sábado, 10 de julho de 2010

1445 - HISTÓRIA DO LIVRO

Papo cabeça, Livros que não li e gostei, Engajamento15, February, 2007 3:58 pm
A Revolução dos Bichos

Como um porco, acabo de terminar a leitura da principal fábula orwelliana.





Como toda a fábula, a história é uma alegoria com personagens animais - sem faltar a famosíssima “moral da história”. O livro narra a história da Granja do Solar, administrada pelo senhor Jones.

Um dia, o porco Major, já velho, resolve contar a todos os animais uma profecia que teve em sonho. E a profecia era que, um dia, o mundo não teria mais humanos e seria dominado pelos animais.

Logo após o falecimento do Major, e impulsionados pela sua profecia martirial, os animais resolvem colocar em prática a revolução sonhada pelo velho porco. Liderados pelos também porcos Napoleão, Bola-de-Neve e Garganta, os animais expulsam Jones e dominam a fazenda. Sempre sob a máxima “Quatro pernas bom, duas pernas ruim”.

Com o passar do tempo, o socialismo animal dá lugar à guerra pelo poder. Napoleão expulsa Bola-de-Neve, por seus pensamentos muito socialistas. Napoleão instaura uma ditadura comunista-animalesca, bem amparado pelo seu assessor e marketeiro, Garganta, e bem defendido pelos seus nove leais cachorros.

A partir daí, entre a alimentação que míngua, o trabalho que é sempre maior e mais cansativo, as escaramuças e negociatas com os humanos donos de outras fazendas, o descobrimento do whisky e a humanização dos porcos líderes, a então Granja dos Bichos volta a se tornar a Granja do Solar, como nos tempos de Jones

A alegoria é óbvia, referindo a Stálin (Napoleão), Trotski (Bola-de-Neve), Churchill e Roosevelt (os demais granjeiros). Vários trechos são fatos históricos transformados em fábula. E o que define bem a postura de Orwell perante o que vê e o que imagina é o seguinte trecho. Na tentativa de explicar por que os porcos trabalhavam “à sua moda” (podendo inclusive dormir na antiga casa de Jones, enquanto o resto dos animais seguia dormindo nos estábulos, e ganhavam mais comida que todos), Garganta dá bem o tom da crítica orwelliana.

Tentando explicar, Garganta dizia que os porcos despendiam diariamente enormes esforços com coisas misteriosas chamadas “arquivos”, “relatórios”, “minutas” e “memos”. Grandes folhas de papel que precisavam ser miudamente cobertas com escritos e logo depois queimadas no forno. Era tudo da mais alta importância para o bem-estar da granja, dizia.

Essa edição da Companhia das Letras também traz um posfácio de um inglês desconhecido que explica a fábula (!!!), e outros dois prefácios do próprio Orwell às edições da sua obra (uma delas para a edição ucraniana que é uma verdadeira aula sobre socialismo, comunismo e países do Leste europeu).

Num desses textos, Orwell diz para que veio:

Neste nosso país […] são os liberais que temem a liberdade e os intelectuais que querem jogar lama no intelecto.

Cheiro de pinho-sol no chiqueiro.

Moisés Sbardelotto - Comments (1)



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