sábado, 17 de julho de 2010

1769 - CÉREBRO HUMANO

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O cérebro humano
Publicado por Fernando Fraga em Dez 09, 2007, em Sem categoria

O cérebro é parte do sistema nervoso central dos vertebrados. Está localizado dentro do crânio. O cérebro do ser humano pesa mais ou menos 1,4 kg e é uma massa de tecido rosáceo, cuja análise química revela conter 78% de água, 10% de gordura, 8% de proteína, 1% de carboidrato, 1% de sal, e 2% de outros componentes. Não é muito grande: mais ou menos do tamanho de duas mãos fechadas, pressionada uma contra a outra.

Mas o nosso cérebro tem aproximadamente 100 bilhões de células nervosas cerebrais, os neurônios, conectadas umas com as outras e responsáveis pelo controle de todas as funções mentais. Cada um desses neurônios pode fazer entre mil e várias centenas de milhares de sinapses. Uma sinapse é a junção entre dois neurônios. Por outras palavras, o cérebro humano é capaz de produzir cerca de l.OOO trilhões de conexões, todas com a sua própria história e funções. O cérebro é o centro do controle do movimento, do sono, da fome, da sede e de quase todas as actividades indispensáveis para a sobrevivência. Todas as emoções humanas, como o amor, o ódio, o medo, a ira, a alegria e a tristeza, estão sob controle do nosso cérebro.

Encarrega-se, também, de interpretar sinais que se enviam do nosso organismo e do exterior. Enfim, o cérebro e a medula espinhal formam o sistema nervoso central (SNC), que se comunica com o corpo por intermédio do sistema nervoso periférico, impulsionando-o por meio das suas delicadas ramificações, repletas de dados. A sua superfície e o seu desenvolvimento complexo justificam o nível superior de inteligência do ser humano, comparando-se com o cérebro de outros animais.

O cérebro é o órgão do corpo que mais trabalha, já que tudo aquilo que se faz, se sente ou se pensa, é devido ao cérebro. Fazendo-se uma comparação com um computador, logo se descobre que o computador faz as suas operações por meio de processos sequênciais e lógicos, enquanto que o cérebro é multidireccional, funcionando de uma maneira muito mais complexa, já que processa a informação sintetizando-a e integrando-a através de procedimentos paralelos e simultâneos.

Há que se esclarecer, obviamente, que toda a informação que o cérebro recebe do exterior, consegue-a através da visão, olfato, tato, paladar, ouvidos. Por sua vez controlados pelo próprio cérebro; tais órgãos enviam rotineiramente mensagens, dando conta do que está acontecendo à nossa volta. No entanto, apesar de toda essa carga de informação, neurocientistas afirmam que nós, seres humanos, utilizamos, aproximadamente, apenas 10% (outros citam 4%) da capacidade cerebral.

O cérebro é constituído por dois hemisférios bastante simétricos, ligados por um conjunto de fibras nervosas (cerca de 200 milhões), chamadas de corpo caloso. Cada hemisfério cerebral inter-relaciona-se intimamente com o seu homólogo, embora exerçam funções diferentes e cada um é responsável por um lado do corpo de forma especular e intercomunicante.

Fundindo numa só estrutura, o nosso sistema nervoso central alberga três subsistemas, resultado da impressionante saga filogenética que o vincula à aventura da vida quando esta opta sair da segurança electrolítica do mar.

Por ordem de aparição na história evolutiva, esses cérebros são: primeiro o reptiliano, a continuação, o límbico (mamíferos primitivos) e, por último, o néocortex (mamíferos evolucionados ou superiores)

Foi Paul Mac Lean, um cientista do Laboratório de Evolução Cerebral e Conduta do Instituto Nacional de Saúde Pública da Califórnia, quem desenvolveu um modelo da estrutura cerebral do ser humano, conhecido como “cérebro tríuno”, “tríade cerebral”. Para Mac Lean, o cérebro humano desenvolveu-se conservando as características das etapas anteriores. Assim, o homem possuiria três cérebros, encaixotadas uns nos outros: um cérebro primitivo ou reptiliano, um cérebro antigo mamífero ou límbico e um cérebro neomamífero, o córtex.

Nas palavras do autor do modelo: “Uma tal situação implica que somos obrigados a ver-nos e a ver o mundo com os olhos de três mentalidades diferentes”.

Os animais que possuem essencialmente o cérebro primitivo ou reptiliano são os peixes, as tartarugas marinhas, os répteis e os vertebrados inferiores. Pelo menos as espécies primitivas. No ser humano, este cérebro corresponde basicamente ao tronco cerebral que é onde estão localizados os necessários centros de comando para a vida. Controlam o sono e a vigília, a respiração e a regulação da temperatura, os movimentos automáticos primordiais, e funcionam como subestações intermediárias para a transmissão da informação (input) sensorial. É ele que governa, em particular, a nossa agressividade e a reacção de fuga ou luta diante de um perigo externo.

Segundo Dominique Chalvin, in “Utiliser tout son cerveau”, ESF, 199l: “Nós somos todos, para uma parte de nós mesmos, lagartos, cuidadosos com o nosso território, prestes a nos escondermos no buraco da parede em caso de ataque, mas também, felizes por podermos aquecer-nos debaixo do sol”.

A linguagem reptiliana confunde-se com os gestos e comportamentos chamados “não-verbais”. O cérebro reptiliano não sabe enfrentar situações novas, não sabe inovar e rejeita algo diferente dele.

O cérebro paleomamífero ou sistema límbico, inclui o septo, a amígdala, o hipocampo. Fruto de uma evolução muito mais tardia, permite uma adaptação bem melhor ao meio ambiente. Tem uma função capital na adaptação ao meio social: a integração ou não a um grupo, convicções, crenças, sensação de segurança ou, ao contrário, de insegurança. Segundo o Dr. John J. Ratey, além de promover a sobrevivência, “refina, emenda e coordena os movimentos. Vemos também aqui o desenvolvimento dos aparelhos para a memória e as emoções, os quais melhoram e realçam ainda mais a regulação interna do corpo”. Têm uma importante função na memorização a longo prazo, que permite a antecipação do prazer, a repetição desejada das experiências interessantes, felizes, agradáveis, e a fuga diante de outras situações.

Centro da programação voluntária dos nossos comportamentos, o cérebro límbico privilegia a acção, a reflexão, vindo apenas a seguir, ao córtex. Daí o ditado: “o homem actua primeiro e raciocina depois”, e isso caso o límbico queira transmitir a informação.

Segundo P. Mac Lean, 1975, e Jason Brown (“Mind, Brain and Consciousness”, 1977): “o sistema límbico intervém na motivação afectiva da atenção dada a tal objecto da visão, audição, tato e na criação das imagens mentais”.

Resumindo, o antigo cérebro mamífero tem uma função primordial no nosso comportamento emocional e na nossa memória, ou seja, na estruturação da nossa identidade. “Ele classifica as experiências novas em gratificantes, que devem ser recomeçadas, e desagradáveis, que devem ser evitadas. Todos os estímulos sensoriais, com excepção do olfativo, passam por ele” (Longin, Pierre in “Como llegar a ser líder”, Espanha: Granica, s/d.)

O novo cérebro mamífero ou córtex, o último a se desenvolver caracteriza o ápice da evolução do reino animal. É responsável pela rigorosa afinação das “nossas funções superiores e pelas nossas associações, pensamento abstrato e capacidade de planeamento, além de nos permitir responder a novos desafios. É o local da análise, do raciocínio, da intuição e da linguagem complexa específica do homem. O rato tem apenas um embrião de córtex e o gato um pouco mais bem dotado. O cão e o cavalo também possuem um desenvolvimento cortical na parte posterior do crânio, — mas apenas o ser humano é dotado de um córtex tão abrangente.

Em resumo, o novo cérebro mamífero processa os dados recebidos através dos sentidos, das imagens mentais e das diversas lembranças. Ele transforma as reações cerebrais em linguagem verbal e não-verbal. Produz actividades complexas como a leitura, a escrita ou a aritmética. Analisa, antecipa, decide e conceiptua. Mas, raciocina friamente e ignora as emoções. (O cerebelo também evoluiu, alerta Ratey, “reflectindo o facto de que tem um papel no pensamento, fala, memória e na nossa vida emocional”.)

Como conclusão podemos dizer que o cérebro humano é uma espécie de supercomputador altamente complexo, capaz de criar os seus próprios programas, modificando-os para levar em conta as oportunidades do seu meio ambiente. O conceito dos três cérebros de Mac Lean é antes de tudo uma excelente metáfora que permite compreender um pouco melhor o funcionamento do nosso cérebro e o da especialização hemisférica.

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