Bibliotecas: desafio é formar 200 mil profissionais
10-Jun-2010
CGN A INFORMAÇÃO E PONTO
Com a Lei 12.244/10, sancionada pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 24 de maio de 2010, que
determina a instalação de bibliotecas em todas as instituições de ensino
do país, incluindo públicas e privadas, o Brasil terá um desafio nos
próximos 10 anos, formar 200 mil profissionais da área de
biblioteconomia.
No Brasil, são contabilizados 42 cursos superiores de
biblioteconomia, documentação, ciência da informação ou gestão de
unidades de informação/gestão da informação, que são oferecidos em 21
estados e no Distrito Federal. Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e
Tocantins não possuem curso de biblioteconomia. No Paraná, a UEL
(Universidade Estadual de Londrina), por meio do Departamento de
Ciências da Informação, oferece o curso de biblioteconomia e a UFPR
(Universidade Federal do Paraná), por meio do Setor de Ciências Sociais
Aplicadas, oferece o curso de gestão da informação.
A lei
determina que estados, municípios - que são responsáveis pelas escolas
públicas da educação básica -, as 17 universidades federais - que têm
colégios de aplicação - e as entidades mantenedoras das escolas privadas
têm prazo de dez anos para implantar bibliotecas. De acordo com o MEC
(Ministério da Educação), dados do Censo Escolar 2009 revelam que a
maioria das escolas públicas da educação básica, e parte dos
estabelecimentos privados, não tem bibliotecas. Das 152.251 escolas de
ensino fundamental, 52.355 tem bibliotecas e 99,8 mil não têm; no ensino
médio, das 25.923 escolas, 18.751 tem biblioteca e 7,1 mil não têm.
O
diretor de políticas de formação, materiais didáticos e tecnologias da
SEB (Secretaria de Educação Básica) do MEC, Marcelo Soares, destaca dois
fatores da lei que favorecem a tomada de providências de prefeitos e
governadores: o primeiro é que a lei contempla a diversidade da
realidade escolar brasileira ao definir a exigência mínima de um livro
por estudante para que a escola inicie sua biblioteca. O segundo é o
prazo de dez anos para a efetivação, que é o ano de 2020.
Sobre a
realidade das escolas públicas urbanas e rurais, Marcelo cita dois
exemplos que mostram as diferenças e o tipo de tratamento que devem
receber. Uma escola rural, multisseriada, com duas turmas de 18 a 30
alunos, por exemplo, tem geralmente uma sala de aula e outra sala para
uso da direção, dos professores e do serviço de secretaria.
O Educacionista
http://www.educacionista.org.br/jornal Fornecido por Joomla! Produzido em: 16 July, 2010, 02:42
Faculdades
Em
Cascavel, as faculdades particulares e a Unioeste (Universidade
Estadual do Oeste) possuem em suas bibliotecas profissionais formados em
biblioteconomia, além da Biblioteca Pública Municipal, conforme
exigência da lei. Na FAG (Faculdade Assis Gurgacz), segundo o gerente da
biblioteca, Eduardo Madureira, a bibliotecária responsável é Hebe
Negrão. O espaço conta com 65 mil exemplares, uma média de dez livros
por aluno matriculado na instituição. Na Unipar (Universidade
Paranaense), a profissional formada na área é Dirce Lucia Mestriner. Na
Unioeste é Jeanine da Silva Barros. Na Univel (Faculdade de Ciências
Sociais e Aplicadas de Cascavel) é Tatiana Demichei.
Formada em
1967 pela UFPR, Hebe Negrão de Jimenez é a bibliotecária da Biblioteca
Pública Municipal, que comemora a lei aprovada em maio pelo presidente.
"É muito importante ter um profissional formado em todas as
bibliotecas".
Hebe lamenta o fato de a profissão ser pouco
reconhecida, já que muitos acham que o serviço de bibliotecária é apenas
receber e guardar livros. "Entre as funções da profissão estão
classificar, catalogar, organizar e administrar a biblioteca". Ela cita
ainda que a maior dificuldade deste trabalho está relacionado a
aquisição de acervo nas bibliotecas públicas escolares e outros acervos.
"Para executar este trabalho, é preciso ter conhecimento técnico, não é
simplesmente pegar o livro na prateleira e emprestar", destaca Hebe.
De
acordo com a presidente do Sindicato das Escolas Particulares de
Educação Infantil e de Ensino Fundamental, Ieda Cândido dos Santos, em
Cascavel são mais de 60 escolas particulares, e como não havia exigência
de profissional formado em biblioteconomia e nem que o estabelecimento
de ensino possuísse uma biblioteca, não existem dados sobre o assunto.
Ieda acredita que as escolas maiores tenham biblioteca e que na medida
em que a lei existe, as escolas irão se adequar. Dentre as escolas
particulares que possuem um biblioteconomista está o Colégio Marista. As
escolas do Estado e do município de Cascavel, conforme informações
repassadas pelos órgãos, não possuem biblioteconomistas formados, os
profissionais que atuam na área recebem treinamento específico para
desempenhar a função.
Curso
Para suprir parte da demanda de
novos profissionais para esta área, mais um curso será aberto no Paraná.
O Educacionista
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A Univel (Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Cascavel)
promove no dia 19 de junho, o primeiro vestibular para o curso de
biblioteconomia. O curso tem duração de quatro anos e foram aprovadas
para a instituição 120 vagas. As aulas terão início no dia 19 de julho e
ocorrerão no período noturno, caso haja demanda serão realizadas também
pela manhã. A carga horária é de 2.749 horas. A mensalidade, segundo o
diretor de desenvolvimento da Univel, Nilton Nicolau Freire, é de R$
339. "O país precisa formar, nos próximos 10 anos, 200 mil
bibliotecários e as faculdades existentes vão conseguir suprir esta
demanda. A Univel criou este curso porque já tinha a visão desta
necessidade", destacou Nilton.
O curso de biblioteconomia tem por
objetivo formar profissionais para auxiliar diretamente ou indiretamente
os usuários potenciais e reais da formação socioculturaleconômica. O
profissional formado em biblioteconomia pode atuar em órgãos públicos,
empresas privadas, bibliotecas em todos os níveis de ensino, arquivos,
museus, centos de documentação, editoras, livrarias, jornais e web site.
A
funcionária pública, Silvia Prado, é formada em letras, mas acalenta há
cerca de 10 anos o sonho de cursar biblioteconomia. O gosto pela área
se iniciou quando fazia o curso de magistério e começou a trabalhar em
um colégio como auxiliar de biblioteca da instituição. "Foi ali que
comecei a gostar da profissão e a entender a importância do
bibliotecário em uma biblioteca e também a sonhar com o curso, como não
tinha aqui, não tive condições de fazer em outro lugar", conta. "A
intenção com o curso é ampliar conhecimentos e aplicar no trabalho que
realizo no MIS (Museu da Imagem e do Som), além de prestar concursos
federais", acrescenta.
O Educacionista
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