domingo, 27 de maio de 2012

flora do nordeste

Adicionar a favoritos Convidar um amigo en Español Monografías Novos Publique Ajuda Descargar Imprimir Adicionar a favoritos Convidar um amigo Estudo florístico e fitossociológico da flora herbácea da fazenda Xique-Xique, Município de Caraúbas – Rn (Brasil) Resumo Introdução Revisão de literatura Material e métodos Resultados e discussão Conclusões Referências bibliográficas RESUMO Realizou-se em estudo florístico-fitossociológico do estrato herbáceo em dois ambientes de caatinga na Fazenda Xique-xique, localizada no município de Caraúbas–RN: um semipreservado e outro antropicamente alterado. Ambos os ambientes são utilizados como áreas de partejo. Foram locadas aleatoriamente, em cada ambiente, 12 parcelas de 10 m x 20 m, e dentro de cada parcelo 10 subparcelas de 1 m2. Foram encontradas, nos dois ambientes em conjunto,37 espécies herbáceas distribuídas em 21 famílias, ocorrendo 21 espécies e 15 famílias comuns aos dois ambientes. Para os índices de diversidade foram obtidos os seguintes valores: 2,4070 (ambiente semipreservado) e 2,4567 (ambiente não preservado). Quinze das espécies ocorrentes no ambiente semipreservado apresentaram=se com freqüências relativas na faixa de 4,4 e 5,4%. A freqüência relativa conjunta de duas das espécies (Aristida setifolia H.B.K. e Stylosanthes angustifolia Vog., que são forrageiras) ocorrentes no ambiente não preservado foi de 64,92%. Quanto às densidades relativas das espécies ocorrentes no ambiente semipreservado, não houve diferenças muito consideráveis. Entretanto, no ambiente não preservado, as duas espécies de maiores freqüências relativas foram também as de maiores densidades relativas, ou seja, 50,75 e 14,17, respectivamente. Os ambientes estudados, apesar da semipreservação de um deles, já foram submetidos a altas pressões de uso e degradação. INTRODUÇÃO O Nordeste do Brasil tem a maior parte de seu território ocupado por uma vegetação xerófila, de fisionomia e florística variadas, denominada caatinga. Fitogeograficamente, a caatinga ocupa cerca de 11% do território nacional, abrangendo os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e norte de Minas Gerais. Na cobertura vegetal das áreas da região Nordeste, a caatinga representa cerca de 800.000 km2, o que corresponde a 70% da região. Aproximadamente 50% das terras recobertas com a caatinga são de origem sedimentar e ricas em água subterrânea. Os rios, em sua maioria, são intermitentes e o volume de água em geral é limitado, sendo insuficiente para irrigação. A altitude da região varia de 0 a 600 m a.n.m., a temperatura média anual de 20 a 28 °C e a precipitação total anual de 250 a 1000 mm, sendo elevado o déficit hídrico. A rigidez do clima da região e principalmente a sua imprevisibilidade inviabilizam a maioria das tentativas de subsistências através da agricultura e pecuária sem que se tenha que recorrer ocasional e temporariamente a uma atividade extrativista. A demanda por alimentos pela crescente população humana vem intensificando a pressão da exploração dos recursos naturais renováveis, acarretando processos de degradação ambiental em vastas áreas do planeta. Isto se torna particularmente patente nas regiões semi-áridas, onde os ecossistemas são naturalmente frágeis, devido à ocorrência de fatores limitantes. A vegetação lenhosa da caatinga constitui a fonte mais importante de energia para a população nordestina. A partir de 1974, com a crise mundial do petróleo, por decisão governamental, alguns setores industriais tiveram que buscar fontes alternativas de energia, concentrando-se na órbita da biomassa. Como resultado, a lenha e o carvão passaram a ser a fonte mais importante de energia primária para a indústria. Em termos de consumo global para o Nordeste, estima-se que o uso de lenha e carvão atenda a aproximadamente 33% do consumo de energia. Avalia-se que o volume de lenha existente na caatinga arbustivo-arbórea seja de cerca de 52 mst/ha, com incremento anual de 0,6 a 1,2 mst/há. Com base nesses dados, o atendimento das necessidades de lenha e carvão para um estado nordestino como o Ceará, implica no desmatamento anual de uma área equivalente a 100.000 ha. Considerando o caráter simplesmente extrativista da exploração de madeira na caatinga, não é difícil se prever o esgotamento das reservas madeireiras nas próximas décadas. Os ecossistemas do bioma Caatinga encontram-se bastante alterados, com a substituição de espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens. O desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra para a agropecuária que, além de destruir a cobertura vegetal, prejudica a manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água e o equilíbrio do clima e do solo. Aproximadamente 80% dos ecossistemas originais já foram antropizados. O presente trabalho é uma contribuição para o conhecimento dos aspectos florísticos e fitossociológicos da flora herbácea da Fazenda Xique-xique, município de Caraúbas, Rio Grande do Norte. 2. REVISÃO DE LITERATURA A distribuição da vegetação do Nordeste do Brasil é profundamente influenciada pelo forte gradiente climático, que vai da úmida costa leste até o vasto sertão semi-árido. ANDRADE-LIMA (1960) definiu para o Estado de Pernambuco quatro zonas fitogeográficas que certamente são válidas para os estados vizinhos de Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. A zona da caatinga (ou domínio das caatingas) corresponde à formação xérica predominante no interior semi-árido e que se aproxima do litoral nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Dentre as dificuldades encontradas na classificação das caatingas, a maior delas é a impossibilidade de enquadrá-las em um único tipo fisionômico, resultando da interação de um conjunto de fatores locais associados ao clima, relevo, geologia e geomorfologia (SAMPAIO et al., 1996). A diversidade de tipos de vegetação, no domínio das caatingas, tem sido apontada por diversos autores. MARTIUS (1840), em sua classificação de vegetação do Brasil, referiu-se às caatingas como sendo florestas áridas, privadas de folhas na estação seca, ou como uma vegetação formada por moitas entre as quais se destacam árvores espessas, em sua classificação fitogeográfica denominou a vegetação do Nordeste brasileiro de "zona das caatingas". EGLER (1951), ao estudar a caatinga do Estado de Pernambuco, afirmou que há na vegetação sempre um aspecto novo, seja de um local para outro, seja da mesma região, em estações diferentes. Conforme diagnóstico florestal do Rio Grande do Norte recente (PNUD/FAO/IBAMA, 1993), a zona das caatingas compreende um número elevado de comunidades vegetais tipicamente compostas por espécies xerófilas, onde o número de espécies animais é pequeno e de baixo nível de endemismo. Compostos de muitas variáveis que se encontram em interação recíproca, o sistema ecológico é facilmente perturbado, pois "todos esses sistemas naturais são de totalidade cujas estruturas específicas resultam das interações e interdependência de suas partes" (ALCÂNTARA NETO, 1998). Porém, a fragilidade natural da caatinga possui uma certa resistência às perturbações antrópicas, como os processos de corte e de queima, sistematicamente aí aplicados. Estudos têm revelado que a queima provoca redução drástica do volume de copa, bem como da densidade das espécies nas áreas assim exploradas (SAMPAIO et al., 1993; LEITE, 1999). Nas regiões semi-áridas crescem os índices de devastação e degradação dos recursos naturais, como tem acontecido no semi-árido nordestino, que apresenta grande parte da sua área com alto risco de desertificação devido à degradação da cobertura vegetal e do solo (BRASIL, 1991; PEREIRA, 2000). Diagnóstico sobre a cobertura florestal, os solos e as tendências de desertificação no semi-árido brasileiro apontam a pequena produção agropecuária como uma das causas (embora não seja a mais importante) de impactos ambientais negativos, tendo como origens o alto índice de desmatamento nas pequenas unidades produtivas, seguidos de uso de tecnologias provocadoras de desgastes de solos, além da ocupação humana que imprime extensivo uso de recursos florestais para finalidades diversas (FETARN, 1995). Muito tem sido discutido s obre as causas da desertificação em todo o mundo. Atribui-se esse processo às formas inadequadas de manejo, à sobre exploração dos recursos e às tentativas de introdução de modernos padrões tecnológicos para as populações rurais tradicionais (MMA, 1998). É notório que a degradação paisagística rural resulta, além do avanço da fronteira agropecuária para atender a crescente demanda populacional por mais alimentos, também da exigência cada vez maior por habitação e energéticos florestais como carvão e lenha, esse último componente para atender a indústria (cerâmicas), o comércio (pizzarias, churrascarias e padarias) e o setor doméstico (residências, casas de farinha e olarias) (CAVALCANTE & LIMA, 2000). Historicamente, a exploração dos recursos florestais sempre foi praticada de forma predatória e irracional, não tendo o Brasil aproveitado este potencial disponível para criar um setor florestal forte, de forma verticalizada e suficientemente tecnificada, para assegurar simultaneamente, o aproveitamento econômico e a conservação dos recursos florestais (SEMAN, 1991). A devastação da caatinga para dar espaço às atividades agropastoris e à exploração de produtos florestais, notadamente lenha, para fins energéticos, são ameaças crescentes à biodiversidade desse bioma. A análise de dados de satélites mostrou que, entre os anos de 1984 e 1990, a área antropizada no Nordeste passou de 34% para 53%, ao passo que a cobertura vegetal nativa remanescente foi reduzida de 65% para 47% (BRASIL, 1991; PEREIRA, 2000). No Rio Grande do Norte, a utilização das florestas tem objetivos múltiplos e delas se obtêm uma grande variedade de produtos e benefícios. Alguns destes entraram no mercado e são objetos de transações mais ou menos regulares, integrando a produção florestal comercial. Os produtos florestais comerciais mais importantes são a lenha, o carvão vegetal, as madeiras roliças para construção civil e toras para serrarias (PNUD/FAO/IBAMA, 1993). De acordo com SAMPAIO et al. (1993), não obstante a fragilidade natural do ecossistema, a caatinga possui uma certa resistência às perturbações antrópicas, como os processos de corte e de queima, sistematicamente aí aplicados. Estudos têm revelado que a queima provoca redução drástica do volume de copa, bem como da densidade das espécies presentes, enquanto que o simples corte afeta pouco a densidade das espécies nas áreas assim exploradas. No entanto, a relação entre os processos que ocorrem na comunidade vegetal é reversível, de forma que a flora de uma determinada região é fruto de um processo de seleção natural. Ainda de conformidade com esses autores, nem todas as espécies de uma comunidade deverão responder de forma comum e uniforme a cada modificação do ambiente que ocupam. A análise de vegetação é de grande importância para o conhecimento de causas e efeitos ecológicos em uma determinada área já que a vegetação, de acordo com MATTEUCCI & COLMA (1982), é o resultado da ação dos fatores ambientais sobre o conjunto interatuante das espécies que coabitam uma determinada área, refletindo o clima, as propriedades do solo, a disponibilidade de água, os fatores bióticos e os fatores antrópicos. Por essa razão, as comunidades vegetais são usadas e se prestam com grande propriedade na identificação e definição dos limites de ecossistemas (MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG, 1974). Conforme SAMPAIO et al. (1996), nenhum parâmetro fitossociológico isolado fornece uma idéia ecológica clara da comunidade ou das populações vegetais. Em conjunto, podem caracterizar formações (e suas subdivisões) e suprir informações sobre estágios de desenvolvimento da comunidade e das populações, distribuição de recursos ambientais entre populações, possibilidades de utilização dos recursos vegetais, etc. Conforme MARTINS (1989) e PEREIRA (2000), a fitossociologia pode ser conceituada como a ecologia quantitativa de comunidades vegetais, envolvendo as inter-relações de espécies vegetais no espaço e, de certa forma, no tempo. Seus objetivos referem-se ao estudo quantitativo da composição florística, estrutura, funcionamento, dinâmica, distribuição e relações ambientais da comunidade vegetal. Apoia-se sobre a taxonomia vegetal, mantendo relações estreitas com a fitogeografia e as ciências florestais. Assim, a fitossociologia é o estudo das comunidades vegetais no que se refere à origem, estrutura, classificação e relações com o meio. Através da aplicação de um método fitossociológico pode-se fazer uma avaliação momentânea da estrutura da vegetação, através da freqüência e densidade das espécies ocorrentes numa dada comunidade. A freqüência é dada pela probabilidade de se encontrar uma espécie numa unidade de amostragem e o seu valor estimado indica o número de vezes que a espécie ocorre, num dado número de amostras. A densidade é o número de indivíduos, de uma dada espécie, por unidade de área. 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Caracterização da Área Estudada O presente trabalho foi desenvolvido em área da Fazenda Xique-xique, localizada no município de Caraúbas-RN, o qual tem como limites os seguintes munici´pios: ao norte, Gov. Dix–Sept Rosado e Felipe Guerra; ao sul, Janduís, Patu e Olho d’Água dos Borges; ao leste, Campo Grande e Upanema; e ao oeste, Apodi. O município de Caraúbas faz parte de uma microrregião onde há predominância de clima semi-árido, com precipitação pluviométrica anual média de ca. 650 mm (máxima 1.841,2 mm; mínima 106,3 mm) e temperatura média anual de 27,7 °C, sendo o período chuvoso de março a abril (IDEMA, 1999). O relevo do município é plano a suave ondulado e a altitude é de 100 a 200 m a.n.m., sobressaindo-se os serrotes do Cumbe, da Mulatinha e das Araras (IDEMA, 1999). A vegetação é do tipo caatinga hiperxerófila aberta, com abundância de cactáceas e plantas de porte baixo. Entre outras espécies destacam-se a jurema-preta, o mofumbo, o faveleiro, o marmeleiro, o xique-xique e o facheiro. De um modo geral, a vegetação encontra-se bastante degradada em decorrência da retirada de madeira para construção de cercas e fabricação de carvão ou lenha (IDEMA, 1999). Os solos predominantes são do tipo Regossolo Eutrófico – fertilidade média a alta, fase rochosa, textura arenosa, bem drenado, relevo plano e suave ondulado, onde o uso agrícola sem irrigação deve ser feito com culturas resistentes à seca. A aptidão agrícola desses solos é restrita a culturas de ciclo longo como algodão arbóreo, sisal, caju e coco, e de regular a restrita no caso de pastagens naturais (IDEMA, 1999). Os recursos hídricos restringem-se ao Aqüífero Cristalino e ao Aqüífero Aluvião. O armazenamento de águas subterrâneas que compõem o Aqüífero Cristalino somente se torna possível quando a geologia local apresenta fraturas associadas a uma cobertura de solos residuais significativa. Os poços perfurados apresentam uma vazão média baixa de 3,05 m³/h e uma profundidade de até 60 m, com água comumente apresentando alto teor salino de 480 a 1.400 mg/1 com restrições para consumo humano e uso agrícola. O Aqüífero Aluvião apresenta-se disperso, sendo constituído pelos sedimentos depositados nos leitos e terraços dos rios e riachos de maior porte. Estes depósitos caracterizam-se pela alta permeabilidade, boas condições de realimentação e uma profundidade média em torno de 7 metros. A qualidade da água geralmente é boa e pouco explorada (IDEMA, 1999). 3.2. Coleta de Dados Inicialmente, buscou-se informação junto à população local a respeito do uso das terras e da vegetação, em seguida foi selecionada a área, de acordo com as informações obtidas. Na área selecionada foram selecionados dois ambientes: um semipreservado (ambiente A) e um não preservado (ambiente B), ambos com registro de uso como pastagem. As unidades amostrais, em cada ambiente, foram constituídas de 12 parcelas permanentes medindo 10 m x 12 m, distribuídas aleatoriamente nas áreas delimitadas (Tabela 1), sendo amostradas 10 subparcelas de 1 m2 por parcela. TABELA 1 – Coordenadas GPS das parcelas.nos ambientes A e B. Ambiente A Ambiente B Parcelas Latitude Longitude Parcelas Latitude Longitude 1 5°43’14,8" 37°42’22,5" 1 5°43’5,5" 37°42’53,6" 2 5°43’15,6" 37°42’20,5" 2 5°43’4,0" 37°42’54,3" 3 5°43’16,1" 37°42’12,5" 3 5°43’7,8" 37°42’51,2" 4 5°43’16,8" 37°42’12,1" 4 5°43’7,5" 37°42’53,6" 5 5°43’17,7" 37°42’10,1" 5 5°43’6,5" 37°42’49,5" 6 5°43’17,2" 37°42’ 7,9" 6 5°43’8,6" 37°42’49,4" 7 5°43’17,4" 37°42’ 5,7" 7 5°43’7,0" 37°42’50,8" 8 5°43’15,8" 37°42’ 7,5" 8 5°43’5,4" 37°42’51,3" 9 5°43’17,2" 37°42’ 8,2" 9 5°43’2,9" 37°42’51,7" 10 5°43’16,6" 37°42’10,9" 10 5°43’4,8" 37°42’51,7" 11 5°43’17,1" 37°42’ 9,9" 11 5°43’7,1" 37°42’54,5" 12 5°43’16,5" 37°42’12,8" 12 5°43’9,0" 37°42’55,1" Foram contados todos os indivíduos e espécies presentes em cada subparcela e amostras de cada espécie foram herborizadas para posterior identificação. Os dados de campo foram tabulados e os cálculos efetuados com o auxílio do software Microsoft Excel 2000 versão 9.0. Para os táxons amostrados (espécies e famílias), foram calculados os seguintes parâmetros fitossociológicos: densidade, freqüência e diversidade. Densidade absoluta do táxon (DAi): DAi = ni/A, onde ni = número de indivíduos do táxon analisado e A = área amostrada (m2). Densidade relativa do táxon (DRi): DR = 100.ni/N, onde ni = número de indivíduos do táxon analisado e N = número total de indivíduos. Freqüência absoluta do táxon (FAi): , onde Pi = número de parcelas em que ocorre o determinado táxon e P = número total de parcelas amostradas. Índice de diversidade (H’): , onde s = número de táxons, ni = número de indivíduos do táxon i e N = número total de indivíduos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Análise Florística dos Ambientes Estudados 4.1.1. Número de indivíduos encontrados Nos dois ambientes, foram encontrados 36.941 indivíduos com altura inferior a 1 m (Tabela 2). O ambiente A (semipreservado) apresentou um menor número de indivíduos herbáceos, pois, é um ambiente de caatinga natural, portanto promovendo uma seletiva penetração dos raios solares influenciando no estabelecimento de indivíduos de espécies de pequeno porte. TABELA 2 – Resumo dos dados levantados em dois ambientes de caatinga na Fazenda Xique-xique, Caraúbas-RN. Ambientes Nº de parcelas Nº de subparcelas Área da parcela (ha) Área da subparcela Nº de indivíduos Nº de ind./ ha A 12 120 0,24 0,01 14.879 61.996 B 12 120 0,24 0,01 22.062 91.925 4.1.2. Nº de famílias e espécies encontradas Observou-se que em termos de espécies a flora do ambiente A é menos diversa que a do ambiente B (tabela 3), no entanto, é mais diversa em termos de famílias botânicas. TABELA 3 – Número de espécies e famílias presentes nos dois ambientes estudados. Categorias Nº de táxons por ambiente Nº total de táxons Nº de táxons comuns A B A B A B Famílias 20 16 21 15 Espécies 27 32 37 21 4.1.3. Famílias ocorrentes nos ambientes estudados Na Tabela 4, observa-se que as famílias Rubiaceae e Gramineae são as mais bem representadas no ambiente A, com 2.619 (17,6%) e 1.926 (12,94%) indivíduos, respectivamente. No ambiente B, as mais bem representadas são Gramineae e Leguminosae Faboideae, com 12.529 (56,81%) e 3.187 (14,45%) indivíduos, respectivamente. TABELA 4 – Famílias ocorrentes nos dois ambientes estudados (A e B). Famílias A B A+B Nº de ind. % ind. Nº de ind. % ind. Nº de ind. % ind. Amaranthaceae 1.216 8,17 1.647 7,47 2.863 7,75 Bromeliaceae 16 0,11 - - 16 0,04 Cactaceae - - 18 0,08 18 0,05 Compositae 432 2,9 61 0,28 493 1,33 Convolvulaceae 333 2,24 354 1,61 687 1,86 Cyperaceae 636 4,27 140 0,63 776 2,10 Euphorbiaceae 1.106 7,43 715 3,24 1.821 4,93 Gramineae 1.926 12,94 12.529 56,81 14.455 39,14 Labiatae 1.369 9,20 623 2,82 1.992 5,39 Leg. Caesalpinioideae 756 5,08 246 1,12 1.002 2,71 Leg. Faboideae 829 5,57 3.187 14,45 4.016 10,87 Leg. Mimosoideae 441 2,96 28 0,13 469 1,27 Lythraceae 379 2,55 - - 379 1,03 Malvaceae 223 1,50 291 1,32 514 1,39 Oxalidaceae 620 4,17 - - 620 1,68 Rubiaceae 2.619 17,60 1.231 5,58 3.850 10,42 Scrophulariaceae 313 2,10 180 0,82 493 1,33 Sterculiaceae 1.122 7,54 779 3,53 1.901 5,15 Tiliaceae 104 0,70 - - 104 0,28 Turneraceae 62 0,43 - - 62 0,17 Verbenaceae 377 2,54 33 0,15 410 1,11 Total 14.879 100,0 22.062 100,0 36.941 100,0 4.1.4. Espécies encontradas nos ambientes estudados Na Tabela 5 encontra-se a listagem das espécies ocorrentes e o número de indivíduos pertencentes a cada uma delas. Observou-se que as três espécies (Diodia sp., Aristida setifolia, Borreria sp.) de maior freqüência no ambiente A representam 25,74 %, dos indivíduos encontrados. No ambiente B, as espécies Aristida setifolia, Stylosanthes angustifólia e Froelichia lanata representam conjuntamente 69,04% dos indivíduos encontrados. Considerando-se os dois ambientes, as espécies Aristida setifolia e Stylosanthes angustifólia representam 44,49% de todos os indivíduos ocorrentes. TABELA 5 – Representatividade das espécies nos dois ambientes estudados. Espécies Famílias Número de indivíduos por ambiente Freq. A+B (%) Freq. de ocorrência (Parc.) A B A+B Alternanthera sp. Amaranthaceae 1.089 711 1.800 4,87 19 Aristida setifolia H. B. K. Gramineae 1.211 11.197 12.408 33,60 24 Bidens sp. Compositae 262 49 311 0,84 8 Borreria sp. Rubiaceae 1.150 410 1.560 4,22 24 Bromelia laciniosa Mart. Bromeliaceae 16 - 16 0,04 4 Cyperus sp. Cyperaceae 636 140 776 2,10 19 Cnidoscolus urens Arthur Euphorbiaceae - 10 10 0,03 3 Cuphea sp. Lythraceae 379 - 379 1,03 11 Dactyloctenium aegyptium (L.) Beauv. Gramineae - 503 908 1,36 9 Digitaria sanguinalis (L.) Scop. Gramineae - 104 104 0,28 5 Diodia sp. Rubiaceae 1.469 821 2.290 6,20 23 Elvira biflora (L.) DC. Compositae 170 12 182 0,49 7 Euphorbia hyssopifolia L. Euphorbiaceae 1.106 705 1.811 4,90 21 Evolvulus ovatus Fern. Convolvulaceae - 336 336 0,91 6 Froelichia lanata Moq. Amaranthaceae - 908 7 2,46 10 Gomphrena demissa Mart. Amaranthaceae 127 - 127 0,34 2 Gomphrena sp. Amaranthaceae - 28 28 0,08 1 Herissantia sp. Malvaceae 223 121 344 0,93 11 Hyptis suaveolens L. Labiatae 783 131 914 2,47 15 Ipomoea bahiensis Willd. Convolvulaceae - 7 7 0,02 3 Jacquemontia evolvuloides Meissn. Convolvulaceae 333 11 344 0,93 8 Marsypianthes chamaedrys Kuntze Labiatae 586 492 1.078 2,92 22 Mimosa sp. L. Mimosoideae 441 28 469 1,27 15 Opuntia inamoena K. Schum. Cactaceae - 18 18 0,05 6 Oxalis sp. Oxalidaceae 620 - 620 1,68 9 Paspalum scutatum Nees ex Trin. Gramineae 715 725 1.440 3,90 23 Piriqueta sp. Turneraceae 62 - 62 0,17 2 Senna uniflora (Mill) Irwin et Barneby L. Caesalpinioideae 555 44 599 1,62 14 Senna obtusifolia (L.) Irwin et Barneby L. Caesalpinioideae 201 202 403 1,09 16 Sida angustissima St. Hil. Malvaceae - 170 503 0,46 7 Stachytarpheta sp. Verbenaceae 377 33 410 1,11 15 Stylosanthes angustifolia Vog. L. Faboideae 829 3.127 3.956 10,71 20 Tephrosia cinerea (L.) Pers. L. Faboideae - 60 60 0,16 2 Tetraulacium veronicaeforme Turcz. Scrophulariacae 313 180 493 1,33 15 Triumfetta sp. Tiliaceae 104 - 104 0,28 3 Waltheria bracteosa St. Hil. et Naud. Sterculiaceae 619 719 1.338 3,62 24 Waltheria indica L. Sterculiaceae 503 60 563 1,52 18 Total 14.879 22.062 36.941 100,00 - As espécies Aristida setifolia, Borreria sp. e Waltheria bracteosa ocorreram em todas as unidades amostrais, nas 24 parcelas estudadas. As opiniões expressas em todos os documentos publicados aqui neste site são de responsabilidade exclusiva dos autores e não de Monografias.com. O objetivo de Monografias.com é disponibilizar o conhecimento para toda a sua comunidade. É de responsabilidade de cada leitor o eventual uso que venha a fazer desta informação. Em qualquer caso é obrigatória a citação bibliográfica completa, incluindo o autor e o site Monografias.com. 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