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Qual é a diferença entre um cérebro humano e um computador? Poderia um computador pensar?
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adalbertotripicchio Qual é a diferença entre um cérebro humano e um computador? Poderia um computador pensar? #1
Da casa...
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A diferença entre um cérebro e um computador pode ser expressa em uma só palavra: complexidade.
O grande cérebro dos mamíferos é o que há de mais complexo, para seu tamanho, de que temos conhecimento. O cérebro humano pesa 1,35 kg, mas nesses 1,35 kg estão contidos dez bilhões de neurônios e cem bilhões de células menores. Esses vários bilhões de células estão interconectados em uma rede de tal forma complexa que mal começamos a deslindá-la.
Mesmo o computador mais complicado já construído pelo homem não pode ser comparado em complexidade com o cérebro. As chaves e componentes do computador aparecem aos milhares e não aos bilhões. Além do mais, a chave do computador é apenas um dispositivo do tipo liga-desliga, ao passo que a célula do cérebro é ela própria dotada de uma estrutura interna extraordinariamente complexa.
Pode um computador pensar? Depende do que se entenda por "pensar". Se resolver um problema de matemática é "pensar", então um computador pode "pensar" e o faz muito mais rapidamente que o homem. Naturalmente, a maioria dos problemas matemáticos pode ser resolvida de maneira inteiramente mecânica, repetindo-se certos processos diretos inúmeras vezes. Até mesmo os computadores mais simples de hoje podem ser montados com esse fim.
Freqüentemente se diz que os computadores resolvem problemas apenas por que são "programados" para essa finalidade. Eles podem fazer somente o que os homens lhes ordenam fazer. Convém lembrar que os seres humanos também só po¬dem fazer aquilo para que foram "programados" fazer. Nossos genes nos "programam" no instante em que o óvulo fecundado é formado, sendo nossas potencialidades limitadas por esse "programa".
No entanto, nosso "programa" é de tal forma mais complexo, que podemos nos inclinar a definir o ato de "pensar" em termos da criatividade que entra na feitura de uma grande peça ou na composição de uma grande sinfonia, na elaboração de uma brilhante teoria científica ou de um profundo juízo ético. Nesse sentido, os computadores certamente não podem pensar, e tampouco a maioria dos seres humanos.
É claro que se conseguíssemos construir um computador que fosse suficientemente complexo, ele poderia ser tão criativo quanto nós. Se ele pudesse ser tão complexo quanto um cérebro humano, poderia ser a este equivalente e realizar tudo o que um cérebro humano é capaz de fazer.
Supor algo mais é admitir que há mais no cérebro humano do que a matéria que o compõe. O cérebro é constituído de células organizadas de determinada maneira e as células, por sua vez, são constituídas de átomos e moléculas organizados de determinada maneira. Se algo mais houver, nenhum sinal disso já foi alguma vez detectado. Duplicar a complexidade material do cérebro é, portanto, duplicar tudo o que este contém.
Mas quanto tempo levará para se construir um computador tão complexo quanto o cérebro humano? Talvez não tanto quanto alguns pensam. Muito antes de se construir um computador que se aproxime em complexidade a nosso cérebro, construiremos talvez um computador que seja ao menos suficientemente complexo a ponto de projetar outro computador mais complexo que ele próprio, o qual, por sua vez, poderia projetar outro ainda mais complexo, e assim por diante.
Em outras palavras, uma vez ultrapassado certo ponto crítico, os computado¬res assumiriam o controle e haveria uma "explosão de complexidade". Após um curto prazo de tempo, poderia haver computadores que não apenas duplicariam o cérebro humano, mas de longe o superariam.
E aí? Bem, atualmente a humanidade não está se saindo muito bem na direção de seu planeta. Pode ser que, quando chegasse o momento, devêssemos nos pôr de lado e ceder o encargo a alguém melhor capacitado. E se não fizermos isso, talvez os supercomputadores simplesmente entrem em cena e nos ponham de lado.
Enviado em: 2008/4/10 0:39
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