema das Contradições Econômicas, ou A Filosofia da Miséria com outro provocadoramente intitulado A Miséria da Filosofia.



A disputa tornou-se uma das origens da divisão entre as alas marxistas e anarquistas nos encontros da Associação Internacional dos Trabalhadores. Alguns, como Edmund Wilson, argumentam que o ataque de Marx a Proudhon tem sua origem na defesa prévia do segundo de Karl Grün, o qual Marx abertamente detestava e que havia sido o autor de traduções do trabalho de Proudhon para diversos idiomas.



Proudhon favoreceu as associações dos trabalhadores ou cooperativas, bem como o propriedade coletiva dos trabalhadores da cidade e do campo em relação aos meios de produção, em contraposição à nacionalização da terra e dos espaços de trabalho. Ele considerava que a revolução social poderia ser alcançada através de formas pacíficas.



Proudhon também tentaria criar um banco operário, semelhante em alguns aspectos, às atuais cooperativas de crédito que beneficiaria os trabalhadores com empréstimos sem juros. Mal-lograda a tentativa, a ideia seria apropriada por capitalistas e acionistas que incorporariam imposição de juros em seus empréstimos.[2]



Índice [esconder]

1 Biografia

2 Filosofia política

3 Legado

4 Obras

5 Referências

6 Ver também

7 Ligações externas





[editar] Biografia

Proudhon e suas filhas em uma tarde de primavera, retratados por seu amigo, o pintor e futuro communard, Gustave Courbet, no ano de 1865.De origem humilde, começou a trabalhar cedo, numa tipografia, onde entrou em contato com liberais e socialistas experimentais, que representavam as mais importantes correntes políticas de sua época. Assim conheceu Charles Fourier, idealizador do socialismo experimental dos falanstérios, que posteriormente o influenciaria em suas ideias. Em 1838, já diplomado pela faculdade de Besançon, foi para Paris, onde em 1840 publicou Qu´est-ce que la propriéte? (Que é propriedade?). Nessa obra se afirma socialista, criticando a propriedade privada. Sustentava que a exploração da força de trabalho de um semelhante era um roubo e que cada pessoa deveria comandar os meios de produção de que se utilizasse.



Em 1842 lançou algumas teses em Avertissement aux propriétaires (Advertência aos proprietários) e foi processado. No entanto acabou sendo absolvido, pois os juízes se declararam incompetentes para julgá-lo. Depois disso foi para Lyon, onde se empregou no comércio. Nesse período entrou em contato com uma sociedade secreta que defendia uma doutrina segundo a qual uma associação de trabalhadores da nascente indústria deveria administrar os meios de produção. Com isso esperavam transformar as estruturas sociais, não pela atração econômica mas pela revolução violenta.



Em Paris, Proudhon conheceu Karl Marx e outros revolucionários, como Mikhail Bakunin.



Em 1846 escreveu Système des contradictions économiques, ou philosophie de la misère (Sistemas de contradições econômicas ou filosofia da miséria), onde criticou o autoritarismo comunista e defendeu um estado descentralizado. Marx, que admirava Proudhon, leu a obra, não gostou, e respondeu a Proudhon em 1847 com Misère de la philosophie (Miséria da filosofia), decretando o rompimento de relações entre ambos.



Proudhon participou da Revolução de 1848 em Paris. Entre 1849 e 1852 ficou preso por causa de suas críticas direcionadas a Napoleão III. Em 1851 escreveu Idée générale de la révolution au XIX siècle ("Ideia geral de revolução no século XIX"), que colocava a visão de uma sociedade federalista de âmbito mundial, sem um governo central, mas baseada em comunas autogeridas. Os comunistas acabaram por rotulá-lo de reacionário, quando defendeu uma união entre proletários e burgueses.



Depois de publicar, em 1858, De la justice dans la révolution et dans l'église("A justiça na revolução e na igreja"), obra totalmente anticlerical, passou a viver sob vigilância da polícia, o que o levou a se exilar em Bruxelas. Em 1864 voltou a Paris e publicou Du Principe fédératif ("Do princípio federativo"), uma síntese de suas concepções da política.



[editar] Filosofia política"Aquele que puser as mãos sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro meu inimigo!"

—Proudhon, 1849



Proudhon foi o primeiro a referir-se a si próprio como um anarquista. Em O que é a propriedade, publicado em 1840, ele definiu anarquia como sendo "a absência de um mestre, de um soberano", e em A Ideia Geral de Revolução (1851) ele argumentou em favor de uma "sociedade sem autoridade." Proudhon ampliou sua análise para além das instituições políticas, argumentando em O que Propriedade? que "proprietário" é "sinônimo" de "soberano". Para Proudhon:



"Capital"... no campo político é análogo a "governo"... A ideia econômica de capitalismo, as políticas de governo ou de autoridade, e a ideia teológica de igreja são três ideais idênticos, de várias formas, vinculados. Atacar uma delas é o equivalente a atacar todas elas... o que o capital faz ao trabalho, e o Estado à Liberdade, a Igreja faz com o espírito. Esta trindade do absolutismo é tão perniciosa na prática quanto o é na filosofia. O meio mais efetivo de oprimir os povos seria simultaneamente escravizar seu corpo, sua vontade e sua razão[3]









Proudhon em seus primeiros trabalhos analisou a natureza e os problemas da economia capitalista. Enquanto fora profundamente crítico do capitalismo, ele também criticou os socialistas de seu tempo que idolatravam a ideia de associação. Em uma sequência de argumentos, do O que é Propriedade? (1840) até Teorias da Propriedade (Théorie de la propriété - publicado postumamente entre 1963-64), ele declarou contraditoriamente que "propriedade é roubo", "propriedade é impossível", "propriedade é despotismo" e "propriedade é liberdade". Quando afirmava que "propriedade é roubo" e que "propriedade é despotismo" ele se referia ao proprietário de terras ou ao capitalista que em sua perspectiva "roubava" a mais valia dos trabalhadores. Para Proudhon, o trabalho assalariado capitalista era uma posição voluntária de subordinação e exploração, uma condição permanente de obediência.[4]





Pierre-Joseph Proudhon fotografado por Tournachon em 1862.Ao afirmar que "propriedade é liberdade", ele se referia não só ao produto individual do trabalho, mas também daquilo produzido em coletividades - a propriedade coletiva de camponeses e artesãos, capaz de possibilitar pertences pessoais, habitação, ferramentas de trabalho, e o valor justo pela venda de seus produtos. Para Proudhon, a única fonte legítima de propriedade é o trabalho. Aquilo que alguém produz é propriedade desse alguém e tudo para além disso não é. Este pensador defendia a auto-organização dos trabalhadores e que estas organizações teriam legitimidade para possuir elas próprias os meios de produção. Ele se contrapos veementemente a apropriação dos produtos do trabalho pela sociedade, argumentando em O que é Propriedade? que enquanto "propriedade do produto [...] não deve estar vinculada à propriedade dos meios de produção"[5] [...] O direito sobre o produto é exclusivo de quem produz [...] o direito aos meios é comum e aplicando isso a terra ("a terra é [...] algo comum"[6]) e locais de trabalho ("todo o capital acumulado tornar-se propriedade social, ninguém poderá ser seu proprietário exclusivo".[7]) Proudhon portanto, não aprovava a ideia de uma "sociedade" possuindo os meios de produção ou a terra, mas ao invés disso que o "usuário" tivesse possuísse (sob a supervisão da sociedade), com a organização e regulamentação social" de forma a "regular o mercado".[8] Proudhon chamou a si mesmo de socialista, mas se opôs a propriedade estatal dos bens capitais em favor da propriedade dos trabalhadores por si próprios em associações. Isso faz com ele seja considerado uma dos primeiros teóricos do socialismo libertário. Proudhon foi uma das principais influências sobre a teorização, ao fim do século XIX e no século XX, de auto-administração dos trabalhadores, também chamada autogestão.



Este uso-propriedade ele chamou de "posse", e este sistema econômico foi chamado por ele de Mutualismo. Proudhon foi autor de inúmeros argumentos contra a titulação da terra e do capital, incluindo razões baseadas na moralidade, economia, política, e liberdade individual. Um destes argumentos afirmas que este tipo de titulação de um lado permitiu o lucro, do outro levou a instabilidade social e guerra criando círculos de débito e eventualmente a superação da capacidade do de ser pago. Outro é que esta titulação produziu "despotismo" e tornou os trabalhadores em assalariados submetendo-os à autoridade de um chefe.



Em O que é Propriedade? Proudhon escreveu:



Propriedade, atuando pela exclusão e transgressão, frente a uma população em crescimento, tem sido o princípio vital e a causa definitiva de todas as revoluções. Guerras religiosas, e guerras de conquista, se comparados aos extermínios raciais, estes têm sido apenas distúrbios acidentais, logo reparados pela progressão matemática da progressão da vida das nações. A queda e a morte de sociedades se dão decido ao poder de acumulação implicado na propriedade.









Joseph Déjacque atacou o apoio de Proudhon à noções de Patriarcado, que os anarquistas do século XX classificaram como uma forma de sexismo, uma pré-noção reconhecida por estes, como estando em oposição aos princípios anarquistas.



Próximo ao fim de sua vida, Proudhon repensou alguns elementos de sua perspectiva política. Em Do Princípio Federativo (1863) ele reviu sua perspectiva anti-estatal anterior, ponderando "o equilíbrio entre autoridade e liberdade", levando adiante uma "teoria de governo federal" descentralizado. Ele também definiu anarquia de uma forma distinta como "o governo de cada um por si próprio", o que significava "que funções políticas deveriam ser reduzidas a funções industriais, e que a ordem social deveria surgir de nada além de transações e trocas." Neste trabalho Proudhon chamou seu sistema econômico como uma "federação agro-industrial", considerando que esta ordem poderia prover "arranjos federais específicos para proteger aos cidadãos dos estados federados do feudalismo capitalista financeiro, tanto no interior como fora deste sistema" e dessa forma acabar com a reintrodução do "trabalho assalariado". Isto se dava porque o "direito político deve estar apoiado no direito econômico."



Na publicação póstuma Teoria da Propriedade, este autor argumentou que a "propriedade é a única força capaz de agir como um contrapeso ao Estado." Portanto, "Proudhon poderia manter a ideia de propriedade enquanto roubo, e ao mesmo tempo oferecer uma nova definição disto como liberdade. Existe a possibilidade constante de abuso, exploração, que significa o roubo. Ao mesmo tempo a propriedade é a criação espontânea de sociedade um baluarte contra o poder eternamente violador do Estado."[9]



Ele continuou, portanto, fazendo oposição tanto a propriedade capitalista quanto a propriedade estatal. Em Teoria da Propriedade ele reforça: "Agora em 1840, eu categoricamente rejeitei a noção de propriedade... de ambas a grupal e a individual", mas até então ainda não havia formulado sua nova teoria da propriedade: "propriedade é a maior força revolucionária que existe, com uma capacidade inigualável de lançar ela própria contra a autoridade..." então a principal função da propriedade privada dentro de um sistema político deve ser atuar como um contrapeso ao poder do Estado, para desta forma assegurar a liberdade do indivíduo." No entanto, ele continuou se opondo a concentrações de riqueza e propriedade, em favor da propriedade de pequena escala associada a camponeses e artesãos. Seguiu fazendo oposição a ideia de propriedade privada da terra: "O que não posso aceitar, em relação à terra, é que o trabalho permita a posse daquilo sobre o qual se trabalha." Somando-se a isso, Proudhon ainda acreditava que a "propriedade" deveria ser mais igualitariamente distribuída e limitada em tamanho para aquilo que poderia ser utilizado e trabalhado individualmente, ou em associações familiares e operárias.[10] Ele apoiou o direito de herança, e defendeu "como uma das fundações da família e sociedade."[11] No entanto, ele refutou a estender este direito para além das posses pessoais argumentando que "sob a lei da associação, transmissão da riqueza não se aplica aos instrumentos do trabalho."[12]



"Como, de que forma você responde tal pergunta? Você é um republicano?"

"Um republicano! Sim; mas essa palavra não é nada específica. Res publica; isto é, a coisa pública. Agora, quem quer que seja interessado em assuntos públicos – não importando sob qual forma de governo – pode chamar a si próprio de republicano. Até mesmo reis são republicanos."

"Bom! Você é um democrata?"

"Não."

"O que? "Você gostaria de viver numa monarquia?"

"Não."

" Um constitucionalista?"

"Deus me livre."

"Então você é um aristocrata?"

"Não mesmo!"

"Você quer uma forma mista de governo?"

"Ainda menos."

"Então o que você é?"

"Eu sou um anarquista."

"Ah! Estou te entendendo; você diz satiricamente. Isto é um ataque ao governo."

"De forma alguma. Eu apenas lhe apresentei minha mais séria e bem ponderada declaração de fé. Ainda assim sou um firme amigo da ordem, sou (no sentido forte do termo) um anarquista. Entenda-me."



“”"Diálogo com um Filisteu" de O que é a Propriedade?Como consequência de sua oposição ao lucro, ao trabalho assalariado, à exploração dos trabalhadores, à propriedade da terra e do capital, bem como à propriedade estatal, Proudhon rejeitou ambos capitalismo e comunismo. Ele adotou o termo mutualismo para seu tipo de anarquismo, que implicava no controle dos meios de produção pelos trabalhadores. Em sua perspectiva, artesãos auto-empregados, camponeses, e cooperativas poderia disponibilizar seus produtos no mercado. Para Proudhon, fábricas e outros locais de trabalho grandes poderiam ser administrados por "associações de trabalhadores" operando diretamente com base nos princípios democráticos. O estado seria abolido; ao invés dele, a sociedade se organizaria por meio de uma federação de "comunas livres". Em 1863 Proudhon disse: "Todas as minhas ideias econômicas como foram desenvolvidas a mais de vinte cinco anos atrás podem ser resumidas no termo: federação agrícola-industrial. Todos os meus ideais políticos desaguam em uma formula similar: federação política ou descentralização."



Proudhon considerava ilegítimo os ganhos de juros e de aluguéis, mas não buscou aboli-los através da lei: "Protestei contra isso quando fui criticado... o complexo de instituições no qual a propriedade é a pedra fundamental, nunca quis proibir ou suprimir, por um decreto soberano, o aluguel do solo ou os juros do capital. Penso que todas estas manifestações de atividade humana deveriam permanecer livres e voluntárias para todos. Não peço para elas modificações, restrições ou supressões, de outra forma elas desapareceriam naturalmente e por necessidade através da universalização do princípio de reciprocidade que proponho."[13]









[editar] LegadoAs ideias de Proudhon rapidamente se espalharam por toda a Europa, influenciando organizações de trabalhadores e os mais fortes movimentos sindicais que se manifestaram na Rússia, Portugal, Itália, Espanha e na França. O legado teórico de Proudhon é retomado por outros importantes autores como Mikhail Bakunin, Piotr Kropotkin, Errico Malatesta, Emma Goldman, entre outros que a partir das ideias desse pensador desenvolveram outras perspectivas e análises teóricas. Em Portugal foi traduzido e amplamente divulgado entre os sectores progressistas por Heliodoro Salgado.



Em Confissões de um Revolucionário Proudhon afirmou que Anarquia é Ordem, uma frase que muito mais tarde, durante a Guerra Civil Espanhola inspiraria, o símbolo anarquista conhecido como A no círculo, hoje, muito comum em pichações e grafites presentes na paisagem urbana. Neste símbolo o círculo simboliza a letra "O" da palavra "Ordem", levando em seu interior a letra "A" da palavra "Anarquia".[14]



[editar] ObrasO que é a Propriedade? Pesquisa sobre o Princípio do Direito e do Governo (2012)

Aviso aos Proprietários (2012)

Sistema das Contradições Econômicas, ou A Filosofia da Miséria (2012)

Idée générale de la révolution au XIXe siècle (General Idea of the Revolution in the Nineteenth Century, (2012)

Le manuel du spéculateur à la bourse (2012)

De la justice dans la révolution et dans l'Eglise (2012)

La Guerre et la Paix (2012)

Do Princípio Federativo (2012)

De la capacité politique des classes ouvrières (2012)

Théorie de la propriété (2012)

Théorie du mouvement constitutionnel (2012)

Du principe de l'art (2012)

Correspondences (2012)

Referências1.↑ Binkley, Robert C. Realism and Nationalism 1852-1871. Read Books. p. 118

2.↑ Martin, Henri, & Alger, Abby Langdon. A Popular History of France from the First Revolution to the Present Time. D. Estes and C.E. Lauria. p. 189

3.↑ P.-J. Proudhon, Confissões de um revolucionário, (Paris: Garnier, 1851), p. 271., citado por Max Nettlau, A Short History of Anarchism, pp. 43-44.

4.↑ General Idea of the Revolution in the Nineteenth Century (1851), Sixth Study, § 3 ¶ 5.

5.↑ P.-J Proudhon, What Is Property? (Dover, 1970), p. 109.

6.↑ P.-J Proudhon, What Is Property? (Dover, 1970), p. 92.

7.↑ P.-J Proudhon, What Is Property? (Dover, 1970), p. 120.

8.↑ Proudhon, Selected Writings, p. 70.

9.↑ Copleston, Frederick. Social Philosophy in France, A History of Philosophy, Volume IX, Image/Doubleday, 1994, p. 67

10.↑ Proudhon, Theory of Property in Selected Writings of Pierre-Joseph Proudhon p. 136, p. 129, p. 133, p. 135, p. 129.

11.↑ Steward Edwards, Introduction to Selected Writings of P.J. Proudhon.

12.↑ In Daniel Guérin (ed.), No Gods, No Masters, vol. 1, p. 62.

13.↑ Proudhon's Solution of the Social Problem, Edited by Henry Cohen. Vanguard Press, 1927.

14.↑ Marshall, Peter. Demanding the Impossible. Fontana, London. 1993. p. 558

[editar] Ver tambémMikhail Bakunin

Piotr Kropotkin

Ricardo Flores Magón

Emma Goldman

Charles Fourier

Louis Blanc

Robert Owen

Saint-Simon

[editar] Ligações externas Portal da Anarquia



Anarchisme et franc-maçonnerie - Anarchopedia Francesa (em francês)

Anarchisme et Franc-Maçonnerie, Jacques Cécius dans L'anarchisme: une utopie nécessaire ? Éditions Castells et Labor (em francês)







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