quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

8220 - GUERRA DO VIETNAME

A Guerra do Vietnã

A Guerra do Vietnã


I. Antecedentes Históricos



I.i. Introdução


Em 1939, surgiu na Indochina a Liga para a Independência do Vietnã (Vietminh). Liderada pelo nacionalista declaradamente comunista Ho Chi Minh. No ano seguinte, 1940, o Vietnã foi invadido pelo beligerante Japão, que estava em guerra contra os aliados, no contexto da Segunda Guerra Mundial.

A França, durante tal conflito, teve seu território invadido pelas tropas nazistas, não podendo manter a frente de resistência contra o Vietminh, muito menos contra o invasor nipônico; proporcionando à Liga uma maior concentração na luta com o novo invasor.

Com o fim da guerra, a França – uma das vencedoras – voltou-se para a Indochina com a intenção de reaver o território. No entanto, a região norte estava sob controle do Vietminh, que fundou, em setembro de 1945, a República Democrática do Vietnã.

A metrópole não reconheceu o país recém-criado, instalando um governo-títere na cidade de Saigon, na região sul do Vietnã, pretendendo recolonizar toda a área.





I.ii. A Guerra da Indochina

O Vietminh respondeu à represália francesa com o início de uma nova guerra de guerrilhas, a partir de 1946: A Guerra da Indochina.

Além de derrotas sucessivas devido à falta de organização do exército francês e da corrupção vigente no governo de Saigon, na França estouraram movimentos de apoio à retirada das tropas francesas da península.

O conflito, então, se prolongaria até 1954 quando o exército Vietminh derrotou historicamente os franceses na batalha de Diem Bien Phu, em que as tropas do Vietminh contavam com 37 mil homens e as da Legião Estrangeira Francesa (exército responsável pela manutenção dos territórios franceses pelo mundo), 20 mil.

Ao todo, os Vietminhs contabilizaram 7.900 baixas e 15.000 feridos, enquanto a Legião Francesa contou 2.293 mortos, 5.193 feridos e 11.800 prisioneiros.




Veja aqui o mapa da batalha de Diem Bien Phu, notando que as tropas vietnamitas cercaram estrategicamente as francesas





I.iii. A Conferência de Genebra e a Indochina independente

Após o conflito, foi realizada em 1954 a Conferência de Genebra, em que a França reconheceu não só a independência do Vietnã do Norte, como também do Laos e do Camboja. Entretanto, o Vietnã seria dividido em duas partes: Vietnã do Norte: Comunista, liderado por Ho Chi Minh; e o Vietnã do Sul: Capitalista, sob títere (franco-americano) do imperador Bao Dai.


Em 1955 Bao Dai foi deposto sob aval norte-americano e Diem assumira como ditador da República do Vietnã do Sul.

Após muita repressão da ditadura no Governo de Saigon sobre a população vietnamita, grupos nacionalistas e comunistas uniram-se para formar a Frente de Libertação Nacional (Vietcong, 1960).

Vendo que não era possível conter sozinho o ataque dos “rebeldes”, o governo de Saigon pede ajuda aos norte-americanos.

Essa ajuda vem em forma de armamentos, dinheiro e de “Conselheiros Militares”.

Iniciam-se uma série de novos conflitos de guerrilha isolados entre a FLN e o governo do Vietnã do Sul, proporcionados pela presença americana.





II. A Guerra do Vietnã

Os conflitos entre o norte e o sul se intensificaram, e, em 1959, teve início a sangrenta Guerra do Vietnã.

Os norte-americanos impuseram uma guerra completamente desigual do ponto de vista logístico, utilizando-se de armas químicas, aviões, modernos fuzis e gigantescos bombardeios aéreos contra um exército que mal possuía uniforme.

A Guerra do Vietnã foi o conflito mais longo que aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, período em que as tensões estavam infladas devido a Guerra Fria.

O Mundo não agüentava mais tantas guerras sem sentido algum.

Iniciaram-se, principalmente nos EUA, movimentos pacifistas encabeçados pelo movimento hippie contra a guerra do Vietnã. O Governo Norte-Americano convocava adolescentes para a guerra, o que gerava grande comoção e adesão massiva ao manifesto (assista ao filme “Across the Universe”).

Unido a esses protestos que fragilizavam o opressor psicologicamente, os vietnamitas aproveitaram para intensificar ataques, como ocorrido na Ofensiva do Tet.




II.i. A Ofensiva do Tet

Aproveitando as comemorações do Ano Novo Lunar, o Festival do Tet, combatentes comunistas misturaram-se à população para contrabandear armas e munições.

A Ofensiva iniciou-se na noite de 30 de Janeiro de 1968. Mais de oitenta mil soldados atacaram simultaneamente mais de cem cidades e cinqüenta aldeias sob jugo estrangeiro.

Entre os principais alvos da ofensiva, estavam aeroportos, portos e a própria embaixada norte-americana na Indochina. Tais alvos pretendiam causar baixas psicológicas no inimigo.

O avanço da investida foi tão abrangente que os soldados americanos quase perderam o controle da situação. Porém, em uma semana, a ação foi suprimida.

O que desejavam os líderes vietnamitas com o ataque por eles organizado era atingir, além dos soldados americanos e das tropas sul-vietnamitas, o coração e as mentes da opinião pública (assista ao documentário “Corações e Mentes”). A televisão, que pela primeira vez acompanhava direta e diariamente um conflito armado, perguntava como era possível “pobres e desaparelhados” comunistas desencadearem ofensiva tão gigantesca.

O efeito prático dessa “vitória estratégica” vietnamita pôde ser verificado pela reação poderosa da população quando o presidente americano solicitou ao congresso a disponibilização de mais tropas e recursos para a guerra.


“Quando a notícia de que Westmonreland (comandante das forças americanas no Vietnã do Sul) pedira mais soldados chegou à imprensa, em 1º de março de 1968, os grandes veículos de comunicação se posicionaram contra essa medida. Ao mesmo tempo, verificou-se forte recrudescimento dos protestos pacifistas, mediante gigantescas manifestações de massa nas ruas das grandes cidades americanas. Em escala mundial, sobretudo na Europa e no Japão, multidões também saíam às ruas exigindo a pronta retirada das tropas americanas do sudeste asiático. Pressionados por essas manifestações, os governos de países aliados aos estados Unidos viam-se forçados a retirar seu apoio á ação de guerra americana. Era crescente o isolamento do país no plano internacional”

(Guerra na Paz. Rio de Janeiro: Rio Gráfica e Editora, 1984, p.701.)



A saída de Nixon - então presidente dos EUA - do poder justamente com acordos falhos visando uma saída honrosa dos Estados Unidos da região levaram as estratégias do governo à derrota. Em 30 de abril de 1975, Saigon, capital do Vietnã do sul, caía nas mãos dos norte-vietnamitas e Vietcongs, permitindo a reunificação do país e o fim da guerra.

A Intervenção dos Estados Unidos gerou a morte de cerca de 58 mil norte-americanos e a um número estimado de 3 milhões de indochineses, os quais sofrem até hoje com os efeitos das armas químicas e biológicas.




Consulta e citações:
"1968: A esquina do mundo". Daniel H. de Medeiros, Editora do Brasil, 2001
Cláudio Vicentino. História Geral - Ensino Médio. Scipione, 2002
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