domingo, 18 de julho de 2010

1715 - HISTÓRIA DA PSICANÁLISE

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Reflexões sobre o atendimento ao doente mental antes da Psicanálise
Escrito por Joviane Moura

Já no Egito Antigo se fazia análises cranianas na tentativa de entender a origem das doenças mentais; na Bíblia aparecem descrições de quadros psicopatológicos e uma preocupação em entendê-los. (Zimerman, 1999)

Na Idade Média os doentes mentais eram degredados, punidos com crueldade ou com a morte; recolhidos a prisões e masmorras. Predominava uma mentalidade voltada para a magia e a demonologia; de forma que junto com os cruéis rituais de exorcismo, fazia-se também benzeduras, poções mágicas e diversas formas de curandismo.

O século XVI foi o século das incertezas e da confusão causadas pela derrubada das grandes verdades. O homem ficou em um caos interior entregue a perplexidade e a dor. O homem volta-se para si mesmo, para sua consciência e aí tenta encontrar a garantia da distinção entre o verdadeiro e o falso, o certo e o errado

Seguindo ao incerto século XVI veio o século XVII pregando a racionalidade e a consciência humana. “O século XVII foi aquele que realizou a partilha entre razão e a desrazão: foi o momento da emergência da loucura, ou melhor, foi o momento que a razão produziu a loucura”. (Roza, 2005, p.27)

Roza (2005) declara que é importante destacar que, para Foulcalt (em seu livro História da Loucura), a loucura não se apresenta como uma substancia que, tendo permanecido longo tempo oculto pela ignorância, fez finalmente seu aparecimento sob “a visada aguda da racionalidade do século XVIII.” (p. 27). Antes do século XVII o louco não era uma entidade diferenciada.

Tinha-se consciência da sua existência, da sua diferença, mas de uma diferença que não é perfeitamente delimitada, “que não possuía um estatuto definido e que frequentemente era vista como uma forma suprema de sabedoria para se perder em seguida no mistério da diferença pura.” (Roza, 2005, p.27). Não havia um abismo entre elas. Loucura e não-loucura estariam confusamente implicadas.

Descartes (1596-1650) veio situar a loucura no discurso filosófico. Acreditava que a loucura não atingia o pensamento, mas apenas o homem. Não haveria, portanto, um pensamento louco. Pois o pensamento seria regulado pela razão, o que exclui por definição a loucura. Loucura é a perda da racionalidade. Descartes procurou desenvolver um método que produzisse verdades absolutas, inquestionáveis.


O que distinguiria o homem do animal é a racionalidade, o que aproxima o louco do animal, e que precisa ser domado. Aparece também o interesse em entender a loucura – loucura como objeto do saber. As luzes do Iluminismo estenderam-se também sobre a loucura: empirismo, experimentação

É nesse momento que Foucault diz que a loucura é uma produção do século XVIII. No século XVIII o saber psiquiátrico tem como objetivo exclusivo justificar o conjunto de práticas que se articulam no interior do espaço asilar. O saber funciona apenas para apontar se o individuo era ou não louco. E era um diagnostico absoluto. Não se buscava curar o louco, mas estabelecer o controle disciplinar do individuo, que era encarcerado para poder ser domado.

A Época Moderna buscou progressivamente cercar a loucura. Entender para controlar. O homem deixou de se comunicar com o louco. A loucura passou a ser vista como um acidente patológico. A loucura passa a ser encarada pela perspectiva da tão falada e elogiada “Razão”. O louco passou a ser visto e compreendido através de uma razão, um termo que a priori é tão abstrato e imensurável quanto à própria loucura.

Pinel (1745-1826) e Esquirol (1772-1840) em Bicêtre, promoveram uma inovadora reforma hospitalar que ficou conhecida como “tratamento moral”. Foram os representantes da Psiquiatria na Revolução Francesa. Promoveram uma humanização no sistema psiquiátrico, revolucionando a filosofia do atendimento asilar, quebrando grilhões e cadeados, saneando a imundície das celas. Devolvendo o sentimento de identidade aos doentes mentais.

No século XIX ainda se buscava uma compreensão científica da loucura e essa possibilidade chegou com Moreau de Tours. Ele aplica haxixe em si próprio, com o objetivo de produzir os mesmos sintomas da loucura, e assim adquirir um saber direto sobre ela. É a loucura produzida em laboratório. E ele conclui que o sonho reproduz as mesmas características da loucura. Seria uma loucura temporária. O sonho vai constituir um elemento central na teria freudiana.

Em meados do século XVIII, Anton Mesmer, em Viena empregava o recurso do “magnetismo animal” que ele dizia ser um estado potencial de todo individuo. O imã era usado em tratamentos terapêuticos, mas Mesmer inovou, usando o próprio corpo como imã. Ele inclusive inventou uma forma de magnetização em grupo, pois sua fama cresceu a ponto de ele não dar mais conta de fazer atendimentos individuais. Mesmer foi condenado por charlatanismo pois não havia nenhum fluido magnético, as curas se davam pela sugestão. E é justamente a sugestão que Freud vem a usar juntamente com a hipnose no desenvolvimento inicial da técnica analítica.

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