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SearchUm passeio até a Ilha do Diabo
Alexandre Mata Tortoriello | Internacional | 18/02/2008 23h59
Quem visita as Îles du Salut (Ilhas da Saúde), a 14 quilômetros da costa da Guiana Francesa, ao norte do Amapá, tem dificuldade de imaginar o inferno que era viver no local até 1953. O arquipélago de 0,62 quilômetro quadrado abrigou alguns dos mais perigosos e famosos prisioneiros franceses - dentre eles Henri Charrière, o Papillon - e Alfred Dreyfus, vítima de um dos mais célebres erros judiciais da França.
Formada por pelas Île Royale, Île Saint-Joseph e Île du Diable (ilhas Real, São José e do Diabo), a área virou um presídio em 1852. Para lá, bem longe da metrópole européia, o governo francês mandava seus detentos mais perigosos, que eram submetidos a um regime de trabalho forçado e condições precárias de higiene que foram responsáveis por uma taxa de mortalidade de 48%.
“A expectativa de vida dos que chegavam era de quatro a cinco anos”, explica a guia de turismo Helena Michelson. “Nas ilhas ficavam até 600 prisioneiros ao mesmo tempo, durante o dia, faziam trabalhos forçados e, à noite, voltavam para as celas. A maioria delas era individual, com uma cama de madeira ou cimento - sem colchão. Não havia banheiro nem telhado. A parte superior era coberta por uma grade, por passavam os guardas que faziam as rondas noturnas.”
Calcula-se que 70 mil prisioneiros foram mandados para as ilhas, mas nem todos chegaram da França. Muitos morreram na viagem. Os horrores do local estão descritos no livro Papillon, de Henri Charrière, levado para a Ilha Real, e não para a do Diabo, em 1933. A obra está entre os grandes sucessos da literatura francesa e foi transformada em filme estrelado por Steve McQueen e Dustin Hoffman, em 1973.
O livro e o filme relatam os planos, as tentativas e a fuga espetacular de Papillon, que no caminho teria conquistado até a simpatia de índios canibais. Mas a autenticidade da história foi posta em dúvida por outro prisioneiro. Charles Brunier cumpriu pena no mesmo período que Charrière, a quem acusa de ter se apropriado de sua história. Existe até uma versão de que o verdadeiro Papillon teria fugido para o Brasil e morrido, na década de 70, em Roraima. Especialistas afirmam ainda que a obra mistura ficção com realidade.
Alfred Dreyfus foi o prisioneiro mais importante da Ilha do Diabo, onde ficavam os presos políticos. Eles viviam em pequenas casas e tinham os mantimentos enviados por uma espécie de teleférico.
Em 1894, o capitão Dreyfus, da Marinha francesa, foi acusado de espionagem. No mesmo ano foi condenado por supostamente ter repassado segredos militares para a Alemanha. Em 1895, foi transferido para a Guiana. Apenas quatro anos depois, os advogados conseguiram comprovar sua inocência e o militar deixou a ilha.
“Naquela época, os prisioneiros que sobreviviam costumavam cumprir 15 anos e depois eram mandados para o continente, sem o direito de voltar para a Europa. Mas não havia trabalho e a marginalidade era um grande problema. Toda a Guiana era uma enorme colônia penal”, conta a guia. “Oxalá venham mais turistas para cá, porque, com a má fama que adquirimos, é muito difícil mudar a imagem.”
O governo francês decidiu fechar os centros de detenção em 1947, mas os últimos prisioneiros só deixaram o local em 1953. Hoje, as ilhas são um dos pontos turísticos mais importantes da Guiana. Foram transformadas em museu. Há também um pequeno hotel na Ilha Real. O pacote de fim de semana para um casal com pensão completa sai a 183 euros (R$ 467). Mas há também a opção de alugar um quarto sem ar condicionado e sem cama. Nos cômodos, há apenas ganchos para a fixação de redes, que devem ser levadas pelos hóspedes. Cada pessoa paga 10 euros (R$ 25,44), sem direito a alimentação.
O caso de ilha utilizada como centro penitenciário que se transformou em ponto turístico lembra o da Ilha Grande. No entanto, diferentemente da ilha no litoral sul do Rio de Janeiro, que tem suas belezas naturais como principal atrativo turístico, a bela natureza das Îles du Salut é menos exuberante e a história é o personagem principal.
Mas os fãs de Papillon se decepcionam ao saber que é proibido visitar a Ilha do Diabo. Ela foi transformada parque para a proteção das aves locais. Apenas pessoal autorizado tem acesso à ilha. Os demais conseguem vê-la a poucos metros de distância, seria possível ir nadando. Mas são impedidos de cruzar a pequena faixa de mar.
O nome Ilhas da Saúde surgiu após uma das primeiras expedições francesas na região, em 1763. A tripulação dos navios, que seguiam para Kourou, cidade que hoje abriga do centro de lançamento de foguetes espaciais da França, a 14 quilômetros de distância no continente, encontrou abrigo no arquipélago após ser dizimada por doenças tropicais e provenientes das péssimas condições de higiene das embarcações. Das cerca de 10 mil pessoas, apenas mil sobreviveram. Em homenagem à recuperação da saúde dos que não morreram no caminho, as ilhas receberam o nome de Îles du Salut.
Guiana ou “Güiana”?
P.S.: A série “Além do Oiapoque” termina com um esclarecimento. Durante a publicação das reportagens, fomos questionados sobre a pronúncia e a grafia correta da palavra Guiana. O U é pronunciado, tem trema?
Apesar de a pronúncia mais comum no Brasil ser “Güiana”, com o U sendo falado antes do I, o correto é não pronunciá-lo, como na palavra “guia”. A afirmação é de José Pereira da Silva, professor de Filologia e Língua Portuguesa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
“É um nome de origem indígena, o mesmo que deu as palavras Goiás, Goiânia e goiaba. Em algumas regiões, se diz 'guaiaba'. A pronúncia não é única. Mas oficialmente, em português, esse U não é pronunciado, apesar de o ser nas línguas locais. A maior parte desse tipo de palavra veio da língua original, de lá da região, e daí foi passado para o português”, afirma o professor, acrescentando que, para que o U fosse pronunciado, a palavra deveria ser escrita com trema, ou seja, “Güiana”.
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