terça-feira, 25 de janeiro de 2011

8110 - GUERRA DO PACÍFICO

Guerra do Pacífico (século XIX)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
A Guerra do Pacífico foi um conflito ocorrido entre 1879 e 1883, confrontando o Chile às forças conjuntas da Bolívia e do Peru. Ao final da guerra o Chile anexou ricas áreas em recursos naturais de ambos os países derrotados. O Peru perdeu a província de Tarapacá e a Bolívia teve de ceder a província de Antofagasta, ficando sem saída soberana para o mar, o que se tornou uma área de fricção na América do Sul, chegando até os dias atuais, e que é para a Bolívia uma questão nacional (a recuperação do acesso ao oceano Pacífico consta como um objetivo nacional boliviano em sua atual constituição).

Índice [esconder]
1 Origens
1.1 Controle dos recursos naturais
1.2 Contendas sobre fronteiras
1.3 Crise e guerra
2 A guerra
2.1 Campanha naval
2.2 Campanhas em terra firme
2.3 Ocupação do Peru
3 Características da guerra
3.1 Controle estratégico do mar
3.2 Ocupação, resistência e atrito
3.3 Participação de imigrantes chineses
3.4 Tecnologia
3.4.1 Submarino peruano
4 Consequências
4.1 Termos de paz
4.2 Consequências de longo prazo
5 Comandantes militares proeminentes
6 Ver também
7 Referências
8 Ligações externas


[editar] Origens
A Guerra do Pacífico teve suas origens nas desavenças entre Chile e Bolívia sobre o controle de uma parte do deserto de Atacama rica em recursos minerais. Este território controverso era explorado por empresas chilenas de capital britânico. O aumento de taxas sobre a exploração mineral logo se transformou numa disputa comercial, crise diplomática e por fim, guerra.

[editar] Controle dos recursos naturais
A geografia da região facilitou o acúmulo de grandes quantidades de depósitos de nitratos (guano e salitre), através de milhares de anos, juntamente, em menor escala com o clima árido do local. A descoberta, durante a década de 1840, de que estes recursos serviam como fertilizantes para a agricultura e podiam ser usados na fabricação de explosivos tornou a área ainda mais disputada, uma vez que o guano e o nitrato dele extraído tinham bons preços no mercado internacional.

Há divergências entre os historiadores bolivianos e chilenos se o território da Audiência de Charcas estava sob jurisdição do Vice-Reino do Peru ou do Vice-Reino do Rio da Prata).

Os olhos do mundo se voltaram para a região, e logo diversas potências mundiais se viram em conflito, rivalizando o controle da região, direta ou indiretamente. A Espanha invadiu parte do território peruano, ávida das reservas de guano, mas foi expulsa por forças chilenas e peruanas, na chamada Guerra das ilhas Chincha. Por volta de 1870, o Peru nacionalizou a exploração de guano, aborrecendo os britânicos, que haviam investido maciçamente na região.

[editar] Contendas sobre fronteiras

Fronteiras do Chile, Bolívia e Peru antes e depois da Guerra do PacíficoHavia muitas controvérsias acerca dos reais limites entre os países depois da descolonização. Todas as novas nações herdaram os interesses imperialistas do já combalido império espanhol. Bolivianos e chilenos discordavam quanto à soberania da região, embora toda ela já estivesse sendo explorada por companhias chilenas dotadas de capital britânico. O Chile tinha uma economia mais robusta e instituições mais fortes que a maioria dos outros países latino-americanos. No entanto, quando da proclamação da Bolívia por Simón Bolívar, este deixou claro que a Bolívia herdara dos espanhóis uma saída soberana para o mar.

Somente em 1866 foi assinado um tratado entre Chile e Bolívia estabelecendo limites territoriais, fixando o 24º paralelo como fronteira e delimitando que ambos países dividiriam impostos sobre os recursos situados entre o 23º e 24º paralelos. Um segundo tratado foi assinado em 1874, cedendo os impostos sobre os produtos entre o 23º e 24º paralelos inteiramente para a Bolívia, mas fixando taxas para as companhias chilenas para os próximos 25 anos. As companhias chilenas se expandiram rapidamente, controlando a indústria mineira, deixando a Bolívia temerosa da perda de seu território.

[editar] Crise e guerra
Em 1878 o presidente boliviano Hilarión Daza decretou um aumento de taxas sobre as companhias chilenas que exploravam o litoral boliviano, retroativo ao ano de 1874, sob protestos do governo chileno, do presidente Aníbal Pinto. Quando a empresa Antofagasta Nitrate & Railway Company se recusou a pagar a sobretaxa, o governo boliviano ameaçou confiscar todas suas propriedades. O Chile respondeu enviando um navio de guerra para o local em dezembro de 1878. A Bolívia então declarou o seqüestro dos bens da empresa, anunciando o leilão para 14 de fevereiro de 1878. No dia do leilão, 200 soldados chilenos desembarcaram e ocuparam a cidade portuária de Antofagasta, sem resistência.

Em 1 de Março de 1879 a Bolívia declarou guerra ao Chile, invocando uma aliança secreta que mantinha com o Peru: o Tratado de Defesa de 1873. O governo peruano estava determinado a cumprir sua aliança com a Bolívia, também temeroso do crescente expansionismo chileno, porém receavam que as forças aliadas não eram páreo para o exército chileno; preferiam um acordo à guerra. Um diplomata peruano foi enviado para intermediar o desentendimento. O Chile requereu neutralidade por parte do governo peruano, mas a aliança entre Peru e Bolívia impedia tal neutralidade. O Chile respondeu então com a quebra das relações diplomáticas e ulterior declaração de guerra aos dois aliados em 5 de Abril de 1879. O Peru se viu então arrastado para uma guerra, em razão do tratado de aliança com a Bolívia.

A Argentina, que disputava com o Chile o controle da região da Patagônia, foi convidada pelas forças aliadas para entrar no conflito. No entanto, o governo argentino recusou o pedido, preferindo resolver sua divergência por vias diplomáticas.

[editar] A guerra
O cenário era amplamente desfavorável para as forças aliadas: a Bolívia, depois de uma série de governos transitórios, estava claramente despreparada, além de lhe carecer uma marinha de guerra; o Peru se via diante dum colapso econômico que deixara sua marinha e exército também despreparados. A maioria dos navios de guerra peruanos estava velha e precisando de reparos urgentes. Os únicos encouraçados disponíveis eram o Huáscar e o Independencia.

O Chile, ao contrário, dispunha de uma marinha de guerra moderna e de forças de combate preparadas para o conflito. Numa guerra que se desenrolava em pleno deserto, o controle do mar seria importantíssimo.

A Batalha de Topáter, ocorrida em 23 de março de 1879, foi a primeira contenda da guerra. 554 soldados chilenos mais a cavalaria marcharam rumo a Calama, encontrando a resistência boliviana, composta de 135 soldados e civis residentes na área, liderados pelo Dr. Ladislao Cabrera, entrincheirados em pontes destruídas. Pedidos de rendição não surtiram efeito, e a batalha teve início. Parte dos bolivianos bateu em retirada, exceto por alguns civis, que liderados pelo Coronel Eduardo Abaroa, lutaram até o fim.

Demais batalhas em solo só ocorreram depois que o conflito no mar se resolveu.

[editar] Campanha naval
Sob a direção do contra-almirante Juan Williams, a marinha chilena e seus poderosos navios –Almirante Cochrane e Blanco Encalada– começaram a operar na costa boliviana e peruana. O porto de Iquique foi bloqueado, enquanto Huanillos, Mollendo, Pica e Pisagua foram bombardeados, tendo seus portos destruídos. A estratégia do contra-almirante Williams era de desativar os portos para interromper o comércio, principalmente as exportações de salitre e importações de armas para os aliados, enfraquecendo assim o inimigo.

A pequena mas eficaz marinha peruana não capitulou. Sob o comando do capitão Miguel Grau a bordo do Huáscar, o Peru bloqueou os navios de guerra chilenos, arrastando-os para o sul, mas sempre evitando um confronto direto. Atrasando o esforço chileno, as forças aliadas poderiam se recompor, recebendo suprimentos pelo norte do Peru e reforçando suas tropas litorâneas.

A primeira batalha em alto-mar, Batalha de Chipana, se sucedeu em 12 de abril de 1879. As corvetas peruanas Unión e Pilcomayo se depararam com a corveta chilena Magallanes a caminho de Iquique. Depois de duas horas de duelo, a Unión sofreu problemas com o motor e a corveta Magallanes conseguiu escapar sem grandes danos.

Na Batalha de Iquique, de 21 de maio de 1879, Os navios peruanos Huáscar e Independencia furaram o bloqueio de Iquique, entrando em combate com os barcos Esmeralda e Covadonga, dois dos mais velhos barcos da frota chilena. O Huáscar afundou o Esmeralda, enquanto o Covadonga forçou o Independencia a encalhar na praia de Punta Gruesa (alguns historiadores consideram esta uma batalha a parte).

O capitão Arturo Prat, da corveta Esmeralda, foi elevado a mártir pela marinha chilena. A marinha peruana perdeu um importante encouraçado e viu a reputação do capitão Miguel Grau crescer entre amigos e mesmo inimigos: ele resgatou os sobreviventes da Esmeralda e escreveu condolências à viúva do capitão Prat. Agora só restava ao Peru o Huáscar para conter a invasão chilena.


O "Huáscar" adentrando o porto de Valparaíso, 1879.Por seis meses, o Huáscar vagou pelos mares atrapalhando os planos chilenos, no que hoje é conhecido como "Correrías del Huáscar". Numa demonstração impressionante de maestria no comando do navio, o capitão Grau conseguiu conter toda a frota chilena, recuperar alguns barcos peruanos e causar estragos a diversos portos usados pela marinha chilena, sendo elevado ao posto de contra-almirante. Alguns de seus feitos foram:

Afundou 16 barcos chilenos
Capturou os barcos Emilia, Adelaida Rojas, E. Saucy Jack, Adriana Lucía, Rimac, e Coquimbo
Causou danos aos portos de Cobija, Tocopilla, Platillos and Mejillones, Huanillos, Punta de Lobo, Chanaral, Huasco, Caldera, Coquimbo & Tatal
Injuriou os barcos chilenos Blanco Encalada, Abtao, Magallanes, e Matías Cousiño
Recuperou os barcos peruanos Clorinda e Caquetá
Destruiu baterias de artilharia em Antofagasta
Destruiu cabos de comunicação entre Antofagasta e Valparaiso
A marinha chilena levou um dia todo navegando com seis navios para conseguir encurralar o Huáscar, e depois, duas horas de combate sangrento para captura-lo, com seus barcos Blaco Encalada, Covadonga e Cochrane, na Batalha de Angamos, em 8 de outubro de 1879. Junto com o navio, morreu o almirante Grau

Com a ruína do Huáscar, a campanha naval terminava, com o Chile controlando os mares dali em diante.

[editar] Campanhas em terra firme
Tendo completo controle dos mares, o exército chileno iniciou a invasão do Peru. A Bolívia, incapaz de recuperar sua província do Litoral (Antofagasta), juntou-se à defesa peruana em Tarapacá e Tacna.

Em 2 de novembro de 1879, bombardeios navais e ataques anfíbios foram direcionados ao porto de Pisagua e à enseada de Junín – acerca de 500 quilômetros ao norte de Antofagasta. 2100 soldados desembarcaram em Pisagua e tomaram a cidade; enquanto o ataque a Junín fora menor mas também bem sucedido. Ao fim do dia, o General Erasmo Escala e uma tropa de 10.000 sodados isolou a província de Tarapacá do resto do Peru.

O exército chileno marchou então ao sul, com cerca de 6.000 soldados, em direção à cidade de Iquique. Os aliados contra-atacaram com 7.400 soldados, causando muitas baixas em ambos os lados, no que ficou conhecido como Batalha de San Francisco (19 de novembro). Durante o confronto, as forças bolivianas bateram em retirada, forçando o exército peruano a recuar para a cidade de Tarapacá. Quatro dias depois, o exército chileno capturou Iquique, enfrentando pouca resistência.

O General Escala enviou então um destacamento de 3.600 soldados, cavalaria e artilharia para destruir o que sobrara do exército peruano, estimado em não mais do que 2.000 homens, mal treinados e desmoralizados. Em 27 de novembro aconteceu a Batalha de Tarapacá, quando forças chilenas atacaram a província peruana, encontrando dificuldades ao perceber que as forças inimigas continuavam com a moral rígida e em número superior ao anteriormente estimado. Liderados pelo Coronel Andrés Cáceres, o exército peruano afugentou o destacamento chileno, capturando quantias significativas de munição e suprimentos. A vitória peruana em Tarapacá teve pouco impacto no resultado da guerra, apesar de tudo. O General peruano Buendía e suas tropas tiveram de recuar para o norte (Arica), em 18 de dezembro.

Uma nova expedição chilena deixou Pisagua e no dia 24 de fevereiro de 1880 desembarcou com quase 12.000 homens na Baía de Pacocha. Comandados pelo General Manuel Baquedano, esta força isolou as províncias de Tacna e Arica, destruindo esperanças de novos reforços peruanos.

Em 7 de junho 7.000 soldados chilenos apoiados pela marinha atacaram com sucesso a guarnição de Arica, que estava sob o comando do Coronel Francisco Bolognesi. As tropas chilenas, dirigidas pelo Coronel Pedro Lagos, tiveram de subir o Morro de Arica (um morro alto e íngreme próximo ao mar), para enfrentar as tropas peruanas.


Tropas do Exército chileno ocupam a cidade de Antofagasta, na BolíviaO ataque ficou conhecido como a Batalha de Arica, que veio a ser um dos mais trágicos e ao mesmo tempo emblemático evento da guerra: Morreram 474 chilenos, enquanto quase 1,000 peruanos perderam a vida, incluindo o Coronel Bolognesi. Outros oficiais peruanos de alta patente que também morreram foram o Coronel Alfonso Ugarte e o Coronel Mariano Bustamante.

Já que o Morro de Arica era o último reduto defensivo das tropas aliadas na cidade, sua ocupação pelo Chile se tornou uma data de relevância histórica para ambos os países. Um fato que acentua a importância desta batalha na memória coletiva do Peru e do Chile é que ambos os países têm o dia de 7 de junho como uma data especial para seus militares: No Chile é o Dia da Infantaria, e no Peru é o Dia do Juramento à Bandeira.

Em outubro de 1880, os EUA mediaram sem sucesso o conflito a bordo do navio USS Lackawanna, na baía de Arica, numa tentativa de por fim à guerra por meios diplomáticos. Representantes do Chile, Peru e Bolívia se encontraram para discutir as disputas territoriais, mas o Peru e a Bolívia rejeitaram a perda de seus territórios para o Chile, que abandonou a conferência. Em janeiro de 1881, o exército chileno marchou em direção a Lima, capital peruana.

O que sobrara o exército e civis mal armados se prepararam para defender a capital. No entanto, foram derrotados nas batalhas de San Juan e Miraflores, e a cidade capitulou em janeiro de 1881 ante a invasão das forças do General Baquedano. Os subúrbios ao sul de Lima foram saqueados e queimados.

As afastadas haciendas foram queimadas por bóias-frias chineses, que haviam side trazidos do sul da China por volta de 1850 para trabalhar nas haciendas (historiadores chilenos clamam que as tropas chilenas entraram em Lima para prevenir a pilhagem e destruição após o colapso do governo; registros históricos atestam que estes mesmos chilenos foram responsáveis pelos saques e destruição).

[editar] Ocupação do Peru
Depois de Lima, as forças chilenas continuaram avançando rumo ao norte do Peru, mas não conseguiram subjugar por completo o combalido país. Como espólio de guerra, o Chile confiscou bens da Biblioteca Nacional Peruana, levando-os para Santiago, capital do Chile.

A resistência peruana continuou por mais três anos, com aparente encorajamento estadunidense. O líder da resistência era o General Andrés Cáceres (apelidado de Mago dos Andes), que seria mais tarde eleito presidente do Peru. Os soldados remanescentes do exército peruano, liderados por Cáceres, derrotaram o exército chileno em diversas ocasiões, mas após a derrota na Batalha de Huamachuco, não houve mais resistência. Finalmente, em 20 de outubro de 1883, Peru e Chile assinaram o Tratado de Ancón, em que a província de Tarapacá foi cedida ao Chile.

[editar] Características da guerra
[editar] Controle estratégico do mar
O cenário da guerra entre 1879 e 1881 foi um deserto, esparsamente povoado e demasiadamente longe de grandes cidades ou centros de reabastecimento; é um local, todavia, próximo ao Oceano Pacífico. Era evidente, desde o príncipio, que o controle do espaço marítimo seria essencial para a vitória. O abastecimento de água, comida, munição, cavalos, ração e reforços seriam feitos muito mais facilmente por mar do que pelo deserto ou pelo alto planalto boliviano.


Cena da Batalha Naval de AngamosEnquanto a marinha chilena tratou de fazer um bloqueio econômico e militar sobre os portos inimigos, o Peru teve a iniciativa e utilizou sua pequena porém eficaz marinha como uma força surpresa. O Chile foi forçado a atrasar a invasão por terra em seis meses, e mudar sua estratégica naval: ao invés do bloqueio, priorizou a caça e captura do encouraçado Huáscar.

Com a vantagem da supremacia naval, a estratégia chilena por terra foi a mobilidade: aportando forças terrestres para atacar possessões inimigas; desembarcando grandes tropas para dividir e expulsar as forças defensivas; deixando guarnições para proteger o território ganho enquanto se moviam para o norte. Peru e Bolívia lutaram uma guerra defensiva: deslocando-se por terra; confiando, onde possível, em fortificações costeiras para defesa, usando minas e baterias; utilizando linhas férreas costeiras onde se podia, no Peru, e linhas de telégrafo que ligavam os campos de batalha diretamente a Lima. Quando recuavam, as forças aliadas não deixavam nenhum suprimento para trás, para que nada que abandonassem pudesse ser usado pelos chilenos.

Forças móveis navais provaram ser, no fim, uma vantagem numa guerra em meio ao deserto e ao longo de um extenso litoral. Os defensores se encontraram a centenas de quilômetros de casa; enquanto as forças invasores estavam a alguns poucos quilômetros da costa, onde se abasteciam dos navios.

[editar] Ocupação, resistência e atrito

Tropas do Exército chileno entram em Lima, capital do PeruA ocupação do Peru, entre 1881 e 1884, foi outra história, um enredo diferente. O cenário agora era as cordilheiras peruanas, onde a resistência tinha fácil acesso à população, recursos e centros de suprimentos longe do mar; uma guerra de atrito poderia ser levada adiante indefinidamente. O exército chileno, um exército de ocupação, foi dividido em pequenas guarnições pelo território e só podia devotar parte de seus esforços em caçar rebeldes, sem ter uma autoridade central.

Depois de uma ocupação dispendiosa e de uma longa campanha de antiinsurgência, o Chile procurou uma saída política para a guerra. Rusgas com a sociedade peruana proporcionaram uma oportunidade depois da Batalha de Huamachuco, e resultaram num tratado de paz que acabou com a ocupação e a guerra.

[editar] Participação de imigrantes chineses
De acordo com o programa de televisão Histórias dos longínquos chineses III, da Hong Kong Asia Television, havia cerca de 2.000 trabalhadores chineses participando da guerra pelo lado chileno. Eles deviam trabalhar como informantes do lado peruano e fornecer as informações aos chilenos.

[editar] Tecnologia
Ambos os lados usaram novas tecnologias, recém incorporadas ao mundo militar, como minas terrestres com dispositivo de controle, rifles curtos, balas perfuradoras de armaduras, torpedos e barcos para desembarques de tropas em praias. Encouraçados de segunda geração travaram lutas pela primeira vez.

Observadores estadunidenses, franceses e britânicos acompanharam partes da guerra, analisando as novas tecnologias.

[editar] Submarino peruano
Alguns analistas peruanos acreditam que se o serviço secreto tivesse sido eficiente naquela época, o conflito poderia ter visto a introdução de um protótipo de submarino pelo lado peruano.

[editar] Consequências
[editar] Termos de paz
Sob os termos do Tratado de Ancón, o Chile ocupou as províncias de Tacna e Arica por 10 anos, onde depois do tempo estipulado seria realizado um plebiscito que decidiria a nacionalidade da região. Os dois países nunca concordaram com os termos do plebiscito. Finalmente, em 1929, sob o intermédio do presidente estadunidense Herbert Hoover, um acordo foi feito no qual o Chile ficou com Arica; O Peru readquiriu Tacna e recebeu $6 milhões em indenizações.

Em 1884, a Bolívia assinou uma trégua que deu total controle da costa pacífica ao Chile, com suas valiosas reservas de cobre e nitratos. Um tratado de 1904 tornou este arranjo permanente. Em retorno, o Chile concordou em construir uma ferrovia ligando La Paz, capital boliviana, ao porto de Arica, garantindo liberdade de trânsito ao comércio boliviano pelos portos chilenos.

[editar] Consequências de longo prazo
A Guerra do Pacífico deixou cicatrizes traumáticas nas sociedades boliviana e peruana.

Para os bolivianos, a perda de um acesso soberano ao Oceano Pacífico ainda é um assunto delicado, evidente durante os tumultos internos de 2004 acerca da nacionalização das reservas de gás e na eleição de Evo Morales para a presidência da república em 2005.

Muitos dos problemas do país ainda são atribuídos à falta de um acesso ao mar. Em 1932, este foi um fator determinante para a Guerra do Chaco, contra o Paraguai, sobre territórios que davam acesso ao Rio Paraguai e, por conseqüência, ao Oceano Atlântico. Nas últimas décadas, todos os presidentes bolivianos têm feito de plataforma política pressionar o Chile por um acesso soberano ao mar. Este acesso inclusive consta como objetivo nacional da Bolívia em sua constituição, tornado-se numa áraa de fricção da América do Sul. Em 1976, o Chile fez uma proposta para a Bolivia cedendo-lhe um acesso ao oceano Pacífico em troca de uma área boliviana de 5.000 km² próximo à Lagoa Colorada que forneceria água em abundãncia para a indústrias de cobre chilena. Porém, o Peru interveio nas negociações e o acordo não deu certo. O principal jornal boliviano, El Diario [1], ainda dedica uma nota editorial por semana ao assunto. Na atualidade, o presidente Evo Morales pretende retomar as negociações com o Chile pela via diplomática.

Os peruanos desenvolveram um culto aos heróicos defensores da pátria, como o Almirante Miguel Grau, o Coronel Francisco Bolognesi, ambos mortos em batalha, e o General Andrés Cáceres, que se tornou um figura política de destaque, depois de encerrado o conflito. A derrota engendrou uma forte vontade de vingança entre as classes dominantes, levando ao fortalecimento das forças armadas durante todo o século XX.

O Chile se deu melhor, anexando um lucrativo território com imensas reservas de cobre e nitratos. Mas a vitória também deixou um gosto amargo. Durante a guerra, o Chile desistiu de suas reivindicações sobre a Patagônia para assegurar a neutralidade da Argentina. Muitos vêem nisso uma grande perda de território. Após a guerra, o controle britânico sobre a economia do país cresceu, aumentando a interferência do Reino Unido na política chilena. Os lucros dos nitratos duraram apenas algumas décadas e caíram signifitivamente depois da Primeira Guerra Mundial. Atualmente, a região ainda é rica em cobre e seus portos movimentam cargas de vários países da região.

[editar] Comandantes militares proeminentes
Bolívia
Sr. Eduardo Avaroa †, um engenheiro, morto enquanto liderava uma tropa de civis na Batalha de Topater
General Narciso Campero Leyes, Presidente militar da Bolívia (1880-1884)
General Hilarión Daza, Presidente militar da Bolívia (1876-1879)
Chile
General Manuel Baquedano, comandante em armas do exército chileno
Coronel Ignacio Carrera †, morto juntamente a toda guarnição na Batalha de La Concepción
Contra-almirante Patricio Lynch, Governados militar do Peru ocupado
Capitão Arturo Prat †, morto na Batalha de Iquique
Peru
Coronel Francisco Bolognesi †, morto enquanto liderava a defesa em Arica
General Andrés Cáceres, liderou a guerrilha de resistência durante a ocupação do Peru, e eleito presidente do Peru depois da guerra
Contra-almirante Miguel Grau †, comandante do navio Huáscar e conhecido como cavaleiro dos mares, morto na Batalha Naval de Angamos
Coronel Leoncio Prado †, filho do presidente Prado, escolheu servir como soldado, executado por um esquadrão de fogo após a Batalha de Huamachuco.
Coronel Alfonso Ugarte †, morto durante a Batalha de Arica; acredita-se que pulou de um penhasco sobre seu cavalo para salvar a bandeira.
Outras nacionalidades
Contra-almirante Abel Bergasse Dupetit-Thouars, comandante francês, depois da Batalha de Miraflores, preveniu a pilhagem e destruição de Lima ao ameaçar destruir a marinha chilena com uma força internacional sob seu comando.
Coronel Robert Souper Howard †, soldado britânico que serviu no exército chileno em quase todas as batalhas em terra, morto na Batalha de San Juan.
Lugar-tenente Coronel Roque Saenz Peña, soldado argentino que serviu no exército peruano durante as batalhas de Tarapaca e Arica, mais tarde eleito presidente da Argentina.
[editar] Ver também
História da Bolívia
História do Chile
História do Peru
[editar] Referências
↑ Tratado de fronteiras de 1866 entre Bolívia e Chile (Tratado de límites de 1866 entre Bolivia y Chile) (em espanhol)
↑ Tratado de fronteiras de 1874 entre Bolívia e Chile (Tratado de límites de 1874 entre Bolivia y Chile) (em espanhol)
↑ Tratado de aliança defensiva de 1873 entre Bolívia e Peru (Tratado de alianza defensiva de 1873 entre Bolivia y Perú) (em espanhol)
↑ Foster, John B. & Clark, Brett. (2003). "Ecological Imperialism: The Curse of Capitalism" (accessed September 2, 2005). The Socialist Register 2004, p190-192. Also available in print from Merlin Press. (em inglês)
[editar] Ligações externas
The United States and the Bolivian Seacoast (em inglês) Livro online de um historiador e diplomata boliviano, Jorge Gumucio Granier
Resumo das causas e consequências da Guerrra do Pacífico (em inglês)
La Guerra del Pacífico, Los Héroes Olvidados (em castelhano) Página chilena
History of Chemical Engineering: Nitrogen (em inglês), Uma breve descrição dos nitratos e sua importância estratégica
Sin mar… hace 126 años (em castelhano) ("Sem mar…há 126 anos"); página sobre a guerra e seu impacto na sociedade boliviana
(em espanhol) http://es.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:WikiProyecto_Guerra_del_Pac%C3%ADfico WikiProjeto Guerra do Pacífico (Wikipedia em espanhol)
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Pac%C3%ADfico_(s%C3%A9culo_XIX)"
Categorias: História da América do Sul | Guerra do Pacífico (século XIX)
Ferramentas pessoais
Entrar / criar conta Espaços nominais
Artigo Discussão VariantesVistas
Ler Editar AçõesVer histórico
Busca
Navegação
Página principal Conteúdo destacado Eventos atuais Esplanada Página aleatória Portais Colaboração
Boas-vindas Ajuda Página de testes Portal comunitário Mudanças recentes Estaleiro Criar página Páginas novas Contato Donativos Imprimir/exportar
Criar um livroDescarregar como PDFVersão para impressãoFerramentas
Páginas afluentes Alterações relacionadas Carregar ficheiro Páginas especiais Link permanente Citar esta página Noutras línguas
العربية Беларуская Беларуская (тарашкевіца) বাংলা Català Česky Чӑвашла Dansk Deutsch Ελληνικά English Esperanto Español Suomi Français Galego עברית Bahasa Indonesia Íslenska Italiano 日本語 ქართული 한국어 Lietuvių Nederlands ‪Norsk (nynorsk)‬ ‪Norsk (bokmål)‬ Polski Română Русский Srpskohrvatski / Српскохрватски Simple English Slovenščina Српски / Srpski Svenska Türkçe Українська 中文 Esta página foi modificada pela última vez às 21h35min de 31 de outubro de 2010.
Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-Compartilhamento pela mesma Licença 3.0 Unported (CC-BY-SA); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as Condições de Uso para mais detalhes.
Política de privacidade Sobre a Wikipédia Avisos gerais Melhores correspondências para GUERRA DO CHILE
Ao final da guerra o Chile anexou ricas áreas em recursos naturais de ambos os ... Ir para o texto »
A Guerra do Pacífico teve suas origens nas desavenças entre Chile e... Ir para o texto »

COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas