sábado, 10 de julho de 2010

1415 - HISTÓRIA DO LIVRO

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Texto

A História do Livro de Daniel
Muitos falam que o livro de Daniel tem erros e que ele não foi escrito pelo próprio Daniel mas por uma autor de outra época.

O erro é que o Livro de Daniel fala do o cerco de Jerusalém foi no terceiro ano de Jeoaquim (Dn.1.1). Mas em Jeremias fala do quarto ano de Jeoaquim (Jr 46.2) (605 a.C) e não menciona Nabucodonosor.

A solução é que livro de 2 Reis menciona a presença de Nabucodonosor (2Rs 24.1; Cf. 2 Cr 36.6) na Judéia neste tempo. E a diferença de data pode vir do fato de Daniel usar o método decontagem da Babilônia e Jeremias usa o da Palestina.
E têm evidências arqueológicas das "Crônicas Babilônicas" que mostra o movimento de Nabucodonosor neste ano (605 a.C.), passando pela Judéia.

Outros problemas que falam que tem no Livro de Daniel é quando os tesouros do templo foram saqueados. Mas de acordo com a Bíblia sempre levou-se
tesouros, a cada invasão (2Cr 36.7(605 a.C); 36.10 (597 a.C); 36.18 (587 a.C).

Os criticos falam o uso do termo "Caldeus“ não é anacrônico, e que Daniel usa o termo caldeu para designar duas coisas: a. a raça dos conquistadores
babilônicos; b. um grupo de sábios da corte babilônica. A objeção é que este segundo uso é posterior e não se aplicaria no país onde todos são caldeus.

Mas Heródoto (cerca de 450 a.C.) já conhecia o termo no seu segundo sentido.
Daniel usa as palavras nos dois sentidos e está escrevendo a redação final de sua obra no período persa.
Não há evidência que os termos não eram usados como Daniel os utilizou, no tempo de Nabucodonosor.

Dizem também que Belsazar não era o rei da Babilônia naquela época e nem era filho de Nabucodonosor.
Mas o livro de Daniel tem consciência de que o rei é Nabonido (note 5.7,16,29), mas como ele era o rei "em exercício" é justo que o livro o chame como tal.
As evidências arqueológicas indicam a possibilidade de uma co-regência com seu pai.
O fato de ser chamado "filho de Nabucodonosor" tem razões políticas (eles queriam ter direito ao trono) e talvez genealógicas (talvez ele realmente fosse descendente de Nabucodonosor).
E Belsazar podia ser chamado de rei, porque no aramaico MALKA nem sempre
significa rei absoluto. Além disto, ele estava em co-regência com o pai.

Também os criticos falam que nunca existiu Dario, o Medo, no início do império Medo-Persa.
Mas talves não conheçamos Dario por falta de provas arqueológicas (como no caso de Sargão (Is 20.1) e de Belsazar, que eram desconhecidos pela arqueologia).
Mas também Dario pode ser um governador de Babilônia conhecido nos registros como Gubaru, e confundido com Ugbaru (este último morreu somente 3 semanas depois da conquista de Babilônia em 539 a.C.).

Os críticos também falam Daniel citado no livro homônimo é um personagem lendário dos textos de Ras Shamra.
Este Daniel lendário também teria sido mencionado também por Ezequiel (Ez 14.14,20; 28.3).

Mas a identificação é muito díficil: a semelhança de nomes. Daniel não era um nome incomum entre os israelitas (2 Cr 3.1; Ed 8.2; Ne 10.6).
E este personagem mitológico não recebe, pelo que sabemos da lenda, nenhuma
atribuição de justiça (Ez 14.14,20) ou de sabedoria (Ez 28.3). Que são
muito adequadas para descrever Daniel na Babilônia.
E rambém o ministério de Ezequiel começou cerca de quatorze anos depois da deportação de Daniel, de modo que este já teria notoriedade quando Ezequiel profetizou.

Outro erro é como que Daniel poderia usar os livros da Bíblia para chegar ao
entendimento de que o Exílio tinha terminado se os livros do Velho Testamento só seriam aceitos e canonizados muitos anos
depois (Dn 9.2)?
Este verso (Dn 9.2) prova que os textos do Velho Testamento já estavam sendo usados e aceitos como “canônicos” pelos judeus, antes do retorno do Exílio.
A teoria que diz que só o Pentateuco estava “canonizado” antes do
Exílio é uma teoria que é destruída por este versículo que supõe que
Daniel usou não apenas o Pentateuco, mas também os Profetas e os
Escritos.
A coleção, armazenamento e consulta dos livros do Velho Testamento
era um processo iniciado com Moisés e que ainda estava em curso.
Dizer que Daniel não podia consultar “os livros sagrados” porque eles ainda não existiam é uma pressuposição que não pode ser provada.
Pelo contrário, a Lei já estava completa há muitos anos e as coleções dos Profetas e dos Escritos estavam quase completos. Não há erro aqui, pois os críticos teriam primeiro que provar que estes livros não existiam no tempo de Daniel para depois acusá-lo de anacronismo.

Os criticos também falam que Daniel não está entre os livros dos profetas, na classificação judaica, portanto, não seria um livro posterior a todos os profetas?
Mas temos que avaliar algumas coisas:
Josefo, em sua contagem dos livros do Velho Testamento, coloca
Daniel entre os Profetas e não entre os Escritos.
Na Septuaginta ele também fica entre os profetas.
Melito de Sardes, bispo cristão, coloca-o entre os profetas.
O fato dos judeus colocarem Daniel entre os Escritos, a terceira coleção dos livros do VT não tem nada a ver com a data de composição de Daniel, mas com o autor e com o conteúdo do livro.
Daniel, o homem, não é um profeta, mas um estadista como Neemias. Apesar de ter o dom profético, Daniel não desempenhou o papel de profeta, falando ao rei a ao povo sobre a palavra de Deus. Os profetas eram primeiro pregadores e depois escritores. Daniel, contudo, era
escritor; e pelo que sabemos não era um pregador. Assim, as diferenças fizeram os judeus colocarem o livro entre os Escritos e não sua suposta data atrasada de composição e aceitação.

Também O livro de Eclesiástico não cita Daniel em sua lista de heróis da fé do
passado. A conclusão que alguns querem tirar disto é que: ou Daniel um herói
mítico ou é muito recente para ser citado?
Não é necessário concluir isto. De fato, Eclesiástico não cita Asa, Josafá,
Esdras, Mardoqueu (Mordecai) e muitos outros heróis do Velho Testamento.
A omissão do nome de Daniel não prova nada.

Também dizem que o livro de Daniel seria composto de dois ou mais livros por ter sido escrito em duas línguas diferentes
Na verdade é que o uso de duas línguas neste livro acaba sendo uma prova de sua integridade e unidade e não sugere o uso de diferentes fontes ou diferentes livros.

Não era incomum usar duas línguas ou estilos em um mesmo documento. O famoso Código Legal de Hamurabi (séc. XVII a.C.) tinha a introdução e a conclusão em acadiano semi-poético e as leis em prosa. O fato da língua aramaica ser utilizada no capítulo sétimo, que já pertence às visões, mostra que não é possível dividir o livro em duas obras distintas.

Os criticos também falam que as palavras persas, gregas e o uso do aramaico
são um prova que o livro de Daniel foi escrito durante a existência dos reinos gregos do Oriente.
Mas o aramaico é uma prova de que Daniel foi escrito no período Babilônico e Medo-Persa, pois esta era língua internacional do período. Se o livro tivesse sido
escrito durante as guerras nacionalistas dos judeus contra os gregos, o hebraico seria a língua usada do início ao fim, por pura repulsa a tudo que é
estrangeiro e imperialista. Além disto, o aramaico de Daniel é exatamente o aramaico antigo, e, portanto, não corresponde ao aramaico encontrado no período
grego ou romano.
Também as palavras persas que há em Daniel são poucas (umas vinte) e todas do persa antigo (antes de 300a.C.). Muitas delas já tinham entrado no aramaico
antes do império Medo-Persa conquistar o Oriente Médio. Devemos lembrar também, que Daniel fez a última redação de seu livro durante o império Medo -Persa, de modo que estes termos persas podem ter sido introduzidos nesta ocasião.

E as únicas três palavras gregas no livro de Daniel sãodescrições de instrumentos musicais (Dn 3.5 – 3ª palavra, 5ªpalavra, 6ª palavra: - harpa, saltério e gaita de foles). Se o livro tivesse sido escrito no período grego seria lógico esperar muito
mais palavras gregas. De fato, o número tão reduzido de palavras gregas é uma prova de que o livro foi escrito antesdestes dominarem o mundo. Como estes instrumentos musicais deviam ser estrangeiros, é natural que seu nome também o fosse.

Falam que o livro de Daniel teria indicações de ter sido escrito na Palestina e não na
Mesopotâmia. Mas o livro contém informações de primeira mão sobre os acontecimentos Babilônicos que, até recentemente, eram desconhecidos para a maioria das pessoas.
Daniel sabia ser Nabucodonosor o criador da Nova Babilônia (4.30);
Também sabia ser Belsazar o regente na época da conquista pelos Medo-
Persas (5).
Sabia dos escrúpulos dos Persas sobre o fogo e, portanto, o castigo era realizado não por atirar alguém numa fornalha (como os babilônicos fizeram), mas jogar a pessoa em uma caverna onde os leões eram guardados para as caçadas reais.
O livro só podia ter todos estes detalhes sobre a vida na Mesopotâmia se tivesse sido escrito ali.
Aqueles que insistem em afirmar que o livro foi escrito na Palestina, no período
de dominação grega, não podem explicar bem todos os detalhes babilônicos e persas da obra.

Os criticos dizem o livro de Daniel não seria uma obra escrita depois do período
dos Macabeus.
Mas é fácil perceber que o livro não se encaixa bem na época da
revolta dos Macabeus.
As narrativas mostram os heróis (Daniel e seus amigos) cooperando e convivendo com o paganismo babilônico e medopersa.
No tempo dos Macabeus este convívio era impossível e a palavra de ordem era total separação de tudo que era estrangeiro. No período Macabeu, a forma de convívio com os opressores estrangeiros era a guerra até a morte!
Se Daniel fosse escrito nesta época, as histórias selecionadas para a parte inicial do livro teriam que ser diferentes. O livro trata com relativa gentileza aos monarcas pagãos como Nabucodonosor e Dario. Até mesmo Belsazar, que é punido, não recebe um tratamento muito ruim. Isto não combina com o período Grego.


Qual a razão pela qual muitos datam o livro de Daniel como uma obra
do Segundo Século antes de Cristo?
Há duas datas mais propostas para Daniel.
1. A data no Segundo Século:
Muitos crêem que o livro não foi escrito na Babilônia, no século VI a.C., mas sim que seria obra de um judeu na Palestina que viveu durante a revolta dos Macabeus, no século II a.C.
A principal razão para a data no Século II é a falta de fé na capacidade do profeta de prever o futuro. Como as previsões do capítulo 11 são detalhadas até a época de Antioco IV, tais estudiosos concluem que o autor escreveu depois dos eventos, narrando a história como se fosse profecia. Em Daniel 11.40 ele chega ao seu tempo e a partir de então começa a falar em termos vagos e imprecisos. Usando este texto como base, o livro seria de 165/4 a.C. A única e verdadeira razão para esta data no Segundo Século é a fé de que os milagres e profecias não
existem.
Contudo, o livro vai mais adiante: prevê o império Romano como força mundial, prevê a futura destruição de Jerusalém na profecia das 70 semanas. Se fosse assim, o livro só poderia ser escrito depois do ano 70 depois de Cristo! Isto seria um absurdo.

2.A data no Sexto Século:
Para quem tem fé, não há razão para fugir do tempo do Exílio, sendo Daniel histórico o autor.
A língua, conteúdo, historicidade, etc. favorecem a data no Século Sexto. O último oráculo do livro é datado de 537 a.C. = redação final da obra.
O livro se encaixa com a revolta dos Macabeus.
A mudança de tom em Daniel 11.40 objetiva fazer transição para um
futuro distante.
As descobertas de manuscritos de Daniel em Qumran também apóiam uma data no Sexto Século. As descobertas alteraram datas dos livros de Crônicas e Eclesiastes.
O uma cópia de Daniel, datada de 100-50 a.C., praticamente, impossibilita a data do Segundo Século.
Assim, por todos estes motivos, a data no Século Sexto é a única que, ao nosso ver, faz justiça ao livro.


Flávio Josefo tinha o livro de Daniel em grande consideração, por predizer o futuro com precisão e ainda fixar o tempo do cumprimento. Josefo interpretava Daniel 11-12 em conexão com Antioco Epifânio. Josefo afirma que Alexandre Magno encontrou-se com os sacerdotes judaicos de Jerusalém e estes leram para ele os textos relativos a suas vitórias (Antiguidades 11.8.1ss). Isto nos mostra como Josefo interpretou o livro em sua época.
O Talmude trata o livro de Daniel como um bom modelo de ensino de purificação sacerdotal para o dia da Expiação. Relata também a história de Alexandre Magno que Josefo menciona (Yoma 69).
Hipólito de Roma escreveu um comentário.
Policrônio, Teodoreto, Jerônimo e outros interpretaram o livro em seu
sentido histórico.
Os doutores do judaísmo medieval desprezaram um pouco o livro, provavelmente por causa do grande recurso que ele dava aos cristãos.
A Crítica Racionalista do Século XIX ressuscitou idéias do Século Terceiro, na obra "Contra os cristãos" de Porfírio, um filósofo neo-platônico que afirmou que o livro foi escrito no século II antes de Cristo. Ele não podia acreditar que Deus revelasse o futuro com tamanha precisão.
Hoje, a maior parte dos incrédulos pensa em datas do Século II.

Algumas Bíblias o livro de Daniel tem 14 capítulos ao invés de 12.
1. Transmissão destas lendas:
Só ocorrem em versões gregas. Por isso é difícil provar que tenha existido um original hebraico ou aramaico por traz do texto. No caso da oração de Azarias e dos três jovens há mais concordância, o que faz alguns postularem um original hebraico.
Assim mesmo, estas histórias quebram toda a simetria e equilíbrio com o qual o livro foi construído, sendo, claramente, adições posteriores, feitas por um autor que não poderia ser Daniel.

2. A Lenda de Susana:
a. A versão de Teodocião. e a Septuaginta divergem sobre a estória, mas concordam as vezes no uso da língua em certos pontos.
b. Deve ter se originado na Palestina (onde era possível aplicar pena de morte), com o propósito de incentivar um melhor procedimento judicial.
c. Alguns datam esta estória na segunda metade do séc. I a.C. (50-0 a.C.).

3. A oração de Azarias e dos três jovens na fornalha
de fogo:
As orações devem ser palestinianas, tardias e originadas em épocas diferentes.

4. Bel e o dragão;
a. Também neste caso a versão de Teodocião e a Septuaginta divergem consideravelmente.
A Septuaginta coloca o título "Extraído da profecia de Habacuque, filho de Jesus da tribo de Levi", no início desta estória.
b. É uma lenda polemizando contra os ídolos dos pagãos.
c. Data: na segunda metade do século I a.C.

Resumo do texto deste site: http://alvarocpestana.googlepages.com/EstudosnolivrodeDaniel1SerCris2007.pdf


User
Publicado no Recanto das Letras em 27/02/2010
Código do texto: T2110457


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