quarta-feira, 30 de maio de 2012
CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DA SECA
Campos de concentração no CearáOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Campos de concentração no Ceará — ou mais conhecidos como os currais do governo,[1]foram locais de apoio e alojamento para as vítimas das secasde 1915 e 1932.[2][3]
Índice [esconder]
1 As secas e os governos brasileiros
2 A seca do Quinze
3 A seca de 1932
4 Referências
5 Ligações externas
[editar] As secas e os governos brasileirosOs períodos de estiagem com grave carestia (fome generalizada) que fazem parte do clima do Nordeste brasileirodespertaram (e despertam) a atenção dos governantes desde a época do Impériode D. Pedro II. E, por sua vez, estes reagiram com planos e projetos nas áreas de engenharia, social e política, tentando assim amenizar as conseqüências das secas tanto para as populações diretamente afetadas (os flagelados), bem como as classes políticas locais.
Um exemplo na área social foram as ações durante a seca de 1877–1879. Nesta, o governo do império incentivou a migraçãode uma grande parte da população do Ceará para a Amazônia e outras regiões. Com esta campanha, os migrantes cearenses agilizaram o primeiro Ciclo da Borracha.
Essa campanha se repete na seca de 1943, desta vez coordenada e centalizada por uma instância federal, o Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia — SEMTA, com o apoio financeiro dos Acordos de Washington, e assim agilizou o segundo ciclo da Borracha.
Como exemplo da ações na área de engenharia temos a iniciativa de D. Pedro II, que depois da seca de 1877 envia uma equipe de engenheiros para a região nordestina para estudar as possibilidades de projetos de engenharia com a intenção de amenizar as conseqüências das secas. Os resultados desses estudos, realizados por engenheiros brasileiros e ingleses, indicaram a construção de barragens ou açudes. Um bom exemplo disto é o projeto da construção do Açude do Cedro, uma obra que foi iniciada pelo primeiro governo republicano de Deodoro da Fonsecae finalizada na gestão de Afonso Pena.
A criação do Instituto de Obras Contra as Secas (IOCS), atual Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), em 1909 por Nilo Peçanha é uma das respostas governamentais ao fenômeno da seca.
Os campos de concentração no Ceará ou os "currais do governo", foram reações governamentais executadas nas secas de 1915 e 1932 no estado do Ceará.
[editar] A seca do QuinzeA seca de 1915 foi o cenário para obras escritas como o livro O Quinze, de Raquel de Queiroz, bem com para a implatação do primerio campo de concentraçãono Ceará, no Alagadiço, ao oeste de Fortaleza.
No Alagadiço, estima-se um ajuntamento de 8 mil pessoas, cuidadas com alguma comidae sob a vigília de soldados.
A razão para o uso desta estratégia foi os temores de invasões e saques dos flagelados da seca em Fortaleza — isso já acontecera na seca de 1877, quando sertanejosfamintos invadiram a capital cearense, atemorizando a população urbana.
Esse campo foi desfeito e as vítimas foram dispersadas em 18 de dezembro do mesmo ano.
Durante essa seca, muitos cearenses também migraram para a Amazônia.
[editar] A seca de 1932Na seca de 1932o nordeste brasileiro sofria com as conseqüências da estiagem, mas também vivia um momento histórico próprio dentro da era de Getúlio Vargas; Lampião e seu bando centralizavam as atenções dos políticos; as oligarquiaspolíticas do Nordeste mudavam de nomes: Padre Cíceroainda tinha influência política e milagrosa para os sertanejos e a irmandade do Caldeirão de Santa Cruz do Desertoatraia centenas de flagelados para os arredores de Crato, no Ceará.
Com o temor da intensa invasão de flagelados para Fortaleza — e para outras grandes cidades do Ceará — a estratégia dos Currais do Governomais uma vez foi implantada, só que desta vez não somente em Fortaleza, mas também em cidades com alguma estrutura básica e com estações de trens. Além dos campos de concentração na capital da Terra da Luz, um no já conhecido Alagadiço e um outro no noroeste da capital, no Pirambu (ou Campo do Urubucomo ficou conhecido), foram instalados outros em Crato, em Cariús, Ipu, Quixadá, Quixeramobim e Senador Pompeu.
Os sertanejos ali alojados recebiam algum cuidado e comida, e podiam trabalhar nas frentes de obras, sempre sob a vigilância de soldados.
Estima-se que cerca de 73 000 flagelados foram confinados nesses campos onde as condições eram desumanas, o que resultou em inúmeras mortes. Ainda durante essa seca, flagelados cearenses foram enviados para o combate nas trincheiras da Revolução de 1932 em São Paulo.
Referências↑ (em português) Diariodonordeste - Currais humanos. Página acessada em 12 de Novembrode 2010.
↑ (em português) Papodebudega - Campos de Concentração no Brasil, sim, eles existiram…Acessado em 12 de Novembro de 2010.
↑ (em português) História Abril - Ceará: nos campos da seca.Acessado em 12 de Novembro de 2010.
[editar] Ligações externasO POVO 08.11.2008 (em português)
O POVO 22.09.2007 (em português)
Pedromundim (em português)
IPU CE (em português)
Scielo (em português)
Portal do Ceará
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Categorias: Campos de concentraçãoHistória do Ceará
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