quarta-feira, 21 de julho de 2010

1804 - HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

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Behaviorismo
Por Ana Lucia Santana

Há diversas teorias psicológicas sobre o comportamento humano. O ‘internalismo’ postula que as causas do comportamento estão sediadas no interior do homem, seja em seu organismo ou em sua mente – nas memórias ou nas emoções. Skinner, ao propor o behaviorismo radical, opõe-se a esta visão, responsabilizando o meio ambiente pela conduta humana, trilhando assim caminho semelhante ao da Cibernética.

O Behaviorismo – do termo inglês behaviour ou do americano behavior, significando conduta, comportamento – é um conceito generalizado que engloba as mais paradoxais teorias sobre o comportamento, dentro da Psicologia. Estas linhas de pensamento só têm em comum o interesse por este tema e a certeza de que é possível criar uma ciência que o estude, pois suas concepções são as mais divergentes, inclusive no que diz respeito ao significado da palavra ‘comportamento’. Os ramos principais desta teoria são o Behaviorismo Metodológico e o Behaviorismo Radical.

Esta teoria teve início em 1913, com um manifesto criado por John B. Watson – “A Psicologia como um comportamentista a vê“. Nele o autor defende que a psicologia não deveria estudar processos internos da mente, mas sim o comportamento, pois este é visível e, portanto, passível de observação por uma ciência positivista. Nesta época vigorava o modelo behaviorista de S-R, ou seja, de resposta a um estímulo, motor gerador do comportamento humano. Watson é conhecido como o pai do Behaviorismo Metodológico ou Clássico, que crê ser possível prever e controlar toda a conduta humana, com base no estudo do meio em que o indivíduo vive e nas teorias do russo Ivan Pavlov sobre o condicionamento – a conhecida experiência com o cachorro, que saliva ao ver comida, mas também ao mínimo sinal, som ou gesto que lembre a chegada de sua refeição.

Assim, qualquer modificação orgânica resultante de um estímulo do meio-ambiente pode provocar as manifestações do comportamento, principalmente mudanças no sistema glandular e também no motor. Mas nem toda conduta individual pode ser detectada seguindo-se esse modelo teórico, daí a geração de outras teses. Eduard C. Tolman propõe o Neobehaviorismo Mediacional ao publicar, em 1932, sua obra Purposive behavior in animal and men. Na sua teoria, o organismo trabalha como mediador entre o estímulo e a resposta, ou seja, ele atravessa etapas que Tolman denomina de variáveis intervenientes – elos conectivos entre estímulos e respostas -, estas sim consideradas ações internas, conhecidas como gestalt-sinais.

Esta linha de pensamento conduz a uma tese sobre o sistema de aprendizagem, apoiada sobre mapas cognitivos – interações estímulo-estímulo – gerados nos mecanismos cerebrais. Assim, para cada grupo de estímulos o indivíduo produz um comportamento diferente e, de certa forma, previsível. Tolman, ao contrário de Watson, vale-se dos processos mentais em suas pesquisas, reestruturando a linha mentalista através da simbologia comportamental. Ele via também no comportamento uma intencionalidade, um objetivo a ser alcançado, com traços de uma intensa persistência na perseguição desta meta. Por estas características presentes em sua teoria, este autor é considerado, portanto, um precursor da Psicologia Cognitiva.

Skinner criou, na década de 40, o Behaviorismo Radical, como uma proposta filosófica sobre o comportamento do homem. Ele foi radicalmente contra causas internas, ou seja, mentais, para explicar a conduta humana e negou também a realidade e a atuação dos elementos cognitivos, opondo-se à concepção de Watson, que só não estendia seus estudos aos fenômenos mentais pelas limitações da metodologia, não por eles serem irreais. Skinner recusa-se igualmente a crer na existência das variáveis mediacionais de Tolman. Em resumo, ele acredita que o indivíduo é um ser único, homogêneo, não um todo constituído de corpo e mente.

O behaviorismo filosófico é uma teoria que se preocupa com o sentido dos pensamentos e das concepções, baseado na idéia de que estado mental e tendências de comportamento são equivalentes, melhor dizendo, as exposições dos modos de ser da mente humana é semelhante às descrições de padrões comportamentais. Esta linha teórica analisa as condições intencionais da mente, seguindo os princípios de Ryle e Wittgenstein. O behaviorismo não ocupa mais um espaço predominante na Psicologia, embora ainda seja um tanto influente nesta esfera. O desenvolvimento das Neurociências, que ajuda a compreender melhor, hoje, o que ocorre na mente humana em seus processos internos, aliado à perda de prestígio dos estímulos como causas para a conduta humana, e somado às críticas de estudiosos renomados como Noam Chomsky, o qual alega que esta teoria não é suficiente para explicar fenômenos da linguagem e da aprendizagem, levam o Behaviorismo a perder espaço entre as teorias psicológicas dominantes.


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Data de publicação: 24/09/2007
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6 comentários sobre "Behaviorismo". Clique aqui para adicionar um comentário.

Regiane em 23/08/2009 às 14:03 hs:
Oartigo até estava muito coerente e explanando uma visao interessante sobre os Behaviorismos, mas o infeliz comentario no ultimo paragrafo demonstrou uma grande falta de conhecimento pela autora sobre o que estava falando. Sugiro que entre no site www.abpmc.org.br que podera ter melhores informações sobre os espaços que hoje o Behaviorismo ocupa e a tamanha propagação dessa ciencia a nivel mundial.
nice em 01/09/2009 às 22:52 hs:
o artigo está excelente e não axo q o comentário é infeliz,pois ela falou segundo Chomsky e não segundo ela.ela está embasada e se vc é behaviorita não fique chateada.
ana cristina em 10/09/2009 às 17:14 hs:
nossos pais foram grandes behavioristas, e nós não gostávamos nada. Há teorias bem melhores de serem aplicadas. Nossos filhos agradecem!! A autora esta de parabens!
iracema fonseca costa em 15/09/2009 às 19:26 hs:
O artigo da colega está excelente, e quanto a ultima citação,cada um tem uma linha de pensamento, e acho válido que seja argumentado sim,mesmo porque a evolução da espécie leva a novas descobertas, sem que as anteriores sejam deixadas de lado ou expiradas, a exemplo da super nany é sucesso entre as famílias com dificuldades de controle e esta é uma prática fundamentada no behaviorismo, parabéns.
Lucas em 22/10/2009 às 22:27 hs:
Super nany não tem sua "prática" fundamentada no behaviorismo, ela só pegou uma ou outra técnica e saiu aplicando. Não basta usar uma ou outra técnica comportamental para ser comportamentalista.

Quanto ao último parágrafo, embora não esteja errado, ele foi meio que mal feito. Mal feito no sentido que abre margem para argumentos de autoridades (p.e. o Chomsky "fodaum" diz que o behaviorismo não presta, logo, ele não presta!) e também faltou mencionar que as críticas do Chomsky já foram há muito tempo refutadas (On Chomsky"s Review of B. F. Skinner"s Verbal Behavior, de Kenneth MacCorquodale). Isso sem falar que, se hoje em dia é difícil para os behavioristas entenderem o Verbal Behavior, quem dirá na época e ainda mais o Chomsky, que desde a primeira página da crítica dele, ele deixa claro que não sabe nada do assunto.

O último parágrafo também passa a impressão que neurociências e behaviorismo radical são incompatíveis (vejam bem, passa a IMPRESSÃO), e de que o behaviorismo simplesmente se resume a explicar comportamentos por estímulos.
Pedro Henrique em 20/11/2009 às 20:15 hs:
concordo plenamente com o que o lucas colocou, está de parabéns pelo comentário, a muito tempo tenho visto esse tipo de prática reinar impune nas áreas humanas.

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