o problema da água no nordeste

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Você está em Meio Ambiente [ Wendson Medeiros ] Veja o Perfil Completo deste Colunista Geógrafo, M.Sc., Professor Universitário e Consultor em Meio Ambiente e Turismo. Água no Nordeste: quantidade x qualidade. Água no Nordeste: quantidade x qualidade. Na última semana, estive participando do I Simpósio de Geografia Física do Nordeste, no Crato-CE. Neste evento, entre alguns dos temas discutidos, estava “Grandes Obras Hidráulicas para o NE: para que(m)?”. Como não podia deixar de ser, a Transposição do rio São Francisco foi alvo de grande participação do público. Sem entrar no mérito da questão, haja vista que muitas opiniões já existem, de especialistas, cientistas e políticos, algumas contrárias, outras favoráveis, percebi que a questão da água tão discutida no Nordeste resume-se à sua escassez quantitativa. O problema da escassez de água no Nordeste está atrelado às condições climáticas dominantes em grande parte de seu território. O predomínio de um clima semi-árido com estação chuvosa curta e com má distribuição de chuvas ao longo do ano é, sem dúvida, um dos principais fatores que intensificam esse problema. Diante desse quadro, há muito tempo grandes obras hidráulicas têm sido realizadas com intuito de minimizar os efeitos da seca, principalmente, a escassez hídrica. Como exemplos, podem ser citados, entre outros, o açude Castanhão, no Ceará; as barragens Armando Ribeiro Gonçalves e Santa Cruz, no Rio Grande do Norte; o Açude Curemas-Mãe d’Água, na Paraíba. Estas grandes obras, e agora a Transposição do São Francisco, tem como metas principais minimizar os efeitos da seca, seja para propiciar o abastecimento humano, seja para promover o desenvolvimento do agronegócio. É bem provável, como algumas situações podem demonstrar, que tais obras venham a atenuar a escassez de água. Em 2004, após as fortes chuvas ocorridas em fevereiro e março, grande parte dos açudes e barragens do Nordeste atingiram seu volume máximo de armazenamento, vindo a transbordar. Açudes como o Castanhão-CE, Gargalheiras-RN, Boqueirão-RN e a barragem Armando Ribeiro ou Açu-RN sangraram e acumularam água para resolver o problema da escassez por até alguns anos. Porém, atualmente, um novo fato vem aparecendo na imprensa. Apesar de muitos açudes e barragens estarem com água suficiente, esta não presta para abastecimento humano e, também, inviabiliza uma série de outras atividades, como a pecuária, por exemplo. Para bom entendedor, está claro que o problema não reside apenas na escassez (quantitativa) da água. Recentemente, foram confirmados casos de contaminação de vários açudes e barragens no RN, entre eles os já citados aqui, por cianobactérias. Soma-se a isso, os prováveis problemas de contaminação por metais pesados e agrotóxicos. Tudo isso torna as nossas águas represadas e abundantes escassas do ponto de vista qualitativo. Isto é, não prestam para o uso. Além destes, pode-se citar o caso do Açude de Lucrécia-RN, que está sendo alvo de estudos sobre a possível existência de radioatividade em suas águas e sua relação com os altos índices de câncer na região. Um outro exemplo que pode ser aqui mostrado é o caso de Natal-RN. Situada longe dos efeitos do clima semi-árido, Natal não sofre com o problema da seca e tem água em abundância, principalmente, nos aqüíferos do sistema dunas/barreiras. Porém, a ausência de saneamento em grande parte da cidade, propiciou a contaminação dos aqüíferos por Nitrato, que é uma substância potencialmente carcinogênica. Em suma, pode-se perceber que, seja em áreas de ocorrência das secas ou fora delas, um problema sério que vem se intensificando a cada dia, e muitas vezes não recebe a devida atenção, é a escassez qualitativa da água. Mas, retornando às grandes obras hidráulicas para minimizar os efeitos da seca no Nordeste, alguém já ouviu alguma discussão sobre escassez qualitativa? Já está mais do que na hora de se atentar para isso! ------------------------------------------------------------------------------------------------------- Nome: O campo é obrigatório.É necessário que seu ome tenha no minimo 5 caracteres.O seu nome é muito grande. e-mail: O campo é obrigatório.O endereço não parece válido. Comentário: 0 O campo é obrigatório.Seu comentário possui poucos caracteres, escreva mais um pouco sua opinião é importante.Excede o máximo de caracteres. Digite as duas palavras:Digite o que você ouve:Incorreto. Tente novamente. 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