domingo, 11 de julho de 2010

1483 - HISTÓRIA DO LIVRO

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26/4/2010 - A aventura do livro experimental, de Ana Paula Paiva


Uma viagem pelas evoluções do livro enquanto expressão do pensamento humano, desde a Antigüidade até os dias atuais está presente no livro A aventura do livro experimental (Autentica Editora) lançado por Ana Paula Mathias de Paiva. Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Mestre em Comunicação Social/Semiótica pela Universidade Federal de Minas Gerais, Ana Paula é professora do Centro Universitário de Belo Horizonte. Desde 2002 ela leciona para graduações de Produção Editorial, Design Gráfico.

A obra convida profissionais de Educação e Linguagem, Design Gráfico, Belas Artes e Comunicação Social a realizar uma viagem pelo panorama descritivo e ilustrado da história do livro, valorizando a arte e a experimentação dos suportes de leitura, seus grandes pioneiros, estilos de vanguarda e evoluções editoriais. Tendo como fio condutor as variações artísticas de aspecto e valor do livro, a composição abarca períodos significativos do nascimento desse suporte e etapas de profunda renovação dos métodos de produção, fazendo com que o livro tradicional e o livro objeto lúdico compartilhem o mesmo espaço.

Foram oito anos de vasta pesquisa sobre a produção de livros e o mercado editorial. Boa parte das informações foram recolhidas em lugares como Salão do Livro (Paris), Museu Gutenberg (Mainz), Museu da Impressão (Lyon), Salão Lire en Fête (Marselha, França), Bienais do Rio de Janeiro e São Paulo, encontros na Casa Rui Barbosa (Seminário Brasileiro sobre o Livro e a História Editorial) e eventos do livro.

Abaixo, transcrevemos um trecho da entrevista concedida por Ana Paula Paiva ao programa Universo Literário, da rádio UFMG Educativa (104,5).

Universo Literário - Como surgiu a idéia de fazer um livro tão bonito, tão completo, sobre a historia do próprio livro? Como foi seu trabalho de pesquisa?


Ana Paula - Eu acho que na vida da gente tudo começa um pouco por disciplina e muito por paixão. Eu estava na sala de aula, dava uma matéria que se chamava Produção de Livros. Fui, ao longo do tempo, acumulando materiais e referenciais teóricos. Pessoas que trabalhavam o livro, a edição, a estrutura, suporte gráfico. Fui imaginando e notando que o mercado editorial no Brasil e no exterior está vivenciando agora um certo acerto de informação. A percepção visual do livro tem mudado e quem está em bienais, em livrarias, circulando por sites nota que o que está chegando hoje em dia pra gente, essa unidade, esse pensamento do livro que reúne texto, contexto, imagem, harmonia visual está evoluindo muito. Eu queria falar um pouco, a princípio, sobre os metiês, os envolvidos na produção editorial, e queria reunir um pouquinho do que eu tinha feito em viagens culturais em lugares que são importantes para a gente pensar o livro, como o museu de Gutenberg, o museu da impressão de Lion. Eu fui reunindo material para que isso não tivesse uma linguagem inacessível. Eu queria que, a todo momento, a gente estivesse falando do conceito do livro, desde sempre, desde a Antiguidade experimental sim, mas também um texto que ia flanar, passear e criar para o leitor, esse profissional ou estudante da aula, um percurso muito agradável a partir de imagens e textos que se complementassem.

UL - A gente pensa no livro como esse objeto que temos hoje, muito facilmente nas mãos. Mas você começa a falar muito antes de Gutenberg...


AP - O Gutenberg é fundamental para a democratização do saber e para a difusão do livro tal como a gente começa a raciocina-lo. Eu comecei a ter uma felicidade muito grande ao longo da pesquisa desse livro porque comecei a cair em muitos outros referenciais teóricos que acho que são extremamente importantes pra gente pensar o quê que é essa categoria de livro experimental ou livro de artista. A gente pensa: ah, hoje em dia tem algumas editoras que trabalham com esse livro e fazem um pouco de oposição a só o livro tradicional, que tem aquela forma muito rígida. Isso é importante pra gente, porque primeiro temos que ter uma organização, para depois brincar de inventar. Mas o livro performático, esse livro que tem essa condição que sai do clichê, de uma estrutura linear, ele é um livro que existe há muito tempo. Eu vi que tem algumas tribos ataques que trabalham com livros como se fossem canudos de bambu; muita coisa realizada em folhas das mais diversas, tipologias, ornamentos e abecedários. Achamos referenciais de uso de cores a partir de óxidos e a descoberta das cores para a fabricação das iluminuras dos livros. Quando que se achou o azul, quando que se usava o púrpura. Então a gente vai descobrindo que até o tempo de leitura muda. Quando a gente sai do volumen, do livro que era um rolo, e vai pro codex onde podemos ter uma pausa diferente, a nossa mão pode ir e vir de uma maneira diferente.

UL – E muito antes do codex eram plaquinhas, couro de animais, barro, pedra. Materiais os mais diversos...


AP - A gente vai percebendo que o livro pode ser um tipo de material riquíssimo pra gente estudar as evoluções perceptivas humana, as percepções que o homem vai ter para a usabilidade de matéria-prima que então estavam disponíveis pra ele em determinado momento. Como ele vai trabalhar o saber fazer aplicado a uma descoberta da arte, que é tão vital, e também vai começando a perceber certas demandas. A gente acompanha no livro que há todo um experimentalismo, mas depois ele vai acompanhando também a chegada, por exemplo, da Revolução Industrial, dos primeiros jornais, do folhetim chegando como romance. Incentivos paralelos fazendo com que o livro vá incentivando o leitor que esta ficando mais ávido, o livro ficando menos caro. Indo e voltando a gente vai achando poesia visual em caligramas antigos e novos, capas maravilhosas hoje em dia, inventivas, e vai vendo também capas antigas que eram em tecido, marfim, incrustadas de jóias.

UL - Você fala também das livrarias. Tem um livro que particularmente me chamou a atenção. Ele está na pagina 39. Existe uma imagem que tem uma caixinha com um espaço para guardar os óculos.
AP - A gente vai trabalhando a referência do livro pensando no trânsito das pessoas. Esse sujeito, onde ele estava, o que ele fazia. Isso é um sinal dos tempos. A invenção dos óculos, quando a gente está ai trabalhando o século XIV, é um uso aplicado à leitura. Então, a gente está demonstrando de que tamanho é o interesse, que já há também uma demanda para que as pessoas corram atrás para poder observar melhor as letras. Nessa mesma página tem o livro de viagem que era amarrado na cintura ou que era carregado nos cavalos ou nos camelos pelos mercadores árabes e que muitas vezes nem eram encapados, só no ato da venda, até para ficarem mais leves. A gente tem uma caixinha onde eles criavam lâminas avulsas e iam fazendo a história nessa sequência. A gente vai acompanhando os lugares por onde o homem estava passando e aquilo que ele estava vivenciando e o livro como uma história dentro da história. A história do pensamento humano, como um bem cultural que está acontecendo e fazendo companhia ao homem como processo criativo e criador, as duas coisas.












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