sexta-feira, 3 de junho de 2011

10904 - RICARDO CORAÇÃO DE LEÃO

Ricardo I de InglaterraOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Nota: Para o cantor, veja Ricardo Coração de Leão (cantor).
Ricardo I
Pela Graça de Deus, Rei de Inglaterra, Senhor da Irlanda, Duque da Normandia e da Aquitânia e Conde de Anjou

Reinado 6 de Julho de 1189 - 6 de Abril de 1199
Coroação 3 de Setembro de 1189
Nome completo Ricardo de Anjou
Títulos Rei Ricardo, Coração de Leão
Nascimento 8 de Setembro de 1157
Beaumont Palace, Oxford, Inglaterra
Morte 6 de abril de 1199 (41 anos)
Châlus, Limousin
Sepultamento Abadia de Fontevraud
Antecessor Henrique II de Inglaterra
Sucessor João I
Consorte Berengária de Navarra
Filhos Henrique de Winchester
Ricardo da Cornualha
Joana
Isabella
Eleanor
Casa Real Casa de Plantageneta
Pai Henrique II de Inglaterra
Mãe Leonor, Duquesa da Aquitânia
Ricardo I (Oxford, 8 de setembro de 1157 — Châlus, 6 de abril de 1199) foi Duque da Aquitânia (1168-1199), Conde de Anjou, Duque da Normandia e Rei de Inglaterra (1189-1199). Ricardo é também conhecido por vários cognomes, entre eles Coração de Leão (Coeur de Lion, Lionheart), Oc et No (sim e não em língua provençal) e Melek-Ric (Rei-Ricardo) pelos muçulmanos do Oriente Médio, que usavam a sua figura para ameaçar as crianças que se portavam mal. Ricardo foi um dos líderes da Terceira Cruzada e foi na sua época considerado como um herói.

Índice [esconder]
1 Primeiros anos
2 Rei e cruzado
3 Ricardo Coração de Leão imortalizado em livros de Sir Walter Scott
4 Curiosidades
5 Genealogia

[editar] Primeiros anosRicardo era o terceiro filho de Henrique II de Inglaterra e Leonor da Aquitânia, depois de Guilherme, Conde de Poitiers, que morreu criança, e Henrique o Jovem. Foi educado essencialmente pela mãe e quando Leonor decidiu separar-se de Henrique II e ir viver em Poitiers no fim da década de 1170, Ricardo acompanhou-a. Enquanto príncipe, recebeu uma excelente educação, mas sobretudo voltada para a cultura francesa. Ricardo nunca aprendeu a falar inglês e pouca ou nenhuma importância deu à Inglaterra durante a sua vida. Essa "negligência" beneficiou seu irmão João, que posteriormente, quando de sua ausência, na terceira cruzada, tentou-lhe usurpar o poder. João também foi o responsável pela Magna Carta.

Em 1168, tornou-se Duque da Aquitânia em conjunção com Leonor, no âmbito da política de Henrique II em dividir os seus territórios pelos filhos. A medida não obteve os objetivos esperados porque, em 1173, Leonor e Ricardo foram os responsáveis por uma revolta generalizada contra Henrique II que partiu da Aquitânia. O rei controlou os motins no ano seguinte, perdoando a Ricardo e Henrique o Jovem, mas encarcerando Leonor. Talvez por isso e pelo humilhante pedido de desculpas a que foi obrigado, Ricardo nunca se reconciliou totalmente com o pai. Após este episódio, Ricardo teve que lidar ele próprio com diversas revoltas da nobreza da Aquitânia que desejavam vê-lo substituído por um dos irmãos, e que suprimiu com violência.

Com a morte de Henrique o Jovem em 1183, Ricardo torna-se no inesperado sucessor do trono inglês e do Ducado da Normandia. Em 1188, com a relação dos dois que continuava péssima, Henrique II considerou que Ricardo não merecia mais a Aquitânia e tentou entregar este ducado a João Sem Terra, o seu filho mais novo. Ricardo, por sua vez, não gostou de se ver preterido pelo irmão e preparou-se para defender o seu território, pedindo ajuda a Filipe II de França. Juntos, responderam à invasão das tropas de Henrique II, que acabou por morrer pouco depois de ter sido derrotado numa batalha em 1189.

[editar] Rei e cruzado
Ricardo Coração de Leão, por Merry-Joseph Blondel, Palácio de Versalhes.Ricardo tornou-se então rei da Inglaterra, duque da Normandia e conde de Anjou, sucedendo ao pai que detestava, sendo coroado em 3 de setembro, na Abadia de Westminster. Livre para perseguir os seus próprios interesses, Ricardo não permaneceu muito tempo na Inglaterra. Imediatamente após a subida ao trono, começou a preparar a expedição à Terra Santa que seria a Terceira Cruzada. Para tal, não hesitou em esvaziar o tesouro do pai, cobrar novos impostos, vender títulos e cargos por somas exorbitantes a quem os quisesse pagar e até libertar o rei Guilherme I da Escócia dos seus votos de vassalagem por cerca de 10,000 marcos. O único entrave era a ameaça constante que Filipe II de França representava para os seus territórios no continente, e que Ricardo resolveu convencendo-o a juntar-se também à cruzada.

A primeira paragem dos cruzados foi na Sicília em 1190, onde Ricardo e Filipe se imiscuíram na política local, saqueando algumas cidades de caminho. Foi nesta altura e por este motivo que Ricardo comprou a inimizade do Sacro Império e nomeou o sobrinho Artur I, Duque da Bretanha como seu herdeiro.

Em 1191, Ricardo e o seu exército desembarcam em Chipre devido a uma tempestade. A presença de tantos homens foi considerada uma ameaça pelo líder bizantino da ilha, e em breve os conflitos apareceram. A resposta de Ricardo foi violenta: não só se recusou a partir, como massacrou os habitantes das cidades que lhe resistiram, espalhando a destruição na ilha. Depois do cerco de Cantaras, Isaac I Comneno abdicou e Ricardo tornou-se o dono de Chipre. Foi também neste ano que casou com a princesa Berengária de Navarra, numa união a que nunca ligou e que não produziu descendência.

Em junho de 1191, Ricardo chegou à Terra Santa a tempo de aliviar o cerco de Acre imposto por Saladino. Estava já sem aliados, depois de uma série de desavenças com Filipe e o duque Leopoldo V da Áustria. A sua campanha foi um sucesso e granjeou-lhe o estatuto de herói, bem como o respeito dos adversários, mas sozinho com o seu exército não poderia nunca realizar o seu principal objectivo de recuperar Jerusalém para o controle cristão. Além disso, a influência de João na política em Inglaterra e de Filipe II, demasiado próximo agora da Aquitânia e Normandia, obrigavam um urgente regresso à Europa. No Outono de 1192, Ricardo iniciou o caminho de volta, depois de se recusar em ver sequer de longe Jerusalém.


Estátua de Ricardo I, em frente ao Palácio de WestminsterNa viagem de regresso, Ricardo reencontrou Leopoldo da Áustria, que não lhe havia perdoado os insultos recebidos em Chipre, foi feito prisioneiro e mais tarde entregue ao imperador Henrique VI do Sacro Império. O seu cativeiro em Dürnstein, na Áustria, não foi severo e durante os quatorze meses em que foi mantido prisioneiro (dezembro de 1192 a 4 de fevereiro de 1194) Ricardo continuou a ter acesso aos privilégios que a sua condição de rei determinava. O seu resgate custou 150 000 marcos ao tesouro de Inglaterra, soma equivalente ao dobro da renda anual da coroa, o que colocou o país na absoluta bancarrota e obrigou a muitos impostos adicionais nos anos seguintes. Como prova de agradecimento a Deus pela sua libertação, Ricardo arrependeu-se publicamente dos seus pecados e foi coroado uma segunda vez. Apesar do esforço do país para o libertar, Ricardo abandonou a Inglaterra de novo ainda no mesmo ano de 1194 para lidar com os problemas fronteiriços com a França nos territórios do continente. Desta vez para não mais regressar.

Ricardo morreu como consequência de ferimentos provocados por uma flecha que o atingiu no abdómen em abril de 1199. O próprio facto de ter sido atingido naquela zona do corpo é revelador da sua personalidade. Se tivesse usado uma armadura nesse dia, não teria morrido. O seu corpo está sepultado na Abadia de Fontevraud, junto de Henrique II de Inglaterra e de Leonor da Aquitânia.

[editar] Ricardo Coração de Leão imortalizado em livros de Sir Walter ScottRicardo Coração de Leão foi personagem de alguns livros de Sir Walter Scott. Apareceu em O Talismã e em Ivanhoé, sendo imortalizado e tais livros.

Uma ótima biografia sobre Richard Coeur de Lion foi escrita pela medievalista Régine Pernoud que o chama de "O Rei dos Reis da Terra".

[editar] CuriosidadesNo jogo Age of Empires II, Ricardo I aparece na última campanha de Barbarossa com pequeno exército de arqueiros e cavaleiros fazendo cerco contra exército de Saladino.

No filme Coração de Cavaleiro, estrelado por Heath Ledger, ele é citado em zombaria ao ator dizer que se chama Ulrich Von Linchenstein para fazer se passar por um nobre perante a Geoffrey Chaucer encenado por Paul Bettany.

[editar] Genealogia[Expandir] Ancestrais de Ricardo I de Inglaterra


16. Fulque IV de Anjou



8. Fulque V de Anjou



17. Bertranda de Monforte



4. Godofredo V de Anjou



18. Elias I de Maine



9. Ermengarda de Maine



19. Matilda de Château-du-Loir



2. Henrique II de Inglaterra



20. Guilherme I de Inglaterra



10. Henrique I de Inglaterra



21. Matilda da Flandres



5. Matilde de Inglaterra



22. Duncan I da Escócia



11. Matilde da Escócia



23. Margarida da Escócia



1. Ricardo I de Inglaterra



24. Guilherme VIII da Aquitânia



12. Guilherme IX da Aquitânia



25. Hildegarda da Borgonha



6. Guilherme X da Aquitânia



26. Guilherme IV de Tolosa



13. Filipa de Tolosa



27. Emma de Mortain



3. Leonor da Aquitânia







14. Aimery I de Châttellerault







7. Leonor de Châtellerault







15. Dangereuse de L'Isle Bouchard












Precedido por:
Henrique II Rei de Inglaterra
Duque da Normandia e Aquitânia
3 de Setembro de 1189 - 6 de Abril de 1199
(Aquitânia: c/Leonor I, a partir de 1168) Sucedido por:
João I
Conde de Anjou
Sucedido por:
Artur I

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