quinta-feira, 3 de junho de 2010

151 - CIVILIZAÇÃO INDIANA

O Atma Yoga
Revista de Yoga O Atma
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« Evolução IIAvidya »A História da Civilização da Índia
Ao entrar em contato com o vasto conhecimento dos Vedas, nos deparamos constantemente com a tentativa de marcar datas para a história da cultura e da população indiana, entender sua origem genética e determinar a antiguidade e portanto, a originalidade do conteúdo dos Vedas.

Max Müller, na primeira metade do século XIX, e outros estudiosos europeus difundem a teoria da invasão ariana, povo originado da Europa e/ou Ásia Central que entra na Índia pelo noroeste do país. Essa teoria, que rouba o valor, a originalidade e a antiguidade dos Vedas, viria a ser aceita como verdadeira, mesmo por estudiosos indianos, até recentemente, muito após a independência da Índia em 1947.

Ela afirma que 1500 anos antes da era cristã, pastores nômades semi-bárbaros, vindos da Ásia Central ou Norte da Europa, cuja língua é indo-européia, chamados arianos, vieram para o continente indiano.
Ao chegar ao vale do rio Indus encontraram uma civilização muito antiga cujos habitantes eram os dravidianos. Os arianos invasores atacaram e destruíram esta civilização. Este povo fugiu para o Sul da Índia. Foram estes arianos que compuseram os Vedas em sânscrito e desenvolveram a grande civilização ao redor do rio Ganges.

Esta teoria foi estabelecendo como verdadeira pela urgente necessidade dos britânicos de eliminar o valor pela cultura do país que queriam dominar e extrair todas as riquezas materiais que lá haviam.
Tiveram que diminuir e até eliminar o valor da civilização védica e assim fizeram através de uma bem programada e sistemática campanha que menosprezou a cultura, a civilização e a sociedade védicas, incluindo suas origens, como podemos ver em filmes, livros e relatos históricos.

Apesar de muitos relatos de admiração e profunda apreciação, de gregos antigos a modernos europeus, pela Índia, por seu povo e civilização, durante a colonização britânica muito se falou sobre o “primitivismo do hinduísmo” em contraste com “a verdadeira religião cristã”.

Infelizmente, ao mesmo tempo, estudiosos autodidatas europeus adquiriram o conhecimento do sânscrito e não entendendo o que liam, contribuíram para denegrir a imagem da Índia e de sua rica e profunda cultura e conhecimento.

Max Müller, que nunca foi à Índia, escreve que a literatura antiga indiana não tem mais valor do que fábulas e canções e tradições de nações selvagens. Depois de tentar entender os Vedas em vão, declara: “o que pode ser mais tedioso do que o Veda? Seus hinos não fazem qualquer sentido!”
Seus estudos e traduções dos Vedas não têm valor de autenticidade, porém até hoje são autoridades para o mundo ocidental!

Foram os europeus que criaram divisões na sociedade da Índia e incentivaram o conflito entre castas. Sabiam que dividindo o povo seria mais fácil governar e mesmo converter. Tal incentivo criou uma divisão entre o Sul, a dita raça dravidiana, e o Norte ariano, o que criou muitos conflitos inclusive preconceito contra o próprio Veda que seria ariano. Com essa confusão foi mais fácil converter o povo ao cristianismo.

Não se pode deixar de citar o inglês Thomas B. Macauly que afirmou que o hinduísmo derivou-se de “uma literatura reconhecida como de pouco valor intrínseco… com erros sérios em todos os assuntos importantes…. desprovido de razão, de moral… de superstições monstruosas.”

Se analisarmos arqueologicamente, temos como plataforma a civilização de Mohenjo-daro e Harappa no vale do rio Indus. Arqueólogos como o francês Jean-François Jarrige, dataram o estabelecimento desta civilização em 6000 A.C. Descrevem o desenvolvimento urbano encontrado como muito sofisticado e só conhecido na Europa 2000 anos mais tarde.

Não há qualquer evidência de guerra que possa ter aniquilado esta civilização, como a invasão de arianos. Há evidências de que o rio Sarasvati mudou seu curso várias vezes devido a inundações e o sítio sofreu com terremotos, além da seca que tomou conta da Ásia a oeste e ao sul.

Entre 2000-1900 A.C. o rio finalmente secou. Porém, é interessante saber que nesta área, o deserto do Rajastão, há água a 50 ou 60 metros abaixo do leito seco do rio. O Central Arid Zone Research Institute, Jodhpur, mapeou o rio Sarasvati com imagens de satélites e fotografias aéreas e pesquisas de campo.

Existem hoje outros argumentos contra o mito da invasão ariana. Estudiosos afirmam que não existe raça ariana e muito menos dravidiana. Considera-se raça em sentido geográfico ou agrupamentos de tipos humanos, como asiáticos, europeus e africanos. Arqueólogos biólogos tendo analisado os esqueletos dos sítios de Harappa e Mohenjo-daro afirmam não haver características biológicas específicas para a afirmação de um tipo diferente chamado ariano ou dravidiano.

Em 2006, numa Conferência na Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, estudiosos informam sobre pesquisas arqueológicas e astronômicas que concluem que a civilização indiana e sua população é indígena. Afirmam ainda que o povo original do subcontinente indiano e sua cultura seriam muito possivelmente a origem genética, lingüística e cultural da maior parte do mundo.

O Dr. V.K. Kashyap, do National Institute of Biologicals, Índia, afirma na mesma conferência que não há qualquer evidência genética de invasão de um povo indu-ariano na Índia.

Quanto à língua sânscrita ter se originado numa língua chamada Indo-européia, não há evidência da existência desta língua tão pouco de um lugar onde determinado povo que falasse tal língua estivesse estabelecido. Aliás, o estudioso Koenraad Elst defende a idéia de que é da Índia que originaram tantas outras línguas por volta de 6000 A.C. Além disso as línguas chamadas dravidianas, Tamil, Telugu e Mallayalam, têm forte conexões com o sânscrito, e estão mais ligadas a ele do que outras línguas chamadas indo-européias, como o eslavo, o báltico, itálico, germano, celta e línguas derivadas dessas.

Encontramos nos Vedas cálculos matemáticos precisos como de solstícios e equinócios por volta de 8500 A.C., o que faz com que a data do Veda seja anterior. Le Gentil, astrônomo francês que viveu muitos anos na Índia, reconhece que o fabuloso conhecimento indiano não existia em nenhum outro lugar, nem na China, nem no Egito antigo. Hoje é sabido que são da Índia a invenção do sistema decimal, dos números chamados arábicos e o conceito do zero.

Os sábios antigos do Rig Veda sabiam que a distância entre o Sol e a Terra é por volta de 108 vezes o diâmetro do Sol; conheciam o período dos 5 planetas (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) e já haviam determinado o ano solar em 365 e 366 dias, milhares de anos antes desse conhecimento aparecer no Egito, na Babilônia ou na Grécia.

Podemos concluir que a teoria de que a civilização indiana tem origem fora da Índia é falsa. Interesses políticos e econômicos levaram à criação de tal doutrina apresentada como certa e indiscutível, e que só se sustentou enquanto não foi questionada e analisada.

A Índia é o berço da mais antiga tradição que se tem conhecimento, e o que é mais incrível, esta tradição em todo seu esplendor está viva até hoje e faz referência a todas as áreas do saber humano.
Esta tradição tem sido mantida por mais de 6000 anos através de uma complexa e rica tradição oral, de uma geração a outra, até os nossos dias. Por isso, é adequado o termo “Bharata M€t€”, mãe Índia, pois sua cultura e língua são anteriores a de todas as outras civilizações que se têm conhecimento hoje.

O conhecimento da Índia é imenso, profundo e envolve todas as áreas da vida humana. O fato de que tem sido preservado até hoje denuncia uma riqueza intrínseca a ele e eterna atualidade, pois sabemos que o ser humano não gasta seu tempo protegendo o que não lhe é útil. Através do tempo e em todo o continente indiano há uma mesma cultura que carrega um grande tesouro que é ao mesmo tempo secreto, pois só se revela àqueles que a procuram e reverenciam.

A cultura védica não é um somatório de partes, sejam elas geograficamente distantes, ou aparentemente diferente nas várias formas religiosas, artístico-culturais, lingüística, relacionada à alimentação ou vestiário. Todas essas expressões são derivadas de um único Veda que revela uma verdade única que é sua alma transcendental, apesar da relativa diferença nas formas.
O espírito védico continua vivo e continuará apesar das mudanças que o mundo moderno pode produzir na expressão de sua forma, pois ele existe além da forma.

O antigo espírito védico, o Sanatana Dharma, está vivo no coração dos milhões que ainda hoje se dedicam a mergulhar em sua riqueza e desvelar seus segredos. Mais do que demarcar datas e local para a tradição védica seremos abençoados ao mergulharmos em sua tradição oral viva e vislumbrarmos sua riqueza ilimitada, a afirmação desvelada de que a verdade única, absoluta e imortal, é a natureza essencial do ser humano e de todo o universo.

Fonte: Informação bibliográfica

The Invasion that never was Michel Danino e Sujata Nahar, François Gautier – www.francoisgautier.com
Scientists Collide with Linguists to Assert Indigenous origin to Indian Civilization – www.umassd.edu/indic
www.vidyamandir.org.br
Esse post foi publicado de domingo, 1 de junho de 2008 às 16:28, e arquivado em Prof. Glória Arieira. Você pode acompanhar os comentários desse post através do feed RSS 2.0. Você pode comentar ou mandar um trackback do seu site pra cá.

33 comentários para “A História da Civilização da Índia”
Elois disse:
18 de fevereiro de 2009 às 13:55
eu gostei muito deste texto obrigado!!!!!!!!!!!!!!

MAGUINOLIA disse:
3 de março de 2009 às 13:12
Eu gostei muito do texto muito bem escrito

fernanda disse:
16 de março de 2009 às 20:15
tenho 10 ano de idade e adore o seu texto, Parabens!!!

kellyton disse:
22 de março de 2009 às 15:35
eu achei idiota seu texto?????????

naum serve para nada seu idiota

beijo na bunda

Elaine disse:
29 de março de 2009 às 14:16
parabens adoreeeeee seu tezto!!!!!!!!!

oi disse:
3 de abril de 2009 às 12:11
oi! =)
gosto de pirulitos

Ham? Burguer? King? Kong? Fu …

laura disse:
5 de maio de 2009 às 20:24
nossa amei me ajudou bastante

bjzzz

Raffa' disse:
9 de maio de 2009 às 18:43
Maraaa esse site me ajudou muito no mei trabalho eu amei para falar a verdade

beijuss

pola disse:
12 de maio de 2009 às 10:16
nao gostei nao, mais tudo bem serviu nem qe seja pra alguma coisa

mayara & andersn eterno disse:
12 de maio de 2009 às 19:47
orivel mente chato

Simon disse:
15 de maio de 2009 às 23:06
Excente artigo, parabéns.

fiofo disse:
18 de maio de 2009 às 17:57
bejo na bunda ate segunda

thalita disse:
18 de maio de 2009 às 18:43
amei seu texto continue assim beijossssssss fassa outro

SERIO DO CARMO disse:
21 de maio de 2009 às 23:44
QUE BOSTA BOSTA BOTA FORA ESSA MERDA

sasha meneguel disse:
27 de maio de 2009 às 20:49
muito bom me ajudou mas é um texto meio caido nao é muito forte pq tem coisas muxas nesse texto mas mesmo assim muito massa obrigada por publicar este texto bjos sasha meneguel safiz

abraão disse:
3 de junho de 2009 às 19:30
adoreii seu texto d+ mxooo….

me ajudou pracaranba….xauzinhoooo

morenaaaa disse:
17 de junho de 2009 às 11:18
tem muita coisa nem li tudo

Luana Priscila disse:
29 de junho de 2009 às 14:25
Oiieee tudoO bem? Vou falar o q eu acheii sobre esse Site. Hum é um Site muitoO intereçanteEE ajuda as pessoas a tirarem suas duvidas e a fazenrem o precisaAA… MuitoOO ObrigadoOO!!
Eu já tireii minhas duvidas só falta vc tirar a sua!

adriele disse:
30 de junho de 2009 às 11:51
eu achei muito legal o texto e interessante.

josé filho disse:
26 de julho de 2009 às 7:20
Eis a prova que a riqueza da raça humana está exatamente na diversidade de suas idéias, de seus costumes, enfim, de uma gama de valores que fazem com que viver tenha realmente um sentido e não se experimente o enfado que seria o homem não ser diferente um do outro; o bom, nisso tudo, é entender que tudo é normal, nas interações entre raças, povos, paises, credos, etc. O que não é lógico e nem razoável, é ter que eliminar esses valores dos outros em busca de uma supremacia.

brenda disse:
6 de agosto de 2009 às 13:39
eu gostei mas não tem o que eu quero que seu poivos constumes e mais

caroline disse:
13 de agosto de 2009 às 16:43
a india ela e muita cheio de deus e eu ñ gosto desso porque na palavra de DEUS dez ñ adoraras outros deus mais sim so o DEUS com letra maiuscula e ñ a menuscula EU SOU CRISTÃ

CAROLINE disse:
13 de agosto de 2009 às 16:45
INDIA PRE SE LIBERTA

elaine disse:
14 de agosto de 2009 às 12:38
a india tem uma grande sivilizacao

elaine disse:
14 de agosto de 2009 às 12:39
INDIA PRE SE LIBERTA

juliana disse:
24 de agosto de 2009 às 11:22
ñ gostei de nada ok!
precisa melhorar bastante
bjss.

taiany disse:
4 de setembro de 2009 às 15:27
eu achei uma MERDAAAAAAAAAAA

Yasmim disse:
20 de setembro de 2009 às 14:33
Muito grande , dava pra resumir ñ ?

Ana Clara disse:
20 de setembro de 2009 às 14:34
tiinha que ser mais resuumido …

Reginaldo Luz disse:
10 de dezembro de 2009 às 3:02
O texto em questão, casa com as pesquisas que tenho feito sobre a origem da civilização, onde tenho pra mim, a India como berço da civilização, e não a Africa como tem sido divulgado. Sabemos que a História da Humanidade, apesar dos esforços dos pesquisadores dos diferentes ramos do conhecimento, ainda é muito pálida, visto olvidar ao tempo em que aparece a escrita cuneiforme dos sumérios e babilônicos…
Está de parabéns a nobre autora, e que ela continue nos brindando com o fruto de suas pesquisas.

Reginaldo Luz disse:
10 de dezembro de 2009 às 3:04
O texto em questão, casa com as pesquisas que tenho feito sobre a origem da civilização, onde tenho pra mim, a India (Asia),como berço da civilização, e não a Africa como tem sido divulgado. Sabemos que a História da Humanidade, apesar dos esforços dos pesquisadores dos diferentes ramos do conhecimento, ainda é muito pálida, visto olvidar ao tempo em que aparece a escrita cuneiforme dos sumérios e babilônicos…
Está de parabéns a nobre autora, e que ela continue nos brindando com o fruto de suas pesquisas.

maria eloise disse:
16 de maio de 2010 às 13:24
para mim ñ me ajudou porcaria alguma, descupe-me a sinceridade!!!!!!!!!!
mas o texto é legalsinho!!!!!!!!!!
good bye!!!!!!!!!

maria eloise disse:
16 de maio de 2010 às 13:29
resuuumaammm essa porcaria,
eu ñ tenho tempo pra ler tudo isso!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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