quinta-feira, 30 de setembro de 2010

5631 - LITERATURA DO EQUADOR

História e Ciência
Posts relativos a diferentes concepções da Histórica ao longo dos tempos. Filosofias ou Teorias da História. História da Cultura e das Mentalidades. Episódios históricos. Estruturas e Conjunturas. Publicações no âmbito da História. Sites, ensaios, entrevistas, comentários. Notas. Apontamentos. Posts relativos ao conhecimento científico. CONTACTO: Sandra Cristina Almeida (almeida649@hotmail.com)
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outubro 11, 2003
EQUADOR: romance (histórico) de Miguel Sousa Tavares
Publicado pela Oficina do Livro, o romance Equador de Miguel Sousa Tavares, chegou até ao público com a 1ª edição datada de Maio deste ano.
Para todos aqueles que se interessam pela História de Portugal, em geral, e pela história das colónias portuguesas, em particular, esta obra é uma daquelas que deve ser lida, ainda mais, porque se debruça sobre a questão do trabalho escravo numa época em que a escravatura se encontrava já proibida por lei.

Situando-se nos inícios do século XX, entre Dezembro de 1905 e Janeiro de 1908, o romance tem como personagem principal Luís Bernardo Valença, indivíduo solteiro, dandy nos gostos e hábitos que é convidado pelo Rei D. Carlos para o cargo de Governador-geral de S. Tomé e Príncipe, tendo a sua nomeação como objectivo convencer a opinião pública inglesa, na pessoa do cônsul britânico no local, que a prosperidade vivida por aquela colónia não tinha assento em trabalho escravo, mas antes em mão-de-obra vinda de Angola e devidamente tratada nas roças de São Tomé.

Pela temática inerente à obra e pelas opiniões e textos escritos que tem originado, apresentaremos em posts posteriores excertos de uma entrevista dada pelo autor, assim como consideraremos o tratamento que dela é feito no último número da revista História, quer por José Miguel Sardica, quer por Gerhard Seibert.

Referência bibliográfica:

TAVARES, Miguel Sousa- Equador. Lisboa: Oficina do Livro, 2003.




Publicado por sandra em outubro 11, 2003 02:06 PM

Comentários
Desde sempre foi um romance que me despertou interesse, não só pela história, mas também pelo seu autor que assim iniciava o seu percurso na escrita . Ainda não tive oportunidade de o ler na íntegra, mas já li o inicio. Pareceu-me bem...

Afixado por: VA em outubro 11, 2003 06:51 PM
Muito bem VA.
Se achares por bem vai dizendo alguma coisa. Com o correr da história, vai dizendo (escrevendo por aqui) alguma coisa. Será com toda a certeza um importante contributo o teu.

Sandra

Afixado por: Sandra em outubro 11, 2003 08:50 PM
Quero apenas dizer que ler este livro foi uma maravilha. O enredo prendeu-me deste a primeira à última página, não só na sua vertente histórica como pelas vivências românticas do protagonista. Quero dar os meus maiores elogios ao Miguel Sousa Tavares ( se me é permitido tratá-lo de um modo tão simples), mas à muito que não me "sabia" tão bem ler um romance, ainda por cima escrito por um português. Se já o admirava por outros trabalho, fiquei totalmente rendida à sua escrita.
Aconselho vivamente a leitura deste romance, que me fascinou e quando terminei de ler me deixou uma sensação de nostálgia de querer mais...

Carolina

Afixado por: Carolina Andrade em novembro 10, 2003 01:01 PM
Pura e simplesmente fantástico.

Afixado por: Manuela Fernandes em dezembro 3, 2003 12:45 PM
Pura e simplesmente fantástico.

Afixado por: Manuela Fernandes em dezembro 3, 2003 12:46 PM
Acho o livro absolutamente magnífico e ´grandioso,
foi um dos melhores livros que li nos ùltimos tempos.comparo o poder descritivo do autor com
o meu escritor de eleição Eça de querós.
Parabéns

Afixado por: mariarosaliasilva em dezembro 10, 2003 01:15 PM
Gostaria muito de ver o Miguel escrever um romance sobre Cabinda. Será possível?

N’Zita Henriques Tiago, presidente da FLEC-FAC, radicado em Paris, escreveu pelo Natal uma carta aberta ao povo português :

«É com o sangue no corpo e as lágrimas nos olhos que nos dirigimos a vós,o nobre povo Luso. Nós Cabindas aprendemos a admirar o Infante Dom Henrique, Diogo Cão,Vasco da Gama. Ouvimos falar de El-Rei D. Carlos, do 5 de Outubro e do 25 de Abril. Foi-nos prometido o diálogo, mas ele nunca se consubstanciou. O roubo por parte dos angolanos das nossas riquezas (o petróleo, madeiras, diamantes, ouro, etc..) mantém o povo de Cabinda na miséria, e quem as rouba é o MPLA, com a ajuda da multinacional Chevron Texaco. Eles vivem acima da lei e são impunes às leis internacionais.


«Angola, que nos invade, é o país mais corrupto do mundo, é sem surpresa um dos mais pobres, apesar das riquezas que possui e das que rouba à nação de Cabinda. Em Angola uma em cada quatro crianças morre antes de chegar ao primeiro aniversário.

Assim está o pais que as autoridades portuguesas nos deixaram entregues. Angola recebe em receitas de petróleo 5 biliões de dólares por ano, 4 biliões são provenientes do petróleo roubado à nação de Cabinda. Mas o dinheiro do petróleo só tem enriquecido aos Luandenses. O presidente criminoso Eduardo dos Santos e’ o angolano mais rico do país.

Nós somos um espinho cravado na alma lusitana, que não encontrará sossego enquanto não se redimir do esquecimento a que nos tem votado.

Há novas Aljubarrotas a travar, para que se cumpra o desígnio que vos trouxe até estas paragens.

A História não acabou com a descolonização. A descolonização ainda não acabou.

Há aqui uma diocese escravizada, onde os padres são os melhores amigos do povo. Há ainda a esperança num milagre.

A Independência de Cabinda é uma inevitabilidade histórica, que mais cedo ou mais tarde terá que suceder. Nós sabemos que vós sois o povo de Santo António, da Rainha Santa. Rezai por nós.

Quem tão bem soube aplaudir D. Ximenes Belo, bispo de Dili, também saberá concerteza ouvir D. Paulino Fernandes Madeca, o nosso bispo, quando a todos chama a atenção para aquilo que sofremos. Temos um vigário-geral e temos sacerdotes que são os nossos autênticos anjos da guarda, benzendo-nos e curando-nos as feridas quando caímos por terra, vítimas da violência. Temos, acima de tudo, o desejo de preservar a nossa identidade, que não é a mesma dos congoleses ou dos angolanos. É apenas a de um povo de 600 ou 700 mil almas que tem uma cultura própria,
alicerçada há mais de 120 anos.

Nós vos pedimos que no vosso Parlamento, nas vossas escolas, nas vossas rádios, falai de nós, os Cabindas, aqueles que sofrem mas não desistem, os que preferem ser mártires a claudicar, a ceder.

Em Lisboa, no Porto, no Funchal, em Angra do Heroísmo, falai de nós, ajudai-nos!

Ajudai-nos a lutar pelo que é justo e é devido ao povo de Cabinda!»


Afixado por: Jorge Heitor em dezembro 28, 2003 05:35 PM
O contacto entre Luís Bernardo e Matilde naquelas escadas reacende a chama do romance na literatura portuguesa. A descrição do ambiente vivido pelo Rei D. Carlos no Palácio de Vila Viçosa (cap.II) é simplesmente deliciosa. Dá vontade de ser eu a aceitar o desafio que foi lançado a Luís Bernardo Valença. Parabéns Miguel. Escreva Mais romances por favor! O país precisa. E ainda só vou para o capítulo III!!! (E se creássemos um blogue sobre o livro?)

Afixado por: José Alberto Ortigão de Oliveira em janeiro 8, 2004 12:34 AM
José:
um blog não sei, mas uma lista de discussão quer para debate de questões literárias, quer de questões históricas... ;)
obrigada pela tua colaboração.


Afixado por: Sandra em janeiro 8, 2004 08:23 AM
Sandra:

Para mim ainda é cedo fazer uma lista, pois mal começei a ler o livro. Talvez seja melhor discutir assunto a assunto daquilo que nos tocou mais. Por exemplo: A contradição em Luís Bernardo: "Era, pois, um homem dado a aventuras de saias mas também a melancolias"(pág.12). Aguardo o teu comentário e também o de mais pessoas. Obrigado pela tua sugestão.

Afixado por: José Alberto Ortigão de Oliveira em janeiro 8, 2004 01:15 PM
Jorge:

Não sei se o compreendi mal, mas acho que o que queria dizer era que a descolonização deveria ter salvaguardado a independência de Cabinda. Este é um assunto polémico. A mim, que sou tão novo, diga-me quais são as particularidades económicas, naturais, sociais ou históricas que poderiam fazer de cabinda um território independente?

Maria Rosalia Silva:

Estou plenamente de acordo consigo. A Matilde fez-me lembrar a Maria Eduarda de "Os Maias".

Carolina:

A nostalgia é a vontade de viver uma mesma experiência da mesma maneira como se fosse a primeira vez. Mas atenção: não se agarre muito a isso que pode ter desilusões. Obrigado pelo seu comentário.

Afixado por: José Alberto Ortigão de Oliveira em janeiro 8, 2004 01:26 PM
José:
é só para dizer que estás "formalmente" convidado para dirigires as discussões que daqui para a frente possam existir, aqui no blog, sobre o romance de Miguel Sousa Tavares. Aconselho-te a dar uma vista de olhos por todos os comentários enviados anteriormente e a entrares em contacto com as pessoas respectivas para as trazeres novamente para a discussão.
Quanto a mim vou acompanhando. Quando achar por bem intervir, cá aparecerei.
Aceitas o desafio?

Afixado por: Sandra em janeiro 8, 2004 02:33 PM
A minha experiência com a escrita de Miguel Sousa Tavares resume-se apenas ao livro "Sul", que recomendo. Aí já pude ver a riqueza descritiva da sua narrativa, dado que se trata dum livro de viagens. No meu blog, fiz até dois extractos da obra (posts n.º 128 e 136 ). Depois de ver estes comentários, senti necessidade de ler o "Equador", que já lá anda por casa (leituras da minha mulher).

Afixado por: marcos osório em janeiro 8, 2004 03:56 PM
Em entrevistas que tem dado, Miguel Sousa Tavares explica as razões da valorização do discurso descritivo: influências do seu trabalho como jornalista (e como "escritor de reportagens"). A descrição de ambientes é, neste contexto, absolutamente fundamental. Neste seguimento, "Equador", não poderia fugir "à regra". Antes pelo contrário, pelo conteúdo (estória) do próprio romance.
Quanto à leitura da obra, nesta altura, é um "pecado capital" não a fazer.

Afixado por: Sandra em janeiro 8, 2004 07:11 PM
Sandra:

Aceito o teu desafio. Sobretudo porque sou licenciado em história e pós-graduado em Jornalismo. Não faço mais, portanto, que a minha obrigação. Quanto à situação das colónias portuguesas em si, o livro realça bem um aspecto importante com elas relacionado que é a vontade de D. Carlos em não ter mais nenhum ultimatum. Será que D. Carlos teve mais alternativas que não fosse ceder à Inglaterra o território mais central que separava Angola de Moçambique. O grande problema é que a exploração que tinha sido feita até Serpa Pinto, Brito Capelo e Roberto Ivens, fora muito superficial, no seguimento da tradição portuguesa voltada mais para o mar que para as regiões mais interiores. E uma vez que o exército inglês era muito mais forte acho que não tínhamos alternativa que não fosse evitar a guerra cedendo os territórios que referi. Salazar também podia ter feito o mesmo em 61. Quanto à colónia de S.Tomé e Príncipe, o Problema de D. Carlos era então mais relacionado com a maneira como se encarava a escravatura, a qual era aliás proibida por lei. Será que nós tratávamos assim tão mal os nossos escravos? Uma questão a estudar.

Marcos:

foi uma decisão muito favorável. Já agora convido-o a entrar no debate à medida que for lendo o livro.

Porto, 9/1/2004


Afixado por: José Alberto Ortigão de Oliveira em janeiro 9, 2004 06:30 PM
José:
duas coisas:
1º- também sou licenciada em História, sendo que assim somos colegas ;) (Tenho igualmente um Curso de Especialização em Ciências Documentais, variante Arquivo).

2º- Julgo que a questão relevante não é saber-se se tratávamos assim tão mal os nossos escravos mas antes, reflectir sobre a pratica da escravatura - numa das colónias (aquela que agora nos interessa)- numa altura em que a abolição já se tinha verificado.

Desejo-te toda a sorte na gestão desta tua "nova tarefa": discussão em torno do "Equador". :))

Afixado por: Sandra em janeiro 9, 2004 07:23 PM
A reunião que Luís Bernardo teve com algumas das individualidades da Colónia demonstrou bem qual era a mentalidade portuguesa na altura. Por altura das seu regresso da maior das roças (não fixei o nome) Luís Bernardo apercebe-se junto do trabalhador que o acompanhava da real situação de falta de liberdade prática que imperava:"À força de habitar a sua ausência, ele acabara por decifrá-los, por conhece-los(...)Vira os negros e sua silenciosa resignação, vira os seus corpos, os músculos retesados no limite da capacidade, da exaustão(...)"(pág. 209). Acho que Portugal nunca assimilou muito bem o final da escravatura nas suas colónias. Considero mesmo que o tal contrato de trabalho não passaria de uma formalidade. Luís Bernardo, apesar de nostalgicamente ansiar pelo regresso ao sossego da sua vida em Lisboa, assume uma missão e é, para já, em minha opinião, o representante do Portugal Novo que se estava a construir ainda que não de forma organizada. Tratava-se de mudanças essencialmente mentais. Ao longo da história sempre foi mais ou menos este o desafio do nosso pequeno país. Pena é que fosse e seja o desafio que apenas cabe a uma minoria.
Renovo o meu convite à participação no debate desta página a quem quer que aqui venha.


Afixado por: José Alberto Ortigão de Oliveira em janeiro 19, 2004 08:33 PM
Estou a achar uma certa piada à troca de conhecimentos entre os dois licenciados; Sandra/José.
Só não entendo José é o que queres dizer (em 8 de Janeiro)com a contradição em Luis Bernardo.
Qual contradição? Não entendo bem.

Afixado por: Luis Pinto em janeiro 30, 2004 09:50 PM
Luís,

Considero haver uma aparente, repito, aparente contradição em Luís Bernardo poism, de uma maneira geral, as pessoas melancólicas não são muito dadas a aventuras. São até pessoas bastante prudentes e recolhidas. Mas por outro lado ainda bem que me fazes pensar nessa questão uma vez que poderá dar-se a hipótese de Luís Bernardo ser uma pessoa em verdade melancólica mas que projecta essa melancolia na vida social algo intensa que leva. Não sei se já leste o livro(?) ou se ainda não chegaste à parte em que se descrevem as suas vivências de Luís Bernardo em S.Tomé, mas se se tratar do segundo caso, cedo compreenderás o tipo de pessoa sensível que é o nosso Luís Bernardo. Digo isto porque já li o livro. Porém, uma análise posterior é sempre positiva. Até Breve!

Zé Alberto

P.S.-quem quiser pode entrar nesta discussão. Se o próprio autor nos esclarecesse era óptimo.

Afixado por: José Alberto Ortigão de Oliveira em fevereiro 2, 2004 05:23 PM
José Alberto.
Luis Bernardo é um homem dos séculos XIX e XX.
Tinha 37 anos quando viaja para Vila Viçosa a convite do penúltimo rei de Portugal. Mas é, "principalmente" um homem de Lisboa. E o autor descreve-o como um homem "normal", de vivências assumidas. Relaciona-se com a sociedade que o rodeia e de que faz parte, não esconde os seus amorios com coristas e bailarinas, uma ou outra senhora casada e até com um soprano que passou pelo S.Carlos.Daí não estar de acordo ao dizeres que as "pessoas melancólicas não são dadas a aventuras". Luis pode estar melancólico e não ser melancólico... aliás, viver em S.Tomé, especialmente na época em que é retratada, não é "tarefa" fácil para qualquer pessoa (homem ou mulher)habituada à liberdade da "civilização" e aos prazeres da vida.
Mas, vamos lá, dou-te o benecifio da dúvida... Repara que a revolução francesa, que tanto abalou as sociedades aristocráticas,incluindo os próprios poderes reais que tremeram com as "novas ideias", deve ter incutido um sopro de ar fresco no modo de pensar, especialmente na malta jovem. Muito embora Luis Bernardo não tivesse concluido o curso de Direito, não era própriamente um inculto, antes pelo contrário.É portanto normal que este homem, rodeado na flor da idade por uns imbecis de roceiros que tinham na mira apenas o lucro, estivesse ou andasse "melancólico". Para ele já não deveria fezer sentido a "exploração do homem pelo homem". Isso ressalta no romance "Equador", no julgamento dos revoltosos - sequência, aliás, muito bem escrita - onde se assume defensor dos negros.
Não te prometo grande assiduidade aqui ao blog mas vai expondo as tuas ideias.

Afixado por: Luis Pinto em fevereiro 3, 2004 12:55 PM
Luís,

Subscrevo as tuas palavras.

Zé Alberto

Afixado por: José Alberto Ortigão de Oliveira em fevereiro 3, 2004 03:46 PM
Comentário final e pessoal à obra:

Trata-se fundamentalmente de um livro triste, mas "verdadeiro", que nos mostra até que ponto pode ser valorizado o valor da honra em determinadas circunstâncias de maior tensão. Talvez esta resolução dramática dos problemas fosse um comportamento recorrente relativamente à época que é descrita. Confesso que o livro me surpreendeu bastante uma vez que estava à espera de um fim "cor-de-rosa". Mas a vida deste pequeno país teve sempre destas coisas, destas personagens e destes acontecimentos. Os homens e as nações vivem e actuam em proporção às circunstâncias nas quais se inserem. E, tendo isso em conta, o fim trágico de D.Carlos e da colónia de S.Tomé(a partir de então boicotada) parecia, repito, parecia previsível. Quanto a Luís Bernardo e ao seu fim fica-nos o exemplo de um personagem que se distinguiu pela sua honradez ainda que esta não tivesse sido reconhecida. Espera-se de Miguel Sousa Tavares que nos presenteie com um novo romance.

Afixado por: José Alberto Ortigão de Oliveira em fevereiro 3, 2004 04:00 PM
Fiquei presa da 1ª à última página. Li o livro em tempo recode. No final ficou a sensação de ter lido Eça com final de Camilo. Mas gostei muito. Fazia falta um escritor assim na literatura comtemporanea Portuguesa. Venha o próximo romance...

Afixado por: carla em fevereiro 10, 2004 12:03 PM
Junto com Mau Tempo no Canal de Nemésio, forma a dupla dos melhores romances dos últimos 100 anos

Afixado por: Tiago Bastos em março 15, 2004 05:32 PM
É necessário separar o real do verosímel, e o segundo visita por vezes uma obra literária. A suposta melancolia do personagem principal pertenceria à psicologia e não à história. Da mesma maneira é conveniente não cometermos erros de anacronismo ao julgar comportamentos que manifestam os comportamentos de uma época, a moral pode ser uma ontologia para a filosofia, mas decerto perante a história penso que assumirá um carácter histórico, ou seja dinâmico

Afixado por: Fernando Carneiro em março 15, 2004 06:20 PM
Fernando
De acordo com o que apontas. Mas não levo a mal que se julgue o comportamento de uma época. Todavia esse julgamento é sempre subjectivo porque o pensamento do homem de hoje é diferente do homen de ontem. O que, no passado, pode levar um individuo a dizer ou cometer um determinado acto que ao tempo teria razão de ser, estaria hoje, talvês, na prateleira do anacronismo, ou seja, fora da época. A moral pode ser universalmente válida, estar de acordo com as regras instituidas por um determinado grupo social.Mas a metafísica bem pode estudar a diferença do ser quanto inserido em culturas distintas.E tu sabes as enormes contradições das culturas universais que querem sempre fazer valer a sua "moral" como a mais consistente e a mais lógica. Perente isto, separar o veriosímil do real, não me parece tarefa fácil porque há coisas verosimeis que são plausíveis.
Grande abraço.

Afixado por: Luis Pinto em março 23, 2004 11:08 AM
Fernando
De acordo com o que apontas. Mas não levo a mal que se julgue o comportamento de uma época. Todavia esse julgamento é sempre subjectivo porque o pensamento do homem de hoje é diferente do homen de ontem. O que, no passado, pode levar um individuo a dizer ou cometer um determinado acto que ao tempo teria razão de ser, estaria hoje, talvês, na prateleira do anacronismo, ou seja, fora da época. A moral pode ser universalmente válida, estar de acordo com as regras instituidas por um determinado grupo social.Mas a metafísica bem pode estudar a diferença do ser quanto inserido em culturas distintas.E tu sabes as enormes contradições das culturas universais que querem sempre fazer valer a sua "moral" como a mais consistente e a mais lógica. Perente isto, separar o veriosímil do real, não me parece tarefa fácil porque há coisas verosimeis que são plausíveis.
Grande abraço.

Afixado por: Luis Pinto em março 23, 2004 11:09 AM
Caros Luis e Fernando,

Cai neste Blog por acaso e tendo lido o "Equador" espero so' que o Miguel Sousa Tavares nao esteja a ler as vossas insuportaveis e pretensiosas diatribes literario-filosoficas. Por favor, pelo vosso bem, e pela saude de quem continuar a ler este Blog (que nao eu certamente), nao escrevam nem mais uma linha antes que seja demasiado tarde!
Vasco

PS: Devo confessar que ao fim ao cabo ate me diverti a ler os vossos ensaios. "Erros de anacronismo" e "verosimeis plausiveis", sao divinos....... O poeta Thomas de Alencar dos Maias nao teria dito melhor. Talvez vos desse bengaladas por esse Chiado abaixo....


Afixado por: Vasco Marcal Grilo em março 24, 2004 11:09 PM
Meu Caro Vasco
Ri a bom rir pela tua fulgurosa entrada no Blog. Tu tens razão na divindade dos "verosimeis plausiveis"; mas Alencar não tinha jeito para bengaladas. Carlos sim, força no Damaso.
Espero que voltes.

Afixado por: Luis Pinto em março 25, 2004 09:07 PM
Fabuloso, sou um novatos nestes romances históricos, fiquei deslumbrado com a historia, a escrita, a imaginação....
Um dia após terminar o livro, sonhei meio acordado que aqueles que se me tornaram quase reais, e que continuam, em São Tomé a contemplar as suas pegadas deixadas na areia, ainda com o sabor de beijo salgado na boca.
Pena tive com o final algo trágico, esperava derramar uma lágrima de fantasia, e não o renovado contacto com a já de si entediante realidade.
Boa Miguel Sousa Tavares continue......

Afixado por: Miguel Faria em abril 7, 2004 02:41 PM
Parabens, Miguel Sousa Tavares pelo seu debutar na escrita de Romances. Devo dizer que a príncipio não estava muito receptivo à leitura deste livro. Achava-o grande e tinha para mim que devia ser enfadonho e aborrecido. Mas, e lá vai mais um lugar comum, fiquei completamente rendido de início. É impressionante como Equador consegue prender as nossas mãos e os nossos olhos às suas páginas. Lia o livro à noite antes de adormecer e às vezes até sonhava com a história! Impressionante, nunca me tinha acontecido. Hoje fiquei até às três da manhã colado às páginas e consegui acabar...ao contrário das outras noites, esta correu-me mal. Fiquei completamente de rastos com o fim da personagem principal...aquelas ultimas páginas em que ele ainda acredita no amor de Ann, em que a vai a casa dela para a resgatar, a lealdade de Sebastião até ao último segundo...até agora estou com um nervoso miudinho no estômago.
Este livro é daqueles que merece ser passado para o cinema! Que acham, amigos? Equador no cinema com a nata dos actores portugueses e um grande realizador e com a fotografia do filme A Selva.Depois juntam-se as paisagens de S.Tomé e Principe...era magnífico e um contributo determinante para o cinema português.
Mais uma vez os meus parabéns, Miguel Sousa Tavares.

Afixado por: Ricardo Durand em abril 12, 2004 01:50 PM
Estou a lêr o livro com grande entusiasmo e com muito interesse...vou, sensivelmente a meio e já encontrei alguns anacronismos...
assim, por exemplo, quando na pag.32 se diz que o dia 1 de Novembro é o dia dos mortos, não é verdade, porquanto este é o dia de Todos-os-Santos, sendo que o dia seguinte, 2 de Novembro, é que é o dia de Finados....
ainda em relação a este mesmo dia e no ano de 1905, foi 4ª feira e não domingo...
...a pág.105, diz-se que Angola seria 10 vezes maior que Portugal, quando na instrução primária nos ensinavam que são 14 vezes e meia....
...a pág. 149 fala-se de um delegado do procurador da república, quando em 1905 ainda estávamos em plena monarquia...
Vou lêr com muita atenção o resto do livro na esperança de que estes sejam somente "erros de percurso", se bem que os mesmos não deslustrem em nada o valor da obra....

Afixado por: Marcos Casquinha em abril 12, 2004 03:37 PM
Então meu caro Marcos? Já encontraste mais "erros de percurso"?

Afixado por: Luis Pinto em abril 26, 2004 10:57 PM
não, Luis, não encontrei mais...
primeiro porque me embrenhei na leitura do livro, bastante interessante, e depois, porque a haver mais, e disso não duvido, não tenho conhecimentos e nem hipótese de verificar a veracidade de alguns outros que eventualmente lá estejam....
reitero, entretanto, a ideia já apresentada de que isto não deslustra o valor da livro do Sousa Tavares....

Afixado por: Marcos Casquinha em abril 27, 2004 01:37 PM
Brasileiro que sou dei Equador a vários amigos ... pois ainda nao o tinha lido. De qualquer forma, continuarei a presentear com o MST ... De inicio, sempre simpatizei Luis Bernardo Valença ... concordei com suas ideias, apaixonei-me por Ann, viajei pelas roças com ele, enfim vesti o livro.
O final, entretanto, foi injusto aos criativos, cultos e apaixonados. ...
Parabens de alem mar ao Miguel S Tavares ... ele tem fãs aqui no Brasil.


Afixado por: Humberto Golfieri Jr em dezembro 2, 2004 12:45 AM
este livro e uma caca .. so palha mts folhas .. Escreves Escreves e n dizes nada .. e claro q fico Chateada!! LOL mas o seu livro servio .. foi bastante util qnd faltou papel higienico!! LOLOL arranha um bocadinho n e igual ao scotex mas faz o mesmo efeitO! alias fiquei com u cu culto e dividido tal comuu eQuadOr nalga norte nalga sul!! LOOOOL

Afixado por: Galileu portugues LOLOL em dezembro 22, 2004 02:26 PM
Estou a ler com prazer o livro Equador.
Estou na chegada do navio a S.Tomé.
Observações :
1ª Na viagem para S. Tomé, em 1893, Luís Bernardo leva consigo uma grafonola e discos dos seus compositores preferidos Beethoven, Mozart, Verdi e Puccini.
Os discos planos percursores dos discos de vynil foram patentados por Berliner em 1896 e em 1893 estreou-se a ópera Manon Lesqaut de Puccini a primeira das suas ópera que ficou conhecida.
Não ficam dúvidas quanto à celeridade dos circuitos de comercialização da época !
2ª De facto algo de insólita a dança da viagem :Saída de Lisboa,sem passagem pela Madeira, Luanda Benguela e S.Tomé.
3ª Partida de Benguela há dois dias e no dia seguinte chegará a S. Tomé ou seja num total de viagem de três dias para percorrer cerca de 1.500 km. o que é bastante improvável.
Talvez fosse mais realista adoptar 6 dias e tal ....


Afixado por: José A Pinto em janeiro 4, 2005 11:54 AM
Ja li e reli o "equador"... na verdade, apaixonei-me pelo livro e volto a ele quando me apetece para reler esta ou aquela página apenas pelo prazer de ler e voltar a sentir e reviver de novo as palavras.. as frases.. os personagens.. as vidas e os seus destinos... adorei! Literariamente é muito bom que a literatura portuguesa seja ela qual for seja lida em países com a mesma língua como o brasil, s.tomé, angola etc. algo nos une! e quem sabe se hoje mesmo, uma vez mais não nos apetece ir de novo até ao equador...afinal a mesma frase...
nunca se lê da mesma maneira...
cumprimentos a todos os leitores do Equador,
Maria

Afixado por: Maria Marques em janeiro 25, 2005 03:26 PM
OBRIGADO,Miguel Sousa Tavares por me ter feito sonhar com este belo romance e aguardo com muita ansiedade pelo próximo. MUITOS PARABÉNS.

Afixado por: MONICA GUICHO em janeiro 27, 2005 10:59 AM


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Equador, de Miguel Sousa Tavares


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Capa Banco de Questões
1. (UFBA) [...] Estava uma noite de estrelas, serena e sem nuvens, por vezes até com uma ligeiríssima brisa que agitava ao de leve as folhas das árvores do outro lado do terreiro e que trouxe a Luís Bernardo, de repente, saudades do verão de Portugal. Afundado na sua poltrona de verga, com almofadas de pano cosido à mão, fumando com lento prazer o seu Partagas, Luís Bernardo soltou baixinho um suspiro que tanto podia ser de bem-estar como de acomodação. Mas Maria Augusta devia ter ouvido o suspiro, porque lhe perguntou:
— Saudades de casa?
Ele sorriu, sem querer dar parte de fraco:
— Às vezes sim, mas nada de especial. São mais as noites que são diferentes.
— Acaba por se habituar, vai ver.
[...]
— Que costuma você fazer aqui, em noites destas?
Foi a vez dela suspirar. Ele viu-lhe o peito subir no corpete do vestido, os olhos escuros que brilharam à luz do candeeiro próximo. Sentiu-lhe o corpo a distender-se, um desprendimento, um desejo mal escondido que lhe subia pelas pernas, pela barriga, pelo peito, que brilhava no olhar. A voz era rouca, vinda de longe, de noites e noites como esta, na varanda: — Penso na vida. No que foi, no que podia ter sido e no que há-de ser ainda. Que mais acha que poderia fazer?
— E faz algum sentido?
— O quê? A vida, a minha vida?
— Sim.
— Não me pergunte isso. Essas perguntas não se fazem aqui. De que serviria? Você está cá apenas de passagem, mais ano menos ano, volta para Portugal. A sua vida é lá, aqui é só uma passagem. Mas eu, não: eu vivo cá para sempre, foi o que o destino me reservou. Não escolhi nada nem estou em situação de escolher. Agarro o que passa e quando consigo: são as coisas que vêm ter comigo e não eu que vou ter com elas. Percebe o que digo?
TAVARES, Miguel Sousa. Equador. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004. p. 216-217.

Constitui uma afirmação verdadeira sobre o texto, contextualizado na obra:
(01) Maria Augusta e Luís Bernardo são personagens de ideologias conflitantes, que travam diálogos dissimulados em encontros amorosos.
(02) O diálogo das personagens apresenta uma atmosfera fatalista, que perpassa pela narrativa da vida de Maria Augusta.
(04) A angústia existencial de Luís Bernardo, evidente no fragmento, reflete a conseqüência de um embate político entre ele e Maria Augusta, em que ela expressa atos de violência e autoritarismo arbitrário.
(08) Maria Augusta, como proprietária de roça em São Tomé, é o exemplo do grande proprietário rural que trata o cidadão negro como um ser inumano.
(16) O interesse da personagem Maria Augusta pelo estado de ânimo de Luís Bernardo pode ser considerado como o clímax da narrativa, pois, a partir daí, ela vai inviabilizar o projeto civilizatório dele.
(32) Maria Augusta exemplifica o ser humano que, apesar de isolado no seu espaço geográfico, é detentor de um certo grau de cultura e de autonomia que o torna diferente de outras mulheres da colônia.
(64) Maria Augusta, apesar do pouco convívio com Luís Bernardo, experimenta, com o desenrolar dos fatos, a sensação de ter sido traída por ele nos planos pessoal e político.

RESPOSTA: 02 + 32 + 64 = 98




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5629 - LITERATURA DO EQUADOR

A LINGÜÍSTICA DO SÉC. XX: BALANÇO CRÍTICO

Gustavo Adolfo Pinheiro da Silva (UERJ e UGF)


A primeira das teses fundamentais do Curso de Lingüística Geral de Ferdinand Saussure é, sem dúvida, a oposição língua e fala. Como afirma o próprio Saussure: “Essa é a primeira bifurcação que se encontra quando se procura estabelecer a teoria da linguagem”. (p. 38)

É esse princípio, essencialmente, que estabelece o objeto da lingüística saussureana, inferindo-o do “aglomerado confuso de coisas heteróclitas, sem liame entre si”.

Ao separar a língua da fala, Saussure estabelece ao mesmo tempo um objeto científico e um objeto especificamente lingüístico: um objeto científico, ao se discriminar o que é geral e social do que é exclusivamente individual; e um objeto especificamente lingüístico, separando-se, ao mesmo tempo, nas próprias palavras de Saussure, “o essencial do acessório”. Saussure relega para a fala tudo que julgava ser apenas variantes individuais e, conseqüentemente, não passíveis de um tratamento algébrico ou sistemático, bem como todos os dados não redutíveis a uma pauta sistemática, que poderiam ser tratados por outras ciências que lidam com a linguagem. Saussure desloca, portanto, para fora da lingüística propriamente dita todas as questões em torno do sujeito falante.

Estamos plenamente de acordo com Pêcheux quando afirma que a oposição língua-fala:

Autoriza o reaparecimento triunfal do sujeito falante como subjetividade em ato, unidade ativa de intenções que se realizam pelos meios colocados à sua disposição. A fala como uso da língua, aparece como caminho da liberdade humana; avançar sobre este caminho estranho que conduz dos fonemas ao discurso, é avançar gradativamente do sistema à contingência da liberdade. (1969:10)

A remissão ao sujeito e à situação, a dimensão referencial, em suma, todos os fatores pelos quais a linguagem se faz mediadora entre o homem e o homem, entre o homem e o mundo, entre o espírito e as coisas, transmitindo a informação, comunicando a experiência, impondo a adesão, suscitando a resposta, implorando, coagindo, todos esses fatores, portanto, não fariam parte desse “tesouro” depositado nos “cérebros” dos indivíduos de uma mesma coletividade.

A lingüística estrutural, desde Saussure, colocou-se explicitamente contra a tradição anterior, que dava grande peso à história e à dimensão temporal. A lingüística deste nosso século é marcada por uma forte dicotomização. O informal, o prescritivo, o valorativo, o emotivo, o temporal e tudo aquilo que tem a ver com a produção espaço-temporal de fragmentos de língua acaba relegado ao domínio residual.

Bastou que a oposição língua-fala fosse postulada, para que dela decorressem todas as demais “teses” dessa teoria. As exclusões constitutivas do objeto “língua” (o referente, a situação, o sujeito falante, etc.) instauram a possibilidade de uma “semântica” propriamente lingüística, onde puderam aparecer, por exemplo, questões levantadas por essa categoria de signos presentes em todas as línguas: os dêiticos. Um novo palco onde a noção de dêixis representa um papel relevante passa a ser constituído pela assim chamada “Pragmática”.

Embora nos últimos trinta anos muitos estudos tenham sido colocados como objeto da Pragmática, tais estudos, porém, não têm tido um tratamento equânime, de modo que as reflexões sobre a linguagem apontam diferentes caminhos para a Pragmática. O termo é utilizado por um conjunto de disciplinas tradicionalmente delimitadas, como a Filosofia da Linguagem, a Lógica, a Psicologia, a Lingüística, a Sociologia e a Semiótica.

O próprio limite entre semântica e Pragmática é constantemente discutido. O contextualismo, em oposição ao “literalismo” (Dascal, 1982), defende, em filosofia da linguagem, que o sentido se caracteriza como globalmente ligado ao contexto. Ao contrário, várias teorias exponenciais do sentido procuram salvaguardar uma noção de sentido “literal” ou “independente do contexto” que é necessária quando se quer proteger a autonomia e independência da semântica. A defesa do contextualismo não implica que a teoria da pragmática deva ser vaga e assistemática. Naturalmente que a gramática que importa à Pragmática não é a de Chomsky, mas sim a de Wittgenstein. A gramática de Wittgenstein desenvolve a noção de “gramática profunda”, que é a síntese de todo uso da língua, em sua infinidade e diversidade.

A noção central de toda Pragmática é a de “estratégia”. A gramática profunda da Pragmática não é a gramática profunda da Lingüística, porque em Pragmática são pertinentes estratégias ao invés de regras. As estratégias são regularidades exteriorizadas por uma competência comunicativa.

A semântica clássica opera com um conceito bipolar de racionalidade cujos dois pólos são o pensamento e a realidade. Ao contrário, a Pragmática opera com um modelo triangular: o raciocinar não é determinado por sua relação com o real (desse modo a racionalidade seria reduzida a uma faculdade de reconstrução da verdade), mas pela intermediação de um conceito: o toque pragmático dado a racionalidade implica que as estratégias sejam encaradas como relacionando-se a valores.

A competência discursiva como um mecanismo gerativo, na gramática transformacional, por exemplo, é vista como uma competência de produção. Ao contrário, uma “competência comunicativa” pragmática é uma competência de compreensão.

Wittgenstein (1953) sustenta que na vida e na língua de todos os dias a compreensão funciona ora como interpretação, ora como explicação, ora como tradução. Compreensão para Wittgenstein é uma habilidade extrínseca, não é uma operação puramente psicológica, mas uma operação-no-mundo.

A Pragmática é caracterizada essencialmente pela concepção da dependência contextual do sentido discursivo, da racionalidade dependente do contexto e pela orientação da compreensão.

A Pragmática pressupõe o sujeito em discurso. Em razão dessa atitude reage contra o estruturalismo lingüístico, no qual a subjetividade é afastada da “língua” para a “fala”, não passível de domínio teórico. Tal reação se volta também contra a gramática gerativa chomskyana, onde o “falante-ouvinte ideal” não é o sujeito que fala, mas uma “mente” que se identifica com a estrutura neurofisiológica do cérebro.

Cabe a Benveniste (1966) reintroduzir a subjetividade como uma categoria operacional na teoria lingüística. Benveniste reintroduz a atenção para dêixis (pessoa, tempo, espaço), para o universo do funcionamento do discurso como demonstração (pronomes, demonstrativos), argumentação e persuasão.

Retomando a questão da definição do objeto específico da Pragmática, pode-se dizer que os estudos sobre a linguagem abrigam hoje diversas pragmáticas, o que nos levará a percorrer, sucintamente, por uma diacronia que julgamos relevante para nosso estudo, já que a dêixis é uma questão pertinente à Pragmática.

A consideração dos aspectos pragmáticos da linguagem remonta ao filósofo americano Charles Peirce, um dos iniciadores da Semiótica. Segundo ele, “um signo, ou representamen, é algo que, sob certo aspecto ou de algum modo, representa alguma coisa para alguém” (Peirce, 1972: 94).

Para Peirce, o funcionamento do signo envolve aquilo que o signo representa e aquele para quem o signo representa algo. Isso coloca em cena o usuário do signo.

Outro aspecto tomado como fonte da Pragmática é a distinção feita por Peirce entre ícone, índice e símbolo. De acordo com ele, o índice é:

Um signo ou representação que se refere a seu objeto 0não tanto em virtude de qualquer similaridade ou analogia com ele, nem por estar associado a caracteres que tal objeto eventualmente possui, mas porque se coloca em conexão dinâmica (inclusive espacial) com o objeto individual e, por outro lado, com os sentidos ou memória da pessoa para quem ele atua como um signo. (Peirce, 1972:131)

Nessa passagem, Peirce colocava a questão de que há signos que são interpretados somente em relação aos objetos da situação em que o usuário faz uso da linguagem.

É, no entanto, com Charles Morris (1938, 1946) e Carnap (1942) que se propõe um componente pragmático na teoria dos signos.

Em “Foundation of the Theory of Signs”, Morris propõe a tripartição da Semiótica em sintaxe, semântica e pragmática. A Pragmática investiga a dimensão pragmática da semiose, ou seja, o modo como o signo expressa ser utilizador, já a semântica investiga a maneira como o signo denota seu objeto. O que nos parece relevante aqui é o fato de considerar-se que a dimensão pragmática é governada por um sistema de regras que são independentes das dimensões sintática e semântica e, simultaneamente, correlacionadas com elas.

A abordagem do aspecto pragmático na linguagem se inicia e se desenvolve fora da Lingüística. Com os lógicos e filósofos da linguagem como Bar-Hillel (1954), Austin (1962), Grice (1972,75), Searle (1972), Stalnaker (1972).

Com base nessas fontes, podemos apontar três direções para a Pragmática. Uma que considera o usuário somente para determinar a relação da linguagem com o mundo (referência), outra que considera o usuário enquanto tal na sua relação com a linguagem e uma terceira que vê o usuário como interlocutor.

Ao primeiro tipo de Pragmática (que subordina o usuário ao referente) chamaremos indicial.

Opondo-se a idéia de eminência do sentido, conforme algumas versões do estruturalismo, os lógicos e filósofos têm sustentado que o sentido da linguagem se verifica na sua relação com seus referentes.

Um deslocamento da semântica para a Pragmática vai ocorrer toda vez que, falante e ouvinte, bem como sua localização espaço-temporal sejam considerados como índice desse contexto existencial. A consideração desses índices ou categorias dêiticas (pessoa, tempo, espaço) na descrição do sentido leva a uma Pragmática indicial.

Em “Expressões Indiciais”, Bar-Hillel (1954), na análise de sentenças como:

Este carro é amarelo

Eu viajo hoje.

Afirma que quanto a (1), é preciso saber o lugar em que se disse (1), para se poder decidir sobre o carro referido e, conseqüentemente, afirmar se a sentença é falsa ou verdadeira. Em relação a (2), a sua falsidade ou veracidade está condicionada em se saber quem e quando se proferiu a sentença.

Um segundo tipo de Pragmática desponta no texto de Morris (1976). Para ele a semântica estuda a relação dos signos com os objetos. Ou em sua próprias palavras: “a semântica trata da relação dos signos com seus “designata” e também com os objetos que eles podem denotar ou realmente denotam” (Morris, 1976, p. 38). “E a Pragmática estuda a relação dos signos com seus intérpretes”(Morris,76, p. 50).

Neste caso, observamos uma vertente da Pragmática que tem por objeto a relação linguagem-usuário, mas na medida em que o usuário é visto como intérprete do signo.

Uma terceira vertente da Pragmática é a que considera o usuário como interlocutor. Dentro dessa vertente poderíamos apontar três direções.

A primeira se origina das colocações de Grice em “Meaning”(Grice,72) e em “Logic and conversation”(Grice,75), a Pragmática Conversacional.

Para Grice, a questão do significado lingüístico é considerado como uma função da intenção do enunciador e do reconhecimento desta intenção pelo ouvinte. A questão do significado é, portanto, fundamentalmente pragmática.. O usuário, na sua relação com a linguagem, é visto, desta forma, como interlocutor.

Em “Logic and conversation”(1975), Grice considera a existência de certos princípios gerais que regulam o modo pelo qual, numa relação de conversação, o ouvinte pode reconhecer a intenção do locutor. Para ele a conversação é regida pelo princípio da cooperação que subsume quatro máximas: 1. qualidade, 2. quantidade, 3. relação e 4. modo. (Grice,1975:45-46).

1. Qualidade: Não diga o que acredita ser falso. Não diga aquilo para o que você não pode fornecer evidência adequada.

2. Quantidade: Faça com que sua contribuição seja tão informativa quanto requerida. Não faça sua contribuição mais informativa do que é requerida.

3. Relação: seja relevante.

4. Modo ou Maneira: Seja claro, evite obscuridade, evite ambigüidade, seja breve, seja ordenado.


Vejamos num exemplo a máxima da relação: seja relevante (Grice, 75:46). O ouvinte da sentença:

Como hoje está frio!

Na situação:

Falante e ouvinte estão numa sala com todas as janelas abertas e ambos estão agasalhados, conversando sobre futebol.

Vai desenvolver um raciocínio do seguinte tipo:

Eu sei que está frio e tudo indica que ele sabe que eu sei que está frio.

Então, se ele disse que está frio é porque ele quer dizer outra coisa.

As janelas abertas aumentam o frio da sala.

Então, ele está pedindo que eu feche as janelas.

Desse modo, o sentido do que o falante diz é aquele que o ouvinte infere, considerando a situação em que o que se disse foi dito e as máximas conversacionais.

Ressalta-se que Grice dá grande valor à função informativa da linguagem. Chega a considerar a máxima da qualidade (diga a verdade) como uma super-máxima (75:46). Assim, embora seja esta uma Pragmática que considera os usuários enquanto interlocutores, no entanto ainda considera a função informativa (referência) como essencial na linguagem.

Esta teoria, embora goze até hoje de bastante prestígio, é fácil perceber que não dá conta de toda “malícia” e “manipulação” tão presentes na interação verbal: estamos constantemente “jogando”, “blefando”, simulando, ironizando, fazendo alusões e criando subentendidos, fenômenos nem sempre explicáveis apenas com base nas máximas conversacionais.

Na mesma linha de uma pragmática da interlocução, temos uma segunda direção, a Pragmática ilocucional. Ressalta-se aqui a Teoria dos Atos de Fala desenvolvida, inicialmente, por Austin e depois, por Searle.

A principal contribuição de Austin foi a idéia de que a linguagem deve ser tratada fundamentalmente como uma forma de ação, e não de representação da realidade. O sentido de um enunciado não pode ser estabelecido apenas através da análise de seus elementos constituintes. Ao contrário, são as condições de uso do enunciado que determinam o seu significado.

Ao se proferir enunciados tais como “eu declaro”, “eu peço desculpas”, “eu aposto”, “eu te batizo”, “eu nomeio”, “eu condeno”, “eu prometo”, etc., a intenção não é a de se fazer afirmações falsas ou verdadeiras. Esses enunciados não são usados para informar, mas para realizar vários tipos de ação. E Austin nos diria mais: Dizer

- Declaro encerrada a sessão.

não é informar sobre o encerramento da sessão. É encerrar a sessão.

Austin dividiu os enunciados em constativos (enunciados de relato) e perfomativos, isto é, o enunciado cujo verbo aparece na primeira pessoa do tempo presente. Os perfomativos não podem ser analisados quanto à verdade ou falsidade. Somente quanto às condições de felicidade.

Austin chegou à distinção de três tipos de ação lingüística:

Ato locucionário - enunciado com determinado sentido ou referência.

Ato ilocucionário - o falante atribui a esse conteúdo proposicional uma determinada força: a realização de uma afirmação, oferecimento, promessa, ordem, num determinado contexto.

Ato perlocucionário - o falante exerce certos efeitos sobre o ouvinte por meio do enunciado

Destes atos, os ilocucionais tornam-se o centro de grande número de trabalhos sobre a linguagem. Esse tipo de ação lingüística não é uma ação que é conseqüência do que se diz. A ação ilocucional é feita ao se dizer o que se diz. Assim, dizer “declaro encerrada a sessão” é encerrar a sessão.

A Pragmática ilocucional é também uma Pragmática da relação falante-ouvinte, tal a de Grice, mas diversa num aspecto. A Pragmática ilocucional não considera a função informativa como a função fundamental da linguagem. Aqui a linguagem é vista como ação entre os interlocutores.

Searle, discípulo de Austin, na década de sessenta, questionou a taxionomia proposta pelo mestre, criticando, principalmente, o fato de que a classificação inicial baseava-se em verbos ilocucionários e não em atos ilocucionários. Ele também não se propõe a definir a expressão “atos ilocucionários”. Em lugar disso, analisa um ato ilocucionário específico para estabelecer as bases para uma definição futura. O ato ilocucionário seria a unidade mínima da comunicação lingüística e, ao realiza-los, estamos nos envolvendo em formas de comportamento governado governadas por regras. Em uma situação típica de fala, pressupõe-se de um falante, um ouvinte e um proferimento por parte de um falante. São vários os tipos de atos associados a este proferimento: declarações, perguntas, ordens, cumprimentos e outros.

A noção básica introduzida por Austin “o enunciado X conta como Y” é também adotada por Searle, que a define como a condição essencial para que um ato de fala funcione como tal. Além disso, Searle propõe as condições de felicidade: a construção conjunta das várias forças ilocutórias atuantes. Classifica-as em quatro tipos de condições: as condições preparatórias, as condições de sinceridade, a condição de conteúdo proposicional e a condição essencial.

Os pedidos (classificados como diretivos) apresentam as seguintes condições de felicidade:

Condição preparatória: o ouvinte (H) é capaz de fazer A.

Condição de sinceridade: O falante (S) quer que o ouvinte (H) faça A.

Conteúdo proposicional: O falante (S) pressupõe um futuro ato A por parte do ouvinte (H).

Condição essencial: Conta como uma tentativa do falante (S) em faão essencial: Conta como uma tentativa do falante (S) em fazer com que o ouvinte (H) faça A.

S= speaker (locutor)

H= hearer (ouvinte)

A= act (ato)

Searle propõe a seguinte tipologia dos atos de fala:

1. representativo - compromete o falante coma a verdade expressa na proposição (dizer,asseverar).

2. diretivo: tenta levar o interlocutor a fazer algo (pedir, mandar, ordenar).

3. comissivo: compromete o falante como uma ação futura (prometer, ameaçar).

4. expressivo: expressa um estado psicológico (agradecer, congratular).

5. declarativo: muda o estado institucional, tende a se apoiar em instituições extralingüísticas ( excomungar, declarar guerra, condenar, demitir)

Diversas críticas foram feitas à proposta de Searle: a) Em primeiro lugar, quanto à própria tipologia, que não cobriria toda gama de atos de fala usados no dia a dia. b) Outra crítica diz respeito à separação entre expressão lingüística (sentença) e o seu uso no contexto (enunciado), c) É preciso também observar que todo ato de fala é simultaneamente locucionário, ilocucionário e perlocucionário, pois sempre que se interage através da língua, profere-se um enunciado lingüístico dotado de determinada força. Esse enunciado produz no interlocutor certos efeitos, ainda que não aqueles que o locutor tinha em mente, pois a interpretação depende de crenças mútuas contextuais.

Quando se fala em Teoria dos Atos de Fala, vem à baila a dicotomia - atos de fala diretos e indiretos. O ato de fala direto é realizado através de formas lingüísticas especificadas como certos tempos ou modos verbais, dadas expressões estereotipadas, determinados tipos de entoação. Empregam-se, por exemplo, expressões como “por favor”, “por gentileza” para fazer pedidos, solicitações, dar ordens.

O ato de fala indireto é aquele em que uma força ilocucionária é obtida indiretamente por meio de um outro ato (Searle, 1969). Há muitos casos em que o falante realiza um ato de fala que pode, ao mesmo tempo, significar literalmente o que expressa na proposição, e indicar um conteúdo proposicional diferente, ligado a outra força ilocutória. No tão citado exemplo “Você pode me passar o sal?”, o significado pode-se tornar ambíguo por não se saber, em princípio, se o enunciado é apenas uma pergunta ou um pedido. Searle propõe regras de inferências com base em Grice, abrangendo atos de fala indiretos, ironia e metáfora. Defende que nos atos de fala indiretos os falantes comunicam mais do que aquilo que realmente dizem, confiando no conhecimento das condições de felicidade. O uso de “poder” no exemplo de passar o sal acima seria uma referência à condição preparatória.

Um ponto importante na teoria dos atos de fala é a noção de sentido literal e não-literal dos enunciados. Sentido literal é o mesmo que dizer sentido próprio, básico, a partir do qual o sentido das expressões lingüísticas, em qualquer situação possa ser apreendido. Sentido não-literal, por sua vez, refere-se àquele cuja interpretação exige inferência por parte do interlocutor. No caso, os atos de fala indiretos seriam exemplos de sentido não-literal.

Entre as críticas que se fizeram ao tratamento de Searle para os atos indiretos, temos o fato de que os enfoques inferenciais falham em explicar por que motivo os falantes preferem fazer verdadeiras “contorções” com os atos indiretos em lugar da simplicidade das expressões diretas. Assim, por exemplo, em Labov e Fahshell mostra-se a necessidade dos mitigadores, em Brown & Levinson expõe-se o modelo do pessimismo interacional, com a pressão das estratégias de polidez.

Uma saída radical contra as teorias da força literal seria admitir que não existe força literal alguma. O que existe é um problema de mapear a força dos atos de fala em sentenças num contexto. A força ilocucionária seria inteiramente pragmática. A semântica teria papel mínimo, com significados muito amplos, baseados nos três tipos básicos de sentença: afirmativa, interrogativa, imperativa, que têm força ilocucional embutida. Assim, por exemplo, a sentença interrogativa seria uma proposição aberta, limitada pelo conjunto de respostas apropriadas.

Uma terceira via desenvolvida, entre outros, por Ducrot, Anscombre e Vogt, e que teve como fontes imediatas os trabalhos de Austin e Benveniste, é a que poderíamos chamar Semântica da Enunciação.

Para Ducrot, numa vertente vinda de Benveniste, o falante, ao produzir seu discurso, constitui-se como enunciador, constituindo, simultaneamente seu interlocutor. Ressalta ainda a concepção da linguagem como ação e, de modo particular, a importância da ação ilocucional. Cabe ressaltar aqui sua concepção de ato ilocucional como um ato jurídico (Ducrot, 1972: 77), através do qual o enunciador altera sua relação com o enunciatário.

Quando um chefe, por exemplo, diz ao seu subordinado:

- Feche a porta.

enunciador e enunciatário têm sua relação alterada. O enunciatário está na situação de cumprir ou não uma ordem do enunciador. Situação na qual não se encontrava antes.

Esta concepção de ato ilocucional possibilita resolver adequadamente problemas como o da caracterização da ordem como um ato que exige uma relação hierárquica previamente estabelecida.

Neste mesmo espaço de considerações, coloca-se o trabalho de Carlos Vogt. É interessante observar, no entanto, sua concepção de ato ilocucional como ação dramática. Desse modo, a ação ilocucional é uma ação na qual o locutor se representa de certo modo na sua relação com o interlocutor (Vogt, 1980).

Tem-se aqui uma Pragmática da relação enunciador-enunciatário. Temos uma Pragmática dialógica, onde o aspecto pragmático é essencial para a significação.

Em suma, este trabalho representa um esforço de síntese sobre o estado atual da arte. As teorias sobre a enunciação lingüística abriram um largo horizonte, redimensionando os estudos da linguagem humana.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:

AUSTIN, J.L. How to do Things with Words. New York: Oxford University Press, 1962.

Bar-Hillel. Expressões Indiciais. In: DASCAL, Marcelo. Fundamentos metodológicos da lingüística. Campinas: Edição do Autor, vol IV. Pragmática, 1982.

BENVENISTE, Emile. Problèmes de linguistique générale. Paris: Gallimard, 1966.

DASCAL, Marcelo. Fundamentos metodológicos da lingüística. Campinas: Edição do Autor, vol. IV. Pragmática, 1982.

GRICE, H.P. Lógica e conversação. In: DASCAL, M. Fundamentos metodológicos da lingüística. Campinas: Edição particular, 1982.

PÊCHEUX, Michel. Analyse automatique du discours. Paris: Dunod, 1969.

PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica e Filosofia. São Paulo: Cultrix, 1972.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística Geral. São Paulo: Cultrix / Edusp, 1969.

SEARLE, J. Speech Acts. Cambridge: Cambridge University Press, 1969.

SILVA, Gustavo Adolfo Pinheiro da. O Estruturalismo e a Teoria Gerativo-Transformacional - Fundamentação teórica. Petrópolis: Vozes, 1983.

VOGT, Carlos. Linguagem, Pragmática, Ideologia. São Paulo: Hucitec / Funcamp, 1980.

WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. São Paulo: Abril, 1975.



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5628 - LITERATURA DO EQUADOR

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Cultura de Equador
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Equador é uma nação multiétnica e pluricultural. Sua população ultrapassa os 12,6 milhões de habitantes. Dela, mais de cinco milhões e médio vivem na Sierra. Na costa do Pacífico a cifra acerca-se aos seis milhões e médio. Na Amazonía há mais de 600 mil habitantes, e em Galápagos cerca de 17 mil.

Teria que considerar a diversidade étnica e regional do Equador para analisar sua cultura. Etnicamente isto este marcado pela presença de mestizos, indígenas, afroecuatorianos, e descendentes de espanhóis; bem como regiões como são a costa, a sierra, o oriente e a região insular, todas estas com especificidades muito ricas.

Índice
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1 Etnias de Equador
2 Dialectos e línguas de Equador
3 Música de Equador
4 Festas populares
5 Religião em Equador
6 Literatura de Equador
7 Cinema de Equador
8 Gastronomia de Equador
9 Arte contemporânea no Equador
10 Instituições estatais culturais
11 Artistas contemporâneos
12 Desporto
13 Enlaces externos


Etnias de Equador
Em suas três regiões continentais convivem 14 nacionalidades indígenas com tradições diversas e sua própria cosmovisión. As nacionalidades indígenas amazónicas mais conhecidas são: Huaorani, Achuar, Shuar, [[Cofán, Siona-Secoya, Shiwiar e Záparo. Os tagaeri, parentes dos huaorani, conformam outro povo da zona mas este foi declarado como “intangible” pelo Estado, em respeito a sua vontade de viver afastados da civilização.

Na sierra, nos Andes e no austro, estão os quichuas da sierra com povos como os otavalos, salasacas, cañaris e saraguros. Em parte-a norte encontra-se a comunidade dos AWA. Na costa do Pacífico estão os Chachis, Cayapas, Tsáchilas e Huancavilcas. Nas cidades e povos vivem principalmente mestizos, alvos e afroecuatorianos, ainda que também se dão importantes migrações do campo à cidade, o qual tem gerado problemas como o crescimento dos suburbios e bairros marginales, falta de moradias, escolas e colégios, desemprego e delincuencia, entre outros.

O idioma oficial do país é o castelhano, mas há numerosas línguas indígenas como o quichua, shimi, awapit, cha´palachi, tsafiqui, paicoca, a´ingae, huaotirio, shuar-chicham e záparo. A religião predominante é a católica, mas muitos povos ainda conservam suas crenças centenarias, que rendem culto à terra, aos nevados ou ao sol.

As comunidades indígenas do Equador estão em sua maioria integradas dentro da cultura estabelecida a diferentes níveis, mas algumas comunidades ainda praticam seus próprios costumes, particularmente no mais remoto da Cuenca Amazónica.

Por outro lado estão os afroecuatorianos. Principalmente encontram-se duas concentrações fortes de população afrodescendiente no país. Por um lado está a que existe na costa norte na província de Esmeraldas e por outro temos à que vive no Vale do Chota, entre as províncias de Imbabura e Carchi. Os afroecuatorianos habitam de todas formas em todas as regiões do país, com especial concentração nas grandes cidades da costa e da sierra norte.

A maioria da população equatoriana se autoidentifica como mestiza ainda que existem alguns que preferem aderir a um legado cultural basicamente branco/europeu, principalmente nas grandes cidades, assim também como existem mulatos, zambos e diversos pequenos grupos de imigrantes de outros países e continentes.

Dialectos e línguas de Equador
Ver artigo principal: Dialectos do Equador

Principalmente fala-se espanhol no Equador, mas este tem variantes locais bem como modalidades de acordo à etnia, a classe social ou a alternativas cidade/área rural. O acento serrano é muito diferente ao costeño ainda que usam-se modismos comuns. De todas formas costumam ter palavras especificas às regiões.

Dentro da costa, por exemplo em Esmeraldas, fala-se o dialecto costeño equatoriano com uma variante levemente africanizada. Principalmente tende-se a falar na costa uma version equatoriana do Espanhol equatorial. Leste pode variar muito dependendo a classe social e o âmbito urbano ou rural.

Na sierra fala-se a version equatoriana do Espanhol andino. Este caracteriza-se pelo uso de quichuismos ou palavras prestadas do quichua e também uma clara influência quichua na pronunciación. Existem variantes regionais do dialecto andino equatoriano. Por conseguinte destaca o dialecto da sierra norte nas províncias de Imbabura e Carchi ou como diriamos coloquialmente o acento pastuso. Também existe o dialecto morlaco de Azuay e Cañar. Desde Pichincha até Chimborazo mantém-se um acento constante de sierra central. Também a classe social determina como se fala o dialecto serrano equatoriano. Costuma existir nas classes adinerada serrana a tendência a tratar de evitar a influência quichua e os quichuismos na fala.

Os indígenas falam uma variedad de idiomas como o shuar, o huaorani, o tsáchila e outros, ainda que o grupo étnico maior é claramente o quichua hablante. De todas formas se diz que o quichua da sierra sul é muito diferente que o da sierra norte ou o dos quichuas do oriente. Usualmente são bilingues e falam sua língua indigena junto com o dialecto de seu region.

Música de Equador
Artigo principal: Música de Equador
A música do Equador varia dependendo da etnia, a região e a classe social. Na sierra impõe-se uma herança incaica / quichua junto com o infaltable legado espanhol. Por conseguinte temos ritmos serranos mestizo/indígenas como o albazo, o sanjuanito e o yaraví. Existe a música dos afroecuatorianos como a do Vale do Chota na sierra, a Bomba do Chota e dos afroesmeraldeños acompanhada com marimba. A costa tem ao vals costeño parecido ao vals peruano. Existem ritmos que traspassam as regiões como o corredor ou o pasacalle. As etnias indígenas têm variados tipos de música muito diversa.

Músicos equatorianos:


Julio Jaramillo
Festas populares
Uma das mais importantes a nível nacional é as festas de Guayaquil, caracteriza-se pelas celebrações organizadas pelo prefeito Jaime Nebot Saadi. Desfiles, dances, concertos com os grandes artistas do momento, festas, exposições, apresentam-se em duas datas: o 25 de julho e o 9 de outubro, também temos as festas de Quito que se caracterizam pela presença das bandas de povo e as tarimas de concertos em diversos pontos da cidade. Celebram-se já desde fins de novembro e culminam o 6 de dezembro, dia da fundação espanhola e o 5 de dezembro durante esta época se celebra a Feira de Quito "Jesús do Grande Poder" bem como se efectuan concertos de diverso tipo de música e desfiles com várias expressões culturais. Destacam também a presença de chivas, as quais transportam a gente dançando ao som de uma banda de povo.

Outra festa muito importante é o carnaval. Este celebra-se em quase todo o país mas destacam em nível de assistência o carnaval de Ambato e o de Guaranda. Recentemente tem-se popularizado o Carnaval de Coangue no Vale do Chota no qual destaca a apresentação de bandas de Bomba do Chota]]. É típico do Equador o molhar-se e molhar com água a outras pessoas em época de carnaval.

Também nos povos indigenas é muito tradicional o celebrar o Inti Raymi agradecendo as cocechas do ano. Destaca o Inti Raymi da cidade de Otavalo o qual é o mais em massa do país.

Outras festas que atraem a visita de muitas pessoas a nível nacional são a da Mama Negra de Latacunga, as do Yamor em Otavalo e o Passeio do Chagra de Machachi. Existe uma enorme quantidade de festas populares locais nas quais costumam destacar as bandas de povo e outras expressões culturais. Calendário de festas do Equador as festas populares na amazonia são de muita importamcia em a identidade de nosso Equador Intercultural que não se tomou em quanta ainda nos últimos anos apesar das promoções realizadas pelas autoridades amazonicas. As Nacionalidades indigenas têm a sua ter importantes manifestações que devem ser conhecidas pelos equatorianos e estrangeiros em diferentes datas do calendário nacional.

Religião em Equador
Ficheiro:Quito 012.jpg A Virgen do Panecillo. Estátua religiosa símbolo da cidade de Quito localizada em uma loma no centro histórico da cidadeO culto com o maior número de adherentes no país é o catolicismo, ainda que com uma clara e sustentada tendência a diminuir através dos anos. Dentro do catolicismo popular é importante o culto que têm santos e vírgenes locais entre os que destacam a Virgen da Graça, a virgen do Quinche, ou a Virgen do Cisne.

Recentemente têm cobrado importância alguns cultos protestantes evangélicos, os que incrementam seu número de fiéis a costa da constante diminuição dos católicos.

Os povos indígenas têm cosmovisiones complexas de origem prehispánico que às vezes se sincretizan com o catolicismo. No caso específico dos quichuas existe uma matriz andina inca que encontra correspondência em Peru e Bolívia. Os afroecuatorianos não têm cultos específicos, mas sim formas especificas de render culto dentro do catolicismo.

Existem numerosos ateus e seu número cresce constantemente. Também existem cultos minoritários como o budismo.

Literatura de Equador
A literatura equatoriana caracterizou-se por ser essencialmente costumbrista e, em general, muito unida aos acontecimentos exclusivamente nacionais, com narrações que permitem vislumbrar como é e se desenvuelve a vida do cidadão comum e corrente. De maneira muito certera, poderia dizer-se que Equador não tem dado literatos cujos livros se vendam em massa a nível mundial. Talves o escritor mais famoso a nível mundial é Jorge Icaza sobretudo devido a sua novela Huasipungo. Esta trata da exploração e sometimiento dos indigenas nas fazendas serranas.

Outros escritores equatorianos têm conseguido ser mediamente conhecidos no contexto internacional, especialmente nos países hispanohablantes ou iberoamericanos. Entre estes temos a Juan Montalvo, José da Quadra, Joaquín Galegos Lara, Pablo Palácio, Demetrio Aguilera Malta, Alfredo Casal Diezcanseco, Adalberto Ortiz, Nelson Estupiñán Bass, Francisco Tobar García, Alfonso Rumazo González, Lupe Rumazo, Nela Martínez Espinosa, Alicia Yánez Cossío, José Martínez Queirolo, Javier Vásconez, Miguel Donoso Casal, Jorge Enrique Adoum, Carlos Carrión, Agustín Gruta, Eliécer Cárdenas, María Fernanda Espinosa, Fanny Carrión de Fierro, Edna turralde, etcétera.

Um dos aspectos mais interessantes das letras equatorianas, é que estas têm produzido uma quantidade notável de boa narrativa, com autores que conseguiram fotografar a idiosincrasia criolla e plasmarla em seus relatos. Ninguém poderia dizer, pese à crudeza de seu conteúdo, que por exemplo as novelas de Jorge Icaza não são um retrato muito habilmente fabricado das horríveis penúrias do indígena da sierra equatoriana. Icaza translada ao leitor ao palco que descreve e inclusive utiliza a mesma linguagem que têm os protagonistas na vida real.

Mas a literatura equatoriana não se limita unicamente a Icaza e o indigenismo. Também existem outros grandes expositores da mesma, como Alfredo Casal Diezcanseco, quem destacou mais que nada como novelista. Este, em contraposição a Jorge Icaza, criou novelas essencialmente urbanas, nas que aflora a denúncia social. Também foi um grande historiador. Se seguimos na senda da novela dedicada à denúncia social, é imprescindible nomear a Joaquín Galegos Lara, cuja obra, ainda que breve, é magistral ao aludir aos problemas que pressionam à classe operária e a brutal exploração que esta sofre a mãos de empresários inescrupulosos. Em "As cruzes sobre a água" narra o pior massacre operária ocorrida na história do Equador (1922). Demetrio Aguilera Malta, em mudança, foi mais que nada um novelista costumbrista ainda que também muito multifacético. Em seus escritos descreveu ao "montubio", o típico camponês mestizo da costa equatoriana. Entre as mulheres que escrevem está Alicia Yánez Cossío, dona de uma considerável produção narrativa, na que se inclui a novela "Sei que vêm a me matar", uma notável biografia do tirano Gabriel García Moreno e seus crueis e desumanos excessos enquanto era presidente de Equador.

Cinema de Equador
Artigo principal: Cinema de Equador
Existe em Equador uma longa história de produção cinematográfica, na que se incluem curtos e documentales factos ao longo do século XX. Desgraciadamante e pese à qualidade ou o valor histórico de algumas dessas contribuições culturais, até agora o cinema deste país neste país não tem tido maior repercussão (com certas excepções).

Poderia afirmar-se que a produção de cinema no Equador começou na década de 1920, com a produção do primeiro largometraje argumental equatoriano: O tesouro de Atahualpa, dirigido pelo chileno Roberto Saa Silva e produzido pelo equatoriano Augusto San Miguel. Ademais, na mesma década, o italiano Carlos Crespi dirigiu o importante documental Os invencibles shuaras do alto Amazonas.

Gastronomia de Equador
Artigo principal: Gastronomia de Equador
A gastronomia de Equador caracteriza-se por sua diversidade, a qual varia de acordo a região geográfica. As três principais regiões gastronómicas do Equador são: costeña, andina e amazónica. Também existem platos que são populares a nível nacional como a guatita, arroz com menestra, caldo de salchicha, ceviche, encebollado, patacón pisao, seco de chivo, fritada, sancocho de bagre, bolón de verde, entre outros; a maioria de de os quais são de origem costeño. Entre os platos netamente costeños temos os muchines de yuca, a arroz guayaco, corviche, bandeira, encocado, sancocho, entre outros.

Na region andina ou Sierra destaca-se a presença de platos populares como o seco de frango, o cuy estufado, quimbolitos, humitas, tamales, hornado, llapingachos, yahuarlocro, menudo, tripamishqui, locro, caldo de 31, chugchucaras, mote pillo, tostado, entre outros. Em licores encontramos às pontas, ou o pássaro azul de Guaranda. Como na Costa, esta região tem desenvolvido uma extensa e diversa cultura gastronómica, que se pode subdividir de acordo à cada província ou zona.

Na região oriental ou Amazónica vê-se mais uniformidad na preparação de platos com a gastronomia serrana. Ademais destaca-se a preparação de carnes como a guanta e outros animais da selva; peixes, e plantas típicas da região.

Arte contemporânea no Equador
Entre as organizações culturais independentes sem fins de lucro destaca-se a arte.html Fundação Centro Equatoriano de Arte Contemporâneo (CEAC), que desde 1995 tem posto em marcha uma série de projectos de intercâmbio, investigação e promoção da arte contemporânea do país. O CEAC tem conformado um valioso [Arquivo]http://centroecuatorianodeartecontemporaneo.org/HTML/ARTISTAS/artistas.html audiovisual aberto para consulta da produção artística contemporânea do Equador.

Outro organismo independente do Equador é Experimentos Culturais. Este colectivo artístico, além de trabalhar em seus projectos artísticos e de investigação, tem consolidado durante seis anos a página site - arquivo importante de arte contemporâneo do Equador: www.experimentosculturales.com.

Instituições estatais culturais
Existem instituições governamentais que se encarregam da cultura em Equador. Estas são: a Casa da Cultura Equatoriana, o Banco Central do Equador e o Ministério de Cultura de Equador (recentemente criado), dedicadas à constituição e protecção do património cultural.

Artistas contemporâneos
Jenny Jaramillo
Juan Ormaza
PCCP - pan com bicha produções
Patricio Ponce
Marco Alvarado
((Armando Romero e o grupo Kaaoba))
Desporto
O desporto mais praticado e seguido no Equador é o futebol. Os clubes profissionais mais populares são, em ordem segundo o número de seu fanaticada: > Barcelona, Emelec, Une de Quito, O Nacional, Aucas, entre outros.

O futebol também é praticado em massa e são muito comuns as unes barriales e das cidades.

Também são praticados e seguidos o basketball, e o volleyball. Existe uma variante equatoriana do volleyball conhecida como ecuavolley. Esta se caracteriza por ser jogada só por 3 jogadores por equipa e por ter a malha em um lugar bem mais alta que a do volleyball convencional. Outros jogos e desportos nacionais são a pelota nacional e os jogos de cocos.

Enlaces externos
Ministério de Cultura de Equador
Portal Arqueologia Ecuaotriana
Portal de Arte e Cultura do Equadorem:Culture of Equador
Obtido em "http://pt.wikilingue.com/es/Cultura_de_Equador"
Categoria: Cultura de Equador

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Morre Jorge Adoum, ícone da literatura do Equador
Plantão | Publicada em 03/07/2009 às 21h47m
Reuters/Brasil Online
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QUITO (Reuters) - Jorge Enrique Adoum, o escritor que descreveu o seu país, o Equador, "como um país irreal limitado por si mesmo, cortado por uma linha imaginária", morreu nesta sexta-feira, aos 83 anos, depois que problemas de saúde o mantinham internado em uma clínica privada.

Autor de vários romances e ganhador de prêmios latino-americanos, Adoum foi durante dois anos secretário privado do Nobel de literatura Pablo Neruda, no Chile, onde se formou em Direito e Filosofia.

Neruda afirmou certa vez que em Adoum o Equador tinha o melhor poeta da América Latina, segundo o site www.jorgeenriqueadoum.cce.org.ec

O seu romance "Entre Marx y una mujer desnuda" (Entre Marx e uma mulher nua), de 1976, deu a ele no México o Prêmio Xavier Villaurrutia.

(Por Alexandra Valencia)


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Equador - História, Geografia e Cultura
Dom, 21 de Setembro de 2008 15:34 EmDiv



A linha imaginária que divide o globo terrestre nos hemisférios norte e sul atravessa toda a extensão do país a que deu nome. No Equador se localizam parcialmente dois colossos da geografia americana: a cordilheira dos Andes e a bacia amazônica.

Situada na porção noroeste da América do Sul, o Equador tem superfície de 272.045km2, incluídos os quase oito mil ocupados pelas ilhas Galápagos. Limita-se ao norte com a Colômbia, ao sul e a leste com o Peru e a oeste com o oceano Pacífico. O Equador reclama como seu o território amazônico, até o rio Marañon, perdido para o Peru na guerra de 1941.

O território equatoriano é recortado por duas cadeias paralelas pertencentes à cordilheira dos Andes: as cordilheiras Oriental e Ocidental, que dividem o país em três regiões principais: o litoral, a região andina e o interior, este coberto de florestas tropicais. Do ponto de vista geológico, o território pode ser dividido em quatro elementos: zona costeira, constituída por sedimentos cretáceos e cenozóicos marinhos e continentais; cordilheira Ocidental, formada por rochas metamórficas pré-cretáceas e vulcânicas cretáceas; cordilheira Oriental ou Real, de cuja constituição participam rochas metamórficas e ígneas antigas, sedimentos paleozóicos e rochas ígneas cretáceas; e a planície amazônica, formada por rochas ígneas e sedimentos cretáceos e cenozóicos.

A planície litorânea, situada entre o oceano Pacífico e o sopé dos Andes, ocupa cerca da quinta parte do território. Sua largura máxima é de aproximadamente 150km, ao norte de Guayaquil. Entre as cordilheiras se estende uma série de vales altos, como os de Quito, Tulcán e Cuenca, situados a mais de 2.500m de altitude. Os Andes equatorianos constituem uma das áreas de maior atividade vulcânica do mundo. Entre o monte Sangay (5.230m), na cordilheira Oriental, e a fronteira norte do país, existem cerca de vinte vulcões ativos, entre os quais o Cotopaxi, com 5.897m, o mais alto vulcão do mundo em atividade. O ponto culminante do país é o monte Chimborazo (6.267m), na cordilheira Ocidental. Os cumes mais elevados se encontram cobertos por neves eternas.

O clima apresenta grandes contrastes, em virtude do relevo acidentado. Do nível do mar até cerca de mil metros de altitude estende-se a chamada tierra caliente, com temperaturas que variam entre 24 e 26º C. Entre mil e dois mil metros situa-se a tierra templada, onde as temperaturas oscilam de 19 a 24º C. Dos dois mil aos três mil metros encontra-se a tierra fría, cujas temperaturas vão de 12 a 18º C. Acima dessas altitudes ficam os páramos (planaltos gelados), com temperatura média inferior a 12º C. A região litorânea é quente e úmida ao norte e seca no sul. Na faixa amazônica, o clima é equatorial.

Existem no Equador dois sistemas hidrográficos distintos: o dos rios que nascem na cordilheira Ocidental ou em suas encostas, banham as planícies litorâneas e desembocam no Pacífico, como o Mataje, Santiago, Esmeraldas, Chone, Daule, Guayas, Naranjal, Jubones e Santa Rosa; e o dos rios que se originam na cordilheira Oriental, banham a região leste e formam os grandes afluentes amazônicos dessa região, como o Aguarico, Coca, Napo, Curaray e Pastaza, a maior parte deles navegáveis.

Como o clima e o relevo do país, a vegetação é bastante diversificada. As planícies amazônicas são cobertas de floresta tropical rica em árvores de grande porte, epífitas e lianas. Ao longo da costa do Pacífico, a partir do Esmeraldas, a floresta desaparece para dar lugar a uma vegetação arbustiva, onde ocorre a jarina (Phytelephas macrocarpas), palmeira cuja castanha é usada no fabrico de botões, e a Carludovica palmata, planta da qual se extrai a fibra empregada na fabricação dos chapéus tipo panamá. As montanhas, até a altitude de 1.500m, são cobertas de espessa floresta. Acima desse limite e até o máximo de três mil metros predomina a ceja de la montaña, vegetação compacta composta principalmente de briófitas. Daí até as regiões das neves eternas estendem-se os prados.

Nas florestas tropicais existe grande variedade de macacos e animais carnívoros como o jaguar, puma, ocelote, raposa, lontra, quati, jupará. Há ainda antas, cervídeos, caititus, grande número de morcegos e roedores. A fauna ornitológica é igualmente rica, com cerca de 1.500 espécies. Os peixes e répteis são numerosos e no litoral ocorrem duas espécies de grandes tartarugas. Há grande quantidade de insetos, com destaque para uma espécie de escaravelho gigante que pode atingir até 12cm de comprimento. Nas regiões andinas existe o lhama, animal típico. Na extraordinária fauna das ilhas Galápagos figuram verdadeiros fósseis vivos. No século XIX, o cientista Charles Darwin realizou ali os estudos que o conduziram a suas célebres teorias sobre a evolução das espécies.

A população do Equador apresenta grande diversidade étnica. Compõe-se de índios (40%), mestiços (41%), brancos (10%), negros e mulatos (5%) e outras etnias. A população branca descende dos espanhóis que chegaram ao Equador entre os séculos XVI e XIX e, em fase posterior, de imigrantes procedentes dos Estados Unidos e Europa.

À época da colonização espanhola, a população indígena do Equador era estimada em 800.000 habitantes. Com a conquista, os grupos de espanhóis e negros que se estabeleceram na costa deslocaram os indígenas para as regiões mais altas do interior, onde estes formaram pequenas comunidades isoladas ou miscigenaram-se. Os índios constituem o grupo populacional mais pobre e marginalizado. Dividem-se em diversos povos: otavalos, salasacas, cañaris, saraguros, cayapacas e colorados. O grupo mais numeroso descende dos puruhá. O mais importante da região leste é o dos jívaros, descendentes dos temidos caçadores de cabeças.

A maior parte dos equatorianos vive no campo. A população urbana se concentra em cerca de vinte cidades, das quais somente Quito e Guayaquil podem ser consideradas grandes aglomerados urbanos. Além delas, as principais cidades são: Cuenca, Ambato, Riobamba e Portoviejo.

Antes do advento dos incas, diversas línguas eram faladas no Equador. Dessas, porém, apenas a chibcha foi identificada. Após a conquista incaica, foi introduzido o quíchua, língua do império. Os espanhóis estimularam a expansão desse idioma, por considerá-lo mais adequado às finalidades administrativas. A língua oficial é o espanhol, mas a maior parte da população fala também o quíchua. Várias línguas indígenas, como o jívaro, o záparo e o tucano, sobrevivem no interior.

O catolicismo é a religião tradicional, professada pela maioria da população. No final do século XIX, o protestantismo conquistou adeptos em Guayaquil. Ainda subsistem crenças nativas.

Antes da chegada dos espanhóis, as partes alta e baixa do atual Equador eram povoadas por diversas tribos ameríndias de cultura relativamente avançada: pansaleus, puruás, canharis, paltas, quitos, caiapas e colorados, além de tribos mais primitivas do interior, como os jívaros e os záparos. Na segunda metade do século XV, processava-se a unificação militar e política das tribos, por meio de grandes confederações com a predominância do reino de Quito, quando ocorreu a invasão dos incas. Houve resistência das tribos nativas que durou anos até domínio incaico se consolidar. Pouco tempo depois chegaram os espanhóis que prenderam e executaram o chefe inca.

Os espanhóis visitaram o Equador pela primeira vez em 1526. Foram recebidos amistosamente pelos indígenas e nos anos seguintes realizaram novas expedições, quando prepararam a conquista definitiva do império inca. Depois da conquista, o território equatoriano passou a integrar o vice-reinado do Peru, criado em 1542. Em 1563 foi criada a Real Audiência de Quito, que fomentou durante 300 anos o desenvolvimento da colônia. A partir do século XVII começaram a manifestar-se os primeiros sinais de descontentamento com a metrópole. No final do século XVIII, as lutas se intensificaram e as freqüentes rebeliões revelavam que a posição do governo espanhol já não era muito firme. A invasão da Espanha pelos exércitos de Napoleão debilitou o controle sobre a América espanhola e as idéias de emancipação se alastraram por toda a colônia.

Em 10 de agosto de 1809, eclodiu em Quito um movimento pela autonomia do país. Foi instituída uma junta, mas tropas enviadas pelos vices-reis de Nova Granada e Peru agiram duramente contra os patriotas e a 2 de agosto de 1810, executaram numerosos presos políticos. Uma nova junta foi organizada em 19 de setembro, em Quito, e instituiu um governo popular e representativo. O governo espanhol esmagou a rebelião dois anos depois.

Em outubro de 1820, uma revolução militar proclamou a independência em Guayaquil, que foi reconhecida pelo governo do Peru. Em 24 de maio de 1822, em Pichincha, não houve a independência da antiga província e sim sua integração à República de la Gran Colombia. Quito passou a ser um departamento do sul dessa república. Em 1830 separou-se e formou a República do Equador, tendo Quito como capital.

Hoje o Equador é uma república presidencialista unitária. Segundo a constituição de 1979, o presidente e o vice-presidente são eleitos por voto popular direto e secreto para um período de quatro anos. Não é permitida a reeleição para um segundo mandato. O poder legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, unicameral, com 77 membros - 12 representantes nacionais e 65 das províncias - eleitos por voto direto, para mandatos de quatro e dois anos, respectivamente. O presidente escolhe seus ministros e os governadores das províncias.

Os índios que habitavam o território do Equador antes da chegada dos espanhóis dominavam uma avançada técnica de fabricação de jóias de ouro e prata. Os trabalhos em cerâmica, com figurinhas de barro, os vasos com motivos geométricos e os animais estilizados são de alta qualidade. Como mostra da arquitetura incaica subsistem as ruínas da Casa dos Incas, o castelo de Ingapirca e o altar de sacrifícios Inga-Chungam.

Na época colonial, Quito foi uma das circunscrições que mais se destacou culturalmente. Datam desse período os colégios de categoria européia, como os de San Andrés, San Pedro, o Seminário de San Luis e a Universidade de San Gregorio. No século XVIII, a cultura literária foi praticamente monopolizada pelos jesuítas, que se destacaram por trabalhos científicos, históricos e poéticos. A instituição cultural moderna mais importante é a Casa da Cultura Equatoriana, fundada em 1944 com a finalidade de preservar e incentivar atividades artísticas e culturais.

No Equador independente, a atividade artística principal foi a literatura. No início do século XIX floresceu a poesia neoclássica e a poesia romântica. O modernismo foi representado pelo romance indígena.

A arquitetura colonial de Quito destaca-se pela fusão de elementos indígenas com o estilo barroco espanhol. Predomina, entretanto, a raiz européia, uma vez que os artistas indígenas foram formados por missionários. Sobressai o "arquiteto maior" Antonio Rodríguez, natural de Quito. Templo importante por sua beleza e história é o de São Francisco de Quito, mas também merecem destaque a catedral de Quito, a igreja da Ordem das Mercedes e a igreja de Santo Agostinho. O estilo barroco espanhol adquire maior plenitude na igreja da Companhia de Jesus.

A escultura e a pintura também foram cultivadas com sucesso na época colonial e ganharam prestígio universal devido à qualidade das obras, influenciadas pelos artistas espanhóis da época. A escola de Quito, de renome internacional, acusa influências orientais introduzidas por artistas que os franciscanos trouxeram da Ásia.

Os pintores do Equador independente formaram-se na Europa e foram fiéis às tendências internacionais de suas épocas. José Antonio Salas foi o precursor do desenho como documentação folclórica do Equador. A pintura social conta com artistas notáveis como Eduardo Kingman. Das formas musicais indígenas que permaneceram, o yarabi evoca a solidão dos Andes e a tristeza do índio; o amorfino é de caráter sentimental e a guaranda, de tom alegre e festivo.

Os indígenas atuais das regiões leste e andina conservam as formas originais quase intatas, de épocas remotíssimas, de suas melodias, danças e instrumentos. Entre estes figuram o paruntzi, primitivo instrumento monocórdico; o churu ou quipa, concha marinha; o chil-chil, espécie de chocalho; e o pingullo, flauta vertical. Quanto ao rondador, outro tipo de flauta, não há elementos que provem sua existência em épocas pré-colombianas.

No final do século XIX surgiu uma corrente musical nacionalista que buscava expressar a dualidade hispano-indígena com temas e escalas autóctones, ou assuntos históricos, na estrutura clássico-romântica européia. A Orquestra Sinfônica Nacional foi fundada em 1956.











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