quinta-feira, 8 de julho de 2010

1395 - HISTÓRIA DO LIVRO

26
Colégio Cruzeiro
Livro da vida - produzir cultura, fazendo história
O Livro da Vida é uma técnica desenvolvida
pelo pedagogo francês Celéstin Freinet (1896-
1966) a qual contribui, de maneira muito
significativa, no trabalho pedagógico porque
traz aos alunos a oportunidade de construir a
história do grupo e aprender uns com os outros.
Nesse livro são registrados todos os
acontecimentos significativos vivenciados
pela turma. Os textos são narrados pelos
próprios alunos, que completam o registro
com desenhos e fotos.
É uma técnica que tem o objetivo de
socializar, documentar e comunicar à
comunidade escolar (responsáveis, alunos
e professores) os acontecimentos da turma,
além de ser um estímulo à criatividade das
crianças que desenham, criam textos e
arriscam suas hipóteses de escrita.
O livro fica na sala de aula e pode ser
manuseado pelos “autores”, que estão sempre
trazendo novas idéias para enriquecê-lo. Os
alunos ficam muito orgulhosos em apresentar
o material para os outros colegas e os pais.
Por ser um material coletivo, os alunos
precisam chegar a um consenso do que
devem ou não registrar, decidindo junto à
professora a melhor maneira de fazê-lo e
promovendo, assim, a integração do grupo,
num ambiente democrático onde todos têm
a oportunidade de expressar suas opiniões
e de ser ouvidos pelos demais colegas.
A criança que participa de um Livro da Vida
está atenta ao mundo, não apenas porque quer
conhecê-lo, mas também porque quer observálo,
registrá-lo e classificá-lo.
Para produzir e consumir cultura, é preciso
ir ao encontro da vida, mesclar-se com outras
pessoas, permitindo a troca. Nessa relação
dialética, também passamos a entender que
todos têm o seu valor e potencial, por isso
devem ser respeitados e ouvidos.
A fim de conhecer o mundo e discuti-lo com
outras pessoas, é preciso estar nele, vivendo e
convivendo. É a partir dessas experiências que
podemos estar experimentando tudo aquilo que
nos leva a permanecer vivos. Os sentimentos,
as paixões, as coisas boas e ruins, os desgostos,
as experiências bem sucedidas ou não, as
pessoas, as amizades, são o que constituem a
história dos indivíduos e nunca vivemos essa
história sozinhos, pertencemos a muitos grupos
e nos relacionamos com pessoas, portanto,
estamos o tempo todo entrelaçando histórias.
Por esse motivo, o trabalho com o Livro da
Vida é um documento importante que, além
de ajudar no desenvolvimento das nossas
crianças, ajuda a construir um pouco da
história do Colégio Cruzeiro.
Adriana Carolina Iwanczuk
Professora da Turma G-III/4
Unidade Jacarepaguá
Para saber mais:
SAMPAIO, R. M. W. F. Freinet. Evolução Histórica
e Atualidades. São Paulo: Scipione, 1994.
A Professora Daniele
Horácio montando o
Livro da Vida com a
turma do C.A. 5.
Luciano Pereira
A Professora Daniele num desenho feito pela turma
27
Revista ENCONTRO
Para gostar de ler...
O projeto Monstros nasceu da necessidade
de mostrar aos alunos os diversos aspectos a
serem analisados na hora da escolha de um livro.
Percebíamos que eles privilegiavam
somente um determinado aspecto: ou capa ou
título ou figuras internas, etc, não buscando
conhecer o conteúdo do livro.
Como despertá-los para uma análise mais
completa? Mostrando-lhes um livro que
anteriormente ficava “no fundo do baú”:
“Pequeno manual de monstros caseiros”, de
Stanislav Marijanovic.
O projeto foi desenvolvido em quatro
etapas: “A hora do conto”, “A hora da
imaginação”, “A hora da criação” e “A hora
da produção”. Com essas atividades, os
alunos ouviram o texto, despertaram em
cada um os “monstrinhos” do dia-a-dia que
os visitam, criaram o seu próprio monstro e
produziram um texto sobre ele.
Com o projeto, o livro foi encantando
as crianças e, hoje, já não fica mais esquecido
num canto qualquer...
No EPA de 2003, as turmas de 3a série
mostraram o belo resultado do trabalho.
Turmas 31, 32, 33 e 34
Professoras: Tânia Dias, Dulce Motta,
Rose Cezimbra e Flávia Menezes.
Cecília Braga (T. 31),
Mariana Cezimbra
(T. 32), Paloma
Mandina (T. 33),
Victor Alexander
(T. 34), em 2003
Rose Cezimbra
A educação da sensibilidade
Alunos de 4ª e 5ª
séries do Tempo
Integral, Jacarepaguá,
em apresentação na
primeira quinzena de
dezembro de 2003
Chegou o dia... Todos prontos. O professor
sai de cena e se junta à platéia lotada. As cortinas
vão se abrir... A história está começando...
Assim foram os minutos que antecederam
a apresentação de “Die Zauberflöte”, “A
Flauta Mágica”, de Mozart, no Colégio
Cruzeiro de Jacarepaguá.
No palco: olhinhos brilhando. Na platéia:
surpresa. “Como pode um aluno tão tímido
ser Sarastro ou Rainha da Noite com toda
sua força cênica?”
Para responder a essa pergunta, poderíamos
descrever a importância do exercício teatral no
processo histórico do homem. Mas podemos
simplificar a resposta com algo que chamamos
de a magia do teatro.
Estamos brincando (spielen*) e, como é
natural no homem, aprendendo através desse
jogo. Jogo em que a razão e a sensibilidade
estão juntas e são inseparáveis; em que
aprender é apreender o mundo por meio de
histórias, as quais, através do uso dos
símbolos e das metáforas, nos revelam a vida.
O teatro é efêmero e, cada apresentação,
única e especial. Assim, o aprendizado se segue
e, em breve, compartilharemos, novamente, a
nossa brincadeira com todos. Agora, vamos
festejar: “Viva a estréia do Teatro no Colégio
Cruzeiro de Jacarepaguá!”
Aplauso para todos os alunos...
Fecham-se as cortinas.
André De Angelis
Professor de Artes Cênicas
* Verbo da língua
alemã usado para
brincar, jogar,
interpretar...
Luciano Pereira
28
Colégio Cruzeiro
Sandra Machado
Semana da Saúde renova o vigor em Jacarepaguá
O ar puro da Unidade Jacarepaguá é o
cenário perfeito para cuidar do corpo e da
mente. Foi dentro deste espírito que
aconteceu a primeira Semana da Saúde, entre
os dias 26 e 30 de abril, com uma agenda
lotada de eventos. Num verdadeiro exercício
de convivência e de conscientização, o
projeto é resultado de um trabalho em equipe.
Da Comissão Organizadora participaram pais
e professores: o Dr. Fernando Cruz (primeiro
idealizador do evento), a Dra. Lílian Moreira,
a Dra. Mônica Malafaia, a Prof. Norma
Benjamin e o Prof. Valdomiro Dockhorn, Vicediretora
e Diretor da Unidade.
“Nesse contexto, vamos introduzir
anualmente a Semana da Saúde. Esse tema
não se restringe ao exame médico em função
da natação e da Educação Física. Queremos
dar ênfase ao sentido preventivo e de
consciência para a vida saudável, recomendando
postura, alimentação, segurança e
prática de exercícios. No Colégio o aluno já
recebe assistência periódica de especialistas,
para tratar da questão da obesidade, por
exemplo” explica o Prof. Valdomiro. Além de
uma programação intensa de segunda à
sexta-feira, a Semana da Saúde teve um
bônus, no dia 3 de abril. Houve o seminário
para o corpo docente com o tema “A voz e o
coração do professor”, tendo como palestrantes
o Dr. Jairo Mancilha, cardiologista e
pós-doutorado em cardiologia preventiva, e
a Dra. Rogéria Guida, fonoaudióloga, no Teatro
Iracema de Alencar, do Retiro dos Artistas.
Mas a “semana” propriamente dita
começou com uma sessão cívica para pais,
professores e alunos da 3a à 6a série às 8h de
26 de abril, dia em que aconteceram também
oficinas de saúde na quadra esportiva, na
sala de música e no refeitório. Houve também
uma palestra específica da Dra. Adriana
Carrijo para alunos de 5a série sobre sexualidade.
No dia 27, às 8h, uma mesa-redonda
reuniu responsáveis por alunos da Educação
Infantil no Teatro Iracema de Alencar para
tratar do desenvolvimento físico e emocional
da criança. Participaram a fonoaudióloga
Letícia Cid Bertholo, a
pediatra Lílian Moreira e a
psicóloga Denise Camasmie.
Dia 28, no mesmo
horário e local, a mesaredonda
dava lugar aos pais
do Ensino Fundamental,
com o tema “O Adolescente
e a sexualidade” e a fala da
psicóloga Marisa Ferreira
Mendes. Profissionais do
laboratório Schering do
Brasil ofereceram uma
palestra específica sobre o
mesmo tema para alunos de
6a série. No dia 29, foi a vez
do mutirão pela saúde bucal
e, no dia 30, houve aulas de
teoria e prática de primeiros
socorros em acidentes na escola para
professores e funcionários. O propósito da
Semana da Saúde foi promover uma
modificação das atitudes e a mudança
comportamental a partir da informação.
Contribuição da arte – Sob a orientação do
professor de Artes Cênicas, André Ricardo
de Angelis, na quarta-feira, uma série de
happenings serviram para divulgar definitivamente
o evento em todo o Colégio. André
escreveu o roteiro e dirigiu 17 alunos de 5a e
6a série em três esquetes para lá de divertidas!
“Na primeira, as vítimas de dois terríveis
vilões – Cárie e Chulé – são salvas pelos
super-heróis Flúor e Super Talco. Na segunda,
duas famílias vizinhas têm comportamento
diferente num dia chuvoso. Enquanto uma
tampa a caixa d’água e cobre uma pilha de
pneus, a outra deixa para lá, dizendo que ‘só
no subúrbio é que a epidemia acontece’ (!). É
aí que a ‘gangue da dengue’ entra em cena.
Os mosquitos comemoram: ‘Que excelente
maternidade para nossas larvas!’ O pior é que
os mosquitos atacam justamente a família
cuidadosa, mostrando que a consciência social
tem que partir de todos. Por fim, temos o ‘show
do brócolis e do mamão’”, conta o Prof. André.
Um dos cartazes
espalhados no
Colégio
29
Revista ENCONTRO
A história é mais ou menos assim. Brócolis
e Mamão chegam ao refeitório chorando,
porque ninguém liga para eles e todo mundo
prefere o bolo de chocolate... Os dois se
conhecem quando o Brócolis se joga numa
lata de lixo, esperneando! O Mamão, que é
esperto, percebe que todo mundo acha
engraçado e propõe ao Brócolis fazerem um
show porque, afinal, eles não são tão
desinteressantes assim! Eles cantam e
dançam uma adaptação da Rakuna Matata,
parodiando Pumba e Timão, personagens de
“O Rei Leão”, dos Estúdios Disney:
“Frutas e legumes, é bom pra comer.
Frutas e legumes, você vai crescer.
E com saúde, vamos todos viver.
Basta só comer, você vai ver!”
O Brócolis e o
Mamão fazem
“corpo a corpo”
no refeitório
O show do Brócolis e do Mamão
percorreu salas de aula com muito sucesso,
embora, na vida real, os atores mirins
precisem ensaiar mais um pouco seu gosto
pelas frutas e legumes. “Só como brócolis
cozido aqui no Colégio, em casa não. Mas
mamão não como de jeito nenhum”, garante
Pedro Barros, o Brócolis, da Turma 51. Daniel
Botelho, da Turma 52, faz coro com ele.
“Como legumes, brócolis e chuchu, mas
de mamão eu também não gosto!” ‘Tadinho
do Mamão...
A segunda turma
de Artes Cênicas
posa para a foto
com o Prof. André
A higiene bucal foi
um dos focos da
Semana da Saúde
25
Se algum índio da tribo Carajás resolvesse
dar um passeio pela Unidade Jacarepaguá,
com certeza ficaria encantado. Não apenas
pela natureza protegida, que o faria se sentir
em casa, mas também porque ele iria
encontrar, logo no hall de entrada, uma
autêntica exposição de licocós! Licocós não
são instrumentos musicais nem bichinhos da
floresta, mas sim bonecos de barro feitos por
essa tribo.
Influência indígena na cultura brasileira
O acervo em
exposição, atrás do
“cordão de
isolamento”
O trabalho é resultado de uma atividade
coordenada pela Profª Rosâne Menta e
desenvolvida pelos artífices da 4a série. A
partir de um estudo sobre a arte indígena e
sua influência na formação da cultura
brasileira, foram produzidas dezenas de peças
de argila, que, depois de secas, receberam
pintura a guache. Zelosos pela fragilidade do
acervo, os alunos fizeram cartazes avisando:
“Não tocar nem ultrapassar a faixa.” Com toda
razão... Tanta arte tem que ser preservada!
Luciano Pereira

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas