sábado, 29 de janeiro de 2011

8368 - REUNIFICAÇÃO DA ALEMANHA

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Escrito por Janet Schayan (Revista "Deutschland")
Qua, 01 de Outubro de 2008 21:00
Na noite de 3 de outubro de 1990, diante do prédio do Reichstag em Berlim, milhares de pessoas festejaram a adesão da RDA ao território da República Federal da Alemanha, reconquistando a unidade estatal da Alemanha depois de mais de quarenta anos. A cronologia completa pode ser vista aqui


Na noite de 9 de novembro de 1989 caiu o Muro de Berlim e, com ele, a fronteira que dividira a Alemanha durante 28 anos. Na mesma noite, milhares de cidadãos berlinenses correram para a fronteira com Berlim Ocidental. Não havia nenhuma ordem oficial, mas mesmo assim, os soldados da fronteira abriram a passagem para o Oeste. Pessoas do Leste e do Oeste, que nunca se tinham visto antes, abraçavam-se, choravam e festejavam espontaneamente a abertura do Muro. A Alemanha entrou numa onda de felicidade. Foi uma noite que transformaria o mundo.

Willy Brandt, então presidente honorário do Partido Social Democrata (SPD) e que, no tempo da divisão da Alemanha tinha sido o mais popular prefeito de Berlim Ocidental durante muitos anos, já estava frente ao Portão de Brandemburgo na manhã seguinte. Diante da prefeitura, Rathaus Schöneberg, ele proferiria pouco depois a sentença: "Agora se unifiquem as partes de um todo!". As manchetes dos jornais eram: "Berlinenses orientais dançaram toda a noite na Kurfürstendamm", "Berlim é novamente Berlim", "A Alemanha chora de alegria!", "Estamos unidos!". Nos dias seguintes, milhões de cidadãos partiram nos seus "Trabis" e "Wartburgs" em direção ao Oeste – muitos viajavam pela primeira vez para a Alemanha Ocidental –, visitando parentes, cidades e paisagens, levando consigo, para o "paraíso das compras", os 100 marcos das boas-vindas.

O que tinha acontecido? Em 9 de novembro, pouco antes das 19 horas, Günter Schabowski, membro do politburo do SED (Partido da Unidade Socialista da Alemanha), tinha anunciado com voz trêmula diante das câmaras, numa conferência internacional de imprensa, uma nova e liberal regulamentação da permissão de saída do país. Respondendo a uma pergunta, Schabowski declarou que essa regulamentação entraria "imediatamente" em vigor. Esta notícia não tinha sido autorizada pelo governo da RDA, mas espalhou-se como um relâmpago por toda a RDA, provocando a abertura das fronteiras em Berlim: foi a queda do Muro.

Essa data histórica já havia sido precedida por uma fuga de massas da RDA no verão europeu de 1989 (através da Hungria e da Tchecoslováquia) e por uma manifestação impressionante dos movimentos de oposição da RDA, na qual os militantes dos direitos civis expressaram pela primeira vez em público suas críticas e reivindicações (por exemplo, nas "Manifestações das Segundas-feiras" em Leipzig). Ambas fizeram as estruturas da RDA vacilar. Além disso, todos compreenderam muito rapidamente que a União Soviética não tinha nenhum interesse numa opressão violenta das ações de protesto, como tinha sido o caso da Hungria em 1956, de Praga em 1968 e da Polônia em 1980. A "revolução suave" provocou uma espécie de paralisação do governo da RDA. A renúncia de Erich Honecker, o velho secretário-geral do SED e presidente do Conselho Estatal, em 18 de outubro de 1989, deu início ao desmoronamento do regime do SED. Seu sucessor, Egon Krenz, também não consegui estabilizar a situação.

Todavia, a derrocada da RDA e a reunificação da Alemanha onze meses depois, no dia 3 de outubro de 1990, quase não teriam sido possíveis sem as mudanças ocorridas na União Soviética desde meados da década de 80. Mikhail Gorbatchov, o então chefe de Estado e do partido, apostou numa ampla reforma. Ele prescindiu do domínio soviético sobre o bloco do Leste, almejando uma cooperação mais forte com o Oeste. Desta maneira, Gorbatchov abriu o caminho para uma democratização paulatina dos Estados do bloco do Leste. Foram principalmente a Polônia e a Hungria que aproveitaram essa oportunidade: em maio de 1989, a Hungria começou demonstrativamente a abrir um buraco na "Cortina de Ferro", que terminou com a abertura completa das fronteiras húngaras para o Oeste em 11 de setembro de 1989.

A revolução pacífica na RDA foi um passo a mais em direção à reunificação dos dois Estados alemães, o que ninguém teria acreditado antes. Antes porém, foram realizadas pela primeira vez na RDA eleições livres para a Câmara do Povo, em 18 de março de 1990. Os temas da campanha eleitoral foram sobretudo o modo e a rapidez da almejada unificação com a Alemanha Ocidental. Em 18 de maio de 1990, foi assinado o contrato sobre a união econômica, monetária e social. Dado que o sistema econômico da RDA não admitia uma reforma, ela adotou o sistema econômico da República Federal da Alemanha em 1º de julho de 1990. Pouco depois, começaram em Berlim as negociações sobre o acordo de unificação. Já mesmo antes do seu término, a Câmara do Povo, em reunião extraordinária de 23 de agosto de 1990, marcou a adesão da RDA ao âmbito de validade da Lei Fundamental para o dia 3 de outubro de 1990.

De acordo com os direitos e responsabilidades das quatro potências vencedoras da II Guerra Mundial, a reunificação de Berlim e da Alemanha em seu todo não teriam sido possíveis sem o consentimento desses quatro países. Em fevereiro de 1990, eles concordaram em fazer negociações juntamente com os dois Estados alemães: no "Tratado sobre as regulamentações finais com respeito à Alemanha", de 12 de setembro de 1990, foram regulamentados os aspectos internacionais da reunificação. Através desse ato, a Alemanha recuperou sua completa soberania.

Na noite de 3 de outubro de 1990, diante do prédio do Reichstag em Berlim, milhares de pessoas festejaram a adesão da RDA ao território da República Federal da Alemanha, reconquistando a unidade estatal da Alemanha depois de mais de quarenta anos.

Na Alemanha, o Muro tinha caído e, no mundo, a Cortina de Ferro tinha ruído entre o Leste e o Oeste. Já no fim de novembro de 1990, os Estados da Otan e os Estados do Pacto de Varsóvia assinavam na cúpula da CSCE, em Paris, o primeiro tratado de desarmamento dos exércitos convencionais. A Carta de Paris para uma nova Europa declarou que a "era das confrontações e da divisão da Europa" estava terminada e que, ao contrário disso, "uma nova era de democracia, paz e unidade" tinha começado. A declaração feita na reunião de cúpula da Otan em Roma, em 7 e 8 de novembro de 1991, quase exatamente dois anos após a queda do Muro de Berlim, deu por terminado o conflito entre o Leste e o Oeste. A Guerra Fria passou a ser história.




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