terça-feira, 13 de julho de 2010

1490 - HISTÓRIA DAS BIBLIOTECAS

Edição nº 58 | Julho de 2010




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Principal > Acervo Digital > Ecos do 13 de maio

05/05/2010

Ecos do 13 de maio
Guiando o leitor nas bibliotecas digitais, Renato Venâncio mostra a evolução do pensamento que buscava eliminar o "martírio irresgatável" da escravidão no Brasil.
Renato Venâncio



A pesquisa a respeito da escravidão sempre exigiu muita criatividade por parte dos historiadores. Raríssimos foram os escravos alfabetizados. Mais raros ainda foram os que deixam documentos escritos do próprio punho. O testemunho a respeito dos povos da senzala quase sempre dependeu dos registros de traficantes e de cartórios, assim como dos textos de processos da inquisição e de tribunais civis.

A história do abolicionismo foi um pouco diferentes. O movimento filantrópico sensibilizou parcela importante da elite letrada. Daí a existência de milhares de folhetos, livros e jornais divulgando a causa. A biblioteca digital do Senado disponibiliza um extraordinário conjunto dessas fontes. Uma estratégia de pesquisa interessante é clicar no item “títulos”, sem preencher o campo “busca”. Assim, é possível visualizar o conjunto do acervo bibliográfico digitalizado, composto por 181 livros e folhetos.

As preciosidades se sucedem. Não só a perspectiva abolicionista é registrada. Textos registrando experiências de substituir o braço escravo datam de 1845, como o “A substituição do trabalho escravos pelo trabalho livre no Brasil, por um meio suave e sem difficuldade”, redigido por Henrique Velloso de Oliveira. Outro exemplo, de 1865, propunha a formação de irmandades religiosas que, através de esmolas e doações testamentárias, reuniriam fundos para compra da liberdade dos cativos: “Idéas, lembranças e indicações para extinguir a escravidão no Brazil: salvar a propriedade e educar os libertos afim de serem cidadãos uteis, por Benjamin Fontana.”

Dessa forma, é possível conhecer não só a opinião dos abolicionistas, como também de segmentos moderados, os emancipacionistas, que propunham indenização dos senhores e uma lenta transição do sistema escravista para o livre. Posição, aliás, assumida pela maçonaria: “Emancipação dos escravos, as sociedades maçonicas e abolicionistas do Imperio, por Elzeario Pinto, 1870”. Na biblioteca digital do Senado também há testemunhos de defensores da escravidão. No livreto “A emancipação: breves considerações, por um lavrador bahiano. Bahia: Typ. Constitucional, 1871", é possível ler queixas dos fazendeiros frente à recém aprovada Lei do Ventre Livre, que libertou os filhos das escravas. Um aprofundamento nos antecedentes dessa legislação é facultado pela leitura do clássico “A escravidão no Brasil: ensaio historico-juridico-social”, de Agostinho Marques Perdigão Malheiro, publicado em 1866.

Como seria de esperar, documentos preciosos de associações abolicionistas são disponibilizados, como o “Manifesto da Confederação Abolicionista do Rio de Janeiro”, de 1883, redigido por José do Patrocínio e André Rebouças. As variantes regionais do movimento também são captadas por diferentes textos. Um deles é “Apontamentos para a historia do movimento abolicionista na provincia do Rio Grande do Sul”, publicado em 1888, por Joaquim de Salles Torres Homem. Em relação ao Estado do Amazonas, pode-se ler os discursos proferidos no “Banquete dado pela Confederação Abolicionista e alguns amigos da idéa no dia 19 de agosto de 1884 em homenagem á libertação do Amazonas e aos deputados que apoiaram o gabinete de 6 de junho”.

As conferências abolicionistas são outro ponto forte do acervo. O calor dos debates foi muito bem captado na “Conferencia do sr. Joaquim Nabuco a 22 de junho de 1884 no Theatro Polytheama” ou na “Conferencia publica do jornalista José do Patrocínio feita no Theatro Polytheama em sessão da Confederação Abolicionista de 17 de maio de 1885”.

Em “A situação abolicionista”, de 1885, Rui Barbosa revela o tom acalorado dos debates e a adesão de parcela importante da elite à causa. O Conselheiro do Império lembra a situação dos escravos em cuja face, muda como a calma das noites sem astros, a agonia e o vilipendio de tres séculos aprofundaram o sulco eterno das lagrimas extinctas, e sobre cuja fronte branqueja a neve alpina da velhice santificacla pelo martyrio irresgataveI.



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