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8158 - GUERRA DA CISPLATINA

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Hoje, 26 de janeiro de 2011, 2 minutos atrás

8157 - GUERRA DA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 2 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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GUERRA DA CISPLATINA

Home >>> História >>> História geral >>> Guerra da Cisplatina



A região da Banda Oriental do Rio da Prata, que hoje é conhecida como Uruguai, vinha sendo disputada desde os tempos do Tratado de Madri, primeiramente, por espanhois e portuguêses, e depois, por argentinos e brasileiros.
Território argentino até 1821, ele é incorporado por Dom João VI com o nome de Província Cisplatina. A anexação é baseada sobre os direitos hereditários que sua esposa, a Princesa Carlota Joaquina, teria sob a região.
Localizado na entrada do estuário de Rio da Prata, a Banda Oriental é estratégica, já que quem a controla tem grande domínio sobre a navegação em todo o rio.
O CONFLITO

Com pretenções de retomar a região, a Argentina incentiva os patriotas uruguaios, liderados por Juan Antonio Lavalleda, e por Fructuoso Rivera. Com o apoio argentino, os dois conseguem proclamar a indepêndencia uruguaia em 1825, e a sua anexação a República Argentina. Este fato da ínicio a guerra.
Após a proclamação, Dom Pedro I manda uma esquadra brasileira bloquear o estuário, a Argentina revida, atacando o litoral gaúcho. Dom Pedro I inicía então a ofensiva terrestre, com um exército formado em sua maioria por mercenário europeus.
Este exército é derrotado na Batalha do Passo do Rosário em 1827.
A INTERVENÇÃO BRITÂNICA

Entre fevereiro de 1827, data da Batalha do Passo do Rosário, e 27 de agosto de 1828, data em que foi reconhecida a independência uruguaia, aumentou o papel inglês no conflito sul-americano.
Não era do interesse inglês que houvesse um vencedor nesta guerra, a posse da Banda Oriental fortaleceria em demasia a nação vencedora, o que poderia gerar futuros conflitos.
Cedendo às pressõs britânicas, ambas as nações concederam a independência à Banda Oriental, que se tornou a República Oriental do Uruguai.
A DERROTA

Porem, o grande perdedor foi o Império Brasileiro, a perda definitiva da Província Cisplatina gerou insatisfação geral no Brasil, vale lembrar que Dom Pedro I não contava com o apoio da maioria dos brasileiros quando decidiu declarar guerra a Argentina. A derrota enfraqueceu o imperador, e seria decisiva nos fatos que o levariam à abdicação, em 1831
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8156 - GUERRA DA CISPLATINA
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História Brasileira » Brasil Império »
Guerra da CisplatinaPor Felipe Araújo

A Guerra da Cisplatina ocorreu entre os anos de 1825 a 1828 e envolveu o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio Prata (Argentina). A batalha foi uma disputa pela posse da então Colônia do Sacramento – atual Uruguai. A área era considerada estratégica, pois era de grande domínio fluvial, com acesso aos rios Paraná e Paraguai e via de transporte da prata andina.

Antes do início da guerra, esta área já causava controvérsias devido à sua fundação e colonização. Pactos entre Espanha e Portugal consideravam que a Colônia do Sacramento fora fundada por Portugueses, mas, colonizada por Espanhóis. Portanto, foi considerada um território da Espanha.

Porém, em 1816, as Províncias Unidas do Rio Prata, como era chamada a região, foram invadidas pelo general português Carlos Frederico Lecor e voltaram a ser território da Coroa Portuguesa. Em 1821 a área foi incorporada ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e ficou com o nome de Província Cisplatina. Na época, a anexação foi justificada com a premissa de que a Rainha Carlota Joaquina teria direitos sucessórios sobre a região.

Mas a recém-batizada Cisplatina tinha habitantes com idioma e cultura diferentes que se negavam a aceitar os costumes brasileiros. Neste contexto, a Argentina e alguns patriotas Uruguaios, liderados pelo revolucionário uruguaio Juan Antonio Lavalleja, começaram a fomentar o início da rebelião. Então, em 1825, a Guerra da Cisplatina eclodiu.

O início dos embates deu-se quando Lavalleja desembarcou na praia da Agraciada com suas fileiras e, ajudado por populares, dominou a região e declarou sua anexação à Argentina. Como resposta, o governo brasileiro informava que, caso Lavalleja não desocupasse a área, enviaria tropas dando início à guerra. D. Pedro I fez uma declaração formal de guerra à Argentina.

A vantagem do Brasil era populacional, tinha 4,5 milhões de pessoas contra 600.000 das Províncias Unidas do Rio Prata, mas o número da população não retratava a medida de força dos dois países, pois, na época, o Brasil passava por inúmeras revoltas internas.


J. B. Debret, Embarque das tropas para Montevidéu.

A base principal do exército brasileiro era de portugueses, mas, depois da proclamação da república, estas tropas retornaram à Europa e foram substituídas por brasileiros recém-recrutados. Diante da dificuldade de conseguir soldados, mercenários foram recrutados na Alemanha e na Irlanda, porém, não ofereciam ajuda imediata.

Sobre os soldados das Províncias Unidas do Rio Prata, o historiador John Armitage fez a seguinte observação:

“armados unicamente com as bolas e os laços, e com a inseparável faca enfiada no cinto, todos [os gaúchos] são soldados por hábito; e animados pelo espírito de nacionalidade, estão sempre prontos a entrar em luta”.

Em 1827, as forças imperiais derrotaram as provincianas na Batalha de Monte Santiago. No ano seguinte, o uruguaio Fructuoso Rivera reconquistou a província oriental (Uruguai). Após esta vitória, devido ao impasse em terra, ao bloqueio naval do Brasil, aos altos custos com a guerra e a pressão inglesa para que fosse firmado um acordo, deu-se início um acordo de paz, mediado pela França e pela Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região.

Enfim, no ano de 1828 termina a Guerra da Cisplatina, com as duas partes assinando um acordo que findava o conflito. A acordo firmava que a Província da Cisplatina não ficaria nem com a Argentina nem com o Brasil. Foi criado um país independente: a República Oriental do Uruguai.

ConsequênciasO desfecho da Guerra da Cisplatina foi desfavorável ao Brasil, pois o dinheiro gasto para sustentar o combate arruinou sua economia. Outro aspecto foi o desgaste da imagem política de D. Pedro I, aumentando a insatisfação do povo que, desde o início do conflito, culpava a Guerra da Cisplatina dizendo que ela representava o aumento de impostos.

Com a independência da região Cisplatina, os populares contrários a D. Pedro I utilizaram o argumento de que o Brasil arrombara seus cofres e sacrificara a população para lutar em uma causa perdida. Entretanto, esta não foi a principal causa da queda de D. Pedro I, mas, sim, apenas parte de um conjunto de fatores que causaram a abdicação. A maior causa, talvez, tenha sito o estilo centralizador do governo.

Fontes:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_cisplatina


Data de publicação: 07/01/2010
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► Guerra da Cisplatina


A partida das tropas imperiais para a Guerra da Cisplatina, retratada por Debret

Em 1825, intensificou-se a luta pela independência da Província Cisplatina, que tinha sido incorporada ao Brasil na época do Reino Unido. A Argentina, que tinha interesse em anexar a região, defendeu e apoiou de pronto o separa­tismo platino, dando início a uma guerra contra o Império brasileiro.

A Guerra da Cisplatina não era aceita pela maioria dos brasileiros. Contudo ela foi levada à frente e de forma intempestiva pelo Imperador, com gastos elevados e mais empréstimos ingleses. Em 1828, quando o Brasil já acumulava várias derrotas e algumas vitórias inexpres­sivas, deu-se a intervenção diplomática da Inglaterra, no sentido de solucionar o conflito que afetava os seus interesses na bacia do Prata. Assim, o Império e a Argen­tina desistiam da Cisplatina e reconheciam a nova nação, que adotou o nome de República do Uruguai.

A desastrosa e custosa campanha da Cisplatina contribuiu para o aumento das críticas ao Imperador, que desde 1823 praticava um governo despótico, onde seus interesses pessoais se sobrepunham aos interesses nacionais. (Ver: Questão Cisplatina)

Veja mais do primeiro Reinado:


► Primeiro Reinado


► Guerras da Independência do Brasil

► Assembléia Constituinte de 1823

► Constituição de 1824

► Confederação do Equador

► Abdicação de D. Pedro I

► Movimento da Independência





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8154 - GUERRA DA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 7 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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Guerra da Cisplatina

Cisplatina: o gasto com tropas em uma guerra claramente desnecessária.
Qual o sentido de uma guerra para uma nação? A resposta dessa pergunta não é nada fácil, tendo em vista os diversos fatores que levam um Estado a se levantar em armas. Durante o Primeiro Reinado, Dom Pedro I foi confrontado ao se deparar com a revolta da província da Cisplatina. Tal região, historicamente colonizada pelos espanhóis, havia sido dominada pelo rei Dom João VI no período em que comandou o governo português em terras brasileiras.

O interesse de Dom João VI em conquistar a região da Cisplatina pode ser compreendido por meio de duas questões distintas. Inicialmente, devemos considerar que os levantes liberais e abolicionistas que tomavam essa região representavam uma ameaça à hegemonia política de Dom João VI no Brasil. De fato, o rei lusitano temia que o triunfo do movimento de independência da Cisplatina pudesse inspirar outros movimentos de igual natureza em terras brasileiras.

Além disso, outra justificativa para esta ação girava em torno da rainha Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI e irmã do rei espanhol Fernando VII. Nessa época, estando a Espanha dominada pelas tropas de Napoleão, a rainha Carlota Joaquina tinha o interesse em se tornar “Rainha do Prata” e assim assumir autoridade naquela região como regente de seu irmão. Por essas razões, a invasão portuguesa à Cisplatina foi iniciada em 1816.

Com a saída de Dom João VI do Brasil e o processo brasileiro de independência, as populações da região cisplatina se reuniram em um exército revolucionário apoiado pelos argentinos. Tal medida era um simples reflexo à incoerência da dominação brasileira sob um território de feições históricas e culturais completamente distintas do restante do país. Contudo, apesar da relevância de tal argumento, o imperador Dom Pedro I não reconheceu o pedido de autonomia dos revoltosos.

Entre 1825 e 1828, o governo brasileiro declarou guerra contra os revolucionários em um conflito que provocou um sério esvaziamento dos cofres brasileiros. Além disso, as autoridades imperiais realizaram o recrutamento forçado de vários populares que buscavam uma vida melhor após a independência. Em pouco tempo, os ataques políticos contra Dom Pedro I eram cada vez mais contundentes. Afinal de contas, valeria à pena gastar tanto pela conquista de tão diminuto espaço estrangeiro?

As derrotas sucessivas nos campos de batalha e a necessidade de se contrair novas dívidas mostraram que a opção pela guerra era completamente equivocada. Por fim, em 1828, os revolucionários vitoriosos conseguiram estabelecer a República Oriental do Uruguai. Colocando a nação derrotada e afundada em dívidas, a autoridade de Dom Pedro I foi criticada por jornais e personalidades políticas que questionavam sua autoridade frente ao trono brasileiro.




Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Século XVI a XIX - Guerras - Brasil Escola

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8153 - GUERRA DA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 9 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Home Guerra Da Cisplatina Voltar GUERRA DA CISPLATINA

(1825 - 1829)
A Guerra da Cisplatina ou Campanha da Cisplatina foi um conflito ocorrido entre Brasil e Argentina no período de 1825 a 1828 pela posse da atual República Oriental do Uruguai.

Antecedentes
O termo cisplatina indica a região denominada Banda Oriental do Rio da Prata, que hoje constitui o Uruguai, e que desde os tempos do Tratado de Madri, vinha sendo disputada, primeiramente, por espanhois e portugueses, e depois, por argentinos e brasileiros.

Território argentino até 1821, ele é incorporado ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves por Dom João VI com o nome de Província Cisplatina. A anexação é justificada pelos direitos hereditários que sua esposa, a Princesa Carlota Joaquina, teria sob a região. Após a conquista do território em 1816 pelo general português Carlos Frederico Lecor, comandante dos Voluntários do Principe Regente, é desenvolvida uma inteligente política de ocupação, com as Escolas Mútuas do Método Lancaster e o apoio das elites Orientais. Localizado na entrada do estuário do Rio da Prata, a Banda Oriental é estratégica, já que quem a controla tem grande domínio sobre a navegação em todo o rio.

O Conflito
Com pretenções de anexar a Banda Oriental ou Cisplatina (antigos nomes do Uruguai) a Confederação das Províncias Unidas do Prata, a Confederação Argentina incentiva os patriotas uruguaios, liderados por Juan Antonio Lavalleja por meio de apoio político e suprimentos a se levantarem contra a dominação brasileira na região.


Os trinta e três patrícios do caudilho uruguaio Lavalleja desembarcaram

em Agraciada e proclamaram a independência da CisplatinaO conflito se originou em 1825, quando líderes separatistas uruguaios, como Fructuoso Rivera e Lavalleja, proclamaram a independência da região. Lavalleja desembarcou na Cisplatina com sua tropa e com o apoio da população declarou a incorporação da Banda Oriental do Uruguai às Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina. A resposta do governo imperial do Brasil foi a declaração de guerra à Argentina.

Um exército argentino atravessou o rio da Prata, fazendo sua base em Durazno, e o movimento iniciou-se com a invasão do território brasileiro pelo general Carlos María de Alvear (1826). O visconde de Barbacena, comandando as tropas imperiais, chocou-se com os argentinos na batalha de Ituzaingó.

O imperador Dom Pedro I envia esquadra naval para bloquear o estuário do rio da Prata, assim como os portos de Buenos Aires. A Argentina revida, atacando o litoral gaúcho. Contudo, a pressão naval brasileira consegue, com o tempo, estrangular o comércio argentino.

Dom Pedro I inicia a ofensiva terrestre a partir do final de 1826, por meio da reunião de tropas no sul do Brasil. Suas tropas são formadas, em sua maioria, por voluntários e por algumas unidades de mercenários europeus.

A dificuldade de D. Pedro I em reunir forças para o combate se deve em grande parte ao fato de seu governo estar enfrentando na mesma época várias rebeliões populares e levantes militares nas províncias do recém-independente Brasil (inclusive na capital Rio de Janeiro )

A falta de tropas atrasa em muito a capacidade de responder ao apoio de Buenos Aires ao levante no sul (por volta de 1826 o apoio argentino não é mais somente político e logístico, já há convocação de tropas para lutar contra o império).

A guerra é marcada por diversos pequenos encontros e escaramuças de grupos armados de ambos os lados. estes encontros em nada contribuíram para o impasse político e militar.

Somente as batalhas de Sarandi e Passo do Rosário foram encontros militares de maior vulto. Em ambos, o exército imperial foi derrotado. Contudo, graças a falta de recursos humanos e logísticos de Argentina e Uruguai para explorarem estas vitórias, elas foram de pouco proveito.

Embarque, no Rio de Janeiro, de tropas com destino à Província Cisplatina:esforço inaudito para manter-se às margens do Prata.A guerra prosseguiu, por terra e mar, com vantagem para as forças imperiais, que derrotaram as forças republicanas na batalha decisiva de Monte Santiago (1827).

Na primeira metade do ano seguinte, dado o impasse em terra, o bloqueio naval brasileiro, os altos custos para os belingerantes da continuação da guerra, a pressão britânica para que um acordo fosse firmado, além da precariedade militar e política dos países beligerantes, , a paz começou a ser negociada, com a mediação da França e da Grã-Bretanha. O Império do Brasil e a República das Províncias Unidas do Rio da Prata, por uma convenção preliminar de paz, assinada no Rio de Janeiro, renunciaram às suas conquistas e reconheceram como Estado independente a Banda Oriental do Uruguai, que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.

A Derrota
A perda da Cisplatina foi mais um motivo para o crescimento da insatisfação com o governo de Dom Pedro I. Na realidade, a guerra era impopular desde o início, pois para muitos brasileiros representava aumento de impostos para o financiamento de mais uma guerra.

Quando o Brasil assinou o acordo pela independência da região, muitos utilizaram isto como argumento para tornar ainda mais impopular o governo, alegando que o imperador havia depauperado os cofres públicos e sacrificado a população por uma causa perdida. Entretanto, a Guerra da Cisplatina não foi o motivo da abdicação do imperador em 1831. Ela se insere dentro de outros que concorreram para sua queda; entre eles, sem dúvida, seu estilo centralizador de governar foi o principal.

Fonte: pt.wikipedia.org
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8152 - GUERRA DSA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 10 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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(1825 - 1829)
A Guerra da Cisplatina ou Campanha da Cisplatina foi um conflito ocorrido entre Brasil e Argentina no período de 1825 a 1828 pela posse da atual República Oriental do Uruguai.

Antecedentes
O termo cisplatina indica a região denominada Banda Oriental do Rio da Prata, que hoje constitui o Uruguai, e que desde os tempos do Tratado de Madri, vinha sendo disputada, primeiramente, por espanhois e portugueses, e depois, por argentinos e brasileiros.

Território argentino até 1821, ele é incorporado ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves por Dom João VI com o nome de Província Cisplatina. A anexação é justificada pelos direitos hereditários que sua esposa, a Princesa Carlota Joaquina, teria sob a região. Após a conquista do território em 1816 pelo general português Carlos Frederico Lecor, comandante dos Voluntários do Principe Regente, é desenvolvida uma inteligente política de ocupação, com as Escolas Mútuas do Método Lancaster e o apoio das elites Orientais. Localizado na entrada do estuário do Rio da Prata, a Banda Oriental é estratégica, já que quem a controla tem grande domínio sobre a navegação em todo o rio.

O Conflito
Com pretenções de anexar a Banda Oriental ou Cisplatina (antigos nomes do Uruguai) a Confederação das Províncias Unidas do Prata, a Confederação Argentina incentiva os patriotas uruguaios, liderados por Juan Antonio Lavalleja por meio de apoio político e suprimentos a se levantarem contra a dominação brasileira na região.


Os trinta e três patrícios do caudilho uruguaio Lavalleja desembarcaram

em Agraciada e proclamaram a independência da CisplatinaO conflito se originou em 1825, quando líderes separatistas uruguaios, como Fructuoso Rivera e Lavalleja, proclamaram a independência da região. Lavalleja desembarcou na Cisplatina com sua tropa e com o apoio da população declarou a incorporação da Banda Oriental do Uruguai às Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina. A resposta do governo imperial do Brasil foi a declaração de guerra à Argentina.

Um exército argentino atravessou o rio da Prata, fazendo sua base em Durazno, e o movimento iniciou-se com a invasão do território brasileiro pelo general Carlos María de Alvear (1826). O visconde de Barbacena, comandando as tropas imperiais, chocou-se com os argentinos na batalha de Ituzaingó.

O imperador Dom Pedro I envia esquadra naval para bloquear o estuário do rio da Prata, assim como os portos de Buenos Aires. A Argentina revida, atacando o litoral gaúcho. Contudo, a pressão naval brasileira consegue, com o tempo, estrangular o comércio argentino.

Dom Pedro I inicia a ofensiva terrestre a partir do final de 1826, por meio da reunião de tropas no sul do Brasil. Suas tropas são formadas, em sua maioria, por voluntários e por algumas unidades de mercenários europeus.

A dificuldade de D. Pedro I em reunir forças para o combate se deve em grande parte ao fato de seu governo estar enfrentando na mesma época várias rebeliões populares e levantes militares nas províncias do recém-independente Brasil (inclusive na capital Rio de Janeiro )

A falta de tropas atrasa em muito a capacidade de responder ao apoio de Buenos Aires ao levante no sul (por volta de 1826 o apoio argentino não é mais somente político e logístico, já há convocação de tropas para lutar contra o império).

A guerra é marcada por diversos pequenos encontros e escaramuças de grupos armados de ambos os lados. estes encontros em nada contribuíram para o impasse político e militar.

Somente as batalhas de Sarandi e Passo do Rosário foram encontros militares de maior vulto. Em ambos, o exército imperial foi derrotado. Contudo, graças a falta de recursos humanos e logísticos de Argentina e Uruguai para explorarem estas vitórias, elas foram de pouco proveito.


Embarque, no Rio de Janeiro, de tropas com destino à Província
Cisplatina:
esforço inaudito para manter-se às margens do Prata.A guerra prosseguiu, por terra e mar, com vantagem para as forças imperiais, que derrotaram as forças republicanas na batalha decisiva de Monte Santiago (1827).

Na primeira metade do ano seguinte, dado o impasse em terra, o bloqueio naval brasileiro, os altos custos para os belingerantes da continuação da guerra, a pressão britânica para que um acordo fosse firmado, além da precariedade militar e política dos países beligerantes, , a paz começou a ser negociada, com a mediação da França e da Grã-Bretanha. O Império do Brasil e a República das Províncias Unidas do Rio da Prata, por uma convenção preliminar de paz, assinada no Rio de Janeiro, renunciaram às suas conquistas e reconheceram como Estado independente a Banda Oriental do Uruguai, que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.

A Derrota
A perda da Cisplatina foi mais um motivo para o crescimento da insatisfação com o governo de Dom Pedro I. Na realidade, a guerra era impopular desde o início, pois para muitos brasileiros representava aumento de impostos para o financiamento de mais uma guerra.

Quando o Brasil assinou o acordo pela independência da região, muitos utilizaram isto como argumento para tornar ainda mais impopular o governo, alegando que o imperador havia depauperado os cofres públicos e sacrificado a população por uma causa perdida. Entretanto, a Guerra da Cisplatina não foi o motivo da abdicação do imperador em 1831. Ela se insere dentro de outros que concorreram para sua queda; entre eles, sem dúvida, seu estilo centralizador de governar foi o principal.

Fonte: pt.wikipedia.org
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8151 - GUERRA DA CISPLATINA
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A Guerra da Cisplatina foi um conflito que ocorreu de 1825 até 1828, envolvendo os países Brasil e Argentina.
O motivo desta batalha era pelo domínio da Província de Cisplatina, atual Uruguai, uma região que sempre foi cobiçada pelos portugueses e espanhóis.

No ano de 1680, Portugal fundou a região Colônia do Sacramento, que foi o primeiro nome dado á região de Cisplatina. Em 1777, o território passou a ser posse da Espanha.

Em 1816, a coroa Portuguesa, que estava no Brasil, ocupou novamente a região, nomeando-a como Província da Cisplatina.

No ano de 1825, um novo movimento surge em prol da libertação da província. Mas os moradores de Cisplatina se recusam a fazer parte do Brasil, e João Antonio Lavalleja, organiza um movimento para declarar independência da região. A Argentina por interesse no território da Cisplatina, ajuda no movimento, ofertando, força política, armas, alimentos, etc. O Brasil se revoltou declarando guerra à Argentina e ao revoltosos da região de Cisplatina.

Foram muitos conflitos entre os combatentes, e com tudo isso muito dinheiro público foi gasto, desequilibrando a economia brasileira. E além de tudo, o Brasil foi vencido na batalha.

No ano de 1828, sob interferência da Inglaterra, foi firmado um acordo entre Brasil e Argentina, que foi marcado pela independência da Província da Cisplatina seria independente.

Com isso, a situação do Brasil se complicou mais, e os brasileiros ficaram mais insatisfeitos com o governo.


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8150 - GUERRA da cisplatina
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Guerra da Cisplatina
Por Lidiane Duarte

A Guerra da Cisplatina ocorreu de 1825 a 1828, entre Brasil e Argentina, pela posse da Província de Cisplatina, atual Uruguai. Localizada numa área estratégica, a região sempre foi disputada pela Coroa Portuguesa e Espanhola.

Portugal foi o fundador da Colônia do Sacramento (primeiro nome dado à Cisplatina), em 1680. Mas o território passou a pertencer à Espanha em 1777, sendo então colonizado nos moldes espanhóis.

Na época em que a coroa Portuguesa se transferiu para o Brasil, Dom João VI incorporou novamente a região. Em 1816, por razões políticas e econômicas, ele enviou tropas a Montevidéu, ocupando o território e nomeando-o como Província da Cisplatina.

Movimento de independência

No Reinado de Dom Pedro I, em 1825, surgiu um movimento de libertação da província. Os habitantes da Cisplatina não aceitavam pertencer ao Brasil, pois tinham idiomas e costumes diferentes. Liderados por João Antonio Lavalleja, eles se organizaram para declarar a independência da região.

A Argentina apoiou o movimento, oferecendo força política e suprimentos (alimentos, armas, etc). Porém, na realidade, os argentinos pretendiam anexar a Cisplatina, logo que esta se libertasse do Brasil.

Reagindo à revolta, o governo brasileiro declarou guerra à Argentina e aos colonos descontentes. Ocorreram vários combates, que obrigaram Dom Pedro I a gastar muito dinheiro público.

Guerra impopular

Os brasileiros não apoiaram este conflito, pois sabiam que o governo aumentaria os impostos para financiar a guerra. Este episódio desgastou ainda mais a imagem de Dom Pedro I.

Este dinheiro gasto nos combates desequilibrou a economia brasileira, já desfalcada com o valor gasto para o reconhecimento da independência do país. Se o Brasil ainda saísse vitorioso, valeria a pena todo investimento. Mas isto não aconteceu.

A Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região, atuou como mediadora. Em 1828, propôs um acordo entre Brasil e Argentina, o qual estabeleceu que a Província da Cisplatina não pertenceria a nem dos dois, mas seria independente. Nascia aí a República Oriental do Uruguai.

O desfecho desfavorável ao Brasil agravou a crise política no país. A perda da província foi um motivo a mais para a insatisfação dos brasileiros com o Imperador, que acabou renunciado em 1831.




Data de publicação: 18/10/2007
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8149 - GUERRA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 19 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Guerra do Uruguai
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Conflitos na História do Brasil
- Império -
Primeiro Reinado
Guerra da Independência: 1822-1823
Independência da Bahia: 1821-1823
Confederação do Equador: 1824
Guerra contra as Províncias Unidas: 1825-1828
Revolta dos Mercenários: 1828
Período Regencial
Federação do Guanais: 1832
Revolta dos Malês: 1835
Cabanagem: 1835-1840
Farroupilha: 1835-1845
Sabinada: 1837-1838
Balaiada: 1838-1841
Segundo Reinado
Revoltas Liberais: 1842
Revolta Praieira: 1848-1850
Guerra contra Oribe e Rosas: 1851-1852
Ronco da Abelha: 1835-1845
Questão Christie: 1863
Guerra contra Aguirre: 1864
Guerra do Paraguai: 1864-1870
Revolta dos Muckers: 1874
Revolta do Quebra-Quilos: 1874-1875

A chamada Guerra contra Aguirre, ocorrida em 1864, integra o conjunto das Questões Platinas, na História das Relações Internacionais do Brasil[1].

O conflito se inscreveu na defesa dos interesses do Império do Brasil naquela região, diante do rompimento das relações diplomáticas entre a Argentina e o Uruguai, naquele ano.

Índice [esconder]
1 História
1.1 Antecedentes
1.2 A intervenção militar
1.3 Consequências
2 Notas
3 Bibliografia
4 Ver também


[editar] História
[editar] Antecedentes
O retorno da agitação política no Uruguai refletiu-se de forma negativa junto aos estancieiros brasileiros na fronteira de então Província do Rio Grande do Sul, que passaram a ter as suas propriedades invadidas e o seu gado furtado durante operações de assalto, popularmente conhecidas como "Califórnias". Os brasileiros com propriedades estabelecidas naquele país, estimados em 40 mil pessoas, também passaram a ser alvo de perseguições e violência.

O governo imperial brasileiro tentou intervir diplomaticamente junto ao presidente uruguaio, Atanasio Cruz Aguirre, do Partido Blanco, mas sem efeito. Foi então formulado um ultimato a Aguirre, que não foi aceito. O Uruguai pretendia anular o Tratado de Limites de 1852, posição que abandonou diante da disposição brasileira em ocupar militarmente o território entre Quaraí e Arapeí.

[editar] A intervenção militar
Embora os efetivos militares nas linhas de fronteira tudo fizessem para evitar que as disputas no Uruguai se refletissem no Rio Grande do Sul, o general uruguaio Venâncio Flores, do Partido Colorado, que disputava o poder, não conseguiu evitar que a violência atingisse o território brasileiro. Solicitou, desse modo, o apoio do Império, sob a forma de um empréstimo financeiro e a presença, em Montevidéu, de uma divisão do Exército Brasileiro.

Organizou-se, assim, uma Divisão de Observação, transformada em seguida em Divisão Auxiliadora, integrada por um efetivo de quatro mil homens, sob o comando do brigadeiro Francisco Félix Pereira Pinto. Transpondo a fronteira em Março de 1864, atingiu a localidade de Bella Unión em Junho, onde estabeleceu quartel.

Ao mesmo tempo, o Almirante Tamandaré e as forças brasileiras na fronteira receberam ordens de procederem a represálias e adotarem as medidas convenientes para proteger os interesses dos brasileiros na região.

Com estas medidas, ganhou-se tempo para que se coordenasse uma operação de invasão do Uruguai, iniciada a 16 de Outubro, por um efetivo de seis mil homens sob o comando do General João Propício Menna Barreto. Este efetivo marchou sobre Melo, dividido em duas divisões de Infantaria. Alcançado esse objetivo, as tropas brasileiras avançaram sobre Paysandú, sitiada por um mês, enquanto as forças brasileiras ali se concentravam.

Enquanto isso, com o apoio da Armada Imperial, as forças uruguaias sob o comando de Venâncio Flores sitiaram a vila de Salto no rio Uruguai, que veio a capitular, sem resistência, a 28 de Novembro desse mesmo ano.

Finalmente, às 9 horas da manhã de 31 de Dezembro de 1864, as tropas brasileiras (com as do Brigadeiro Antônio de Sampaio e as de Carlos Resin justapostas), com o apoio naval da esquadra brasileira, sob o comando de Tamandaré, lançaram o ataque final a Paysandú. As tropas brasileiras atacaram frontalmente e pelo flanco direito, e as do general Flores pelo esquerdo. A resistência de Paysandú foi denodada e pertinaz, tendo durado todo o dia e entrado pela noite. Na manhã de 1 de Janeiro de 1865 a povoação capitulou, tendo o seu comandante Leandro Gomes sido aprisionado, vindo a ser morto por seus compatriotas, em contradição às normas de conduta da guerra.

Conquistada Paysandú, as tropas imperiais brasileiras receberam ordens de marchar sobre a capital, Montevidéu.

Desesperado, Aguirre queimou públicamente os tratados assinados com o Brasil, e ordenou o ataque e conquista da cidade brasileira de Jaguarão, entre 27 e 28 de janeiro. Desse modo, uma força de mil e quinhentos uruguaios dividiu-se em dois Corpos, um sob o comando do General Basílio Muñoz e outra sob o do Coronel Timoteo Aparicio (Aparecido), vindo a enfrentar o efetivo brasileiro sob o comando do Coronel Manoel Pereira Vargas, composto por cavalarianos e infantes da Guarda Nacional. O ataque foi sustado e repelido pelos brasileiros. Aguirre, numa manobra política, fez arrastar uma bandeira do Brasil pelas ruas de Montevidéu, afirmando ter sido a mesma apresada em Jaguarão; de nada lhe serviu, entretanto, esse estratagema. As tropas brasileiras, passando por Colônia do Sacramento, impuseram sítio à capital, Montevidéu, no dia 2 de fevereiro. Desse modo, a 15 desse mês, Aguirre foi deposto, constituindo-se um Governo Provisório dirigido pelo general Venâncio Flores. Este declarou nulos os atos contra o Brasil, desagravou a nossa bandeira, içando-a no Forte de São José e saudando-a com uma salva de 21 tiros, respondida, ao mesmo tempo, pela Corveta Bahiana, com a bandeira uruguaia içada no mastro grande.

Finalmente, a 20 de fevereiro de 1865, assinou-se a Convenção de Paz com a presença do Visconde do Rio Branco e do novo Presidente do Senado uruguaio, Tomás Villalba. Por ela, as propriedades confiscadas aos súditos brasileiros no Uruguai eram devolvidas.

[editar] Consequências
O governante do Paraguai, Francisco Solano López, pretendendo defender os interesses do partido Blanco do Uruguai neste conflito, terminou por precipitar a eclosão da Guerra da Tríplice Aliança.

Notas
↑ Foi o terceiro de quatro conflitos armados internacionais em que o Império do Brasil lutou pela supremacia sul-americana: o primeiro foi a Guerra da Cisplatina, o segundo a Guerra do Prata, e o último a Guerra do Paraguai.
[editar] Bibliografia
DONATO, Hernâni. Dicionário das Batalhas Brasileiras. São Paulo: Editora Ibrasa, 1987.
[editar] Ver também
Forte Sebastopol
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8148 - REVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 21 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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Resultados da pesquisa 1880 24 jan. 1880 - A Revolta da Chibata não pode ser esquecida, a lembrança de João Cândido, o “ Almirante Negro” deve perpetuar por toda história. Esse marinheiro gaúcho, nascido em 24 de janeiro de 1880, demonstrou mais uma vez a coragem herdada dos seus descendentes negros.A Revolta da Chibata não pode ser esquecida, a lembrança de João Cândido, o “ Almirante Negro” deve perpetuar por toda história. Esse marinheiro gaúcho, nascido em 24 de janeiro de 1880, demonstrou mais uma vez a coragem herdada dos seus descendentes negros. Morreu aos 89 anos mas, deixou um legado de luta como exemplo para todos os negros e afros-decendentes do Brasil. Eis mais um testemunho de sangue derramado, por um ideal de transformação. Continuemos na luta! Fonte ...
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1910 1910 - Ontem, 22 de novembro, foi o dia alusivo à Revolta da Chibata, ocorrida em 1910, na baía da Guanabara. João Cândido, o marinheiro negro, liderou essa insurreição , deflagrada contra a Marinha Brasileira devido aos maus-tratos e à exploração sofridos por ...Ontem, 22 de novembro, foi o dia alusivo à Revolta da Chibata, ocorrida em 1910, na baía da Guanabara. João Cândido, o marinheiro negro, liderou essa insurreição , deflagrada contra a Marinha Brasileira devido aos maus-tratos e à exploração sofridos por militares negros. Em Brasília, participamos da II Marcha Zumbi dos Palmares pela Cidadania e pela Vida. Tomaram parte mais de 15 mil pessoas de todo o País, representando organizações, entidades e sindicatos que compõem o ...
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jan. 1910 - Esse período representou um momento conturbado na história do País, com insurreições eclodindo em algumas partes do território, como a Revolta da Chibata, ou Revolta dos Marinheiros, ocorrida em unidades da Marinha, no Rio de Janeiro, 1910. Os rebeldes exigiam ...Esse período representou um momento conturbado na história do País, com insurreições eclodindo em algumas partes do território, como a Revolta da Chibata, ou Revolta dos Marinheiros, ocorrida em unidades da Marinha, no Rio de Janeiro, 1910. Os rebeldes exigiam o fim dos castigos corporais aplicados por oficiais brancos aos marujos negros; o cumprimento do acordo de aumento dos seus vencimentos, a redução da jornada de trabalho ea concessão de anistia.
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nov. 1910 - Seis anos depois do fim da Revolta da Vacina, em novembro de 1910, nova rebelião eclodiu na cidade: a Revolta da Chibata. À frente do movimento estavam marinheiros de vários navios de guerra ancorados na baía de Guanabara, que reinvidicavam melhores soldos ea ...Seis anos depois do fim da Revolta da Vacina, em novembro de 1910, nova rebelião eclodiu na cidade: a Revolta da Chibata. À frente do movimento estavam marinheiros de vários navios de guerra ancorados na baía de Guanabara, que reinvidicavam melhores soldos ea extinção de castigos corporais na Armada, pois era costume na Marinha punir as faltas com chibatadas. liderados por João Cândido, o Lamirante Negro, os marinheiros amotinados assumiram o controle dos navios e ameaçaram ...
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22 nov. 1910 - Lá pelas tantas, alguém pega o microfone e lembra que o evento daquela tarde era em homenagem a Zumbi dos Palmares e também à Revolta da Chibata, que completou hoje 98 anos. Em 22 de novembro de 1910, marinheiros brasileiros se revoltaram contra a aplicação de ...Lá pelas tantas, alguém pega o microfone e lembra que o evento daquela tarde era em homenagem a Zumbi dos Palmares e também à Revolta da Chibata, que completou hoje 98 anos. Em 22 de novembro de 1910, marinheiros brasileiros se revoltaram contra a aplicação de chibatadas como punição às faltas, sob liderança do marinheiro João Cândido Felisberto. Mais de dois mil homens promoveram um motim que durou seis dias.
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De :: Revolta da Chibata completa 98 anos :: - Páginas da web relacionadas
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23 nov. 1910 - Este foi o ultimato enviado ao presidente da República, Hermes da Fonseca, pelo grupo de marinheiros rebeldes liderados por João Cândido em 23 de novembro de 1910. A chamada "Revolta da Chibata" foi um movimento contra a alimentação estragada servida aos ...Este foi o ultimato enviado ao presidente da República, Hermes da Fonseca, pelo grupo de marinheiros rebeldes liderados por João Cândido em 23 de novembro de 1910. A chamada "Revolta da Chibata" foi um movimento contra a alimentação estragada servida aos marinheiros, contra os castigos corporais eo racismo. A tradição brasileira seguia costumes herdados da escravidão e de diferentes esquadras, como a inglesa, que impunha a chibata aos marinheiros.
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25 nov. 1910 - Em 25.11.1910 a Câmara Federal aprovou anistia aos marinheiros da Revolta da Chibata, que depois foram presos e processados.
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26 nov. 1910 - Eles queriam melhores condições de vida e de trabalho, o que inclui o fim dos castigos corporais. O movimento é a Revolta dos Marinheiros ou, como é mais conhecida, a Revolta da Chibata, ocorrida entre 22 e 26 de novembro de 1910.O objetivo é lutar pelo cumprimento de suas reivindicações, já que a Constituição não lhes permitia fazê-lo pelas urnas. Eles queriam melhores condições de vida e de trabalho, o que inclui o fim dos castigos corporais. O movimento é a Revolta dos Marinheiros ou, como é mais conhecida, a Revolta da Chibata, ocorrida entre 22 e 26 de novembro de 1910.
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27 nov. 1910 - Segundo o que descobriu o Agente 042, a Revolta da Chibata foi um movimento de oficiais de patentes inferiores da Marinha do Brasil que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara.
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dez. 1910 - Foi na revolta dos Fuzileiros Navais, Um Menino Caipira que se fez Monge [ Dom Joaquim Grangeiro de Luna ] Notas sobre o tio Monge, escritas por Pe. luna, Missão Velha - 1979chamada revolta da chibata, em dezembro de 1910. Convém anotar um pormenor daquele ...
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8147 - REVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 23 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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( 1910 )
Nos livros didáticos de história aprendemos que essa revolta — muito conhecida pelo título de Revolta da Chibata — foi uma luta contra o uso de castigos corporais em marinheiros indisciplinados. Com certeza ela o foi; mas não a única... Ora, se havia castigos corporais antes de 1910, por que, então, os marinheiros não se revoltaram anteriormente? Eles aceitaram o castigo corporal sem reclamar até 1910? Estas perguntas são ótimas, e será a partir delas que vou te ajudar a questionar o livro didático de história que você carrega embaixo do braço.

O castigo corporal nas Forças Armadas é mais antigo do que você possa imaginar. Para não irmos longe demais, eu e você recuaremos mais ou menos duzentos anos para depois chegarmos ao ano de 1910. As leis que regulavam a punição em marinheiros se baseavam num código português chamado Artigos de Guerra, que foi adotado pelos oficiais na Marinha de Guerra logo após a independência do Brasil. Essas leis permitiam o uso da chibata, da golilha, da palmatória e outros castigos corporais semelhantes. Vários documentos do século XIX que investiguei mostraram marinheiros sendo castigados com 25, 100, 200, 500 chibatadas!!!

Como você pode notar, não foi somente em 1910 que os marinheiros começaram a ser castigados, isso era coisa muito antiga. E sabe qual foi maior surpresa que tive? Até 1893 eu não encontrei nenhuma revolta de marinheiros reivindicando o fim dos castigos corporais. Ora, então quando e o que havia acontecido para que marinheiros começassem a repudiar tal punição? Vamos por partes. Em primeiro lugar temos que entender as pessoas em seu tempo e espaço. Por exemplo, se você tivesse nascido no Brasil, em 1850, se acostumaria a ver escravos, castigos corporais em praça pública, e nem diria que aquilo era desumano. Possivelmente, você juntaria algum dinheiro e compraria um.

Pois bem, no século XIX, era sabido por todos que as Forças Armadas usavam o castigo corporal para punir marinheiros e soldados indisciplinados. A repulsa da população masculina ao castigo corporal era tão grande que os oficiais tinham de recrutar homens à força a fim de a Marinha não ficar entregue às moscas. Mas se o indivíduo fosse recrutado, ele teria de ser disciplinado e não entrar em nenhuma encrenca para evitar o castigo. Os marinheiros com certeza não gostavam da ameaça do castigo, mas se isso finalmente ocorresse eles não se rebelariam. A punição através do castigo físico era visto como um método corriqueiro de correção. Foi somente ao longo do século XIX que a privação da liberdade foi tomando o lugar da punição através dos castigos corporais. O que não poderia haver era oficiais excedendo nos castigos, ou seja, bater além do que era devido. Se isso ocorresse o castigo teria sido injusto, excessivo, bárbaro.

A Guerra do Paraguai foi uma das razões para se pensar no fim dos castigos corporais em militares. Afinal, como bater em soldados e marinheiros que haviam sido vitoriosos, verdadeiros “heróis” nos campos de batalha? Por outro lado, nas últimas décadas do século XIX, a escravidão começou a ser cada vez mais combatida por abolicionistas e pelos próprios cativos e cativas. Várias leis foram criadas para terminar com a escravidão, entre elas a de 1887 que proibia o castigo corporal em escravos. Ora, então como permanecer castigando fisicamente marinheiros que eram homens livres? Além disso, em 1888, os marinheiros mostraram nas ruas do Rio de Janeiro que eram bons de briga: fizeram do centro da cidade um campo de batalha lutando contra a truculenta força policial, para resolver rixas antigas entre os dois grupamentos. A pancadaria foi tão grande que a princesa Isabel, filha do imperador D. Pedro II, saiu de Petrópolis onde estava e demitiu o Barão do Cotegipe (1815-1889), principal opositor à lei que iria abolir a escravidão. Em suma, um dia após a proclamação da República, no dia 16 de novembro de 1889, o Ministro da Marinha decidiu extinguir os castigos corporais em marinheiros.

Porém, seis meses após o fim dos castigos, os oficiais começaram a cobrar novas leis para castigar marinheiros. O ministro então decidiu retomar o castigo físico, só que de forma mais pesada. Agora, o marinheiro indisciplinado passava por um verdadeiro método de expiação comandado por oficiais: além do castigo de chibata ele teria rebaixamento de salário e de posto, prisão, humilhações na caserna, etc. Tudo isso estava previsto no Decreto n. 328, de 12 de abril de 1890, que criou a “Companhia Correcional”; o instrumento legal no qual estavam todas as regras desse método de expiação.

Logo após essa lei começaram as revoltas de marinheiros. A primeira grande revolta ocorreu em 1893, na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e outras aconteceram no Rio de Janeiro e em Mato Grosso. No entanto, estas revoltas só reivindicavam o fim dos castigos ou a troca do oficial que gostava de bater demais e, não, o fim das leis que permitiam o uso de castigos físicos. Como se pode notar há uma grande diferença aí: no primeiro caso, a solução da revolta era local, ali no navio ou quartel. No segundo caso, não: reivindica-se o fim da lei que permitia o castigo corporal em toda a Marinha. E é justamente o segundo caso que se aplica à revolta dos marinheiros de 1910.

E não era uma revolta qualquer: foi um movimento organizado; empreendido por marinheiros mormente negros; que exigiu mudanças na legislação penal e disciplinar da Marinha de Guerra e melhores condições de trabalho; revelou um mal-estar republicano; e alcançou grande repercussão nacional e internacional ao ameaçar de bombardeio a capital federal da República.

Foi na noite de 22 de novembro de 1910, que os encouraçados Minas Gerais, São Paulo e Deodoro, e o scout Bahia, ficaram sob o comando dos marinheiros, que gritavam “viva a liberdade”. Durante três dias a população da cidade do Rio de Janeiro viveu o pânico de ter suas casas destruídas pelos tiros dos incríveis canhões de longo alcance, apontados contra a capital.

Na primeira mensagem enviada ao governo, os amotinados exigiam a exclusão dos oficiais “incompetentes”, a reforma do código penal e disciplinar da Armada (a fim de extinguir os castigos corporais), o aumento dos vencimentos, educação para os marinheiros “incompetentes” e uma nova “tabela de serviços” para todos os marinheiros. Estas reivindicações objetivavam mudanças profundas na Marinha de Guerra, e não somente pequenas modificações locais como as revoltas anteriores haviam exigido. Por isso, a revolta de 1910 foi muito mais importante, pois revela uma mudança na consciência desses marinheiros, que não fora alcançada pelos que se revoltaram anteriormente.

Os amotinados demonstraram ainda uma insatisfação com a República. No decorrer das duas primeiras décadas do novo regime, os sucessivos governos não haviam sido capazes de tratá-los como “cidadãos fardados” e “republicanos” e, por isso, não suportavam mais “a escravidão na Marinha Brasileira”, exigindo, assim, “os direitos sagrados que as leis da República nos faculta”. Assim sendo, segundo eles, haviam resolvido romper “o negro véu, que [os] cobria aos olhos do patriótico e enganado povo”.

Devido às “justas” reivindicações e ao poder mesmo a que chegaram através dos canhões, os marinheiros foram anistiados com a promessa de que suas reivindicações seriam ouvidas. Porém, no início de dezembro do mesmo ano, o Batalhão Naval se amotinou, sendo que, nesse caso, não houve negociação nem anistia. A ilha das Cobras, onde estava situado o Batalhão Naval, foi brutalmente bombardeada pelas forças do Exército e da própria Marinha. Os amotinados de novembro não tomaram parte nos combates e continuaram em seus navios. O governo de Hermes da Fonseca (1910-1914) porém, decretou o estado de sítio e puniu brutalmente os amotinados de novembro e de dezembro com deportações para o Acre, assassinatos e torturas. Ou seja, os que foram anistiados em novembro, mesmo sem tomar parte da revolta de dezembro, foram considerados como envolvidos e punidos como tal.

Fonte: www.arquivo.ael.ifch.unicamp.br

REVOLTA DA CHIBATA
( 1910 )
Depoimento de João Cândido ao jornalista Edmar Morel: "Pensamos no dia 15 de novembro. Acontece que caiu forte temporal sobre a parada militar e o desfile naval. A marujada ficou cansada e muitos rapazes tiveram permissão para ir à terra. Ficou combinado, então, que a revolta seria entre 24 e 25. Mas o castigo de 250 chibatadas no Marcelino Rodrigues precipitou tudo. O Comitê Geral resolveu, por unanimidade, deflagrar o movimento no dia 22. O sinal seria a chamada da corneta das 22 horas. O "Minas Gerais", por ser muito grande, tinha todos os toques de comando repetidos na proa e popa. Naquela noite o clarim não pediria silêncio e sim combate. Cada um assumiu o seu posto e os oficiais de há muito já estavam presos em seus camarotes. Não houve afobação. Cada canhão ficou guarnecido por cinco marujos, com ordem de atirar para matar contra todo aquele que tentasse impedir o levante. Às 22h 50m, quando cessou a luta no convés, mandei disparar um tiro de canhão, sinal combinado para chamar à fala os navios comprometidos. Quem primeiro respondeu foi o "São Paulo", seguido do "Bahia". O "Deodoro", a princípio, ficou mudo. Ordenei que todos os holofotes iluminassem o Arsenal da Marinha, as praias e as fortalezas. Expedi um rádio para o Catete, informando que a Esquadra estava levantada para acabar com os castigos corporais". Edmar Morel. A Revolta da Chibata

Ultimato enviado pelos rebeldes a Hermes da Fonseca, presidente da República: "Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha Brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá, e até então não nos chegou, rompemos o negro véu, que nos cobria aos olhos do patriótico e enganado povo. Achando-se todos os navios em nosso poder, tendo a seu bordo prisioneiros todos os oficiais, os quais tem sido os causadores da Marinha Brasileira não ser grandiosa, porque durante vinte anos de República ainda não foi bastante para tratar-nos como cidadãos fardados em defesa da Pátria, mandamos esta honrada mensagem para que V. Excia. faça aos Marinheiros Brasileiros possuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos facilita, acabando com a desordem e nos dando outros gozos que venham engrandecer a Marinha Brasileira; bem assim como: retirar os oficiais incompetentes e indignos de servir a Nação Brasileira. Reformar o Código Imoral e Vergonhoso que nos rege, a fim de que desapareça a chibata, o bolo, e outros castigos semelhantes; aumentar o nosso soldo pelos últimos planos do ilustre Senador José Carlos de Carvalho, educar os marinheiros que não têm competência para vestir a orgulhosa farda, mandar pôr em vigor a tabela de serviço diário que a acompanha. Tem V. Excia o prazo de doze (12) horas, para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a pátria aniquilada. Bordo do Encouraçado "São Paulo" em 22 de novembro de 1910. Nota - não poderá ser interrompida a ida e a volta do mensageiro. [assinado] Marinheiros" Edmar Morel. A Revolta da Chibata [respeitada a grafia original].

Oswald de Andrade descreve a rebelião dos marinheiros e fala sobre seu desfecho: "Acordei em meio duma maravilhosa aurora de verão. A baía esplendia com seus morros e enseadas. Seriam talvez quatro horas da manhã. E vi imediatamente na baía, frente a mim, navios de guerra, todos de aço, que se dirigiam em fila para a saída do porto. Reconheci o encouraçado Minas Gerais que abria a marcha. Seguiam-no o São Paulo e mais outro. E todos ostentavam, numa verga do mastro dianteiro, uma pequenina bandeira triangular vermelha. Eu estava diante da revolução. Seria toda revolução uma aurora? [...] de repente vi acender-se um ponto no costado do Minas e um estrondo ecoou perto de mim, acordando a cidade. Novo ponto de fogo, novo estrondo. Um estilhaço de granada bateu perto, num poste da Light. [...] Era terrível o segundo que mediava entre o ponto aceso no canhão e o estrondo do disparo. Meus olhos faziam linha reta com a boca-de-fogo que atirava. Naquele minuto-século, esperava me ver soterrado, pois parecia ser eu a própria mira do bombardeio. [...] Era contra a chibata e a carne podre que se levantavam os soldados do mar. O seu chefe, o negro João Cândido, imediatamente guindado ao posto de almirante, tinha se revelado um hábil condutor de navios. Quando mais tarde assisti à exibição do filme soviético Encouraçado Potemkim, vi como se ligavam às mesmas reivindicações os marujos russos e brasileiros. [...] A revolta de 1910 teve o mais infame dos desfechos. Foi solenemente votada pelo Congresso a anistia aos rebeldes, mas uma vez entregues e presos, foram eles quase todos massacrados e mortos. Escapou o Almirante João Cândido e quando, na década de 30, o jornalista Aporelli [Aparício Torelli, o Barão de Itararé] tentou publicar uma crônica do feito foi miseravelmente assaltado por oficiais da nossa Marinha de Guerra que o deixaram nu e surrado numa rua de Copacabana." Oswald de Andrade. Um homem sem profissão - Sob as ordens de mamãe .

Fonte: www.projetomemoria.art.br

REVOLTA DA CHIBATA
( 1910 )
O recrutamento militar
Desde o período colonial, o recrutamento de soldados e marinheiros era feito de maneira particularmente violenta. Para começar, o recrutamento era forçado, arbitrário e recaía sobre pessoas de origem humilde, que não tinham como se defender. Os que dispunham de alguma fortuna compravam sua isenção do serviço militar. Além disso, os homens recrutados eram sub­metidos a constantes violências, que incluíam desde uma péssima alimentação até castigos corporais.

A rebelião
A Revolta da Chibata ocorreu na Marinha. Em comparação com o Exército, a Marinha era tradicionalmente elitizada, e a distância entre oficiais e marinheiros era muito maior do que a existente entre postos análogos no Exército. Desde meados do século XIX, o tratamento humilhante e violento na Marinha vinha sendo questionado sem nenhum resultado concreto. Com o advento da República, cuja história iniciou-se um ano após a abolição, aquela forma de tratamento que vinha do Império era insustentável. Contudo, foi necessária uma rebelião ameaçadora dos marinheiros para que a Marinha adotasse medidas disciplinares me­nos brutais.

A rebelião ocorreu em 1910. Nesse ano, o marinheiro Marcelino Rodrigues Meneses, que servia na belonave Minas Gerais, fora condena­do a 250 chibatadas. Seus companheiros - obrigados, como de costume, a assistir ao castiga - não se contiveram e, na noite de 22 de novembro, se rebelaram. Os outros três navios (São Paulo, Bahia e Deodoro) estacionados na Guanabara aderiram. O líder da revolta foi o marinheiro João Cândido.

Embora tenha sido precipitada pelo castigo de Meneses, a revolta já vinha sendo preparada havia muito tempo. Assim, os rebeldes estavam razoavelmente organizados, o que lhes permitiu dominar com rapidez os quatro navios. O co­mandante do Minas Gerais, Batista Neves, foi morto, juntamente com outros oficiais. Também houve mortes do lado dos marinheiros.

A repressão
O objetivo da revolta era simples, conforme declarou o cabo Gregório do Nascimento, que assumiu o comando do navio São Paulo: conseguir o fim do castigo corporal e melhorar a alimentação.

João Cândido enviou pelo rádio uma mensagem ao Catete, ameaçando bombardear a cidade e os navios que não haviam aderido à revolta, caso suas reivindicações não fossem imediatamente atendidas. O presidente era Hermes da Fonseca, recém-empossado.

O governo estava sem alternativas, pois os canhões estavam apontados para a cidade. As­sim, por iniciativa de Rui Barbosa, na época senador, foi proposto e aprovado um projeto que atendia aos marinheiros e lhes concedia anistia. Com isso, os revoltosos depuseram as armas e se submeteram às autoridades.

Porém as concessões do governo ficaram no papel. Os novos comandantes nomeados para os navios revoltados ordenaram a prisão de João Cândido e seus companheiros, muitos dos quais morreram numa masmorra na ilha das Cobras. Desse modo, os oficiais e o governo se vingaram dos marinheiros que ousaram revoltar-se. João Cândido, no entanto, conseguiu sobreviver a todas as atrocidades, sendo enfim absolvido em julgamento realizado em 1912. Conhecido como Almirante Negro, João Cândido faleceu em 1969.

Fonte: www.culturabrasil.pro.br

REVOLTA DA CHIBATA
( 1910 )
Mesmo depois da Lei Áurea ser assinada o tratamento para os marinheiros era de escravidão. Quando o torturador açoitava o marinheiro, amarrado e desprotegido, chegava a arrancar pedaços de sua carne.

Era uma época em que a marinha era tida como órgão disciplinador. Seus marinheiros eram homens indicados pela polícia (desocupados, malfeitores e criminosos).

Em viagem à Inglaterra (possuidora da marinha melhor organizada e aparelhada do mundo) para aprender a lidar com novas embarcações e armamentos, marinheiros brasileiros conheceram o politizado proletário inglês e revoltas que garantiram boas condições de trabalho aos tripulantes da marinha inglesa. Essa viagem fez fermentar nos brasileiros idéias de insubordinação e luta contra suas condições de trabalho.

Começaram então a surgir comentários sobre organizações de revoltas. Uma noite, depois de um ritual de açoite no navio Bahia, um bilhete foi encontrado junto à porta do camarote do comandante. Trazia a exigência de que se findassem os maus tratos à tripulação e continha uma ameaça: “Ninguém é escravo de oficiais e chega de chibata. Cuidado.” No fim a assinatura: “Mão Negra”. Era o marinheiro Francisco Dias Martins.

A revolta estava combinada, ocorreria no dia 24 ou 25 de novembro de 1910, mas a condenação de um marinheiro a 250 chibatadas, dez vezes mais que o permitido pela legislação da marinha, levou a sua antecipação para o dia 22.

Ao ser dado o sinal para o início da revolta os marinheiros se posicionaram sem afobação, cada canhão estava guarnecido por cinco marujos com ordem de atirar para matar contra todo aquele que tentasse impedir o levante.

Marinheiros enfrentaram o comandante e seus protegidos em uma luta de canos e baionetas a bordo do Minas Gerais. Terminado o combate no convés, João Cândido, líder da revolta, ordenou que se disparasse um tiro de canhão 47 milímetros como sinal de alerta aos outros navios revoltados. Os holofotes do Minas Gerais iluminaram o Rio de Janeiro. Através do rádio a revolta foi comunicada e se pediu o fim dos castigos corporais.

O governo tratou imediatamente de impor censura telegráfica entre o Rio e as demais regiões do país. As únicas notícias que circulavam eram aquelas que o próprio governo expedia.

Na manhã do dia 23, a esquadra revoltada começou a manobrar na baía de Guanabara e, buscando chamar a atenção das autoridades, disparou esparsos tiros de canhões de pequeno calibre contra o Rio e Niterói.

Durante os primeiros dias do levante, o governo não se manifestava, nem mesmo tentava qualquer reação armada, porque os efetivos governamentais prontos para o combate empatavam em número com os dos marujos rebelados que estavam no comando dos dois maiores navios de guerra brasileiros, O Minas Gerais e o São Paulo. Restou, ao governo, como solução mais sensata, fazer contato com os revoltosos e conceder a anistia.

Os revoltosos, vitoriosos, devolveram os navios de guerra. Só que a anistia não durou 2 dias. Os revoltosos foram punidos, surgiram rumores de um novo levante. No dia 4 de dezembro foram presos 22 marinheiros suspeitos de conspiração. O governo estudava a possibilidade de decretação do estado de sítio, que facilitaria o aprisionamento dos marujos do Minas Gerais, São Paulo, Deodoro e Bahia.

Em 9 de dezembro, sem motivo aparente, explode uma nova revolta, dessa vez na fortaleza da ilha das Cobras. Alguns praças, ao sinal das 22 horas, saíram gritando “liberdade!” pelo pátio. Não faziam nenhum tipo de reivindicação. Dizia-se que, na verdade, aquilo fora tramado pelo próprio governo, para justificar a declaração de estado de sítio. De todo modo, João Candido e os outros líderes de 22 de novembro não aderiram ao levante. O Batalhão Naval da ilha das cobras foi rapidamente massacrado e, não obstante a fácil vitória militar, o governo decretou estado de sítio.

No dia seguinte, no cais, João Candido é detido. Foi enfiado em uma cela com capacidade para um único preso junto com mais 18 homens e condenado a 6 dias de pão e água. 16 homens sairiam mortos. Entre os poucos sobreviventes da cela estava o líder da Revolta da Chibata, que teve sua prisão prolongada até abril de 1911 de onde saiu transferido para um hospício, para mais tarde voltar à prisão comum.

Os marujos rebelados em 1910 já cumpriam dez meses de prisão, quando lhes chegou uma notícia inesperada. A Irmandade da Igreja Nossa Senhora do Rosário, protetora dos negros, havia contratado para defende-los, no julgamento que se aproximava, três grandes advogados. Os três aceitaram a causa com uma única condição: a de que não lhes dessem nada em troca.

O julgamento durou 48 horas. A leitura da sentença final foi feita depois das 3 horas da manhã. Resultado: todos os marujos foram absolvidos por unanimidade.

Fonte: www.militantehp.hpg.ig.com.br

REVOLTA DA CHIBATA
( 1910 )
Uma das instituições na qual o comportamento escravista dos seus superiores mais se evidenciava era a marinha de Guerra do Brasil. O uso do açoite como medida disciplinar continuou sendo aplicado nos marinheiros, como no tempo em que existia o pelourinho. Todos os marinheiros, na sua esmagadora maioria negros, continuavam a ser açoitados às vistas dos companheiros, por determinação da oficialidade branca.

Os demais marujos eram obrigados a assistir à cena infamante no convéns das belonaves. Com isto, criaram-se condições de revolta no seio da marujada. Os seus membros não aceitavam mais passivamente esse tipo de castigo. Chefiados por Francisco Dias, João Cândido e outros tripulantes do Minas Gerais, navio capitânia da esquadra, organizaram-se contra a situação humilhante de que eram vítimas. Nos outros navios a marujada também se organizava: o cabo Gregório conspirava no São Paulo, e no Deodoro havia o cabo André Avelino.

Dia 22 de novembro de 1910. Final praticamente de mais um ano do início do governo do marechal Hermes da Fonseca. A informação chega até o presidente: a esquadra se sublevara. O movimento que vinha sendo articulado pelos marinheiros foi antecipado em face da indignação dos marujos contra o espancamento de mais um companheiro. O marinheiro negro Marcelino recebeu 250 chibatadas aos olhos de toda a tripulação, formada no convés do Minas Gerais. Desmaiou, mas os açoites continuaram.

Os marinheiros, tendo João Cândido como líder, resolveram sublevar-se imediatamente. Num golpe rápido, apoderaram-se dos principais navios da Marinha de Guerra brasileira e se aproximaram do Rio de Janeiro. Em seguida mandaram mensagem ao presidente da República e ao ministro da Marinha exigindo a extinção do uso da chibata.

O governo ficou estarrecido. Supôs tratar-se de um golpe político das forças inimigas. O pânico apoderou-se de grande parte da população da cidade. Muitas pessoas fugiram. Somente em um dia correram 12 composições especiais para Petrópolis, levando 3 000 pessoas. Todos os navios amotinados hastearam bandeiras vermelhas. Alguns navios fiéis ao governo ainda tentaram duelar com os revoltosos, mas foram logo silenciados. Com isto os marujos criaram um impasse institucional. De um lado a Marinha, que queria a punição dos amotinados, em conseqüência da morte de alguns oficiais da armada. Do outro lado, o governo e os políticos, que sabiam não ter forças para satisfazer essa exigência. Mesmo porque os marinheiros estavam militarmente muito mais fortes do que a Marinha de Guerra, pois comandavam, praticamente, a armada e tinham os canhões das belonaves apontados para a capital da República.

Depois de muitas reuniões políticas, nas quais entrou, entre outros, Rui Barbosa, que condenou os “abusos com os quais, na gloriosa época do abolicionismo, levantamos a indignação dos nossos compatriotas”, foi aprovado um projeto de anistia para os amotinados. Com isto, os marinheiros desceram as bandeiras vermelhas dos mastros dos seus navios. A revolta havia durado cinco dias e terminava vitoriosa. Desaparecia, assim, o uso da chibata como norma de punição disciplinar na Marinha de Guerra do Brasil.

As forças militares, não-conformadas com a solução política encontrada para a crise, apertam o cerco contra os marinheiros. João Cândido, sentindo o perigo, ainda tenta reunir o Comitê Geral da revolução, inutilmente. Procuram Rui Barbosa e Severino Vieira, que defenderam a anistia em favor deles, mas sequer são recebidos por esses dois políticos. Unem-se, agora, civis e militares para desafrontar os “brios da Marinha de Guerra” por eles atingidos. Finalmente vem um decreto pelo qual qualquer marinheiro podia ser sumariamente demitido. A anistia fora uma farsa para desarmá-los.

São acusados de conspiradores, espalham boatos de que haveria uma outra sublevação. Finalmente, afirmam que a guarnição da ilha das Cobras havia se sublevado. Pretexto para que a repressão se desencadeasse violentamente sobre os marinheiros negros. O presidente Hermes da Fonseca necessitava de um pretexto para decretar o estado de sítio, a fim de sufocar os movimentos democráticos que se organizavam. As oligarquias regionais tinham interesse em um governo forte. Os poucos sublevados daquela ilha propõem rendição incondicional, o que não é aceito. Segue-se uma verdadeira chacina. A ilha é bombardeada até ser arrasada. Estava restaurada a honra da Marinha.

João Cândido e os seus companheiros de revolta são presos incomunicáveis, e o governo e a Marinha resolvem exterminar fisicamente os marinheiros. Embarca-os no navio Satélite rumo ao Amazonas.

Os 66 marujos que se encontravam em uma masmorra do Quartel do Exército e mais 31, que se encontravam no Quartel do 1º Regimento de Infantaria, são embarcados junto com assassinos, ladrões e marginais para serem descarregados nas selvas amazônicas. Os marinheiros, porém, tinham destino diferente dos demais embarcados. Ao lado dos muitos nomes da lista entregue ao comandante do navio, havia uma cruz vermelha, feita a tinta, o que significava a sua sentença de morte. Esses marinheiros foram sendo parceladamente assassinados: fuzilados sumariamente e jogados ao mar.

João Cândido, que não embarca no Satélite, juntamente com alguns companheiros foram recolhidos a uma masmorra da ilha das Cobras, onde viviam como animais. Dos 18 recolhidos ali, 16 morreram. Uns fuzilados sem julgamento, outros em conseqüência das péssimas condições em que viviam enclausurados. João Cândido enlouqueceu, sendo internado no Hospital dos Alienados. Tuberculoso e na miséria, consegue, contudo, restabelecer-se física e psicologicamente. Perseguido constantemente, morre como vendedor no Entreposto de Peixes da cidade do Rio de Janeiro, sem patente, sem aposentadoria e até sem nome, este herói que um dia foi chamado, com mérito, de Almirante Negro.

Fonte: www.terrabrasileira.net
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8146 - REVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 24 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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Vai para Conteúdo A história do brasil que não nos contaram: Revolta da chibataPor binho em Historia em 04-06-2008 Revolta da Chibata foi um movimento de oficiais de patentes inferiores da Marinha do Brasil que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro que era na época o Distrito Federal. Na ocasião, dois mil marinheiros rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos como punição, ameaçando bombardear a cidade do Rio.



Antecedentes

Os castigos físicos, abolidos na Marinha do Brasil um dia após a Proclamação da República, foram restabelecidos no ano seguinte (1890), estando previstas:

"Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo."

Os marinheiros nacionais, quase todos negros ou mulatos comandados por oficiais brancos, em contato cotidiano com as marinhas de países mais desenvolvidos à época, não podiam deixar de notar que as mesmas não mais adotavam esse tipo de punição em suas embarcações, considerada como degradante. O uso de castigos físicos era semelhante aos maus-tratos da escravidão, abolida no país desde 1888. Paralelamente, a reforma e a renovação dos equipamentos e técnicas da Marinha do Brasil eram incompatíveis com um código disciplinar que remontava aos séculos XVIII e XIX. Essa diferença foi particularmente vivida com a estada dos marujos na Inglaterra, em 1909, de onde voltaram influenciados não só pelas lutas dos colegas britânicos mas também pela revolta dos marinheiros da Armada Imperial Russa, no Encouraçado Potemkin, ocorrida poucos anos antes, em 1905. Quando retornaram ao Brasil, o marinheiro João Cândido formou clandestinamente um Comitê Geral para organizar a revolução.


A revolta

O estopim da revolta acabou sendo a punição aplicada ao marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes do Encouraçado Minas Gerais, em trânsito para o Rio de Janeiro. Por ter ferido um cabo com uma navalha, foi punido, não com as vinte e cinco chibatadas mínimas regulamentares, e sim com duzentos e cinqüenta, na presença da tropa formada, ao som de tambores. O rigor dessa punição, considerada desumana, provocou a indignação da tripulação.

Uma semana depois, já na baía de Guanabara, na noite de 22 de novembro, os marinheiros do Minas Gerais se amotinaram, mataram quatro oficiais (entre os quais o comandante, Batista das Neves), obtendo a adesão do Encouraçado São Paulo (o segundo maior navio da Armada à época) e de mais seis embarcações menores ancoradas na baía. Foi então emitido um ultimato no qual ameaçavam abrir fogo sobre a então Capital Federal.

- "O governo tem que acabar com os castigos corporais, melhorar nossa comida e dar anistia a todos os revoltosos. Senão, a gente bombardeia a cidade, dentro de 12 horas". (carta de João Cândido, líder da revolta)

E complementava:

- "Não queremos a volta da chibata. Isso pedimos ao presidente da República e ao ministro da Marinha. Queremos a resposta já e já. Caso não a tenhamos, bombardearemos as cidades e os navios que não se revoltarem."

Surpreendido e sem capacidade de resposta, o governo, o Congresso e a Marinha divergiam quanto à resposta, pois a subversão da hierarquia militar é um dos principais crimes nas Forças Armadas. A população da então Capital, num misto de medo e curiosidade, permaneceu em estado de alerta, parte dela refugiando-se longe da costa enquanto outros se dirigiram à orla para assistir o bombardeamento ameaçado pelos marinheiros.

A Marinha esboçou um ataque aos revoltosos com dois navios menores, mas além de rechaçá-lo, estes bombardearam as instalações na ilha das Cobras.

Quatro dias mais tarde, 26 de novembro, o governo do presidente marechal Hermes da Fonseca declarou aceitar as reivindicações dos amotinados, abolindo os castigos físicos e anistiando os revoltosos que se entregassem. Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, dois dias mais tarde alguns marinheiros foram expulsos da Marinha, sob a acusação de "incoveniente à disciplina".

Em 4 de dezembro, quatro marujos foram presos, sob a acusação de conspiração. Em meio a uma forte onda de boatos, isolados e desorganizados, os fuzileiros navais sublevaram-se na ilha das Cobras (dia 9 do mesmo mês), sendo bombardeados durante todo o dia, mesmo após hastearem a bandeira branca. De seiscentos revoltosos, sobreviveram pouco mais de uma centena, detidos nos calabouços da antiga Fortaleza de São José da Ilha das Cobras. Entre esses detidos, dezoito foram recolhidos à cela n° 5, escavada na rocha viva. Ali foi atirada cal virgem, na véspera do Natal. Após vinte e quatro horas, apenas João Cândido e o soldado naval Pau de Lira sobreviveram. Cento e cinco marinheiros foram desterrados para trabalhos forçados nos seringais da Amazônia, tendo sete destes sido fuzilados nessa viagem.

Apesar de se declarar contra a manifestação, João Cândido também foi expulso da Marinha, sob a acusação de ter favorecido os rebeldes. O Almirante Negro, como foi chamado pela imprensa, um dos sobreviventes à detenção na ilha das Cobras, foi internado no Hospital dos Alienados em Abril de 1911, como louco e indigente. Ele e dez companheiros só seriam julgados e absolvidos das acusações dois anos mais tarde, em 1 de dezembro de 1912.

E a história , cantada , ficou assim :



Fonte: Wikipédia
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poxa gostei, achei de mas qualquer dia eu volto aqui valeu Gilberto Bueno da Silva em 27 de setembro as 14:43:13 »
A Revolta da Chibata é a revolta mais encantadora da República Velha na figura de João Cândido, gaúcho de Encruzilhada do Sul!!! Adalgisa Alves em 18 de setembro as 00:57:04 »
Estou maravilhada com a historia, que por acaso sera tema do meu trabalho de arte. Matraka em 09 de setembro as 13:39:59 »
Chibata Chibata neles nathalia e clara em 02 de setembro as 12:12:02 »
eu adorei a musica João Candido Oliveira Neto/sobrinho-neto em 21 de agosto as 13:19:19 »
Em nome da Família João Cândido Felisberto, radicada em Porto Alegre, agradeço a dedicação com que todos tem dispensado aos atos praticados por este Verdadeiro Herói Nacional - pois o mesmo postulou sempre e em todos os momentos, os interesses de uma Classe, de uma coletividade!
Aí se concentra o grande valor da inciativa daqueles Jovens que ombro a ombro a JC, comandaram aquele memorável levante e que "tem por Monumento as Pedras pisadas do Cais" ! Gustavviiinho em 06 de abril as 17:53:47 »
legal . eu inventei uma musica
+ ou - assim o refrãoo

chibata chibata chibatada quem tinha poder batia quem não tinha apanhava ... !
quem quiser saber mais entre em contato .
gustavinhothug@hotmail.com
valeuu fuii rayllyne maia em 31 de março as 16:05:39 »
podemos perceber q tudo q era impossivel se tornou o possivel de tudo inclusive a vida dos chibatas rayllyne maia em 31 de março as 16:02:21 »
gostei muito do video pois mostra como era a vida dos chibatas antes e a diferença do que vivemos hoje. JORGE PENHA em 23 de fevereiro as 21:51:43 »
A chibata não terminou no Brasil das impunidade politicas, aqui nos! trabalhadores pagadores de impostos continuamos sendo açoitados mas não de chicotes e sim de politicos covardes e de uma justiça fraca omissa e ate corrupita, leis feita so para populaçao pagar mas os politico roubam e não são impuni são condenado e desfilam na televisão pedindo votos para familiares e ainda samos obrigado a assistis na televisão isso não e e nunca foi um DEMOCRACIA REAL E IRRESTRITA EU VOITEI NO PLEBICITO E O PRESIDENTE QUE JA FOI UM DE NOS AGORA E UM DELES, BRASIL UM PAIS DE POUCOS POLITICOS LIMPOS E DE MUITOS + MUITOS POLITICOS LADRÃO E SEM PONIÇÃO Francisco em 13 de janeiro as 16:02:34 »
Gostei , não conhecia esta historia. eduarte em 29 de novembro as 17:01:39 »
e este e o pais que si chama brasil, que existe desendente de africanos que ate hoje vive sendo abusado descaradamente, e desendentes de portuguesese ,que abusam dos negros do brasil so que isso esta prestes para acabar,de alguma forma isso vai acabar,sobre este aconteçimento da revolta da chibata eu ja sabia nunca me disseram na escola mais meus avos falava para meu pai,passa um filme na minha cabeça, de lembrar que fizeram isso resentimente,meu corpo arrepia e meu sangue gela,quem esta brincando com esta historia tome mais atençion e melhor para todos Luís Henrique em 04 de novembro as 21:07:52 »
Achei Bom, Só queria saber por que o nome da revolta era Revolta da Chibata! maria eduarda fonseca em 21 de outubro as 20:17:01 »
Legal, não gostei muito pois tem umas coisas chatas sabe... Jorge em 17 de setembro as 17:34:02 »
A Revolta da chibata foi a mais celebre das lutas no Brasil,pois ainda vivemos sob a chibata não só na Marinha como em todos os cantos da Periferia deste imenso país,basta observar os numeros expressivos de jovens Negros assassinados ,tendo a grande disculpa covarde e esfarrapada que é briga por ponto de Trafico...(nem sempre).Vivemos um colapso Social,onde a droga para o pobre tornou-se um meio de sobrevivencia,transpondo o mercado convencional de Trabalho,não quero com isso fazer defesa deste meio expurio,mas a real da vida é ver o Grande roubo do Colarinho Branco,no Presidio encontra-se o Favelado...este procedimento é mais que chibatadas...?(Frentes de Trabalho para o Povo). roberto em 06 de setembro as 18:34:26 »
que lixo! só serve pra acirrar odios entre brasileiros. Que falta faz uma censura!! Isa ^^ em 02 de junho as 20:02:11 »
Nussa!!....eu não sabia dessa..mas eu já tinha visto essa história em outro site..ainda hoje!!hehe..mas achei muito boa essa historinha..!! paula em 07 de maio as 10:31:42 »
que massa amei a esplicação... juliane coxa em 05 de maio as 14:23:07 »
bom...na verdade falta um pouco de fotos..mais da pra ve o que foi a revolta da chibata...
agora posso faze meu trabalho ja entendi o que eu precisava..
bom...aii soh falto mais fotos..etc..
obrigada por coloka um video agora que eu vo sabe faze uj trabalho otimo
muito obrigada..
adorei tambem passa por aqui..
quando eu precisa de novo eu volto..
obrigada pelos videos e algumas imagem..
ameii... Débora tietbohl em 09 de abril as 23:05:52 »
eu achei o conteudo muito bom!!
mais tinha que ter mais coisas dos chibatas!! jorge maria de vasconcelos em 15 de fevereiro as 16:17:52 »
esse episodio macabro ,e desumano,nos tempos de hoje,em pleno seculo
21,não acontece igual,aquela epoca mais,ainda ha muitas,descriminaçõe
entre a tropa,separação entre oficiais e praças,nunca chegaremos,a poder,fazer reinvidicações salariais justas,que e dado como,insubodinação,principalmente anivel,de policias militares, lidamos com o publico,do qual paga ,o nosso salario,e não recebemos como policiais e não como militares, baixos salarios para proteger,a sociedade enão somos,protegidos e nem remunerado,dignamente, afinal o que somos policiais ou militares. Reginaldo José de Santana Júnior em 13 de fevereiro as 12:20:05 »
Para mim, João Cãndido foi um miseravão, um cara digno de todo aplauso. Queria eu poder saber o nome de cada um dos marinheiros fuzilados ou mortos sob a cal virgem. Quero demonstrar meu repúdio à atitude dos militares de alta patente que se retiraram da ou não compareceram à cerimônia de anistia aos rebeldes da Revolta da Chibata, inclusive João Cândido. Eles acham que a "hierarquia militar"(irônico) está acima da dignidade humana. É isso aí, moçada! Vamos todos romper com a ordem democrática sempre que ela se mostrar anti-democrática! llllluuuuuucccccccccccccccaaaaaaaaasssss em 29 de agosto as 12:39:36 »
foi bom mas acho que deveria ter mais imagens maysa em 18 de julho as 08:31:16 »
valeu..................encontrei o que precisava para o meu trabalho que irei apresentar na minha escola.procurava algo diferente e encontrei ;muito bom tambem video..............obrigado e ate as proximas pesquisas.............. Lisboa em 09 de junho as 11:52:48 »
Desculpe-me, brasileiro, mas para quem se julga escritor, você deveria aprender, além de física, história e matemática, um pouco mais da sua língua-mãe: o PORTUGUÊS. Falta um pouco de zelo na ortografia, na sintaxe e na semântica.
Por favor, não confunda VONTADE de ser escritor com SER escritor. Michael em 06 de junho as 17:01:08 »
Na vdd me contaram sim, mês passado na aula de história. Renata em 05 de junho as 23:27:46 »
eu estudei isso no colégio !
ME CONTARAM! TOTAL ALIEN em 05 de junho as 10:09:20 »
Essa é uma das histórias que não nos contaram, assim como o assassinato de tancredo neves e ulisses guimarães.

Zequinha Cypriano em 05 de junho as 08:57:38 »
João Bosco e Aldir Blanc fizeram esta música em homenagem ao líder da Revolta da Chibata, o que poucos sabem é que a letra foi censurada pela ditadura, fazendo com que o Aldir tivesse que mudar coisas como "Almirante Negro" para "Navegante Negro".

Mestre-Sala dos Mares
(João Bosco/Aldir Blanc)

Há muito tempo,
Nas Águas da Guanabara,
O Dragão do Mar reapareceu,
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o Navegante Negro,
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar, na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas,
Jovens polacas e por batalhões de mulatas.

Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos
Entre cantos e chibatas,
Inundando o coração
Do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro,
Gritava então:
Glória aos piratas,
Às mulatas,
Às sereias,
Glória à farofa
À cachaça,
Às baleias...
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais.

Salve o Navegante Negro,
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
João Cândido foi um exemplo, um verdadeiro herói, e merece lugar de destaque em nossa história...mas desde sempre aprendemos nos bancos escolares que heróis nacionais foram Tiradentes, Duque de Caxias e outros aproveitadores e bunda-moles... New em 04 de junho as 22:59:33 »

Adorei passear por aqui. Virei sempre que puder. Parabéns!
Abraços. Lampa em 04 de junho as 15:41:39 »
Brasileiro, mais um pouco e eu ia pensar que voce tivesse participado
da revolta da chibata, e ainda estivesse vivo, ai voce ja iria dizer que
era o espirito que anda e que se chamava Fantasma e tinha um
cachorro chamado capeta, e andava em um cavalo branco, e usava
um anel com uma caveira, e que voce ficou preso nesta ilha, e assim
se torna o espirito que anda.

Voce deve estar tomando muita cachaca estragada, misturada com
criolina, diabo verde, soda caustica e shop belco.

Fraternos Abracos. Dentark em 04 de junho as 14:41:53 »
brasileiro a tua mae e o teu pai nao tinha morrido??? diessica em 04 de junho as 14:13:13 »
nossa e pq nunca me ensinaram sobre isso na escola??

que coisa horrivel ne

um passado sujo do nosso pais Leticia em 04 de junho as 14:06:20 »
Eu estudei isso na escola Elbereth em 04 de junho as 14:03:43 »
Eu aprendi isso no colégio normal mesmo...

Poucas foram as revoltas "populares" do Brasil. Essa, mesmo não envolvendo a população em geral, também não foi uma revolução por alto, de fachada. Foi feita por quem tinha um interesse legítimo e pôde reivindicá-lo... gostaria de saber que houveram mais revoltas assim, mesmo me entristecendo com o fim dos revoltosos. Gih#) em 04 de junho as 13:07:50 »
que horror toda essa revolta... «Ant.Prox.»Login RegistroLogin Nome:

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8145 - REVOLTA DA CHIBATA
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Revolta da Chibata
Movimento defendeu mudanças na Marinha
Vitor Amorim de Angelo
Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação

João Cândido (à dir.), líder do movimento, apelidado de Almirante Negro

Na noite de 22 de novembro de 1910, dia em que o marechal Hermes da Fonseca completava sua primeira semana como presidente da República, teve início no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, a chamada Revolta da Chibata. Protagonizado por marinheiros da Armada brasileira, o movimento defendia, entre outras coisas, o fim dos castigos físicos aplicados aos graduados da Marinha, como a chibatada, por exemplo.

Os castigos, suspensos pela Armada logo após a Proclamação da República, foram retomados no ano seguinte como forma de controle e punição dos marinheiros - em sua maioria, negros e pobres. Poderiam receber chibatadas aqueles que cometessem faltas graves, como, por exemplo, o desrespeito à hierarquia militar.

Os castigos físicos, porém, contrastavam com as punições aplicadas pelas marinhas de outros países a seus graduados e, principalmente, com a fase modernizadora vivida pela Armada brasileira na época. Embora a escravidão tivesse sido abolida oficialmente mais de vinte anos antes, o uso da chibata pela oficialidade branca reproduzia, de certa forma, a mesma relação estabelecida entre os escravos e seus senhores até o final do século 19.


A eclosão do movimento
Depois de ferir um oficial a bordo do navio Minas Gerais, o marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes foi condenado a receber 250 chibatadas como castigo. O rigor da punição, aplicada sob os olhares da tropa, provocou indignação entre os graduados da Marinha. Desde o ano anterior, quando voltaram de uma missão junto à Armada inglesa, os marinheiros vinham se articulando contra os castigos físicos, tendo, inclusive, formado o Comitê Geral da revolução, liderado por João Cândido - o "Almirante negro".

Os marinheiros logo assumiram o controle do Minas Gerais, que estava em trânsito para o Rio de Janeiro, matando quatro oficiais que seguiam a bordo, incluindo o comandante do navio. Na manhã do dia 23, já no Distrito Federal, os revoltosos, que haviam conseguido o apoio de outras embarcações da Marinha brasileira, encaminharam um manifesto ao presidente da República.

Na carta, escrita no dia anterior, os marinheiros afirmavam não poder mais suportar "a escravidão dentro da Marinha", declarando-se a favor de uma reforma no "código imoral e vergonhoso que nos rege a fim de que desapareça a chibata [...] e outros castigos semelhantes". O manifesto dava ao marechal Hermes da Fonseca o prazo de 12 horas para responder às demandas dos revoltosos.

Entretanto, o desfecho do movimento só ocorreria no dia 26, quando os marinheiros entregaram os navios, depois de o presidente da República aceitar o fim dos castigos físicos e sancionar a anistia aprovada pelo Senado no dia anterior. Já no dia 27, antes mesmo de suspender o uso das chibatas, Hermes da Fonseca assinou um decreto que permitia a exclusão de marinheiros da Armada sem a necessidade de instaurar um processo legal para tanto.


O levante da ilha das Cobras
Com a aprovação do decreto, abriu-se o caminho para a expulsão de vários marinheiros que tinham participado do levante de novembro. Assim, poucos dias depois da rendição, teve início um novo levante, dessa vez, na ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Ao contrário do movimento anterior, a revolta de dezembro foi duramente combatida pela Marinha, que dizimou boa parte dos revoltosos, mesmo depois da rendição.

Dos sobreviventes, a maioria foi forçada a embarcar no navio Satélite, que seguiria em direção ao Amazonas, para trabalhar na produção da borracha. Alguns deles, contudo, nem chegaram ao destino: foram fuzilados a bordo da embarcação. Os demais revoltosos foram presos em calabouços da ilha das Cobras, sendo que, em pouco mais de um dia, apenas dois dos 18 graduados presos ali sobreviveram às condições insalubres do local - entre eles, João Cândido.

O destino do Almirante negro, porém, foi melancólico e desprovido de qualquer honra ou glória. Expulso da Marinha sob acusação de estar envolvido com o levante de dezembro, foi internado poucos meses depois como louco no Hospital dos Alienados, de onde só conseguiu sair depois de quase um ano e meio, após ser absolvido das acusações que pesavam contra ele por conta do movimento de 1910.


Muito mais que uma revolta
Embora o levante que João Cândido liderou tenha entrado para a história do Brasil como uma "revolta", o movimento de 1910 pode ser considerado um episódio bem mais profundo do que isso, especialmente pelas suas reivindicações, que não se limitavam à luta pelo fim dos castigos físicos. A ocultação da carta enviada no dia 23 de abril ao presidente Hermes da Fonseca, que veio a público tempos depois, certamente contribuiu para conformar uma versão da história que retirava da Revolta da Chibata seu caráter de luta política.

O fato de o manifesto ter sido escrito no dia anterior, por exemplo, desmonta a versão segundo a qual o movimento teria eclodido de maneira espontânea, sem nenhuma espécie de organização anterior. Pelo contrário, os marinheiros há muito tempo já vinham se articulando para lutarem por mudanças no funcionamento interno da Marinha. Prova disso foi a criação do Comitê Geral da revolução.

Por outro lado, as versões que caracterizam a Revolta da Chibata como um movimento primitivo, instintivo, não se sustentam quando questionamos a razão para o afastamento dos marinheiros envolvidos no movimento de 1910. A expulsão das principais lideranças da Revolta da Chibata demonstrou que o poder dos marinheiros estava muito além do controle dos navios. Daí porque, mesmo após a rendição, o oficialato tratou de excluí-los rapidamente dos quadros da Armada.

O movimento de 1910, portanto, foi bem mais que uma simples revolta, instintiva e espontânea. A rebelião daquela noite não questionava a República nem tampouco lutava pelo retorno da monarquia, como queriam os restauradores. Seu objetivo era instituir uma nova relação de trabalho dentro da Armada e lutar pelo reconhecimento dos pobres e negros da Marinha brasileira como cidadãos livres e dotados de direitos.


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*Vitor Amorim de Angelo é historiador, mestre e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente, é professor de história da Universidade Federal de Uberlândia.
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8144 - REVOLTA DA CHIBATA
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Início Biblioteca Perguntas e Respostas O que foi a Revolta da Chibata?
O que foi a Revolta da Chibata?
11 de abril de 2006

A Revolta da Chibata (João Cândido)



Uma das instituições na qual o comportamento escravista dos seus superiores mais se evidenciava era a marinha de Guerra do Brasil. O uso do açoite como medida disciplinar continuou sendo aplicado nos marinheiros, como no tempo em que existia o pelourinho. Todos os marinheiros, na sua esmagadora maioria negros, continuavam a ser açoitados às vistas dos companheiros, por determinação da oficialidade branca.
Os demais marujos eram obrigados a assistir à cena infamante no convéns das belonaves. Com isto, criaram-se condições de revolta no seio da marujada. Os seus membros não aceitavam mais passivamente esse tipo de castigo. Chefiados por Francisco Dias, João Cândido e outros tripulantes do Minas Gerais, navio capitânia da esquadra, organizaram-se contra a situação humilhante de que eram vítimas. Nos outros navios a marujada também se organizava: o cabo Gregório conspirava no São Paulo, e no Deodoro havia o cabo André Avelino.

Dia 22 de novembro de 1910. Final praticamente de mais um ano do início do governo do marechal Hermes da Fonseca. A informação chega até o presidente: a esquadra se sublevara. O movimento que vinha sendo articulado pelos marinheiros foi antecipado em face da indignação dos marujos contra o espancamento de mais um companheiro. O marinheiro negro Marcelino recebeu 250 chibatadas aos olhos de toda a tripulação, formada no convés do Minas Gerais. Desmaiou, mas os açoites continuaram.

Os marinheiros, tendo João Cândido como líder, resolveram sublevar-se imediatamente. Num golpe rápido, apoderaram-se dos principais navios da Marinha de Guerra brasileira e se aproximaram do Rio de Janeiro. Em seguida mandaram mensagem ao presidente da República e ao ministro da Marinha exigindo a extinção do uso da chibata.

O governo ficou estarrecido. Supôs tratar-se de um golpe político das forças inimigas. O pânico apoderou-se de grande parte da população da cidade. Muitas pessoas fugiram. Somente em um dia correram 12 composições especiais para Petrópolis, levando 3 000 pessoas. Todos os navios amotinados hastearam bandeiras vermelhas. Alguns navios fiéis ao governo ainda tentaram duelar com os revoltosos, mas foram logo silenciados. Com isto os marujos criaram um impasse institucional. De um lado a Marinha, que queria a punição dos amotinados, em conseqüência da morte de alguns oficiais da armada. Do outro lado, o governo e os políticos, que sabiam não ter forças para satisfazer essa exigência. Mesmo porque os marinheiros estavam militarmente muito mais fortes do que a Marinha de Guerra, pois comandavam, praticamente, a armada e tinham os canhões das belonaves apontados para a capital da República.

Depois de muitas reuniões políticas, nas quais entrou, entre outros, Rui Barbosa, que condenou os “abusos com os quais, na gloriosa época do abolicionismo, levantamos a indignação dos nossos compatriotas”, foi aprovado um projeto de anistia para os amotinados. Com isto, os marinheiros desceram as bandeiras vermelhas dos mastros dos seus navios. A revolta havia durado cinco dias e terminava vitoriosa. Desaparecia, assim, o uso da chibata como norma de punição disciplinar na Marinha de Guerra do Brasil.

As forças militares, não-conformadas com a solução política encontrada para a crise, apertam o cerco contra os marinheiros. João Cândido, sentindo o perigo, ainda tenta reunir o Comitê Geral da revolução, inutilmente. Procuram Rui Barbosa e Severino Vieira, que defenderam a anistia em favor deles, mas sequer são recebidos por esses dois políticos. Unem-se, agora, civis e militares para desafrontar os “brios da Marinha de Guerra” por eles atingidos. Finalmente vem um decreto pelo qual qualquer marinheiro podia ser sumariamente demitido. A anistia fora uma farsa para desarmá-los.

São acusados de conspiradores, espalham boatos de que haveria uma outra sublevação. Finalmente, afirmam que a guarnição da ilha das Cobras havia se sublevado. Pretexto para que a repressão se desencadeasse violentamente sobre os marinheiros negros. O presidente Hermes da Fonseca necessitava de um pretexto para decretar o estado de sítio, a fim de sufocar os movimentos democráticos que se organizavam. As oligarquias regionais tinham interesse em um governo forte. Os poucos sublevados daquela ilha propõem rendição incondicional, o que não é aceito. Segue-se uma verdadeira chacina. A ilha é bombardeada até ser arrasada. Estava restaurada a honra da Marinha.
João Cândido e os seus companheiros de revolta são presos incomunicáveis, e o governo e a Marinha resolvem exterminar fisicamente os marinheiros. Embarca-os no navio Satélite rumo ao Amazonas.
Os 66 marujos que se encontravam em uma masmorra do Quartel do Exército e mais 31, que se encontravam no Quartel do 1º Regimento de Infantaria, são embarcados junto com assassinos, ladrões e marginais para serem descarregados nas selvas amazônicas. Os marinheiros, porém, tinham destino diferente dos demais embarcados. Ao lado dos muitos nomes da lista entregue ao comandante do navio, havia uma cruz vermelha, feita a tinta, o que significava a sua sentença de morte. Esses marinheiros foram sendo parceladamente assassinados: fuzilados sumariamente e jogados ao mar.

João Cândido, que não embarca no Satélite, juntamente com alguns companheiros foram recolhidos a uma masmorra da ilha das Cobras, onde viviam como animais. Dos 18 recolhidos ali, 16 morreram. Uns fuzilados sem julgamento, outros em conseqüência das péssimas condições em que viviam enclausurados. João Cândido enlouqueceu, sendo internado no Hospital dos Alienados. Tuberculoso e na miséria, consegue, contudo, restabelecer-se física e psicologicamente. Perseguido constantemente, morre como vendedor no Entreposto de Peixes da cidade do Rio de Janeiro, sem patente, sem aposentadoria e até sem nome, este herói que um dia foi chamado, com mérito, de Almirante Negro.





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História do Negro Brasileiro / Clóvis Moura - São Paulo: Editora Ática S.A., 1992










O Negro da Chibata
Fernando Granato
140 páginas Esgotado


O marinheiro que liderou a primeira revolta da República


O NEGRO DA CHIBATA, de Fernando Granato, narra a trajetória de João Cândido Felisberto, o Almirante Negro, que entrou para a história por liderar, em 1910, o levante armado dos marujos contra o uso de castigos físicos na Marinha brasileira. Herança militar portuguesa, os maus-tratos eram uma regra entre os navais. A Revolta da Chibata, observa o autor, é o resultado de uma consciência política até então desconhecida na classe operária do país.

Filho de ex-escravos, João Cândido entrou para a corporação em 1894, aos 14 anos — época em que as Forças Armadas aceitavam menores e a Marinha, em particular, recrutava-os junto à polícia. Este não foi o caso de João Cândido. Recomendado por um almirante, que se tornara seu protetor, logo desponta como líder e interlocutor dos marujos junto aos oficiais.

Em 1910, uma viagem de instrução à Inglaterra alicerça, entre os marinheiros brasileiros, as bases para o levante conspiratório que poria fim ao uso de castigos físicos na Marinha. Durante a viagem inaugural do Minas Gerais, João Cândido e companheiros tomam ciência do movimento pela melhoria das condições de trabalho levado a cabo pelos marinheiros britânicos entre 1903 e 1906. E, ainda, da insurreição dos russos embarcados no encouraçado Potemkin, em 1905.

De volta ao Brasil, o estalo das chibatas não cessa, e os soldos baixos — contrastando com o status de maior frota náutica do mundo, superior até mesmo à inglesa — acirra o clima de tensão entre os marujos. Até que em 22 de novembro de 1910, a lembrança das 250 chibatadas recebidas por um marinheiro, no dia anterior, deflagra o início da revolta. Durante quatro dias, marinheiros liderados por João Cândido e entrincheirados nos navios São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Deodoro — ancorados ao longo da baía da Guanabara — lançam bombas na cidade.

Finda a revolta e traídos pelo Governo, que prometera anistiar todos os revoltosos, João Cândido e companheiros acabam presos. A defesa de Evaristo de Moraes inocenta o grupo. Mas, daí para frente, o Almirante Negro passa a levar, até a morte, a fama de líder subversivo. "Nós queríamos combater os maus-tratos, a má alimentação (...) E acabar com a chibata, o caso era só este" — declarou João Cândido, em 1968, em depoimento ao Museu de Imagem e do Som.

O NEGRO DA CHIBATA ilumina, ainda, um período pouco conhecido da história do Almirante Negro, e que vai da absolvição à morte, no Rio de Janeiro, em 1969, aos 89 anos. Aponta que a fama de "perigoso" não reflete as convicções políticas de João Cândido, muito menos encontra respaldo na vida que passou a levar, após o fim da revolta — época marcada pela perseguição política, pela penúria e pelas tragédias pessoais. De marinheiro a pescador, recluso e doente, teve a polícia vigilante até mesmo em seu enterro.

No começo da década de 70, João Bosco e Aldir Blanc homenagearam João Cândido Felisberto com o samba O Mestre-sala dos mares. A história do Almirante Negro e da Revolta da Chibata ainda fazia eco nos círculos militares e a música acabou vetada pela censura por trazer à tona um assunto proibido pelas Forças Armadas.

Fernando Granato tem 37 anos, é jornalista e já trabalhou nos principais veículos de comunicação do país, entre eles a revista Veja e o Jornal da Tarde e O Estado de S. Paulo. É autor dos livros Esses jovens escritores, Bonequinhas manchadas de sangue, Sociedade de ladrões e Nas Trilhas do Rosa.

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Revolta da Chibata
Por Miriam Ilza Santana

A Revolta da Chibata ocorreu durante o governo de Hermes da Fonseca, em 1910. Foi um levante de cunho social, realizado em subdivisões da Marinha, sediadas no Rio de Janeiro. O objetivo era por fim às punições físicas a que eram submetidos os marinheiros, como as chicotadas, o uso da santa-luzia e o aprisionamento em celas destinadas ao isolamento. Os marinheiros requeriam também uma alimentação mais saudável e que fosse colocada em prática a lei de reajuste de seus honorários, já votada pelo Congresso. De todos os pedidos requeridos, o que mais afligia os marujos eram os constantes castigos a que eram sujeitos. Esta situação revoltou os marinheiros, que eram obrigados, por seus comandantes, a assistir a todas as punições aplicadas, para que elas servissem de exemplo. Os soldados se juntavam e ao estampido de tambores traziam o rebelado, despido na parte de cima e com as mãos atadas, iniciando o castigo.

A sublevação deu-se quando um marinheiro de nome Marcelino Rodrigues levou 250 chicotadas por ter machucado um companheiro da Marinha no interior do navio de guerra denominado Minas Gerais, que se encontrava a caminho do Rio de Janeiro. Os rebelados assassinaram o capitão do navio e mais três militares. Enquanto isso, na Baía de Guanabara, os insurgentes conseguiram a adesão dos marujos da nau São Paulo.

O condutor da insurreição, João Cândido – o célebre Almirante Negro –, foi o responsável por escrever a missiva com as solicitações exigidas para o fim da revolta.

O presidente Hermes da Fonseca percebeu que não se tratava de um blefe e decidiu ceder diante do ultimato dos insurgentes. Os marinheiros confiaram no presidente, entregaram as armas e os navios rebelados, mas com o término do conflito o governante não cumpriu com a sua palavra e baniu alguns marinheiros que haviam feito parte do motim. Os marinheiros não se omitiram diante deste fato, estourando outro levante na Ilha das Cobras, o qual foi severamente abafado pelas tropas do governo. Muitos marujos morreram, outros tantos foram banidos da Marinha. Quanto a João Cândido, foi aprisionado e atirado em um calabouço na Ilha das Cobras. Quando se livrou da prisão, encontrava-se emocionalmente amargurado, considerado até mesmo meio alucinado. Em 1912 ele foi julgado e considerado inocente. Historicamente ficou conhecido como o Almirante Negro, aquele que aboliu o uso da chibata na Marinha brasileira.




Data de publicação: 15/10/2007
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8142 - R5EVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 32 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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A Revolta da Chibata
A Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910, no Rio de Janeiro, com a revolta dos marinheiros. Naquele período era comum açoitar com chibatadas os marinheiros, tudo com intuito de discipliná-los.

Através dessa prática violenta os marinheiros se revoltaram principalmente depois que o marinheiro Marcelino Rodrigues levou 250 chibatadas diante de todos os presentes no navio, desmaiou e continuou sendo açoitado.

Sempre em uma revolta ou manifestação uma pessoa toma a frente para encorajar os outros, nesse caso o Almirante Negro, o Marujo João Cândido, foi o primeiro a esboçar uma ação contrária aos castigos das chibatas.

Na baía de Guanabara encontravam-se vários navios que foram tomados pelos rebeldes, além disso, começaram a controlá-los retirando todos oficiais, aqueles que causassem resistência à ocupação eram assassinados, e se caso o governo não atendesse suas exigências ameaçavam lançar bombas na cidade.

Após o conflito, passaram-se quatro dias e, então, o Presidente Hermes da Fonseca decretou o fim da prática violenta de castigos e perdoou os marinheiros.

Entretanto, quando foram entregar as armas notaram que tinham sido enganados pelo presidente que, automaticamente, retirou da corporação da Marinha todos aqueles que compunham a revolta, além de João Cândido o líder, com isso foram depositados no fundo de navios e prisões subterrâneas na Ilhas das Cobras.


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8141 - REWVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 33 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Revolta da Chibata
A História da Revolta da Chibata, causas, reivindicações dos marinheiros, acontecimentos,
líder João Cândido (Almirante Negro), punição para os revoltosos

João Cândido (Almirante Negro): líder da revolta



Introdução

A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.

Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.

Causas da revolta

O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.

O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.

Reivindicações

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).

Segunda revolta

Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.

O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.

Conclusão: podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.





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8140 - REVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 34 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Revolta da Chibata
A História da Revolta da Chibata, causas, reivindicações dos marinheiros, acontecimentos,
líder João Cândido (Almirante Negro), punição para os revoltosos

João Cândido (Almirante Negro): líder da revolta



Introdução

A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.

Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.

Causas da revolta

O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.

O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.

Reivindicações

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).

Segunda revolta

Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.

O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.

Conclusão: podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.





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8139 - REVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 36 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Revolta da Chibata
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Conflitos na História do Brasil
Período Republicano
República Velha
Revolta da Armada: 1893-1894
Revolução Federalista: 1893-1895
Guerra de Canudos: 1893-1897
Revolta da Vacina: 1904
Revolta da Chibata: 1910
Guerra do Contestado: 1912-1916
Sedição de Juazeiro: 1914
Greves Operárias: 1917-1919
Revolta dos Dezoito do Forte: 1922
Revolução Libertadora: 1923
Revolução de 1930: 1930
Era Vargas
Revolução Constitucionalista: 1932
Intentona Comunista: 1935
Levante Integralista: 1938
Regime Militar
Guerrilha do Caparaó: 1967
Guerrilha do Araguaia: 1967-1974
A Revolta da Chibata foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país, sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto [1].

Na ocasião, mais de dois mil marinheiros rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos (as faltas graves eram punidas com 25 chibatadas) , ameaçando bombardear a cidade. Durante os seis dias do motim seis oficiais foram mortos, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Gerais, João Batista das Neves.

Índice [esconder]
1 História
1.1 Antecedentes
1.2 A revolta
2 Notas
3 Bibliografia
4 Ligações externas


[editar] História
[editar] Antecedentes

Marinheiros em revolta, João Cândido ao centro, 1910.Os castigos físicos, abolidos na Marinha do Brasil um dia após a Proclamação da República, foram restabelecidos no ano seguinte (1890), estando previstas:

"Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo."
Os marinheiros nacionais, quase todos negros ou mulatos comandados por um oficialato branco, em contato cotidiano com as marinhas de países mais desenvolvidos à época, não podiam deixar de notar que as mesmas não mais adotavam esse tipo de punição em suas belonaves, considerada como degradante. O uso de castigos físicos era semelhante aos maus-tratos da escravidão, abolida no país desde 1888. Paralelamente, a reforma e a renovação dos equipamentos e técnicas da Marinha do Brasil eram incompatíveis com um código disciplinar que remontava aos séculos XVIII e XIX. Essa diferença foi particularmente vivida com a estada dos marujos na Inglaterra, em 1909, de onde voltaram influenciados não só pelas lutas dos colegas britânicos mas também pela revolta dos marinheiros da Armada Imperial Russa, no Encouraçado Potemkin, ocorrida poucos anos antes, em 1905.


Revolta em encouraçado brasileiro, 1910.Ainda na Inglaterra, o marinheiro João Cândido Felisberto formou clandestinamente um Comitê Geral para organizar a revolta, que se ramificaria depois em vários comitês revolucionários para cada navio a entrar em motim, e que se reuniam no Rio de Janeiro entre 1909 e 1910. Em 1910 juntou-se a este comitê o marinheiro Francisco Dias Martins, vulgo "Mão Negra", que tinha facilidade para escrever, e tinha ficado famoso por uma carta, sob este pseudônimo, aos oficiais contra a chibata em recente viagem ao Chile.

[editar] A revolta
Marcada para dez dias depois da posse do Presidente Hermes da Fonseca ocorrida em 15 de Novembro de 1910, o que precipitou o ápice da revolta acabou sendo a punição aplicada ao marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes do Encouraçado Minas Gerais. Por ter trazido cachaça para bordo e, em seguida, ter ferido com uma navalha o cabo que o denunciou, foi punido, não com as vinte e cinco chibatadas máximas regulamentares, e sim com duzentos e cinquenta, na presença da tropa formada, ao som de tambores, num dia da semana seguinte à posse do presidente. O exagero dessa punição, considerada desumana, provocou uma indignação da tripulação muito superior à que já vinham sentindo durante a conspiração da revolta.

Na baía de Guanabara, na noite de 22 de novembro, os marinheiros do Minas Gerais amotinaram-se. Quando o comandante Batista das Neves retornava de um jantar oferecido a bordo do navio francês Duguay-Trouin, foi cercado pelos amotinados e, depois de uma curta luta, mataram-no a tiros e a coronhadas. Na sequência, outros cinco oficiais foram assassinados, conforme acordavam e saíam dos seus camarotes para verificar o que se passava. Enquanto isso, o 2º tenente Álvaro Alberto, o primeiro oficial gravemente ferido, com golpe de baioneta, conseguiu alcançar o Encouraçado São Paulo num escaler e notificou os demais oficiais da armada, que escaparam para terra.

Sem os seus oficiais a bordo, os encouraçados São Paulo (o segundo maior navio da Armada à época) e Deodoro, o cruzador Bahia, e mais quatro embarcações menores ancoradas na baía, aderiram ao motim no decorrer da noite.

Na manhã seguinte (23 de novembro), sob a liderança do marinheiro de primeira classe João Cândido Felisberto e com redação de outro marinheiro, Francisco Dias Martins, foi então emitido um ultimato no qual ameaçavam abrir fogo sobre a então Capital Federal:

O governo tem que acabar com os castigos corporais, melhorar nossa comida e dar anistia a todos os revoltosos. Senão, a gente bombardeia a cidade, dentro de 12 horas. (carta de João Cândido, líder da revolta)
E complementava:

"Não queremos a volta da chibata. Isso pedimos ao presidente da República e ao ministro da Marinha. Queremos a resposta já e já. Caso não a tenhamos, bombardearemos as cidades e os navios que não se revoltarem."
Surpreendido e sem capacidade de resposta, o governo, o Congresso e a Marinha divergiam quanto à resposta, pois a subversão da hierarquia militar é um dos principais crimes nas Forças Armadas. A população da então Capital, num misto de medo e curiosidade, permaneceu em estado de alerta, parte dela refugiando-se longe da costa enquanto outros se dirigiram à orla para assistir ao bombardeamento ameaçado pelos marinheiros.

A Marinha esboçou um ataque aos revoltosos com dois navios menores, mas além de rechaçá-lo, estes bombardearam as instalações na ilha das Cobras. Outros disparos foram efetuados sobre o Palácio do Catete, sede do Poder Executivo. Ainda nessa manhã, o deputado e capitão-de-mar-e-guerra José Carlos de Carvalho esteve a bordo dos encouraçados Minas Gerais e São Paulo, dando início às negociações com os amotinados.

Os navios que não aderiram à revolta, na maioria contratorpedeiros, entraram em prontidão para torpedear os amotinados. No dia 25 de Novembro, o então Ministro da Marinha, almirante Joaquim Marques Batista Leão expediu a ordem: "hostilize com a máxima energia, metendo-os a pique sem medir sacrifícios." No mesmo dia, entretanto, o Congresso Nacional votava a anistia para os revoltosos.

Quatro dias mais tarde, a 26, o governo do presidente marechal Hermes da Fonseca declarou aceitar as reivindicações dos amotinados, abolindo os castigos físicos e anistiando os revoltosos que se entregassem. Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, dois dias mais tarde, a 28, alguns marinheiros foram expulsos da Marinha, sob a acusação de "inconveniente à disciplina".

A 4 de dezembro, quatro marujos foram presos, sob a acusação de conspiração. Em meio a uma forte onda de boatos, isolados e desorganizados, os fuzileiros navais sublevaram-se na ilha das Cobras (dia 9 do mesmo mês), sendo bombardeados durante todo o dia, mesmo após hastearem a bandeira branca. De seiscentos revoltosos, sobreviveram pouco mais de uma centena, detidos nos calabouços da antiga Fortaleza de São José da Ilha das Cobras. Entre esses detidos, dezoito foram recolhidos à cela n° 5, escavada na rocha viva. Ali foi atirada cal virgem, na véspera do Natal. Após vinte e quatro horas, apenas João Cândido e o soldado naval Pau de Lira sobreviveram. Cento e cinco marinheiros foram desterrados para trabalhos forçados nos seringais da Amazônia, tendo sete destes sido fuzilados nesse trânsito.

Apesar de se declarar contra a manifestação, João Cândido também foi expulso da Marinha, sob a acusação de ter favorecido os rebeldes. O Almirante Negro, como foi chamado pela imprensa, um dos sobreviventes à detenção na ilha das Cobras, foi internado no Hospital dos Alienados em Abril de 1911, como louco e indigente. Ele e dez companheiros só seriam julgados e absolvidos das acusações dois anos mais tarde, em 1 de dezembro de 1912.

Em 24 de julho de 2008, através da publicação da Lei Federal nº 11.756/2008 no Diário Oficial da União, foi concedida anistia post mortem a João Cândido Felisberto, e aos demais participantes do movimento.[2]

Notas
↑ Revolta da Chibata
↑ Lula sanciona anistia a líder da Revolta da Chibata, O Globo Online, 23/07/2008
[editar] Bibliografia
Atlas histórico IstoÉ/Brasil 500 anos. São Paulo: Editora Três, 2000. p. 98.
João Cândido, o Almirante Negro. Rio de Janeiro: Museu da Imagem e do Som, 1999. il. fotos.
ROLAND, Maria Inês. A Revolta da Chibata. São Paulo: Editora Saraiva, 2000. ISBN 8502030957
SILVA, M. A. da. Contra a Chibata: marinheiros brasileiros em 1910. São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 11-12. (Coleção Tudo é História)
MAESTRI, Mário. 1910: a revolta dos Marinheiros. Uma saga negra. 3 ed. São Paulo: Global, 1982.
MAESTRI, Mário. Cisnes negros: 1910: a revolta dos marinheiros contra a chibata. São Paulo: Moderna, 1998.
NASCIMENTO, Álvaro Pereira do. Cidadania, cor e disciplina na revolta dos marinheiros de 1910. Rio de Janeiro: Mauad, 2008.
CHEUICHE, Alcy. João Cândido, o Almirante Negro. Porto Alegre: L&PM, 2010.
[editar] Ligações externas
Exposição A Revolta da Chibata
Memórias da Chibata , filme sobre João Cândido e a Revolta da Chibata
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Chibata"
Categorias: República Velha | Revoltas no Brasil | 1910 no Brasil
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8138 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 38 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
A GUERRA DO CONTESTADO
Área conflagrada: 15.000 km²
População da época envolvida na área de conflito: aproximadamente 40.000 habitantes.
Municípios do Paraná, na época: Rio Negro, Itaiópolis, Timbó, Três Barras, União da Vitória e Palmas.
Municípios de Santa Catarina, na época: Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas.
Início da Guerra: Dezembro de 1913, em Taquaruçu.
Tempo da Guerra: 26 meses.
Auge da Guerra: Março-abril de 1915, em Santa Maria, na Serra do Espigão.
Final da Guerra: Janeiro de 1916, em Perdizinhas.
Combatentes militares no auge da Guerra: 8.000 homens, sendo 7.000 soldados do Exército Brasileiro,
do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina, mais 1.000 civis
contratados.
Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores.
Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000:000$000, mais soldos militares
Algumas Conseqüências Imediatas:
?? 20/10/1916: Assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro;
?? 07/11/1916: Manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense contra o acordo;
?? De maio a agosto de 1917: Sublevação popular no Contestado-Paranaense, pró Estado das
Missões;
?? Maio e junho de 1917: Ascensão e assassinato do monge Jesus Nazareno;
?? 03/08/1917: Homologação final do Acordo de Limites;
?? Setembro de 1917: Instalação dos municípios de Mafra, Cruzeiro e de Porto União;
?? 1918: Reinício da colonização no Centro-Oeste Catarinense, por empresas particulares;
?? Janeiro e maio de 1920: Revolta política em Erval e Cruzeiro;
?? Março de 1921: Revolta de caboclos contra medição de terras, entre Catanduvas e Capinzal.
Alguns Antecedentes e Precedentes:
?? Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites.
?? Decisões judiciais do STF pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910.
?? Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906.
?? Construção da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande, de 1908 a 1910.
?? Criação dos Municípios de Canoinhas (SC) e de Itaiópolis, de Três Barras e de Timbó (PR).
?? Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization em Calmon (1908) e em Três Barras (1912).
?? Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911.
?? 1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas.
?? 1910-1912: Questão de terras da Fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril.
?? Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912.
?? 1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG.
?? Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios.
?? Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores– “bendegós”.
?? Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios.
?? Espírito guerreiro do Caboclo Pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista).
?? Religiosidade: Messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla.
?? Ideologia Nacionalista – Civilismo na República – Reestruturação do Exército.
Mapa que mostra onde ocorreram os combates.
Civis Armados, que integravam os vários piquetes contratados pelo Exército Brasileiro para auxiliá-lo nas
investidas contra os caboclos na Guerra do Contestado, de 1913 a 1916. Estes civis eram peões das
grandes fazendas da região, recrutados pelos fazendeiros – coronéis (da Guarda Nacional). No detalhe, os
facões, tipo “lapeano” ou “paraguaio” com uma lâmina de aço de 50 cm., muito usados pelos ervateiros
daquela época para o corte da ilex paraguaiensis nos ervais nativos, que também eram a principal arma
dos sertanejos revoltados.
Com a Região do Contestado cercada por mais de 8.000 soldados do Exército, do Regimento de
Segurança do Paraná e de esquadrões civis da Guarda Nacional, os caboclos catarinenses ficaram meses
seguidos sediados em seus redutos, tomados pela fome e pelo frio e, acometidos por tifo. Se mais
condições de resistência e de sobrevivência nas matas, muitos se renderam aos militares, na esperança de
obterem a liberdade e de serem instalados nas terras devolutas. Aqui, um grupo que se apresentou em
Canoinhas, saboreando um churrasco, sob o olhar de Henrique Wolland, o “alemãozinho” (que foi o
chefe de reduto e depois traiu os caboclos, passando a apoiar o Exército), ladeado por meninas “virgens”
e por curiosos soldados.
Grupo de Caboclos, após rendição em Canoinhas.
Marchando no campo de futebol da Vila Canoinhas, o 56º Batalhão de Infantaria, do Exército Brasileiro,
comandado pelo Coronel Onofre Ribeiro. A este destacamento coube a operação de guerra Linha Norte,
para proteger a Lumber, as fazendas, vilas e povoados nos vales dos Rios Canoinhas, Paciência e Timbó,
ao Sul dos rios Negro e Iguaçu, na Região do Contestado, inclusive na Linha Leste, na área entre Rio
Negro (Mafra), Papanduva e Itaiópolois. Para a sua Campanha do Contestado, o Exército trouxe à região
mais de 6.500 soldados, das armas da Infantaria, Cavalaria e Artilharia, das unidades do Rio de janeiro,
Bahia, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, equipadas com fuzis, canhões, obuseiros e metralhadoras.
Logo depois do Combate do Irani (22 de outubro de 1912) – um ano antes da grande ofensiva militar
contra Taquaruçu, na deflagração da Guerra do Contestado (em dezembro de 1913) – forças do Exército
Brasileiro e do Regimento de Segurança da Paraná, oriundas de Ponta Grossa e Curitiba, que formaram a
“Coluna Pyrrho” atravessam a vila de União da Vitória, e direção à Fazenda Horizonte, marchando pela
Estrada Estratégia até a vila Palmas e o povoado de São João do Irani, com a missão de perseguir
sobreviventes do grupo que lutou ao lado monge João Maria, no combate em que foi morto também o
capitão João Gualberto, comandante da força paranaense, e também para patrulhar os trilhos da estradade-
ferro no Vale do Rio do Peixe.
Forças da Infantaria do Exército Brasileiro entrincheiradas ao redor da serraria da Southem Brazil
Lumber & Colonization Company, em Três Barras. As trincheiras eram construídas utilizados dormentes
da imbuia da Estrada de Ferro. Foto de junho de 1914 quando o exército enviou os regimentos para
proteger a sede da empresa norte-americana, ameaçada de destruição pelos rebeldes do Contestado. A 5
de setembro de 1914, os caboclos conseguiram incendiar totalmente a serraria e os depósitos de madeira
serrada da Lumber em Calmon.
O General Setembrino de Carvalho (o quarto da direita para a esquerda), Comandante do Quartel General
das Forças em Operação de Guerra no Contestado, em visita de inspeção à vila de Porto União da Vitória,
em janeiro de 1915. Para combater os caboclos, o Exército Brasileiro convocou batalhões de todo país e
também comissionou o Regimento de Segurança do Estado do Paraná, que cedeu 500 policiais militares
para apoiá-los nas ações bélicas na Região do Contestado, em Santa Catarina. Com o restabelecimento do
tráfego de trens pela Ferrovia São Paulo - Rio Grande na Linha que margeia o Rio do Peixe, as
composições eram usadas para o transporte de tropas, víveres e munições, entre os rios Iguaçu e Uruguai.
Acampamentos militares das forças de um Pelotão de Trem do Exército, na Fazenda São Roque, em
março de 1915, protegendo a reconstrução da sede (escritório) da serraria da Lumber em Calmon, que
havia sido Incendiada a 6 de setembro de 1914 pelos piquetes dos “fanáticos” (sic) catarinenses. Sob os
olhares complacentes das autoridades federais e estaduais, a Lumber estava devastando a rica Floresta da
Araucária, na parte setentrional da Região do Contestado, extraindo e serrando milhares de pinheiros e
imbuia, ao mesmo tempo em que impedia os sertanejos de extraírem erva-mate e colher pinhão, e os
expulsava das terras, que estavam sendo demarcadas para venda a imigrantes europeus.
Em fins de 1914, uma Companhia do 2º Batalhão do Exército Brasileiro, auxiliada por civis cedidos por
fazendeiros e trabalhadores da EFSPRG, faz o restabelecimento da linha telegráfica da Estrada de Ferro
São Paulo – Rio Grande entre Rio Negro e Canoinhas, considerada necessária para as comunicações entre
os oficiais das colunas militares, na área em conflito da margem esquerda dos rios Negro e Iguaçu. A
linha havia sido destruída pelos caboclos da Guerra do Contestado, no final do inverno. Nesta Campanha
pela primeira vez o Exército utilizou telefones, substituindo telégrafo, usando linha de fios erguida entre a
estação de Rio Caçador e povoado de Perdizes (hoje a vila de São Sebastião do Sul).

COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO


8137 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 38 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
A GUERRA DO CONTESTADO
Área conflagrada: 15.000 km²
População da época envolvida na área de conflito: aproximadamente 40.000 habitantes.
Municípios do Paraná, na época: Rio Negro, Itaiópolis, Timbó, Três Barras, União da Vitória e Palmas.
Municípios de Santa Catarina, na época: Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas.
Início da Guerra: Dezembro de 1913, em Taquaruçu.
Tempo da Guerra: 26 meses.
Auge da Guerra: Março-abril de 1915, em Santa Maria, na Serra do Espigão.
Final da Guerra: Janeiro de 1916, em Perdizinhas.
Combatentes militares no auge da Guerra: 8.000 homens, sendo 7.000 soldados do Exército Brasileiro,
do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina, mais 1.000 civis
contratados.
Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores.
Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000:000$000, mais soldos militares
Algumas Conseqüências Imediatas:
?? 20/10/1916: Assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro;
?? 07/11/1916: Manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense contra o acordo;
?? De maio a agosto de 1917: Sublevação popular no Contestado-Paranaense, pró Estado das
Missões;
?? Maio e junho de 1917: Ascensão e assassinato do monge Jesus Nazareno;
?? 03/08/1917: Homologação final do Acordo de Limites;
?? Setembro de 1917: Instalação dos municípios de Mafra, Cruzeiro e de Porto União;
?? 1918: Reinício da colonização no Centro-Oeste Catarinense, por empresas particulares;
?? Janeiro e maio de 1920: Revolta política em Erval e Cruzeiro;
?? Março de 1921: Revolta de caboclos contra medição de terras, entre Catanduvas e Capinzal.
Alguns Antecedentes e Precedentes:
?? Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites.
?? Decisões judiciais do STF pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910.
?? Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906.
?? Construção da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande, de 1908 a 1910.
?? Criação dos Municípios de Canoinhas (SC) e de Itaiópolis, de Três Barras e de Timbó (PR).
?? Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization em Calmon (1908) e em Três Barras (1912).
?? Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911.
?? 1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas.
?? 1910-1912: Questão de terras da Fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril.
?? Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912.
?? 1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG.
?? Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios.
?? Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores– “bendegós”.
?? Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios.
?? Espírito guerreiro do Caboclo Pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista).
?? Religiosidade: Messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla.
?? Ideologia Nacionalista – Civilismo na República – Reestruturação do Exército.
Mapa que mostra onde ocorreram os combates.
Civis Armados, que integravam os vários piquetes contratados pelo Exército Brasileiro para auxiliá-lo nas
investidas contra os caboclos na Guerra do Contestado, de 1913 a 1916. Estes civis eram peões das
grandes fazendas da região, recrutados pelos fazendeiros – coronéis (da Guarda Nacional). No detalhe, os
facões, tipo “lapeano” ou “paraguaio” com uma lâmina de aço de 50 cm., muito usados pelos ervateiros
daquela época para o corte da ilex paraguaiensis nos ervais nativos, que também eram a principal arma
dos sertanejos revoltados.
Com a Região do Contestado cercada por mais de 8.000 soldados do Exército, do Regimento de
Segurança do Paraná e de esquadrões civis da Guarda Nacional, os caboclos catarinenses ficaram meses
seguidos sediados em seus redutos, tomados pela fome e pelo frio e, acometidos por tifo. Se mais
condições de resistência e de sobrevivência nas matas, muitos se renderam aos militares, na esperança de
obterem a liberdade e de serem instalados nas terras devolutas. Aqui, um grupo que se apresentou em
Canoinhas, saboreando um churrasco, sob o olhar de Henrique Wolland, o “alemãozinho” (que foi o
chefe de reduto e depois traiu os caboclos, passando a apoiar o Exército), ladeado por meninas “virgens”
e por curiosos soldados.
Grupo de Caboclos, após rendição em Canoinhas.
Marchando no campo de futebol da Vila Canoinhas, o 56º Batalhão de Infantaria, do Exército Brasileiro,
comandado pelo Coronel Onofre Ribeiro. A este destacamento coube a operação de guerra Linha Norte,
para proteger a Lumber, as fazendas, vilas e povoados nos vales dos Rios Canoinhas, Paciência e Timbó,
ao Sul dos rios Negro e Iguaçu, na Região do Contestado, inclusive na Linha Leste, na área entre Rio
Negro (Mafra), Papanduva e Itaiópolois. Para a sua Campanha do Contestado, o Exército trouxe à região
mais de 6.500 soldados, das armas da Infantaria, Cavalaria e Artilharia, das unidades do Rio de janeiro,
Bahia, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, equipadas com fuzis, canhões, obuseiros e metralhadoras.
Logo depois do Combate do Irani (22 de outubro de 1912) – um ano antes da grande ofensiva militar
contra Taquaruçu, na deflagração da Guerra do Contestado (em dezembro de 1913) – forças do Exército
Brasileiro e do Regimento de Segurança da Paraná, oriundas de Ponta Grossa e Curitiba, que formaram a
“Coluna Pyrrho” atravessam a vila de União da Vitória, e direção à Fazenda Horizonte, marchando pela
Estrada Estratégia até a vila Palmas e o povoado de São João do Irani, com a missão de perseguir
sobreviventes do grupo que lutou ao lado monge João Maria, no combate em que foi morto também o
capitão João Gualberto, comandante da força paranaense, e também para patrulhar os trilhos da estradade-
ferro no Vale do Rio do Peixe.
Forças da Infantaria do Exército Brasileiro entrincheiradas ao redor da serraria da Southem Brazil
Lumber & Colonization Company, em Três Barras. As trincheiras eram construídas utilizados dormentes
da imbuia da Estrada de Ferro. Foto de junho de 1914 quando o exército enviou os regimentos para
proteger a sede da empresa norte-americana, ameaçada de destruição pelos rebeldes do Contestado. A 5
de setembro de 1914, os caboclos conseguiram incendiar totalmente a serraria e os depósitos de madeira
serrada da Lumber em Calmon.
O General Setembrino de Carvalho (o quarto da direita para a esquerda), Comandante do Quartel General
das Forças em Operação de Guerra no Contestado, em visita de inspeção à vila de Porto União da Vitória,
em janeiro de 1915. Para combater os caboclos, o Exército Brasileiro convocou batalhões de todo país e
também comissionou o Regimento de Segurança do Estado do Paraná, que cedeu 500 policiais militares
para apoiá-los nas ações bélicas na Região do Contestado, em Santa Catarina. Com o restabelecimento do
tráfego de trens pela Ferrovia São Paulo - Rio Grande na Linha que margeia o Rio do Peixe, as
composições eram usadas para o transporte de tropas, víveres e munições, entre os rios Iguaçu e Uruguai.
Acampamentos militares das forças de um Pelotão de Trem do Exército, na Fazenda São Roque, em
março de 1915, protegendo a reconstrução da sede (escritório) da serraria da Lumber em Calmon, que
havia sido Incendiada a 6 de setembro de 1914 pelos piquetes dos “fanáticos” (sic) catarinenses. Sob os
olhares complacentes das autoridades federais e estaduais, a Lumber estava devastando a rica Floresta da
Araucária, na parte setentrional da Região do Contestado, extraindo e serrando milhares de pinheiros e
imbuia, ao mesmo tempo em que impedia os sertanejos de extraírem erva-mate e colher pinhão, e os
expulsava das terras, que estavam sendo demarcadas para venda a imigrantes europeus.
Em fins de 1914, uma Companhia do 2º Batalhão do Exército Brasileiro, auxiliada por civis cedidos por
fazendeiros e trabalhadores da EFSPRG, faz o restabelecimento da linha telegráfica da Estrada de Ferro
São Paulo – Rio Grande entre Rio Negro e Canoinhas, considerada necessária para as comunicações entre
os oficiais das colunas militares, na área em conflito da margem esquerda dos rios Negro e Iguaçu. A
linha havia sido destruída pelos caboclos da Guerra do Contestado, no final do inverno. Nesta Campanha
pela primeira vez o Exército utilizou telefones, substituindo telégrafo, usando linha de fios erguida entre a
estação de Rio Caçador e povoado de Perdizes (hoje a vila de São Sebastião do Sul).

COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO


8136 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 40 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Contestado: A Guerra Desconhecida

Sergio Rubim
Florianópolis
Jornalista, documentarista e blogueiro. Comecei a carreira de jornalista como editor de telejornalismo na RBS TV (1979), repórter no jornal O Estado. Fundador dos jornais Afinal (80), Jornal da Fronteira (Uruguay-80/83), Novo Jornal (Florianópolis)e jornal Costa Leste (Florianópolis). Produzi o documentário Contestado: A Guerra Desconhecida. Editor de Plantão no Diário Catarinense, editor de Polícia, Variedades e sub-editor de Geral. Editor do OktoberZeitung (Blumenau-88), Chefe de redação do Jornal de Santa Catarina. Fundador do jornal Blumenau Urgente. Estou Blogueiro. sergiorubim@gmail.com 48-84087882
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segunda-feira, 14 de abril de 2008
Os Coronéis

Com a República, os poderosos coronéis - que ostentavam esse título por concessão do Império que criou a Guarda Nacional - tomaram consciência da possibilidade de legalizar terras em grande escala. No Contestado não foi diferente. Passaram a receber concessões, a requerer e a ampliar seus domínios.
Com a chegada da Lumber, abriu-se a possibilidade de exploração e ganhos com as terras legalizadas, já que a poderosa madeireira não se limitou a explorar as imensas áreas que lhe foram concedidas e negociava com muitos proprietários.
Alguns coronéis, como Francisco de Albuquerque, de Curitibanos, e Fabrício Vieira, do Vale do Timbozinho, tornaram-se especialmente odiados pelos sertanejos que em muitas ocasiões pediram suas cabeças como condição básica para qualquer negociação de paz.
Afonso Camargo, vice-governador do Paraná, era um coronel à distância, mas igualmente odiado pois advogava para a grande madeireira - empresa em que mais tarde deu grandes golpes em negócios de terra. Poderosos, os coronéis tinham muitos afilhados. Durante a Guerra do Contestado viram-se pela primeira vez, no sertão, atacados mesmo por estes, tamanha a revolta dos sertanejos. Francisco Albuquerque, o primeiro, chamou tropas catarinenses para intimidar o monje José Maria e seus seguidores, foi morto após a guerra num declarado ato de vingança.
Postado por Sergio Rubim às 06:35 1 comentários
O Pós-Guerra

Encerrada oficialmente a intervenção do Exército em 1915, a Guerra do Contestado ainda teve continuação. Piquetes militares perseguiram focos revoltosos por muitos anos.
Os prisioneiros tinham destino variado. Muitos eram mortos imediatamente, outros eram reunidos e enviados para trabalho escravo muito poucos reintegraram-se às suas famílias ou voltaram às suas regiões de origem. O governo catarinense chegou a protestar pela intensiva migração forçada realizada pelo governo paranaense. Tropas federais permaneceram por algum tempo na região, a madeireira Lumber voltou a operar com desenvoltura, desmatando incessantemente. Os governos de Santa Catarina e do Paraná trataram de resolver suas pendengas e, em 1916, assinaram, no Rio de Janeiro, um tratado dividindo a área que pretendiam. O Paraná ficou com 20 mil quilômetros quadrados da área contestada e Santa Catarina com 28 mil quilômetros quadrados.
Postado por Sergio Rubim às 06:22 0 comentários
Os Sobreviventes
(Fotos: Dario A. Prado Jr.)



Nos anos de 1984/1985 um grupo de jornalistas realizou uma vasta pesquisa que resultou no documentário em vídeo chamado Contestado: A Guerra Desconhecida. Nesse período foram entrevistados os últimos sobreviventes da guerra. Homens ainda fortes, lúcidos, valiosos testemunhos de tantas lutas e horrores.
compreensão do conflito. Do lado dos vencidos, nenhum falava muito a vontade de combates e mortes. Temiam, mesmo depois de 70 anos, serem perseguidos pois os vencedores testemunharam que eles seriam fanáticos e criminosos mesmo assim, com calma e amizade acabaram fazendo importantes relatos para aDo lado dos vencedores nenhum orgulho especial pelo que fizeram, até pelo contrário. Deste lado foram ouvidos um ex-soldado e um ex-vaqueano. O primeiro mais instruído pode, depois da guerra, fazer uma reflexão que o levou a odiar ter sido usado para matar brasileiros como ele a serviço de “uma monstruosidade da administração”.
O vaqueano, que era pago por fazendeiros, contava atrocidades sem se gabar, mas com naturalidade.
Um outro depoente, que não combateu em nenhum dos lados mas acompanhou os acontecimentos, sonhava em se casar com “uma jaguncinha” (jagunço era então o nome dos revoltosos) e acabou fazendo-o.
Postado por Sergio Rubim às 05:56 0 comentários
As mulheres no Contestado


Rosa Pais de Farias, filha do líder Chico Ventura, fazia as bandeiras do movimento e os uniformes dos Pares de França. Morou e morreu em Lebon Régis, no meio-oeste catarinense.
(Foto: Dario A. Prado Jr.)

Embora pouco reconhecidas pela literatura e registros da Guerra do Contestado, as mulheres tiveram um papel fundamental no conflito. Duas se destacaram na guerra por sua bravura: Maria Rosa, filha de Elias de Souza e Francisca Roberta, mais tarde conhecida como Chica Pelega.
Maria Rosa, aos 15 anos, em meio a orações, entrava em transe e discursava dizendo receber ordens do monge José Maria. Durante os transes tinha visões de batalhas e, daí em diante, era ela quem definia as ordens recebidas pelo espírito do monge para organizar o comportamento do grupo. Com o passar do tempo, além de líder espiritual, a virgem Maria Rosa se transforma em chefe militar e comandou a retirada estratégica, após a primeira batalha de Taquaruçú, em 1913, para o novo reduto em Caraguatá.
Chica Pelega, já respeitada em Taquaruçú por seu conhecimento e trato com ervas medicinais fica no reduto cuidando de doentes, velhos e crianças. Em 1914, as tropas do governo atacam novamente Taquaruçú onde ela luta bravamente.
Chica Pelega morre quando a igreja, tomada pelo fogo, desaba em cima do galpão onde se encontravam mais de 300 pessoas.
Rosa Paes de Farias, filha do grande líder Chico Ventura, foi uma das últimas sobreviventes da guerra e viveu até os 98 anos. Fazia as bandeiras de guerra e os uniformes dos Pares de França, tropa de elite dos revoltosos. Jamais se arrependeu da resistência. Afirmava: “Nós estávamos aqui e vieram nos atacar. O que havíamos de fazer? Resistir. Houve muita morte de lado a lado. Mas muito soldado passou para o nosso lado”.
O papel das mulheres menos conhecidas também foi fundamental. Enquanto os homens lutavam em várias frentes de combate elas cuidavam dos filhos, dos doentes e da obtenção e preparação de alimentos. Ao final da guerra foram tão humilhadas e maltratadas quanto seus maridos e filhos.
Postado por Sergio Rubim às 05:21 3 comentários
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8135 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 43 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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Início Biblioteca Perguntas e Respostas O que foi a Guerra do Contestado?
O que foi a Guerra do Contestado?
12 de abril de 2006
Guerra do Contestado
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa

Foto do fotógrafo sueco Claro Gustavo Jansson, que morou em Santa Catarina e depois mudou-se para Itararé, estado de São Paulo.
Conflitos na História do Brasil
- Período Republicano -
República Velha
Revolta da Armada: 1893-1894
Revolução Federalista: 1893-1895
Guerra de Canudos: 1893-1897
Revolta da Vacina: 1904
Revolta da Chibata: 1910
Guerra do Contestado: 1912-1916
Greves Operárias: 1917-1919
Revolta dos Dezoito do Forte: 1922
Revolução Libertadora: 1923
Revolução de 1930: 1930
Era Vargas
Revolução Constitucionalista: 1932
Intentona Comunista: 1935
Regime Militar
Guerrilha do Araguaia: 1970-1976
A Guerra do Contestado, em linhas gerais, foi um conflito armado, entre a população cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira pretendida pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e mesmo pela Argentina. A Guerra do Contestado terá tido origem em conflitos sociais latentes na região, fruto dos desmandos locais, em especial no tocante à regularização da posse de terras por parte do caboclos. Representando, ao mesmo tempo, a insatisfação da população com sua situação material, o conflito era permeado pelo fanatismo religioso, expresso pelo messianismo e pela crença, por parte do cablocos revoltados, de que se tratava de uma guerra santa.

Tabela de conteúdo
[esconder]
1 Preliminares: o poder dos Monges
2 Estopim aceso
3 Os confrontos se iniciam
4 Primeiras mortes
5 O Contestado fortalecido e frutificado
6 Mais confrontos, ataques e contra-ataques
7 O controle começa a mudar de lado
8 Mudança de estratégia
9 Estatísticas do Confronto
10 Alguns Antecedentes e Precedentes
11 Mais dados importantes
12 Algumas Conseqüências Imediatas
13 Ligações externas
14 Referências bibliográficas



[editar]
Preliminares: o poder dos Monges
Para entender-se bem a Guerra do Contestado, é preciso voltar um pouco no tempo e resgatar o valor da figura de três monges da região. O primeiro monge que galgou fama foi João Maria, um homem de origem italiana, que peregrinou pregando e atendendo doentes de 1844 a 1870. Fazia questão de viver uma vida extremamente humilde, e sua ética e forma de viver arrebanhou milhares de crentes, reforçando o messianismo coletivo. Sublinhe-se, porém, que não exerceu influência direta nos acontecimentos da Guerra do Contestado que ocorreria posteriormente. João Maria morreu em 1870, em Sorocaba, Estado de São Paulo.

O segundo monge também adotou o codinome (alcunha) de João Maria, mas seu verdadeiro nome era Atanás Marcaf, provavelmente de origem síria. Aparece publicamente com a Revolução Federalista de 1893, partidário dos maragatos, mostrando uma postura firme e uma posição messiânica. Chegou, inclusive, a fazer previsões sobre os fatos políticos da sua época. Atuava na região entre os rios Iguaçu e Uruguai. É de destacar a sua influência inquestionável sobre os crentes, a ponto de estes esperarem a sua volta através da ressurreição, após seu desaparecimento em 1908.

As entrelinhas do que estava por vir estavam se amarrando entre si. A espera dos fiéis acaba em 1912, quando apareceu publicamente a figura do terceiro monge. Este era conhecido inicialmente como um curandeiro de ervas, tendo se apresentado com o nome de José Maria de Santo Agostinho, ainda que, de acordo com um laudo da polícia da Vila de Palmas, Estado do Paraná, ele fosse, na verdade, um soldado desertor condenado por estupro, de nome Miguel Lucena de Boaventura.

Como ninguém conhecia ao certo a sua origem, como aparentava uma vida reta e honesta, não lhe foi difícil granjear em pouco tempo a admiração e a confiança do povo. Um dos fatos que lhe granjearam fama foi a presunção de ter ressuscitado uma jovem (provavelmente apenas vítima de catalepsia patológica). Teria também curado a esposa do coronel Francisco de Almeida, vítima de uma doença incurável. Com este episódio, o monge ganha ainda mais fama e credibilidade ao rejeitar terras e uma grande quantidade de ouro que o coronel, agradecido, lhe queria oferecer.

A partir daí, José Maria passa a ser considerado santo: um homem que veio à terra apenas para curar e tratar os doentes e necessitados. Metódico e organizado, estava muito longe do perfil dos curandeiros vulgares. Sabia ler e escrever e anotava em seus cadernos as propriedades medicinais das plantas encontradas na região. Com o consentimento do coronel Almeida, montou no rancho de um dos capatazes o que chamou de farmácia do povo, onde fazia o depósito de ervas medicinais que utilizava no atendimento diário, até horas tardias da noite, a quem quer que o visitasse.

[editar]
Estopim aceso

Ferrovia, uma das causas da Guerra do Contestado
O estopim ainda estava por acender. Uma empresa estrangeira foi, então, designada para terminar a construção da estrada de ferro que tinha sido iniciada em 1890 por intermédio do engenheiro João Teixeira Soares. Esta ferrovia iria ligar as cidades de São Paulo a Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Com a desistência do engenheiro Teixeira, a concessão desta estrada foi transferida, em 1908, para a Brazil Railway Company, uma empresa norte-americana pertencente a Percival Farquhar.

Além do direito de terminar as obras, ganhou do governo o direito de explorar uma faixa de 30 quilômetros, 15 quilômetros de cada lado da ferrovia. A Companhia desapropriou legalmente as terras que a margeavam e ofereceu trabalho no canteiro de obras da ferrovia às famílias de posseiros que foram desapropriados. Ao mesmo tempo, a concessão garantia que outra empresa coligada ao consórcio, a Southern Brazil Lumber & Colonization, passasse a explorar e comercializar a madeira da região, com o direito de revender as terras desapropriadas ao longo da ferrovia.

Enquanto houve serviço, tudo foi bem. Calcula-se que cerca de 8000 homens trabalharam nas obras da estrada de ferro: trabalhadores provenientes da população urbana do Rio de Janeiro, de Santos, Salvador e Recife, com fé na promessa de muitas vantagens e altos salários.

Quando as obras terminaram, uma população enorme de camponeses ficou sem ter o que fazer e para onde ir. Situação idêntica à de um grande número de trabalhadores de fora que não retornaram às cidades de origem porque foram apenas demitidos pela companhia que não honrou o compromisso de os levar de volta quando chegasse o fim dos trabalhos.

Esta situação era semelhante à dos camponeses expulsos de suas terras por parte de poderosas empresas madeireiras que também vinham se instalando na região. Neste contexto de miséria e pobreza entre os caboclos, entrou em cena o monge santo, que inflamaria os habitantes do território contestado contra a situação que estavam enfrentando e contra a ocupação e exploração de terras por parte de empresas estranhas à região.

[editar]
Os confrontos se iniciam
Os camponeses que tinham perdido o direito às terras que ocupavam e os trabalhadores que foram demitidos pela companhia da estrada de ferro decidiram, então, ouvir a voz do monge José Maria, sob o comando do qual organizaram uma comunidade. Resultando infrutíferas quaisquer tentativas de retomada das terras, que até o início das obras eram oficialmente terras devolutas, cada vez mais passou-se a contestar a desapropriação. Uniram-se ao grupo diversos fazendeiros que, por conta da concessão, estavam perdendo terras para o grupo de Farquhar, bem como para os coronéis manda-chuvas da região.

A união destas pessoas em torno de um ideal comum levou à sua organização, com funções distribuídas entre si, e ao fortalecimento do grupo. O messianismo adquiria corpo. A vida era comunitária, com locais de culto e procissões. Tudo pertencia a todos. O comércio convencional foi abolido, sendo apenas permitidas trocas. Segundo as pregações do líder, o mundo não duraria mais 1000 anos e o paraíso estava próximo. Ninguém deveria ter medo de morrer porque ressuscitaria após o combate final. É de destacar a importância atribuída às mulheres nesta sociedade. A virgindade era particularmente valorizada.


Madeira, uma das riquezas exploradas nas margens da ferrovia do Contestado
O santo monge José Maria rebelou-se, então, contra a recém formada república brasileira e decidiu dar status de governo independente à comunidade que comandava. Para ele, a República era a "lei do diabo". Nomeou Imperador do Brasil um fazendeiro analfabeto, nomeou a comunidade de "Quadro Santo" e criou uma guarda de honra constituída por 24 cavaleiros que intitulou de "Doze Pares de França", numa alusão à cavalaria de Carlos Magno na Idade Média.

Os camponeses uniram-se a este, fundando alguns povoados, cada qual com seu santo. Cada povoado seria como uma Monarquia Celeste, com ordem própria, à semelhança do que Antônio Conselheiro fizera em Canudos.

Estar junto ao monge passou a ser considerado especialmente prestigiante. O monge é, então, convidado para participar da festa do Senhor do Bom Jesus, na localidade de Taquaruçu (município de Curitibanos). Segue acompanhado de cerca de 300 fiéis. Terminada a festa, o monge se demorou nesta localidade atendendo a quem quer que viesse em seu encontro, receitando remédios e fazendo curas.

Desconfiado com o que acontecia em Taquaruçú, e com medo de perder o mando da situação local em Curitibanos, o coronel Francisco de Albuquerque, rival do coronel Almeida, envia um telegrama para a capital do Estado pedindo auxílio contra rebeldes que proclamaram a monarquia em Taquaruçú.

[editar]
Primeiras mortes
O governo brasileiro, então comandado pelo Marechal Hermes da Fonseca, responsável pela Política das Salvações, caracterizada por intervenções político-militares que em diversos Estados do país pretendiam eliminar seus adversários políticos, sentiu indícios de insurreição neste movimento e decidiu reprimi-lo, enviando tropas para acalmar os ânimos.

Antevendo o que estava por vir, José Maria parte imediatamente para a localidade de Irani com todo o séquito carente que o acompanhava. Irani, nesta época, pertencia a Palmas, cidade que estava na jurisdição do Paraná. Como Paraná e Santa Catarina tinham questões jurídicas não resolvidas por conta das divisas de seu território, o Paraná viu nessa grande movimentação de pessoas uma estratégia de ocupação daquelas terras por parte do Estado vizinho de Santa Catarina.

A guerra do Contestado inicia-se neste ponto: em defesa das terras paranaenses, várias tropas do Regimento de Segurança do Paraná são enviadas para o local, a fim de obrigar os invasores a voltar para Santa Catarina. Estamos em outubro de 1912.

Mas as coisas ocorrem bem diferente do planejado. Tem início um confronto sangrento entre tropas do governo e fiéis do Contestado no lugar chamado Banhado Grande. Ao término da luta, estão sem vida dezenas de pessoas, de ambos os lados, e grande quantidade de material bélico do Paraná passa para a mão dos revoltosos. Morreram no confonto o coronel João Gualberto, que comandava as tropas, e também o monge José Maria, mas os partidários do contestado tinham conseguido a sua primeira vitória.

José Maria é enterrado com tábuas pelos seus fiéis, a fim de facilitar a sua ressurreição, já que os caboclos acreditavam que este ressuscitaria acompanhado de um Exército Encantado, vulgarmente chamado de Exército de São Sebastião, que os ajudaria a fortalecer a Monarquia Celeste e a derrubar a República, que cada vez mais acreditava-se ser um instrumento do diabo, dominado pelas figuras dos coronéis.

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O Contestado fortalecido e frutificado

Bandeira do Contestado: uma cruz verde em fundo branco
Os seguidores do monge, vencedores em Irani, incluindo aí alguns fazendeiros, reagruparam-se e reorganizaram a comunidade do "Quadro Santo", bem como a "Monarquia Celestial". Morto José Maria, os caboclos passaram a obedecer as ordens de um novo chefe, de nome Eusébio Ferreira dos Santos, cuja filha, Maria Rosa , tinha visões. Em Taquaruçú fortaleceu-se um núcleo de fiéis que reuniu cerca de 3000 crentes. Estes reuniram-se atendendo ao chamamento de uma mulher, Teodora, antiga seguidora de José Maria, que dizia ter visões do monge.

O governo brasileiro, decidido a reprimir o movimento e exterminar este novo reduto antes que ele crescesse e se tornasse ainda mais perigoso, montou uma Força Pública Catarinense, que para lá se dirigiu com 200 soldados em 29 de Dezembro de 1913. Novamente, os resultados não são os esperados pelo governo: tal força pública é vencida pela coragem e obstinação dos fiéis, que, inclusive, se apoderam das armas dos soldados. Esta vitória foi fundamental para dar ainda mais credibilidade ao movimento, que fortaleceu-se a ponto de formar novos redutos em locais cada vez mais afastados e de difícil acesso, com o claro intuito de dificultar as represálias militares das tropas legais.

Para alguns historiadores este dezembro de 1913 seria o ponto inicial da Guerra do Contestado, mas não é possível deixar de considerar o confronto de 1912, em Irani.

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Mais confrontos, ataques e contra-ataques

Região da Guerra do Contestado
Em 8 de fevereiro de 1914, numa ação conjunta de Santa Catarina, Paraná e governo federal, é enviado a Taquaruçu um efetivo de 700 soldados, apoiados por peças de artilharia e metralhadoras. Estes logram êxito na empreitada, incendeiam completamente o acampamento dos jagunços, mas sem muitas perdas humanas, já que os caboclos e fiéis da causa do Contestado se refugiaram em Caraguatá, local de difícil acesso e onde já viviam cerca de 2000 pessoas.

Os fiéis que mudaram para Caraguatá eram chefiadas por Maria Rosa, uma jovem com 15 anos de idade, considerada pelos historiadores como uma Joana D'Arc do sertão, já que "combatia montada em um cavalo branco com arreios forrados de veludo, vestida de branco, com flores nos cabelos e no fuzil". Após a morte de José Maria, Maria Rosa afirmava receber, espiritualmente, ordens do mesmo, o que a fez assumir a liderança espiritual e militar de todos os revoltosos, então cerca de 6000 homens.

De março a maio outras expedições foram realizadas, porém todas sem sucesso. Em 9 de Março de 1914, embaladas pela vitória de Taquaruçú, que tinham destruído completamente, as tropas cercam e atacam Caraguatá, mas aí o desastre é total. Fogem em pânico perseguidos pelos revoltosos. Esta nova vitória enche os contestadores de ânimo. O fato repercute em todo o interior, trazendo para o reduto ainda mais pessoas com interesses afins, mas também repercute muito mal frente ao governo e aos órgãos legalmente constituídos.

Como cada vez mais pessoas enganjava-se abertamente ao movimento, piquetes foram formados pelos fiéis para o arrebanhamento de animais da região a fim de suprir as necessidades alimentícias do núcleo de Caraguatá. São então fundados os redutos de Bom Sossego e de São Sebastião. Só neste último se aglomeravam cerca de 2000 pessoas.

Além de colocar em prática técnicas de guerrilha para a defesa dos ataques do governo, os fanáticos passaram ao contra-ataque. Em 1° de setembro lançaram um documento que intitulou-se Manifesto Monarquista, deflagrando-se, a partir de então, o que chamavam de a Guerra santa, caracterizada por saques e invasões de propriedades de coronéis e por um discurso que exigia pobreza e cobrava exploração ao máximo da República.

Invadiam as fazendas dos coronéis tomando para si tudo o que precisavam para suprir as necessidades do reduto. Além disso, amparados nas vitórias que tiveram, atacaram várias cidades, como foi o caso de Curitibanos, onde o alvo eram invariavelmente os cartórios, locais onde se encontravam os registros das terras que antes a eles pertenciam. Não bastando incendiar os cartórios, num outro ataque na localidade de Calmon, destruíram completamente a segunda serraria da Lumber, uma das empresas que vieram de fora para explorar a madeira da faixa de terra de 30 quilômetros (15 quilômetros de cada lado) às margens da ferrovia.

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O controle começa a mudar de lado

Pela primeira vez na história da América Latina foram usados 2 aviões para fins bélicos de reconhecimento e bombardeio dos insurretos do Contestado
(imagem meramente ilustrativa)
Com a ordem social cada vez mais caótica na região, o governo central designa o general Carlos Frederico de Mesquita, veterano de Canudos, para comandar uma ação contra os rebeldes. Inicialmente tenta, sem êxito, um acordo para dispensar os revoltosos; a seguir ataca duramente Santo Antônio, obrigando os rebeldes a fugir. O reduto de Caraguatá, que antes vira as tropas do governo fugirem perseguidas por revoltosos, tem agora de ser abandonada às pressas pelos mesmos revoltosos devido a uma grande epidemia de tifo. Considerando, equivocadamente, dispersos os revoltosos, o general Mesquita dá a luta por encerrada.

Mas a calmaria terminaria logo. Os revoltosos rapidamente se reagrupam e se organizam na localidade de Santa Maria, intensificando os ataques: tomam e incendeiam a estação de Calmon; dizimam a vila de São João (Matos Costa), atacam Curitibanos e ameaçam Porto União da Vitória, cuja população abandona a cidade em desespero.

Os boatos chegam até Ponta Grossa e dizem que os revoltosos e seu exército pretendem marchar até o Rio de Janeiro para depor o Presidente. Os rebeldes já dominam, nesta altura dos acontecimentos, cerca de 25000 km² da região do Contestado.

O governo federal joga uma outra, e ainda mais dura, cartada: nomeia o general Setembrino de Carvalho para o comando das operações contra os Contestadores. Então, em setembro de 1914, chefiando cerca de 7000 homens e com ordens de sufocar a rebelião e pacificar a região a qualquer custo, chega a Curitiba o general Setembrino de Carvalho. A primeira e mais imediata providência foi restabelecer as ligações ferroviárias e guarnecer as mesmas para evitar que fossem novamente atacadas. Como apoio de operações de guerra, pela primeira vez na história da América Latina foram usados 2 aviões para fins de reconhecimento que não chegaram a efetivar o seu emprego no Teatro de Operações, devido a um acidente, envolvendo o então piloto tenente Kirk.

Astutamente, Setembrino envia um manifesto aos revoltosos no qual garantia a devolução de terras para quem se entregasse pacificamente. Garantia também, por outro lado, um tratamento hostil e severo para quem resolvesse continuar em luta contra o governo.

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Mudança de estratégia
Com o passar do tempo, Setembrino adota uma nova postura de guerra, evitando o combate direto, que era o que os revoltosos esperavam e para o que estavam se preparando, optando, pelo contrário, por cercar o reduto dos fanáticos com tropas por todos os lados, evitando que entrassem ou saíssem da região onde estavam. Para isto, o general dividiu seu efetivo em quatro alas com nomes dos quatro pontos cardeais, norte, sul, leste e oeste e, gradativamente, foi avançando e destruindo qualquer resistência que encontrasse pelo caminho.

Com esta nova estratégia, rapidamente começou a faltar comida nos acampamentos dos revoltosos. Isto teve como conseqüência imediata a rendição de dezenas de caboclos. Contudo, a maioria dos que se entregavam eram velhos, mulheres e crianças - talvez uma contra-estratégia dos fiéis para que sobrasse mais comida aos combatentes que ficaram para trás e que ainda defenderiam a causa.

Neste ponto da guerra do Contestado, começa a se destacar a figura de Deodato Manuel Ramos, vulgo "Adeodato", considerado pelos historiadores como o último líder dos Contestadores. Adeodato transfere o núcleo dos revoltosos para o vale de Santa Maria, que contava ainda com cerca de 5000 homens. Só que aí, à medida que ia faltando o alimento, Adeodato passa a revelar-se cada vez mais autoritário, não aceitando a rendição. Aos que se entregavam, aplicava sem dó a pena capital: a morte.

Cerco fechado, sem pressa e deixando os revoltosos nervosos lutarem contra si mesmos, em 8 de Fevereiro de 1915 a ala Sul, comandada pelo tenente-coronel Estillac, chega a Santa Maria. De um lado as forças do governo, bem armadas, bem alimentadas, de outro, rebeldes também armados, é verdade, mas famintos e sem ânimo para resistir muito tempo. A luta inicial é intensa e, à noite, o tenente-coronel ordena a retirada, afinal, já contabilizara só no seu lado 30 mortos e 40 feridos. Novos ataques e recuos ocorreram nos dias seguintes.

Em 28 de Março de 1915,o capitão Tertuliano Potyguara parte da vila de Reinchardt com 710 homens em direção a Santa Maria, perdendo só em emboscadas durante o trajeto, 24 homens. Depois de vários confrontos, num deles Maria Rosa, a líder espiritual dos rebeldes, morre às margens do rio Caçador. Em 3 de Abril, as tropas de Estillac e Potyguara avançam juntas e ordenadas para o assalto final a Santa Maria, onde restavam apenas alguns combatentes já quase mortos pela fome.

Em 5 de Abril, depois do grande assalto a Santa Maria, o general Estillac registra que "tudo foi destruído, subindo o número de habitações destruídas a 5000 (...) as mulheres que se bateram como homens foram mortas em combate (...) o número de jagunços mortos eleva-se a 600. Os redutos de Caçador e de Santa Maria estão extintos. Não posso garantir que todos os bandidos que infestam o Contestado tenham desaparecido, mas a missão confiada ao exercito está cumprida". Os rebeldes sobreviventes se dispersaram em muitas cidades.

Em dezembro de 1915 o último dos redutos dos revoltosos é devastado pelas tropas de Setembrino. Adeodato foge, vagando com tropas no seu encalço. Consegue, no entanto, escapar de seus perseguidores e, como foragido, ficou ainda 8 meses escondendo-se pelas matas da região. Mas a fome e o cansaço, além de uma perseguição sem trégua, fizeram com que Adeodato se rendesse. Encerrava-se então, em agosto de 1916, com a prisão de Adeodato, a Guerra do Contestado.

Adeodato foi capturado e condenado a 30 anos de prisão. Entretanto, em 1923, 7 anos após ter sido preso, Adeodato é morto pelo próprio diretor da cadeia numa tentativa de fuga.

Na data de 12 de outubro de 1916, os governadores Filipe Schimidt (de Santa Catarina) e Afonso de Camargo (do Paraná) assinaram um acordo e o município de Campos de Irani passou a chamar-se Concórdia.

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Estatísticas do Confronto
Área conflagrada: 20.000 km²
População da época envolvida na área de conflito: aproximadamente 40.000 habitantes
Municípios do Paraná, na época: Rio Negro, Itaiópolis, Timbó, Três Barras, União da Vitória e Palmas
Municípios de Santa Catarina, na época: Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas
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Alguns Antecedentes e Precedentes
Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites
Decisões judiciais do STF pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910
Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906
Construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, de 1908 a 1910
Criação dos Municípios de Canoinhas (Santa Catarina) e de Itaiópolis, de Três Barras e de Timbó (Paraná)
Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization em Calmon (1908) e em Três Barras (1912)
Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911
1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas
1910-1912: Questão de terras da Fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril
Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912
1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG
Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios
Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores – bendegós
Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios
Espírito guerreiro do Caboclo Pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista)
Religiosidade: Messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla
Ideologia Nacionalista – Civilismo na República – Reestruturação do Exército
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Mais dados importantes
Início da Guerra: outubro de 1912
Tempo da Guerra: 46 meses (out/1912 a ago/1916)
Auge da Guerra: Março-abril de 1915, em Santa Maria, na Serra do Espigão
Final da Guerra: Agosto de 1916, com a captura de Adeodato, o último líder do Contestado
Combatentes militares no auge da Guerra: 8.000 homens, sendo 7.000 soldados do Exército Brasileiro, do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina, mais 1.000 civis contratados.
Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores
Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000:000$000, mais soldados militares
A Guerra do Contestado durou mais tempo e produziu mais mortes que a Guerra de Canudos, outro conflito semelhante em terras do Brasil.
Em cinco anos de guerra, 9 mil casas foram queimadas e 20 mil pessoas mortas.
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Algumas Conseqüências Imediatas
20/10/1916: Assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro;
07/11/1916: Manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense contra o acordo;
De maio a agosto de 1917: Sublevação popular no Contestado-Paranaense, pró Estado das Missões;
Maio e junho de 1917: Ascensão e assassinato do monge Jesus Nazareno;
03/08/1917: Homologação final do Acordo de Limites;
Setembro de 1917: Instalação dos municípios de Mafra, Cruzeiro e de Porto União;
1918: Reinício da colonização no Centro-Oeste Catarinense, por empresas particulares;
Janeiro e maio de 1920: Revolta política em Erval e Cruzeiro;
Março de 1921: Revolta de caboclos contra medição de terras, entre Catanduvas e Capinzal.
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Ligações externas
História de S. Catarina: Guerra do Contestado.
O Contestado: Galeria de fotos e bibliografia.
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Referências bibliográficas
Grandes Acontecimentos da História - Revista da Editora 3, nº 4 (setembro de 1973).
A Guerra do Contestado
Introdução

A região denominada "Contestado" abrangia cerca de 40.000 Km2 entre os atuais estados de Santa Catarina e Paraná, disputada por ambos, uma vez que até o início deste século a fronteira não havia sido demarcada. As cidades desta região foram palco de um dos mais importantes movimentos sociais do país.

A formação da Região

A região do interior de Santa Catarina e Paraná desenvolveu-se muito lentamente a partir do século XVIII, como rota de tropeiros que partiam do Rio Grande do Sul em direção à São Paulo.
No século XIX algumas poucas cidades haviam se desenvolvido, principalmente por grupos provenientes do Rio Grande, após a Guerra dos Farrapos, dando origem a uma sociedade baseada no latifúndio, no apadrinhamento e na violência. Após a Proclamação da República, com a maior autonomia dos estados, desenvolveu-se o coronelismo, cada cidade possuía seu chefe local, grande proprietário, que utilizava-se de jagunços e agregados para manter e ampliar seus "currais eleitorais", influenciando a vida política estadual. Havia ainda as disputas entre os coronéis, envolvendo as disputas por terras ou pelo controle político no estado.
Em 1908 a empresa norte americana Brazil Railway Company recebeu do governo federal uma faixa de terra de 30Km de largura, cortando os 4 estados do sul do país, para a construção de uma ferrovia que ligaria o Rio Grande do Sul a São Paulo e ao mesmo tempo, a outra empresa coligada passaria a explorar e comercializar a madeira da região, com o direito de revender as terras desapropriadas ao longo da ferrovia.

A Situação Social

Enquanto os latifundiários e as empresas norte americanas passaram a controlar a economia local, formou-se uma camada composta por trabalhadores braçais, caracterizada pela extrema pobreza, agravada ainda mais com o final da construção da ferrovia em 1910, elevando o nível de desemprego e de marginalidade social. Essa camada prendia-se cada vez mais ao mandonismo dos coronéis e da rígida estrutura fundiária, que não alimentava nenhuma perspectiva de alteração da situação vigente. Esses elementos, somados a ignorância, determinaram o desenvolvimento de grande religiosidade, misticismo e messianismo.

O Messianismo na Região

Os movimentos messiânicos são aqueles que se apegam a um líder religioso ou espiritual, um messias, que passa a ser considerado "aquele que guia em direção à salvação". Os "líderes messiânicos" conquistam prestígio dando conselhos, ajudando necessitados e curando doentes, sem nenhuma pretensão material, identificando-se do ponto de vista sócio econômico com as camadas populares. Na região sul, a ação dos "monges" caracterizou o messianismo, sendo que o mais importante foi o monge João Maria, que teve importante presença no final do século passado, época da Revolução Federalista (1893-95).




O monge João Maria


Durante muitos anos apareceram e desapareceram diversos "monges", confundidos com o próprio João Maria. Em 1912 surgiu na cidade de Campos Novos, no interior de Santa Catarina, o monge José Maria. Aconselhando e curando doentes a fama do â?~mongeâ?T cresceu, a ponto de receber a proteção de um dos mais importantes coronéis da região, Francisco de Almeida. Vivendo em terras do coronel, o monge recebia a visita de dezenas de pessoas diariamente, provenientes de diversas cidades do interior. Proteger o monge passou a ser sinal de prestígio político, por isso, a transferência de José Maria para a cidade de Taquaruçu, em terras do coronel Henrique de Almeida, agudizou as disputas políticas na região, levando seu adversário, o coronel Francisco de Albuquerque, a alertar as autoridades estaduais sobre o desenvolvimento de uma "comunidade de fanáticos" na região.
Durante sua estada em Taquaruçu, José Maria organizou uma comunidade denominada "Quadro Santo", liderada por um grupo chamado "Os Doze pares de França", numa alusão à cavalaria de Carlos Magno na Idade Média, e posteriormente fundou a "Monarquia Celestial".



Caboclos armados


O Confronto (1912-16)

Ao iniciar a Segunda década do século, o país era governado pelo Marechal Hermes da Fonseca, responsável pela "Política das Salvações", caracterizada pelas intervenções político-militares em diversos estados do país, pretendendo eliminar seus adversários políticos. Além da postura autoritária e repressiva do Estado, encontramos outros elementos contrários ao messianismo, como os interesses locais dos coronéis e a postura da Igreja Católica no sentido de combater os líderes "fanáticos".
O primeiro conflito armado ocorreu na região de Irani, ao sul de Palmas, quando foi morto José Maria, apesar de as tropas estaduais terem sido derrotadas pelos caboclos. Os seguidores do monge, incluindo alguns fazendeiros reorganizaram o "Quadro Santo" e a Monarquia Celestial; acreditavam que o líder ressuscitaria e o misticismo expandiu-se com grande rapidez. Os caboclos condenavam a república, associando-a ao poder dos coronéis e ao poder da Brazil Railway.



Grupo de soldados federais


No final de 1913 um novo ataque foi realizado, contando com tropas federais e estaduais que, derrotadas, deixaram para trás armas e munição. Em fevereiro do ano seguinte, mais de 700 soldados atacaram o arraial de Taquaruçu, matando dezenas de pessoas. De março a maio outras expedições foram realizadas, porém sem sucesso.
A organização das Irmandades continuou a se desenvolver e os sertanejos passaram a Ter uma atitude mais ofensiva. Sua principal líder era uma jovem de 15 anos, Maria Rosa, que dizia receber ordens de José Maria. Em 1° de setembro foi lançado o Manifesto Monarquista e a partir de então iniciou-se a "Guerra Santa", caracterizada por saques e invasões de propriedades e por um discurso que vinculava pobreza e exploração à República.
A partir de dezembro de 1914 iniciou-se o ataque final, comandado pelo General Setembrino de Carvalho, mandado do Rio de Janeiro a frente das tropas federais, ampliada por soldados do Paraná e de Santa Catarina. O cerco à região de Santa Maria determinou grande mortalidade causada pela fome e pela epidemia de tifo, forçando parte dos sertanejos a renderem-se, sendo que os redutos "monarquistas" foram sucessivamente arrasados.
O último líder do â?~Contestadoâ?T, Deodato Manuel Ramos foi preso e condenado a 30 anos de prisão, tendo morrido em uma tentativa de fuga.

As fotos foram retiradas do livro "O CONTESTADO" de Eduardo José Afonso, Editora Ática, Coleção Guerras e Revoluções Brasileiras.
Depois de 4 anos de perseguições e de grande mortalidade, o movimento da região do Contestado foi desfeito, a fronteira entre os estados foi demarcada e consolidou-se o poder dos latifundiários no interior.
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8134 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 45 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Contestado: A Guerra Desconhecida

Sergio Rubim
Florianópolis
Jornalista, documentarista e blogueiro. Comecei a carreira de jornalista como editor de telejornalismo na RBS TV (1979), repórter no jornal O Estado. Fundador dos jornais Afinal (80), Jornal da Fronteira (Uruguay-80/83), Novo Jornal (Florianópolis)e jornal Costa Leste (Florianópolis). Produzi o documentário Contestado: A Guerra Desconhecida. Editor de Plantão no Diário Catarinense, editor de Polícia, Variedades e sub-editor de Geral. Editor do OktoberZeitung (Blumenau-88), Chefe de redação do Jornal de Santa Catarina. Fundador do jornal Blumenau Urgente. Estou Blogueiro. sergiorubim@gmail.com 48-84087882
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segunda-feira, 14 de abril de 2008
Os Coronéis

Com a República, os poderosos coronéis - que ostentavam esse título por concessão do Império que criou a Guarda Nacional - tomaram consciência da possibilidade de legalizar terras em grande escala. No Contestado não foi diferente. Passaram a receber concessões, a requerer e a ampliar seus domínios.
Com a chegada da Lumber, abriu-se a possibilidade de exploração e ganhos com as terras legalizadas, já que a poderosa madeireira não se limitou a explorar as imensas áreas que lhe foram concedidas e negociava com muitos proprietários.
Alguns coronéis, como Francisco de Albuquerque, de Curitibanos, e Fabrício Vieira, do Vale do Timbozinho, tornaram-se especialmente odiados pelos sertanejos que em muitas ocasiões pediram suas cabeças como condição básica para qualquer negociação de paz.
Afonso Camargo, vice-governador do Paraná, era um coronel à distância, mas igualmente odiado pois advogava para a grande madeireira - empresa em que mais tarde deu grandes golpes em negócios de terra. Poderosos, os coronéis tinham muitos afilhados. Durante a Guerra do Contestado viram-se pela primeira vez, no sertão, atacados mesmo por estes, tamanha a revolta dos sertanejos. Francisco Albuquerque, o primeiro, chamou tropas catarinenses para intimidar o monje José Maria e seus seguidores, foi morto após a guerra num declarado ato de vingança.
Postado por Sergio Rubim às 06:35 1 comentários
O Pós-Guerra

Encerrada oficialmente a intervenção do Exército em 1915, a Guerra do Contestado ainda teve continuação. Piquetes militares perseguiram focos revoltosos por muitos anos.
Os prisioneiros tinham destino variado. Muitos eram mortos imediatamente, outros eram reunidos e enviados para trabalho escravo muito poucos reintegraram-se às suas famílias ou voltaram às suas regiões de origem. O governo catarinense chegou a protestar pela intensiva migração forçada realizada pelo governo paranaense. Tropas federais permaneceram por algum tempo na região, a madeireira Lumber voltou a operar com desenvoltura, desmatando incessantemente. Os governos de Santa Catarina e do Paraná trataram de resolver suas pendengas e, em 1916, assinaram, no Rio de Janeiro, um tratado dividindo a área que pretendiam. O Paraná ficou com 20 mil quilômetros quadrados da área contestada e Santa Catarina com 28 mil quilômetros quadrados.
Postado por Sergio Rubim às 06:22 0 comentários
Os Sobreviventes
(Fotos: Dario A. Prado Jr.)



Nos anos de 1984/1985 um grupo de jornalistas realizou uma vasta pesquisa que resultou no documentário em vídeo chamado Contestado: A Guerra Desconhecida. Nesse período foram entrevistados os últimos sobreviventes da guerra. Homens ainda fortes, lúcidos, valiosos testemunhos de tantas lutas e horrores.
compreensão do conflito. Do lado dos vencidos, nenhum falava muito a vontade de combates e mortes. Temiam, mesmo depois de 70 anos, serem perseguidos pois os vencedores testemunharam que eles seriam fanáticos e criminosos mesmo assim, com calma e amizade acabaram fazendo importantes relatos para aDo lado dos vencedores nenhum orgulho especial pelo que fizeram, até pelo contrário. Deste lado foram ouvidos um ex-soldado e um ex-vaqueano. O primeiro mais instruído pode, depois da guerra, fazer uma reflexão que o levou a odiar ter sido usado para matar brasileiros como ele a serviço de “uma monstruosidade da administração”.
O vaqueano, que era pago por fazendeiros, contava atrocidades sem se gabar, mas com naturalidade.
Um outro depoente, que não combateu em nenhum dos lados mas acompanhou os acontecimentos, sonhava em se casar com “uma jaguncinha” (jagunço era então o nome dos revoltosos) e acabou fazendo-o.
Postado por Sergio Rubim às 05:56 0 comentários
As mulheres no Contestado


Rosa Pais de Farias, filha do líder Chico Ventura, fazia as bandeiras do movimento e os uniformes dos Pares de França. Morou e morreu em Lebon Régis, no meio-oeste catarinense.
(Foto: Dario A. Prado Jr.)

Embora pouco reconhecidas pela literatura e registros da Guerra do Contestado, as mulheres tiveram um papel fundamental no conflito. Duas se destacaram na guerra por sua bravura: Maria Rosa, filha de Elias de Souza e Francisca Roberta, mais tarde conhecida como Chica Pelega.
Maria Rosa, aos 15 anos, em meio a orações, entrava em transe e discursava dizendo receber ordens do monge José Maria. Durante os transes tinha visões de batalhas e, daí em diante, era ela quem definia as ordens recebidas pelo espírito do monge para organizar o comportamento do grupo. Com o passar do tempo, além de líder espiritual, a virgem Maria Rosa se transforma em chefe militar e comandou a retirada estratégica, após a primeira batalha de Taquaruçú, em 1913, para o novo reduto em Caraguatá.
Chica Pelega, já respeitada em Taquaruçú por seu conhecimento e trato com ervas medicinais fica no reduto cuidando de doentes, velhos e crianças. Em 1914, as tropas do governo atacam novamente Taquaruçú onde ela luta bravamente.
Chica Pelega morre quando a igreja, tomada pelo fogo, desaba em cima do galpão onde se encontravam mais de 300 pessoas.
Rosa Paes de Farias, filha do grande líder Chico Ventura, foi uma das últimas sobreviventes da guerra e viveu até os 98 anos. Fazia as bandeiras de guerra e os uniformes dos Pares de França, tropa de elite dos revoltosos. Jamais se arrependeu da resistência. Afirmava: “Nós estávamos aqui e vieram nos atacar. O que havíamos de fazer? Resistir. Houve muita morte de lado a lado. Mas muito soldado passou para o nosso lado”.
O papel das mulheres menos conhecidas também foi fundamental. Enquanto os homens lutavam em várias frentes de combate elas cuidavam dos filhos, dos doentes e da obtenção e preparação de alimentos. Ao final da guerra foram tão humilhadas e maltratadas quanto seus maridos e filhos.
Postado por Sergio Rubim às 05:21 3 comentários
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8133 - GUERRA DO CONTESATADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 47 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Contestado: A Guerra Desconhecida

Sergio Rubim
Florianópolis
Jornalista, documentarista e blogueiro. Comecei a carreira de jornalista como editor de telejornalismo na RBS TV (1979), repórter no jornal O Estado. Fundador dos jornais Afinal (80), Jornal da Fronteira (Uruguay-80/83), Novo Jornal (Florianópolis)e jornal Costa Leste (Florianópolis). Produzi o documentário Contestado: A Guerra Desconhecida. Editor de Plantão no Diário Catarinense, editor de Polícia, Variedades e sub-editor de Geral. Editor do OktoberZeitung (Blumenau-88), Chefe de redação do Jornal de Santa Catarina. Fundador do jornal Blumenau Urgente. Estou Blogueiro. sergiorubim@gmail.com 48-84087882
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segunda-feira, 14 de abril de 2008
A Guerra do Contestado


Uma das maiores e mais sangrentas revoltas camponesas da História da Humanidade aconteceu em Santa Catarina.
No dia 22 de outubro de 1912, na cidade de Irani, tropas paranaenses comandadas pelo coronel João Gualberto travaram um violento combate com um grupo de sertanejos sem-terra, liderados pelo “monge” José Maria que pregava a volta da Monarquia e a construção de uma sociedade igualitária. O conflito, que se alastrou por dezenas de cidades catarinenses, durou quatro anos e causou a morte de cerca de 20 mil pessoas.
Vários acontecimentos produziram este levante popular: a disputa de limites entre Paraná e Santa Catarina; a construção da estrada de ferro São Paulo - Rio Grande, pela poderosa multinacional Brazil Railway pertencente ao Sindicato Farquhar; a instalação da segunda maior madeireira da América, a Southern Brazil Lumber & Colonization Company Inc.
Este conjunto de fatores convergia para uma mesma direção: a expulsão dos camponeses, habitantes nativos da região, a ocupação de suas terras e a exploração das ricas reservas de pinheiro araucária. Nesse período praticou-se a primeira devastação ecológica industrialmente planejada na América Latina com a derrubada de mais de 2 milhões de pinheiros e outras madeiras nobres.

TESTE MILITAR
A Guerra do Contestado mobilizou dois terços do Exército Brasileiro de então, milícias estaduais e forças paramilitares. Foi o grande teste do exército moderno: pela primeira vez, na América Latina, utilizaram-se aviões com fins militares, bombas de fragmentação e aprimoradas técnicas de contra-insurgência, só esboçadas na Guerra de Canudos.
Os camponeses, profundos conhecedores do sertão catarinense e movidos por uma fé mística baseada na imortalidade, resistiram ferozmente até a sua derrota utilizando eficientes técnicas de guerrilha. Além da luta pela terra, messianismo, sebastianismo e desejos de volta à Monarquia permeavam o imaginário dos sertanejos.
Postado por Sergio Rubim às 12:23 3 comentários
A Região Do Contestado
Chamou-se Contestado a área de 40 mil quilômetros quadrados disputada por Santa Catarina e Paraná. Além de terras, havia em jogo grandes florestas de madeiras nobres e imensos ervais nativos, que produziam erva-mate.
Santa Catarina já havia ganho três disputas judiciais no Supremo, sem nunca ver cumprida suas determinações.
Poucos moradores e fazendeiros tinham documentação das terras que ocupavam e exploravam. Esta situação começou a mudar no início da República, com os “coronéis” legalizando grandes extensões em seu nome e, depois, com a chegada da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, cujos construtores ganharam 15 quilômetros de cada lado da ferrovia para explorar madeira e erva-mate. Muitos moradores foram progressivamente desalojados, à força, durante anos.
Em 1910, o Sindicato Farqhuar, que construia a ferrovia, inaugurou a segunda maior madeireiro da América em Três Barras, para explorar suas concessões. Em seguida, passou também a vender terras - na maioria das vezes ocupadas por sertanejos brasileiros - para estrangeiros de diversas procedências.
A Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Inc., domina o sertão. Dispõe de um exército de 200 homens para pressionar quem fosse preciso. Começa a formar-se o cenário da guerra.
Postado por Sergio Rubim às 12:00 0 comentários
A Madeireira Lumber
Além de construir a São Paulo-Rio Grande, Percival Farquhar montou a Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Inc., em Três Barras/Santa Catarina, com um capital inicial de 100 mil dólares logo ampliado para 12 milhões de dólares. É o maior empreendimento econômico no Sul. A cidade recebia gente do mundo inteiro. Madeireira e depois colonizadora, a Lumber promoveu uma devastação ecológica inédita até então. Dois anos depois de sua inauguração em 1910, dispunha de uma reserva de mais de 2 milhões de pinheiros (araucária angustifólia), sem contar imbúias, cedros e outras madeiras nobres.
A grande madeireira serrava 300 metros cúbicos por dia com sistemas totalmente automatizados empregando mão de obra predominantemente estrangeira. Construía ramais ferroviários no meio da mata de onde ia arrancando as árvores com guindaste, de maneira célere. Conseguiu que o governo brasileiro construísse um ramal gigante ligando a madeireira ao litoral - a estrada de ferro Porto União-São Francisco - por onde exportava madeira e erva-mate.
A Lumber operou por 40 anos até que fosse literalmente abandonada pelos americanos e sua área incorporada ao Exército Brasileiro. Não deixou um único exemplar das magníficas espécies nativas encontradas nas áreas onde atuou.
Como prova do seu poderio, a Lumber, mesmo em terras contestadas por dois estados, estabelece Três Barras como município pertencente ao Paraná. A cidade torna-se catarinense com a assinatura do acordo de fronteiras em 1917, no final da guerra.
Postado por Sergio Rubim às 11:51 0 comentários
A Estrada de Ferro
A estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande foi construída para integrar econômica e geograficamente o sul do Brasil. As obras do trecho em terras do meio-oeste catarinense foram entregues ao poderoso Sindicato Farquhar, que além de ter construído a ferrovia Madeira-Mamoré operava serviços de infra-estrutura como portos, energia elétrica, transportes e comunicações de Porto Alegre a Belém do Pará.
Com um lobista do porte de Rui Barbosa, seu advogado, o Sindicato de propriedade do norte-americano Percival Farquhar conseguiu uma inédita forma de pagamento: recebia em dinheiro e mais 15 quilômetros de cada lado da ferrovia. Com uma força armada particular, ocupou essas terras expulsando delas sertanejos brasileiros, seus primeiros moradores. A ferrovia foi suporte fundamental para a criação da Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Inc., grande madeireira e colonizadora de terras.
A madeira arrancada da região era transportada via estrada de ferro para os portos do sul. Para isso também foi construído o ramal Porto União-São Francisco do Sul. Durante a Guerra do Contestado a estrada de ferro transportou soldados, armas e munição do Exército Brasileiro que protegeu interesses do Sindicato Farquhar atacando populações nativas.
A empresa norte americana dispensou, de uma só vez em plena guerra, mais de mil operários que vagaram pela região engrossando as fileiras dos jagunços revoltados.
Postado por Sergio Rubim às 11:30 1 comentários
Os Líderes Rebeldes

Durante os quatro anos que durou a Guerra do Contestado morreram cerca de 20 mil pessoas - equivalente a um terço da população de Santa Catarina, à época. E também milhares de militares.
O movimento revoltoso teve, ao longo desses anos, várias lideranças que comandaram com êxito muitos combates e ofensivas. Entre eles Venuto Baiano, Chico Ventura, Aleixo Gonçalves, Antonio Tavares, Adeodato Ramos, Bonifácio Papudo e Alemãozinho (que traiu o movimento). Atuavam sob a forma de guerrilha, conseguiam infiltrar espiões regularmente - os bombeiros - nas forças que os combatiam, lutavam com revólveres, espingardas e no corpo a corpo com facões de pau feitos de madeira duríssima da região.
Apoiados numa forte crença de ressurreição e retorno nos exércitos encantados de São Sebastião, eram ferozes e destemidos em combate.
Logo os combatentes sertanejos foram chamados de pelados e seus opressores de peludos. Os pelados formaram tropas de elite nos redutos, os Pares de França, inspirados nas histórias do rei Carlos Magno. Queriam viver numa terra santa onde “tudo era irmão e irmã” e sob o signo de que “quem tem moe, quem não tem moe também, ficando no fim todos iguais”.
Conseguiram forças para uma resistência inédita na história e só foram subjugados pela fome e extermínio sistemático nos redutos invadidos com a degola dos prisioneiros.
Tinham um confuso discurso de fundar uma monarquia, na verdade um sonho de voltar aos tempos em que a vida havia sido mais digna e generosa.
Postado por Sergio Rubim às 11:14 0 comentários
O Exército



Para derrotar os revoltosos do Contestado foram necessárias 13 expedições militares, durante quatro anos. No conflito atuaram Euclides Figueiredo, Eurico Gaspar Dutra, Herique Teixeira Lott entre outros oficiais que influenciaram diretamente a vida brasileira. Praticaram diversos procedimentos de contra-insurgência e aniquilamento das populações rebeladas.
Pela primeira vez foram empregados aviões com fins militares na América Latina e bombas de fragmentação contra combatentes. Mas também foram usadas velhas práticas como a eliminação sistemática de prisioneiros e a degola.
A grande companhia Lumber mereceu atenção especial do Exército que atuou decididamente em sua defesa. Casos de corrupção como o desvio de fardamento, alimentos e munição das tropas foram denunciados no Clube Militar, no Rio de Janeiro e nunca apurados.
A campanha foi encerrada oficialmente depois de um longo cerco aos revoltosos, cortando-lhes suprimentos e matando-os de fome. Depois de terminada a guerra, tropas continuaram perseguindo os vencidos no sertão matando e destruindo suas casas.
O capitão Matos Costa, morto na Guerra, foi um dos raros a compreender o que se passava de verdade no sertão. Afirmava: “A revolta do Contestado é apenas uma insurreição de sertanejos espoliados nas suas terras, nos seus direitos e na sua segurança”.
Postado por Sergio Rubim às 07:18 0 comentários
Os Monges


A região do Contestado foi largamente percorrida por dois monges, de 1845 a 1908. O primeiro se chamava João Maria D’Agostini, era italiano de origem. Benzia, curava e não fazia ajuntamento de pessoas nem dormia na casa de ninguém. Veneradíssimo batizou milhares de moradores do sul do Brasil. Desapareceu por volta de 1890.
Em seguida surge outro monge, João Maria de Jesus, nome adotado por Anastás Marcaf, turco de origem. Também percorria o sertão benzendo, curando e batizando. Não juntava gente em volta de si, não dormia nas casas, mas atacava a República. Desapareceu por volta de 1908 e, segundo a população de então, “está encantado no Morro do Taió”.
É um terceiro monge, entretanto, que vai aglutinar o povo do sertão do Contestado e, de alguma forma, levá-los à guerra. Chamava-se José Maria - seu verdadeiro nome era Miguel Lucena e sugeria ser irmão de João Maria. Benzia, curava, batizava e reunia gente ao seu redor lendo, regularmente, o livro do Rei Carlos Magno e seus Doze Pares de França - com seus ensinamentos de guerra. Atacava duramente as autoridades e a República.
Ameaçado pelos coronéis da região do Contestado, o Monge e um grupo de sertanejos deslocaram-se para o Irani, em terras que o Paraná considerava suas, palco do primeiro combate da guerra. A 22 de outubro de 1912, na região denominada Banhado Grande, José Maria e seu grupo são atacados por soldados do Paraná comandados pelo coronel João Gualberto.
Morrem o monge e o coronel.


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Postado por Sergio Rubim às 06:54 4 comentários
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A Maravilhosa Aventura Humana na Face da Terra
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 2 minutos atrás

8157 - GUERRA DA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 2 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Quarta-feira, 26 de janeiro de 2011 - Hora: 7:45 Minutos





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GUERRA DA CISPLATINA

Home >>> História >>> História geral >>> Guerra da Cisplatina



A região da Banda Oriental do Rio da Prata, que hoje é conhecida como Uruguai, vinha sendo disputada desde os tempos do Tratado de Madri, primeiramente, por espanhois e portuguêses, e depois, por argentinos e brasileiros.
Território argentino até 1821, ele é incorporado por Dom João VI com o nome de Província Cisplatina. A anexação é baseada sobre os direitos hereditários que sua esposa, a Princesa Carlota Joaquina, teria sob a região.
Localizado na entrada do estuário de Rio da Prata, a Banda Oriental é estratégica, já que quem a controla tem grande domínio sobre a navegação em todo o rio.
O CONFLITO

Com pretenções de retomar a região, a Argentina incentiva os patriotas uruguaios, liderados por Juan Antonio Lavalleda, e por Fructuoso Rivera. Com o apoio argentino, os dois conseguem proclamar a indepêndencia uruguaia em 1825, e a sua anexação a República Argentina. Este fato da ínicio a guerra.
Após a proclamação, Dom Pedro I manda uma esquadra brasileira bloquear o estuário, a Argentina revida, atacando o litoral gaúcho. Dom Pedro I inicía então a ofensiva terrestre, com um exército formado em sua maioria por mercenário europeus.
Este exército é derrotado na Batalha do Passo do Rosário em 1827.
A INTERVENÇÃO BRITÂNICA

Entre fevereiro de 1827, data da Batalha do Passo do Rosário, e 27 de agosto de 1828, data em que foi reconhecida a independência uruguaia, aumentou o papel inglês no conflito sul-americano.
Não era do interesse inglês que houvesse um vencedor nesta guerra, a posse da Banda Oriental fortaleceria em demasia a nação vencedora, o que poderia gerar futuros conflitos.
Cedendo às pressõs britânicas, ambas as nações concederam a independência à Banda Oriental, que se tornou a República Oriental do Uruguai.
A DERROTA

Porem, o grande perdedor foi o Império Brasileiro, a perda definitiva da Província Cisplatina gerou insatisfação geral no Brasil, vale lembrar que Dom Pedro I não contava com o apoio da maioria dos brasileiros quando decidiu declarar guerra a Argentina. A derrota enfraqueceu o imperador, e seria decisiva nos fatos que o levariam à abdicação, em 1831
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8156 - GUERRA DA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 4 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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História Brasileira » Brasil Império »
Guerra da CisplatinaPor Felipe Araújo

A Guerra da Cisplatina ocorreu entre os anos de 1825 a 1828 e envolveu o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio Prata (Argentina). A batalha foi uma disputa pela posse da então Colônia do Sacramento – atual Uruguai. A área era considerada estratégica, pois era de grande domínio fluvial, com acesso aos rios Paraná e Paraguai e via de transporte da prata andina.

Antes do início da guerra, esta área já causava controvérsias devido à sua fundação e colonização. Pactos entre Espanha e Portugal consideravam que a Colônia do Sacramento fora fundada por Portugueses, mas, colonizada por Espanhóis. Portanto, foi considerada um território da Espanha.

Porém, em 1816, as Províncias Unidas do Rio Prata, como era chamada a região, foram invadidas pelo general português Carlos Frederico Lecor e voltaram a ser território da Coroa Portuguesa. Em 1821 a área foi incorporada ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e ficou com o nome de Província Cisplatina. Na época, a anexação foi justificada com a premissa de que a Rainha Carlota Joaquina teria direitos sucessórios sobre a região.

Mas a recém-batizada Cisplatina tinha habitantes com idioma e cultura diferentes que se negavam a aceitar os costumes brasileiros. Neste contexto, a Argentina e alguns patriotas Uruguaios, liderados pelo revolucionário uruguaio Juan Antonio Lavalleja, começaram a fomentar o início da rebelião. Então, em 1825, a Guerra da Cisplatina eclodiu.

O início dos embates deu-se quando Lavalleja desembarcou na praia da Agraciada com suas fileiras e, ajudado por populares, dominou a região e declarou sua anexação à Argentina. Como resposta, o governo brasileiro informava que, caso Lavalleja não desocupasse a área, enviaria tropas dando início à guerra. D. Pedro I fez uma declaração formal de guerra à Argentina.

A vantagem do Brasil era populacional, tinha 4,5 milhões de pessoas contra 600.000 das Províncias Unidas do Rio Prata, mas o número da população não retratava a medida de força dos dois países, pois, na época, o Brasil passava por inúmeras revoltas internas.


J. B. Debret, Embarque das tropas para Montevidéu.

A base principal do exército brasileiro era de portugueses, mas, depois da proclamação da república, estas tropas retornaram à Europa e foram substituídas por brasileiros recém-recrutados. Diante da dificuldade de conseguir soldados, mercenários foram recrutados na Alemanha e na Irlanda, porém, não ofereciam ajuda imediata.

Sobre os soldados das Províncias Unidas do Rio Prata, o historiador John Armitage fez a seguinte observação:

“armados unicamente com as bolas e os laços, e com a inseparável faca enfiada no cinto, todos [os gaúchos] são soldados por hábito; e animados pelo espírito de nacionalidade, estão sempre prontos a entrar em luta”.

Em 1827, as forças imperiais derrotaram as provincianas na Batalha de Monte Santiago. No ano seguinte, o uruguaio Fructuoso Rivera reconquistou a província oriental (Uruguai). Após esta vitória, devido ao impasse em terra, ao bloqueio naval do Brasil, aos altos custos com a guerra e a pressão inglesa para que fosse firmado um acordo, deu-se início um acordo de paz, mediado pela França e pela Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região.

Enfim, no ano de 1828 termina a Guerra da Cisplatina, com as duas partes assinando um acordo que findava o conflito. A acordo firmava que a Província da Cisplatina não ficaria nem com a Argentina nem com o Brasil. Foi criado um país independente: a República Oriental do Uruguai.

ConsequênciasO desfecho da Guerra da Cisplatina foi desfavorável ao Brasil, pois o dinheiro gasto para sustentar o combate arruinou sua economia. Outro aspecto foi o desgaste da imagem política de D. Pedro I, aumentando a insatisfação do povo que, desde o início do conflito, culpava a Guerra da Cisplatina dizendo que ela representava o aumento de impostos.

Com a independência da região Cisplatina, os populares contrários a D. Pedro I utilizaram o argumento de que o Brasil arrombara seus cofres e sacrificara a população para lutar em uma causa perdida. Entretanto, esta não foi a principal causa da queda de D. Pedro I, mas, sim, apenas parte de um conjunto de fatores que causaram a abdicação. A maior causa, talvez, tenha sito o estilo centralizador do governo.

Fontes:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_cisplatina


Data de publicação: 07/01/2010
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► Guerra da Cisplatina


A partida das tropas imperiais para a Guerra da Cisplatina, retratada por Debret

Em 1825, intensificou-se a luta pela independência da Província Cisplatina, que tinha sido incorporada ao Brasil na época do Reino Unido. A Argentina, que tinha interesse em anexar a região, defendeu e apoiou de pronto o separa­tismo platino, dando início a uma guerra contra o Império brasileiro.

A Guerra da Cisplatina não era aceita pela maioria dos brasileiros. Contudo ela foi levada à frente e de forma intempestiva pelo Imperador, com gastos elevados e mais empréstimos ingleses. Em 1828, quando o Brasil já acumulava várias derrotas e algumas vitórias inexpres­sivas, deu-se a intervenção diplomática da Inglaterra, no sentido de solucionar o conflito que afetava os seus interesses na bacia do Prata. Assim, o Império e a Argen­tina desistiam da Cisplatina e reconheciam a nova nação, que adotou o nome de República do Uruguai.

A desastrosa e custosa campanha da Cisplatina contribuiu para o aumento das críticas ao Imperador, que desde 1823 praticava um governo despótico, onde seus interesses pessoais se sobrepunham aos interesses nacionais. (Ver: Questão Cisplatina)

Veja mais do primeiro Reinado:


► Primeiro Reinado


► Guerras da Independência do Brasil

► Assembléia Constituinte de 1823

► Constituição de 1824

► Confederação do Equador

► Abdicação de D. Pedro I

► Movimento da Independência





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8154 - GUERRA DA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 7 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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Guerra da Cisplatina

Cisplatina: o gasto com tropas em uma guerra claramente desnecessária.
Qual o sentido de uma guerra para uma nação? A resposta dessa pergunta não é nada fácil, tendo em vista os diversos fatores que levam um Estado a se levantar em armas. Durante o Primeiro Reinado, Dom Pedro I foi confrontado ao se deparar com a revolta da província da Cisplatina. Tal região, historicamente colonizada pelos espanhóis, havia sido dominada pelo rei Dom João VI no período em que comandou o governo português em terras brasileiras.

O interesse de Dom João VI em conquistar a região da Cisplatina pode ser compreendido por meio de duas questões distintas. Inicialmente, devemos considerar que os levantes liberais e abolicionistas que tomavam essa região representavam uma ameaça à hegemonia política de Dom João VI no Brasil. De fato, o rei lusitano temia que o triunfo do movimento de independência da Cisplatina pudesse inspirar outros movimentos de igual natureza em terras brasileiras.

Além disso, outra justificativa para esta ação girava em torno da rainha Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI e irmã do rei espanhol Fernando VII. Nessa época, estando a Espanha dominada pelas tropas de Napoleão, a rainha Carlota Joaquina tinha o interesse em se tornar “Rainha do Prata” e assim assumir autoridade naquela região como regente de seu irmão. Por essas razões, a invasão portuguesa à Cisplatina foi iniciada em 1816.

Com a saída de Dom João VI do Brasil e o processo brasileiro de independência, as populações da região cisplatina se reuniram em um exército revolucionário apoiado pelos argentinos. Tal medida era um simples reflexo à incoerência da dominação brasileira sob um território de feições históricas e culturais completamente distintas do restante do país. Contudo, apesar da relevância de tal argumento, o imperador Dom Pedro I não reconheceu o pedido de autonomia dos revoltosos.

Entre 1825 e 1828, o governo brasileiro declarou guerra contra os revolucionários em um conflito que provocou um sério esvaziamento dos cofres brasileiros. Além disso, as autoridades imperiais realizaram o recrutamento forçado de vários populares que buscavam uma vida melhor após a independência. Em pouco tempo, os ataques políticos contra Dom Pedro I eram cada vez mais contundentes. Afinal de contas, valeria à pena gastar tanto pela conquista de tão diminuto espaço estrangeiro?

As derrotas sucessivas nos campos de batalha e a necessidade de se contrair novas dívidas mostraram que a opção pela guerra era completamente equivocada. Por fim, em 1828, os revolucionários vitoriosos conseguiram estabelecer a República Oriental do Uruguai. Colocando a nação derrotada e afundada em dívidas, a autoridade de Dom Pedro I foi criticada por jornais e personalidades políticas que questionavam sua autoridade frente ao trono brasileiro.




Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Século XVI a XIX - Guerras - Brasil Escola

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8153 - GUERRA DA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 9 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Home Guerra Da Cisplatina Voltar GUERRA DA CISPLATINA

(1825 - 1829)
A Guerra da Cisplatina ou Campanha da Cisplatina foi um conflito ocorrido entre Brasil e Argentina no período de 1825 a 1828 pela posse da atual República Oriental do Uruguai.

Antecedentes
O termo cisplatina indica a região denominada Banda Oriental do Rio da Prata, que hoje constitui o Uruguai, e que desde os tempos do Tratado de Madri, vinha sendo disputada, primeiramente, por espanhois e portugueses, e depois, por argentinos e brasileiros.

Território argentino até 1821, ele é incorporado ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves por Dom João VI com o nome de Província Cisplatina. A anexação é justificada pelos direitos hereditários que sua esposa, a Princesa Carlota Joaquina, teria sob a região. Após a conquista do território em 1816 pelo general português Carlos Frederico Lecor, comandante dos Voluntários do Principe Regente, é desenvolvida uma inteligente política de ocupação, com as Escolas Mútuas do Método Lancaster e o apoio das elites Orientais. Localizado na entrada do estuário do Rio da Prata, a Banda Oriental é estratégica, já que quem a controla tem grande domínio sobre a navegação em todo o rio.

O Conflito
Com pretenções de anexar a Banda Oriental ou Cisplatina (antigos nomes do Uruguai) a Confederação das Províncias Unidas do Prata, a Confederação Argentina incentiva os patriotas uruguaios, liderados por Juan Antonio Lavalleja por meio de apoio político e suprimentos a se levantarem contra a dominação brasileira na região.


Os trinta e três patrícios do caudilho uruguaio Lavalleja desembarcaram

em Agraciada e proclamaram a independência da CisplatinaO conflito se originou em 1825, quando líderes separatistas uruguaios, como Fructuoso Rivera e Lavalleja, proclamaram a independência da região. Lavalleja desembarcou na Cisplatina com sua tropa e com o apoio da população declarou a incorporação da Banda Oriental do Uruguai às Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina. A resposta do governo imperial do Brasil foi a declaração de guerra à Argentina.

Um exército argentino atravessou o rio da Prata, fazendo sua base em Durazno, e o movimento iniciou-se com a invasão do território brasileiro pelo general Carlos María de Alvear (1826). O visconde de Barbacena, comandando as tropas imperiais, chocou-se com os argentinos na batalha de Ituzaingó.

O imperador Dom Pedro I envia esquadra naval para bloquear o estuário do rio da Prata, assim como os portos de Buenos Aires. A Argentina revida, atacando o litoral gaúcho. Contudo, a pressão naval brasileira consegue, com o tempo, estrangular o comércio argentino.

Dom Pedro I inicia a ofensiva terrestre a partir do final de 1826, por meio da reunião de tropas no sul do Brasil. Suas tropas são formadas, em sua maioria, por voluntários e por algumas unidades de mercenários europeus.

A dificuldade de D. Pedro I em reunir forças para o combate se deve em grande parte ao fato de seu governo estar enfrentando na mesma época várias rebeliões populares e levantes militares nas províncias do recém-independente Brasil (inclusive na capital Rio de Janeiro )

A falta de tropas atrasa em muito a capacidade de responder ao apoio de Buenos Aires ao levante no sul (por volta de 1826 o apoio argentino não é mais somente político e logístico, já há convocação de tropas para lutar contra o império).

A guerra é marcada por diversos pequenos encontros e escaramuças de grupos armados de ambos os lados. estes encontros em nada contribuíram para o impasse político e militar.

Somente as batalhas de Sarandi e Passo do Rosário foram encontros militares de maior vulto. Em ambos, o exército imperial foi derrotado. Contudo, graças a falta de recursos humanos e logísticos de Argentina e Uruguai para explorarem estas vitórias, elas foram de pouco proveito.

Embarque, no Rio de Janeiro, de tropas com destino à Província Cisplatina:esforço inaudito para manter-se às margens do Prata.A guerra prosseguiu, por terra e mar, com vantagem para as forças imperiais, que derrotaram as forças republicanas na batalha decisiva de Monte Santiago (1827).

Na primeira metade do ano seguinte, dado o impasse em terra, o bloqueio naval brasileiro, os altos custos para os belingerantes da continuação da guerra, a pressão britânica para que um acordo fosse firmado, além da precariedade militar e política dos países beligerantes, , a paz começou a ser negociada, com a mediação da França e da Grã-Bretanha. O Império do Brasil e a República das Províncias Unidas do Rio da Prata, por uma convenção preliminar de paz, assinada no Rio de Janeiro, renunciaram às suas conquistas e reconheceram como Estado independente a Banda Oriental do Uruguai, que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.

A Derrota
A perda da Cisplatina foi mais um motivo para o crescimento da insatisfação com o governo de Dom Pedro I. Na realidade, a guerra era impopular desde o início, pois para muitos brasileiros representava aumento de impostos para o financiamento de mais uma guerra.

Quando o Brasil assinou o acordo pela independência da região, muitos utilizaram isto como argumento para tornar ainda mais impopular o governo, alegando que o imperador havia depauperado os cofres públicos e sacrificado a população por uma causa perdida. Entretanto, a Guerra da Cisplatina não foi o motivo da abdicação do imperador em 1831. Ela se insere dentro de outros que concorreram para sua queda; entre eles, sem dúvida, seu estilo centralizador de governar foi o principal.

Fonte: pt.wikipedia.org
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8152 - GUERRA DSA CISPLATINA
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(1825 - 1829)
A Guerra da Cisplatina ou Campanha da Cisplatina foi um conflito ocorrido entre Brasil e Argentina no período de 1825 a 1828 pela posse da atual República Oriental do Uruguai.

Antecedentes
O termo cisplatina indica a região denominada Banda Oriental do Rio da Prata, que hoje constitui o Uruguai, e que desde os tempos do Tratado de Madri, vinha sendo disputada, primeiramente, por espanhois e portugueses, e depois, por argentinos e brasileiros.

Território argentino até 1821, ele é incorporado ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves por Dom João VI com o nome de Província Cisplatina. A anexação é justificada pelos direitos hereditários que sua esposa, a Princesa Carlota Joaquina, teria sob a região. Após a conquista do território em 1816 pelo general português Carlos Frederico Lecor, comandante dos Voluntários do Principe Regente, é desenvolvida uma inteligente política de ocupação, com as Escolas Mútuas do Método Lancaster e o apoio das elites Orientais. Localizado na entrada do estuário do Rio da Prata, a Banda Oriental é estratégica, já que quem a controla tem grande domínio sobre a navegação em todo o rio.

O Conflito
Com pretenções de anexar a Banda Oriental ou Cisplatina (antigos nomes do Uruguai) a Confederação das Províncias Unidas do Prata, a Confederação Argentina incentiva os patriotas uruguaios, liderados por Juan Antonio Lavalleja por meio de apoio político e suprimentos a se levantarem contra a dominação brasileira na região.


Os trinta e três patrícios do caudilho uruguaio Lavalleja desembarcaram

em Agraciada e proclamaram a independência da CisplatinaO conflito se originou em 1825, quando líderes separatistas uruguaios, como Fructuoso Rivera e Lavalleja, proclamaram a independência da região. Lavalleja desembarcou na Cisplatina com sua tropa e com o apoio da população declarou a incorporação da Banda Oriental do Uruguai às Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina. A resposta do governo imperial do Brasil foi a declaração de guerra à Argentina.

Um exército argentino atravessou o rio da Prata, fazendo sua base em Durazno, e o movimento iniciou-se com a invasão do território brasileiro pelo general Carlos María de Alvear (1826). O visconde de Barbacena, comandando as tropas imperiais, chocou-se com os argentinos na batalha de Ituzaingó.

O imperador Dom Pedro I envia esquadra naval para bloquear o estuário do rio da Prata, assim como os portos de Buenos Aires. A Argentina revida, atacando o litoral gaúcho. Contudo, a pressão naval brasileira consegue, com o tempo, estrangular o comércio argentino.

Dom Pedro I inicia a ofensiva terrestre a partir do final de 1826, por meio da reunião de tropas no sul do Brasil. Suas tropas são formadas, em sua maioria, por voluntários e por algumas unidades de mercenários europeus.

A dificuldade de D. Pedro I em reunir forças para o combate se deve em grande parte ao fato de seu governo estar enfrentando na mesma época várias rebeliões populares e levantes militares nas províncias do recém-independente Brasil (inclusive na capital Rio de Janeiro )

A falta de tropas atrasa em muito a capacidade de responder ao apoio de Buenos Aires ao levante no sul (por volta de 1826 o apoio argentino não é mais somente político e logístico, já há convocação de tropas para lutar contra o império).

A guerra é marcada por diversos pequenos encontros e escaramuças de grupos armados de ambos os lados. estes encontros em nada contribuíram para o impasse político e militar.

Somente as batalhas de Sarandi e Passo do Rosário foram encontros militares de maior vulto. Em ambos, o exército imperial foi derrotado. Contudo, graças a falta de recursos humanos e logísticos de Argentina e Uruguai para explorarem estas vitórias, elas foram de pouco proveito.


Embarque, no Rio de Janeiro, de tropas com destino à Província
Cisplatina:
esforço inaudito para manter-se às margens do Prata.A guerra prosseguiu, por terra e mar, com vantagem para as forças imperiais, que derrotaram as forças republicanas na batalha decisiva de Monte Santiago (1827).

Na primeira metade do ano seguinte, dado o impasse em terra, o bloqueio naval brasileiro, os altos custos para os belingerantes da continuação da guerra, a pressão britânica para que um acordo fosse firmado, além da precariedade militar e política dos países beligerantes, , a paz começou a ser negociada, com a mediação da França e da Grã-Bretanha. O Império do Brasil e a República das Províncias Unidas do Rio da Prata, por uma convenção preliminar de paz, assinada no Rio de Janeiro, renunciaram às suas conquistas e reconheceram como Estado independente a Banda Oriental do Uruguai, que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.

A Derrota
A perda da Cisplatina foi mais um motivo para o crescimento da insatisfação com o governo de Dom Pedro I. Na realidade, a guerra era impopular desde o início, pois para muitos brasileiros representava aumento de impostos para o financiamento de mais uma guerra.

Quando o Brasil assinou o acordo pela independência da região, muitos utilizaram isto como argumento para tornar ainda mais impopular o governo, alegando que o imperador havia depauperado os cofres públicos e sacrificado a população por uma causa perdida. Entretanto, a Guerra da Cisplatina não foi o motivo da abdicação do imperador em 1831. Ela se insere dentro de outros que concorreram para sua queda; entre eles, sem dúvida, seu estilo centralizador de governar foi o principal.

Fonte: pt.wikipedia.org
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Religiões no Brasil: Umbanda
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Revolta dos Beckman: 1684
Revolta de Vila Rica: 1720
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8151 - GUERRA DA CISPLATINA
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A Guerra da Cisplatina foi um conflito que ocorreu de 1825 até 1828, envolvendo os países Brasil e Argentina.
O motivo desta batalha era pelo domínio da Província de Cisplatina, atual Uruguai, uma região que sempre foi cobiçada pelos portugueses e espanhóis.

No ano de 1680, Portugal fundou a região Colônia do Sacramento, que foi o primeiro nome dado á região de Cisplatina. Em 1777, o território passou a ser posse da Espanha.

Em 1816, a coroa Portuguesa, que estava no Brasil, ocupou novamente a região, nomeando-a como Província da Cisplatina.

No ano de 1825, um novo movimento surge em prol da libertação da província. Mas os moradores de Cisplatina se recusam a fazer parte do Brasil, e João Antonio Lavalleja, organiza um movimento para declarar independência da região. A Argentina por interesse no território da Cisplatina, ajuda no movimento, ofertando, força política, armas, alimentos, etc. O Brasil se revoltou declarando guerra à Argentina e ao revoltosos da região de Cisplatina.

Foram muitos conflitos entre os combatentes, e com tudo isso muito dinheiro público foi gasto, desequilibrando a economia brasileira. E além de tudo, o Brasil foi vencido na batalha.

No ano de 1828, sob interferência da Inglaterra, foi firmado um acordo entre Brasil e Argentina, que foi marcado pela independência da Província da Cisplatina seria independente.

Com isso, a situação do Brasil se complicou mais, e os brasileiros ficaram mais insatisfeitos com o governo.


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8150 - GUERRA da cisplatina
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 17 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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Guerra da Cisplatina
Por Lidiane Duarte

A Guerra da Cisplatina ocorreu de 1825 a 1828, entre Brasil e Argentina, pela posse da Província de Cisplatina, atual Uruguai. Localizada numa área estratégica, a região sempre foi disputada pela Coroa Portuguesa e Espanhola.

Portugal foi o fundador da Colônia do Sacramento (primeiro nome dado à Cisplatina), em 1680. Mas o território passou a pertencer à Espanha em 1777, sendo então colonizado nos moldes espanhóis.

Na época em que a coroa Portuguesa se transferiu para o Brasil, Dom João VI incorporou novamente a região. Em 1816, por razões políticas e econômicas, ele enviou tropas a Montevidéu, ocupando o território e nomeando-o como Província da Cisplatina.

Movimento de independência

No Reinado de Dom Pedro I, em 1825, surgiu um movimento de libertação da província. Os habitantes da Cisplatina não aceitavam pertencer ao Brasil, pois tinham idiomas e costumes diferentes. Liderados por João Antonio Lavalleja, eles se organizaram para declarar a independência da região.

A Argentina apoiou o movimento, oferecendo força política e suprimentos (alimentos, armas, etc). Porém, na realidade, os argentinos pretendiam anexar a Cisplatina, logo que esta se libertasse do Brasil.

Reagindo à revolta, o governo brasileiro declarou guerra à Argentina e aos colonos descontentes. Ocorreram vários combates, que obrigaram Dom Pedro I a gastar muito dinheiro público.

Guerra impopular

Os brasileiros não apoiaram este conflito, pois sabiam que o governo aumentaria os impostos para financiar a guerra. Este episódio desgastou ainda mais a imagem de Dom Pedro I.

Este dinheiro gasto nos combates desequilibrou a economia brasileira, já desfalcada com o valor gasto para o reconhecimento da independência do país. Se o Brasil ainda saísse vitorioso, valeria a pena todo investimento. Mas isto não aconteceu.

A Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região, atuou como mediadora. Em 1828, propôs um acordo entre Brasil e Argentina, o qual estabeleceu que a Província da Cisplatina não pertenceria a nem dos dois, mas seria independente. Nascia aí a República Oriental do Uruguai.

O desfecho desfavorável ao Brasil agravou a crise política no país. A perda da província foi um motivo a mais para a insatisfação dos brasileiros com o Imperador, que acabou renunciado em 1831.




Data de publicação: 18/10/2007
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8149 - GUERRA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 19 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Guerra do Uruguai
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Conflitos na História do Brasil
- Império -
Primeiro Reinado
Guerra da Independência: 1822-1823
Independência da Bahia: 1821-1823
Confederação do Equador: 1824
Guerra contra as Províncias Unidas: 1825-1828
Revolta dos Mercenários: 1828
Período Regencial
Federação do Guanais: 1832
Revolta dos Malês: 1835
Cabanagem: 1835-1840
Farroupilha: 1835-1845
Sabinada: 1837-1838
Balaiada: 1838-1841
Segundo Reinado
Revoltas Liberais: 1842
Revolta Praieira: 1848-1850
Guerra contra Oribe e Rosas: 1851-1852
Ronco da Abelha: 1835-1845
Questão Christie: 1863
Guerra contra Aguirre: 1864
Guerra do Paraguai: 1864-1870
Revolta dos Muckers: 1874
Revolta do Quebra-Quilos: 1874-1875

A chamada Guerra contra Aguirre, ocorrida em 1864, integra o conjunto das Questões Platinas, na História das Relações Internacionais do Brasil[1].

O conflito se inscreveu na defesa dos interesses do Império do Brasil naquela região, diante do rompimento das relações diplomáticas entre a Argentina e o Uruguai, naquele ano.

Índice [esconder]
1 História
1.1 Antecedentes
1.2 A intervenção militar
1.3 Consequências
2 Notas
3 Bibliografia
4 Ver também


[editar] História
[editar] Antecedentes
O retorno da agitação política no Uruguai refletiu-se de forma negativa junto aos estancieiros brasileiros na fronteira de então Província do Rio Grande do Sul, que passaram a ter as suas propriedades invadidas e o seu gado furtado durante operações de assalto, popularmente conhecidas como "Califórnias". Os brasileiros com propriedades estabelecidas naquele país, estimados em 40 mil pessoas, também passaram a ser alvo de perseguições e violência.

O governo imperial brasileiro tentou intervir diplomaticamente junto ao presidente uruguaio, Atanasio Cruz Aguirre, do Partido Blanco, mas sem efeito. Foi então formulado um ultimato a Aguirre, que não foi aceito. O Uruguai pretendia anular o Tratado de Limites de 1852, posição que abandonou diante da disposição brasileira em ocupar militarmente o território entre Quaraí e Arapeí.

[editar] A intervenção militar
Embora os efetivos militares nas linhas de fronteira tudo fizessem para evitar que as disputas no Uruguai se refletissem no Rio Grande do Sul, o general uruguaio Venâncio Flores, do Partido Colorado, que disputava o poder, não conseguiu evitar que a violência atingisse o território brasileiro. Solicitou, desse modo, o apoio do Império, sob a forma de um empréstimo financeiro e a presença, em Montevidéu, de uma divisão do Exército Brasileiro.

Organizou-se, assim, uma Divisão de Observação, transformada em seguida em Divisão Auxiliadora, integrada por um efetivo de quatro mil homens, sob o comando do brigadeiro Francisco Félix Pereira Pinto. Transpondo a fronteira em Março de 1864, atingiu a localidade de Bella Unión em Junho, onde estabeleceu quartel.

Ao mesmo tempo, o Almirante Tamandaré e as forças brasileiras na fronteira receberam ordens de procederem a represálias e adotarem as medidas convenientes para proteger os interesses dos brasileiros na região.

Com estas medidas, ganhou-se tempo para que se coordenasse uma operação de invasão do Uruguai, iniciada a 16 de Outubro, por um efetivo de seis mil homens sob o comando do General João Propício Menna Barreto. Este efetivo marchou sobre Melo, dividido em duas divisões de Infantaria. Alcançado esse objetivo, as tropas brasileiras avançaram sobre Paysandú, sitiada por um mês, enquanto as forças brasileiras ali se concentravam.

Enquanto isso, com o apoio da Armada Imperial, as forças uruguaias sob o comando de Venâncio Flores sitiaram a vila de Salto no rio Uruguai, que veio a capitular, sem resistência, a 28 de Novembro desse mesmo ano.

Finalmente, às 9 horas da manhã de 31 de Dezembro de 1864, as tropas brasileiras (com as do Brigadeiro Antônio de Sampaio e as de Carlos Resin justapostas), com o apoio naval da esquadra brasileira, sob o comando de Tamandaré, lançaram o ataque final a Paysandú. As tropas brasileiras atacaram frontalmente e pelo flanco direito, e as do general Flores pelo esquerdo. A resistência de Paysandú foi denodada e pertinaz, tendo durado todo o dia e entrado pela noite. Na manhã de 1 de Janeiro de 1865 a povoação capitulou, tendo o seu comandante Leandro Gomes sido aprisionado, vindo a ser morto por seus compatriotas, em contradição às normas de conduta da guerra.

Conquistada Paysandú, as tropas imperiais brasileiras receberam ordens de marchar sobre a capital, Montevidéu.

Desesperado, Aguirre queimou públicamente os tratados assinados com o Brasil, e ordenou o ataque e conquista da cidade brasileira de Jaguarão, entre 27 e 28 de janeiro. Desse modo, uma força de mil e quinhentos uruguaios dividiu-se em dois Corpos, um sob o comando do General Basílio Muñoz e outra sob o do Coronel Timoteo Aparicio (Aparecido), vindo a enfrentar o efetivo brasileiro sob o comando do Coronel Manoel Pereira Vargas, composto por cavalarianos e infantes da Guarda Nacional. O ataque foi sustado e repelido pelos brasileiros. Aguirre, numa manobra política, fez arrastar uma bandeira do Brasil pelas ruas de Montevidéu, afirmando ter sido a mesma apresada em Jaguarão; de nada lhe serviu, entretanto, esse estratagema. As tropas brasileiras, passando por Colônia do Sacramento, impuseram sítio à capital, Montevidéu, no dia 2 de fevereiro. Desse modo, a 15 desse mês, Aguirre foi deposto, constituindo-se um Governo Provisório dirigido pelo general Venâncio Flores. Este declarou nulos os atos contra o Brasil, desagravou a nossa bandeira, içando-a no Forte de São José e saudando-a com uma salva de 21 tiros, respondida, ao mesmo tempo, pela Corveta Bahiana, com a bandeira uruguaia içada no mastro grande.

Finalmente, a 20 de fevereiro de 1865, assinou-se a Convenção de Paz com a presença do Visconde do Rio Branco e do novo Presidente do Senado uruguaio, Tomás Villalba. Por ela, as propriedades confiscadas aos súditos brasileiros no Uruguai eram devolvidas.

[editar] Consequências
O governante do Paraguai, Francisco Solano López, pretendendo defender os interesses do partido Blanco do Uruguai neste conflito, terminou por precipitar a eclosão da Guerra da Tríplice Aliança.

Notas
↑ Foi o terceiro de quatro conflitos armados internacionais em que o Império do Brasil lutou pela supremacia sul-americana: o primeiro foi a Guerra da Cisplatina, o segundo a Guerra do Prata, e o último a Guerra do Paraguai.
[editar] Bibliografia
DONATO, Hernâni. Dicionário das Batalhas Brasileiras. São Paulo: Editora Ibrasa, 1987.
[editar] Ver também
Forte Sebastopol
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8148 - REVOLTA DA CHIBATA
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8147 - REVOLTA DA CHIBATA
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( 1910 )
Nos livros didáticos de história aprendemos que essa revolta — muito conhecida pelo título de Revolta da Chibata — foi uma luta contra o uso de castigos corporais em marinheiros indisciplinados. Com certeza ela o foi; mas não a única... Ora, se havia castigos corporais antes de 1910, por que, então, os marinheiros não se revoltaram anteriormente? Eles aceitaram o castigo corporal sem reclamar até 1910? Estas perguntas são ótimas, e será a partir delas que vou te ajudar a questionar o livro didático de história que você carrega embaixo do braço.

O castigo corporal nas Forças Armadas é mais antigo do que você possa imaginar. Para não irmos longe demais, eu e você recuaremos mais ou menos duzentos anos para depois chegarmos ao ano de 1910. As leis que regulavam a punição em marinheiros se baseavam num código português chamado Artigos de Guerra, que foi adotado pelos oficiais na Marinha de Guerra logo após a independência do Brasil. Essas leis permitiam o uso da chibata, da golilha, da palmatória e outros castigos corporais semelhantes. Vários documentos do século XIX que investiguei mostraram marinheiros sendo castigados com 25, 100, 200, 500 chibatadas!!!

Como você pode notar, não foi somente em 1910 que os marinheiros começaram a ser castigados, isso era coisa muito antiga. E sabe qual foi maior surpresa que tive? Até 1893 eu não encontrei nenhuma revolta de marinheiros reivindicando o fim dos castigos corporais. Ora, então quando e o que havia acontecido para que marinheiros começassem a repudiar tal punição? Vamos por partes. Em primeiro lugar temos que entender as pessoas em seu tempo e espaço. Por exemplo, se você tivesse nascido no Brasil, em 1850, se acostumaria a ver escravos, castigos corporais em praça pública, e nem diria que aquilo era desumano. Possivelmente, você juntaria algum dinheiro e compraria um.

Pois bem, no século XIX, era sabido por todos que as Forças Armadas usavam o castigo corporal para punir marinheiros e soldados indisciplinados. A repulsa da população masculina ao castigo corporal era tão grande que os oficiais tinham de recrutar homens à força a fim de a Marinha não ficar entregue às moscas. Mas se o indivíduo fosse recrutado, ele teria de ser disciplinado e não entrar em nenhuma encrenca para evitar o castigo. Os marinheiros com certeza não gostavam da ameaça do castigo, mas se isso finalmente ocorresse eles não se rebelariam. A punição através do castigo físico era visto como um método corriqueiro de correção. Foi somente ao longo do século XIX que a privação da liberdade foi tomando o lugar da punição através dos castigos corporais. O que não poderia haver era oficiais excedendo nos castigos, ou seja, bater além do que era devido. Se isso ocorresse o castigo teria sido injusto, excessivo, bárbaro.

A Guerra do Paraguai foi uma das razões para se pensar no fim dos castigos corporais em militares. Afinal, como bater em soldados e marinheiros que haviam sido vitoriosos, verdadeiros “heróis” nos campos de batalha? Por outro lado, nas últimas décadas do século XIX, a escravidão começou a ser cada vez mais combatida por abolicionistas e pelos próprios cativos e cativas. Várias leis foram criadas para terminar com a escravidão, entre elas a de 1887 que proibia o castigo corporal em escravos. Ora, então como permanecer castigando fisicamente marinheiros que eram homens livres? Além disso, em 1888, os marinheiros mostraram nas ruas do Rio de Janeiro que eram bons de briga: fizeram do centro da cidade um campo de batalha lutando contra a truculenta força policial, para resolver rixas antigas entre os dois grupamentos. A pancadaria foi tão grande que a princesa Isabel, filha do imperador D. Pedro II, saiu de Petrópolis onde estava e demitiu o Barão do Cotegipe (1815-1889), principal opositor à lei que iria abolir a escravidão. Em suma, um dia após a proclamação da República, no dia 16 de novembro de 1889, o Ministro da Marinha decidiu extinguir os castigos corporais em marinheiros.

Porém, seis meses após o fim dos castigos, os oficiais começaram a cobrar novas leis para castigar marinheiros. O ministro então decidiu retomar o castigo físico, só que de forma mais pesada. Agora, o marinheiro indisciplinado passava por um verdadeiro método de expiação comandado por oficiais: além do castigo de chibata ele teria rebaixamento de salário e de posto, prisão, humilhações na caserna, etc. Tudo isso estava previsto no Decreto n. 328, de 12 de abril de 1890, que criou a “Companhia Correcional”; o instrumento legal no qual estavam todas as regras desse método de expiação.

Logo após essa lei começaram as revoltas de marinheiros. A primeira grande revolta ocorreu em 1893, na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e outras aconteceram no Rio de Janeiro e em Mato Grosso. No entanto, estas revoltas só reivindicavam o fim dos castigos ou a troca do oficial que gostava de bater demais e, não, o fim das leis que permitiam o uso de castigos físicos. Como se pode notar há uma grande diferença aí: no primeiro caso, a solução da revolta era local, ali no navio ou quartel. No segundo caso, não: reivindica-se o fim da lei que permitia o castigo corporal em toda a Marinha. E é justamente o segundo caso que se aplica à revolta dos marinheiros de 1910.

E não era uma revolta qualquer: foi um movimento organizado; empreendido por marinheiros mormente negros; que exigiu mudanças na legislação penal e disciplinar da Marinha de Guerra e melhores condições de trabalho; revelou um mal-estar republicano; e alcançou grande repercussão nacional e internacional ao ameaçar de bombardeio a capital federal da República.

Foi na noite de 22 de novembro de 1910, que os encouraçados Minas Gerais, São Paulo e Deodoro, e o scout Bahia, ficaram sob o comando dos marinheiros, que gritavam “viva a liberdade”. Durante três dias a população da cidade do Rio de Janeiro viveu o pânico de ter suas casas destruídas pelos tiros dos incríveis canhões de longo alcance, apontados contra a capital.

Na primeira mensagem enviada ao governo, os amotinados exigiam a exclusão dos oficiais “incompetentes”, a reforma do código penal e disciplinar da Armada (a fim de extinguir os castigos corporais), o aumento dos vencimentos, educação para os marinheiros “incompetentes” e uma nova “tabela de serviços” para todos os marinheiros. Estas reivindicações objetivavam mudanças profundas na Marinha de Guerra, e não somente pequenas modificações locais como as revoltas anteriores haviam exigido. Por isso, a revolta de 1910 foi muito mais importante, pois revela uma mudança na consciência desses marinheiros, que não fora alcançada pelos que se revoltaram anteriormente.

Os amotinados demonstraram ainda uma insatisfação com a República. No decorrer das duas primeiras décadas do novo regime, os sucessivos governos não haviam sido capazes de tratá-los como “cidadãos fardados” e “republicanos” e, por isso, não suportavam mais “a escravidão na Marinha Brasileira”, exigindo, assim, “os direitos sagrados que as leis da República nos faculta”. Assim sendo, segundo eles, haviam resolvido romper “o negro véu, que [os] cobria aos olhos do patriótico e enganado povo”.

Devido às “justas” reivindicações e ao poder mesmo a que chegaram através dos canhões, os marinheiros foram anistiados com a promessa de que suas reivindicações seriam ouvidas. Porém, no início de dezembro do mesmo ano, o Batalhão Naval se amotinou, sendo que, nesse caso, não houve negociação nem anistia. A ilha das Cobras, onde estava situado o Batalhão Naval, foi brutalmente bombardeada pelas forças do Exército e da própria Marinha. Os amotinados de novembro não tomaram parte nos combates e continuaram em seus navios. O governo de Hermes da Fonseca (1910-1914) porém, decretou o estado de sítio e puniu brutalmente os amotinados de novembro e de dezembro com deportações para o Acre, assassinatos e torturas. Ou seja, os que foram anistiados em novembro, mesmo sem tomar parte da revolta de dezembro, foram considerados como envolvidos e punidos como tal.

Fonte: www.arquivo.ael.ifch.unicamp.br

REVOLTA DA CHIBATA
( 1910 )
Depoimento de João Cândido ao jornalista Edmar Morel: "Pensamos no dia 15 de novembro. Acontece que caiu forte temporal sobre a parada militar e o desfile naval. A marujada ficou cansada e muitos rapazes tiveram permissão para ir à terra. Ficou combinado, então, que a revolta seria entre 24 e 25. Mas o castigo de 250 chibatadas no Marcelino Rodrigues precipitou tudo. O Comitê Geral resolveu, por unanimidade, deflagrar o movimento no dia 22. O sinal seria a chamada da corneta das 22 horas. O "Minas Gerais", por ser muito grande, tinha todos os toques de comando repetidos na proa e popa. Naquela noite o clarim não pediria silêncio e sim combate. Cada um assumiu o seu posto e os oficiais de há muito já estavam presos em seus camarotes. Não houve afobação. Cada canhão ficou guarnecido por cinco marujos, com ordem de atirar para matar contra todo aquele que tentasse impedir o levante. Às 22h 50m, quando cessou a luta no convés, mandei disparar um tiro de canhão, sinal combinado para chamar à fala os navios comprometidos. Quem primeiro respondeu foi o "São Paulo", seguido do "Bahia". O "Deodoro", a princípio, ficou mudo. Ordenei que todos os holofotes iluminassem o Arsenal da Marinha, as praias e as fortalezas. Expedi um rádio para o Catete, informando que a Esquadra estava levantada para acabar com os castigos corporais". Edmar Morel. A Revolta da Chibata

Ultimato enviado pelos rebeldes a Hermes da Fonseca, presidente da República: "Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha Brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá, e até então não nos chegou, rompemos o negro véu, que nos cobria aos olhos do patriótico e enganado povo. Achando-se todos os navios em nosso poder, tendo a seu bordo prisioneiros todos os oficiais, os quais tem sido os causadores da Marinha Brasileira não ser grandiosa, porque durante vinte anos de República ainda não foi bastante para tratar-nos como cidadãos fardados em defesa da Pátria, mandamos esta honrada mensagem para que V. Excia. faça aos Marinheiros Brasileiros possuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos facilita, acabando com a desordem e nos dando outros gozos que venham engrandecer a Marinha Brasileira; bem assim como: retirar os oficiais incompetentes e indignos de servir a Nação Brasileira. Reformar o Código Imoral e Vergonhoso que nos rege, a fim de que desapareça a chibata, o bolo, e outros castigos semelhantes; aumentar o nosso soldo pelos últimos planos do ilustre Senador José Carlos de Carvalho, educar os marinheiros que não têm competência para vestir a orgulhosa farda, mandar pôr em vigor a tabela de serviço diário que a acompanha. Tem V. Excia o prazo de doze (12) horas, para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a pátria aniquilada. Bordo do Encouraçado "São Paulo" em 22 de novembro de 1910. Nota - não poderá ser interrompida a ida e a volta do mensageiro. [assinado] Marinheiros" Edmar Morel. A Revolta da Chibata [respeitada a grafia original].

Oswald de Andrade descreve a rebelião dos marinheiros e fala sobre seu desfecho: "Acordei em meio duma maravilhosa aurora de verão. A baía esplendia com seus morros e enseadas. Seriam talvez quatro horas da manhã. E vi imediatamente na baía, frente a mim, navios de guerra, todos de aço, que se dirigiam em fila para a saída do porto. Reconheci o encouraçado Minas Gerais que abria a marcha. Seguiam-no o São Paulo e mais outro. E todos ostentavam, numa verga do mastro dianteiro, uma pequenina bandeira triangular vermelha. Eu estava diante da revolução. Seria toda revolução uma aurora? [...] de repente vi acender-se um ponto no costado do Minas e um estrondo ecoou perto de mim, acordando a cidade. Novo ponto de fogo, novo estrondo. Um estilhaço de granada bateu perto, num poste da Light. [...] Era terrível o segundo que mediava entre o ponto aceso no canhão e o estrondo do disparo. Meus olhos faziam linha reta com a boca-de-fogo que atirava. Naquele minuto-século, esperava me ver soterrado, pois parecia ser eu a própria mira do bombardeio. [...] Era contra a chibata e a carne podre que se levantavam os soldados do mar. O seu chefe, o negro João Cândido, imediatamente guindado ao posto de almirante, tinha se revelado um hábil condutor de navios. Quando mais tarde assisti à exibição do filme soviético Encouraçado Potemkim, vi como se ligavam às mesmas reivindicações os marujos russos e brasileiros. [...] A revolta de 1910 teve o mais infame dos desfechos. Foi solenemente votada pelo Congresso a anistia aos rebeldes, mas uma vez entregues e presos, foram eles quase todos massacrados e mortos. Escapou o Almirante João Cândido e quando, na década de 30, o jornalista Aporelli [Aparício Torelli, o Barão de Itararé] tentou publicar uma crônica do feito foi miseravelmente assaltado por oficiais da nossa Marinha de Guerra que o deixaram nu e surrado numa rua de Copacabana." Oswald de Andrade. Um homem sem profissão - Sob as ordens de mamãe .

Fonte: www.projetomemoria.art.br

REVOLTA DA CHIBATA
( 1910 )
O recrutamento militar
Desde o período colonial, o recrutamento de soldados e marinheiros era feito de maneira particularmente violenta. Para começar, o recrutamento era forçado, arbitrário e recaía sobre pessoas de origem humilde, que não tinham como se defender. Os que dispunham de alguma fortuna compravam sua isenção do serviço militar. Além disso, os homens recrutados eram sub­metidos a constantes violências, que incluíam desde uma péssima alimentação até castigos corporais.

A rebelião
A Revolta da Chibata ocorreu na Marinha. Em comparação com o Exército, a Marinha era tradicionalmente elitizada, e a distância entre oficiais e marinheiros era muito maior do que a existente entre postos análogos no Exército. Desde meados do século XIX, o tratamento humilhante e violento na Marinha vinha sendo questionado sem nenhum resultado concreto. Com o advento da República, cuja história iniciou-se um ano após a abolição, aquela forma de tratamento que vinha do Império era insustentável. Contudo, foi necessária uma rebelião ameaçadora dos marinheiros para que a Marinha adotasse medidas disciplinares me­nos brutais.

A rebelião ocorreu em 1910. Nesse ano, o marinheiro Marcelino Rodrigues Meneses, que servia na belonave Minas Gerais, fora condena­do a 250 chibatadas. Seus companheiros - obrigados, como de costume, a assistir ao castiga - não se contiveram e, na noite de 22 de novembro, se rebelaram. Os outros três navios (São Paulo, Bahia e Deodoro) estacionados na Guanabara aderiram. O líder da revolta foi o marinheiro João Cândido.

Embora tenha sido precipitada pelo castigo de Meneses, a revolta já vinha sendo preparada havia muito tempo. Assim, os rebeldes estavam razoavelmente organizados, o que lhes permitiu dominar com rapidez os quatro navios. O co­mandante do Minas Gerais, Batista Neves, foi morto, juntamente com outros oficiais. Também houve mortes do lado dos marinheiros.

A repressão
O objetivo da revolta era simples, conforme declarou o cabo Gregório do Nascimento, que assumiu o comando do navio São Paulo: conseguir o fim do castigo corporal e melhorar a alimentação.

João Cândido enviou pelo rádio uma mensagem ao Catete, ameaçando bombardear a cidade e os navios que não haviam aderido à revolta, caso suas reivindicações não fossem imediatamente atendidas. O presidente era Hermes da Fonseca, recém-empossado.

O governo estava sem alternativas, pois os canhões estavam apontados para a cidade. As­sim, por iniciativa de Rui Barbosa, na época senador, foi proposto e aprovado um projeto que atendia aos marinheiros e lhes concedia anistia. Com isso, os revoltosos depuseram as armas e se submeteram às autoridades.

Porém as concessões do governo ficaram no papel. Os novos comandantes nomeados para os navios revoltados ordenaram a prisão de João Cândido e seus companheiros, muitos dos quais morreram numa masmorra na ilha das Cobras. Desse modo, os oficiais e o governo se vingaram dos marinheiros que ousaram revoltar-se. João Cândido, no entanto, conseguiu sobreviver a todas as atrocidades, sendo enfim absolvido em julgamento realizado em 1912. Conhecido como Almirante Negro, João Cândido faleceu em 1969.

Fonte: www.culturabrasil.pro.br

REVOLTA DA CHIBATA
( 1910 )
Mesmo depois da Lei Áurea ser assinada o tratamento para os marinheiros era de escravidão. Quando o torturador açoitava o marinheiro, amarrado e desprotegido, chegava a arrancar pedaços de sua carne.

Era uma época em que a marinha era tida como órgão disciplinador. Seus marinheiros eram homens indicados pela polícia (desocupados, malfeitores e criminosos).

Em viagem à Inglaterra (possuidora da marinha melhor organizada e aparelhada do mundo) para aprender a lidar com novas embarcações e armamentos, marinheiros brasileiros conheceram o politizado proletário inglês e revoltas que garantiram boas condições de trabalho aos tripulantes da marinha inglesa. Essa viagem fez fermentar nos brasileiros idéias de insubordinação e luta contra suas condições de trabalho.

Começaram então a surgir comentários sobre organizações de revoltas. Uma noite, depois de um ritual de açoite no navio Bahia, um bilhete foi encontrado junto à porta do camarote do comandante. Trazia a exigência de que se findassem os maus tratos à tripulação e continha uma ameaça: “Ninguém é escravo de oficiais e chega de chibata. Cuidado.” No fim a assinatura: “Mão Negra”. Era o marinheiro Francisco Dias Martins.

A revolta estava combinada, ocorreria no dia 24 ou 25 de novembro de 1910, mas a condenação de um marinheiro a 250 chibatadas, dez vezes mais que o permitido pela legislação da marinha, levou a sua antecipação para o dia 22.

Ao ser dado o sinal para o início da revolta os marinheiros se posicionaram sem afobação, cada canhão estava guarnecido por cinco marujos com ordem de atirar para matar contra todo aquele que tentasse impedir o levante.

Marinheiros enfrentaram o comandante e seus protegidos em uma luta de canos e baionetas a bordo do Minas Gerais. Terminado o combate no convés, João Cândido, líder da revolta, ordenou que se disparasse um tiro de canhão 47 milímetros como sinal de alerta aos outros navios revoltados. Os holofotes do Minas Gerais iluminaram o Rio de Janeiro. Através do rádio a revolta foi comunicada e se pediu o fim dos castigos corporais.

O governo tratou imediatamente de impor censura telegráfica entre o Rio e as demais regiões do país. As únicas notícias que circulavam eram aquelas que o próprio governo expedia.

Na manhã do dia 23, a esquadra revoltada começou a manobrar na baía de Guanabara e, buscando chamar a atenção das autoridades, disparou esparsos tiros de canhões de pequeno calibre contra o Rio e Niterói.

Durante os primeiros dias do levante, o governo não se manifestava, nem mesmo tentava qualquer reação armada, porque os efetivos governamentais prontos para o combate empatavam em número com os dos marujos rebelados que estavam no comando dos dois maiores navios de guerra brasileiros, O Minas Gerais e o São Paulo. Restou, ao governo, como solução mais sensata, fazer contato com os revoltosos e conceder a anistia.

Os revoltosos, vitoriosos, devolveram os navios de guerra. Só que a anistia não durou 2 dias. Os revoltosos foram punidos, surgiram rumores de um novo levante. No dia 4 de dezembro foram presos 22 marinheiros suspeitos de conspiração. O governo estudava a possibilidade de decretação do estado de sítio, que facilitaria o aprisionamento dos marujos do Minas Gerais, São Paulo, Deodoro e Bahia.

Em 9 de dezembro, sem motivo aparente, explode uma nova revolta, dessa vez na fortaleza da ilha das Cobras. Alguns praças, ao sinal das 22 horas, saíram gritando “liberdade!” pelo pátio. Não faziam nenhum tipo de reivindicação. Dizia-se que, na verdade, aquilo fora tramado pelo próprio governo, para justificar a declaração de estado de sítio. De todo modo, João Candido e os outros líderes de 22 de novembro não aderiram ao levante. O Batalhão Naval da ilha das cobras foi rapidamente massacrado e, não obstante a fácil vitória militar, o governo decretou estado de sítio.

No dia seguinte, no cais, João Candido é detido. Foi enfiado em uma cela com capacidade para um único preso junto com mais 18 homens e condenado a 6 dias de pão e água. 16 homens sairiam mortos. Entre os poucos sobreviventes da cela estava o líder da Revolta da Chibata, que teve sua prisão prolongada até abril de 1911 de onde saiu transferido para um hospício, para mais tarde voltar à prisão comum.

Os marujos rebelados em 1910 já cumpriam dez meses de prisão, quando lhes chegou uma notícia inesperada. A Irmandade da Igreja Nossa Senhora do Rosário, protetora dos negros, havia contratado para defende-los, no julgamento que se aproximava, três grandes advogados. Os três aceitaram a causa com uma única condição: a de que não lhes dessem nada em troca.

O julgamento durou 48 horas. A leitura da sentença final foi feita depois das 3 horas da manhã. Resultado: todos os marujos foram absolvidos por unanimidade.

Fonte: www.militantehp.hpg.ig.com.br

REVOLTA DA CHIBATA
( 1910 )
Uma das instituições na qual o comportamento escravista dos seus superiores mais se evidenciava era a marinha de Guerra do Brasil. O uso do açoite como medida disciplinar continuou sendo aplicado nos marinheiros, como no tempo em que existia o pelourinho. Todos os marinheiros, na sua esmagadora maioria negros, continuavam a ser açoitados às vistas dos companheiros, por determinação da oficialidade branca.

Os demais marujos eram obrigados a assistir à cena infamante no convéns das belonaves. Com isto, criaram-se condições de revolta no seio da marujada. Os seus membros não aceitavam mais passivamente esse tipo de castigo. Chefiados por Francisco Dias, João Cândido e outros tripulantes do Minas Gerais, navio capitânia da esquadra, organizaram-se contra a situação humilhante de que eram vítimas. Nos outros navios a marujada também se organizava: o cabo Gregório conspirava no São Paulo, e no Deodoro havia o cabo André Avelino.

Dia 22 de novembro de 1910. Final praticamente de mais um ano do início do governo do marechal Hermes da Fonseca. A informação chega até o presidente: a esquadra se sublevara. O movimento que vinha sendo articulado pelos marinheiros foi antecipado em face da indignação dos marujos contra o espancamento de mais um companheiro. O marinheiro negro Marcelino recebeu 250 chibatadas aos olhos de toda a tripulação, formada no convés do Minas Gerais. Desmaiou, mas os açoites continuaram.

Os marinheiros, tendo João Cândido como líder, resolveram sublevar-se imediatamente. Num golpe rápido, apoderaram-se dos principais navios da Marinha de Guerra brasileira e se aproximaram do Rio de Janeiro. Em seguida mandaram mensagem ao presidente da República e ao ministro da Marinha exigindo a extinção do uso da chibata.

O governo ficou estarrecido. Supôs tratar-se de um golpe político das forças inimigas. O pânico apoderou-se de grande parte da população da cidade. Muitas pessoas fugiram. Somente em um dia correram 12 composições especiais para Petrópolis, levando 3 000 pessoas. Todos os navios amotinados hastearam bandeiras vermelhas. Alguns navios fiéis ao governo ainda tentaram duelar com os revoltosos, mas foram logo silenciados. Com isto os marujos criaram um impasse institucional. De um lado a Marinha, que queria a punição dos amotinados, em conseqüência da morte de alguns oficiais da armada. Do outro lado, o governo e os políticos, que sabiam não ter forças para satisfazer essa exigência. Mesmo porque os marinheiros estavam militarmente muito mais fortes do que a Marinha de Guerra, pois comandavam, praticamente, a armada e tinham os canhões das belonaves apontados para a capital da República.

Depois de muitas reuniões políticas, nas quais entrou, entre outros, Rui Barbosa, que condenou os “abusos com os quais, na gloriosa época do abolicionismo, levantamos a indignação dos nossos compatriotas”, foi aprovado um projeto de anistia para os amotinados. Com isto, os marinheiros desceram as bandeiras vermelhas dos mastros dos seus navios. A revolta havia durado cinco dias e terminava vitoriosa. Desaparecia, assim, o uso da chibata como norma de punição disciplinar na Marinha de Guerra do Brasil.

As forças militares, não-conformadas com a solução política encontrada para a crise, apertam o cerco contra os marinheiros. João Cândido, sentindo o perigo, ainda tenta reunir o Comitê Geral da revolução, inutilmente. Procuram Rui Barbosa e Severino Vieira, que defenderam a anistia em favor deles, mas sequer são recebidos por esses dois políticos. Unem-se, agora, civis e militares para desafrontar os “brios da Marinha de Guerra” por eles atingidos. Finalmente vem um decreto pelo qual qualquer marinheiro podia ser sumariamente demitido. A anistia fora uma farsa para desarmá-los.

São acusados de conspiradores, espalham boatos de que haveria uma outra sublevação. Finalmente, afirmam que a guarnição da ilha das Cobras havia se sublevado. Pretexto para que a repressão se desencadeasse violentamente sobre os marinheiros negros. O presidente Hermes da Fonseca necessitava de um pretexto para decretar o estado de sítio, a fim de sufocar os movimentos democráticos que se organizavam. As oligarquias regionais tinham interesse em um governo forte. Os poucos sublevados daquela ilha propõem rendição incondicional, o que não é aceito. Segue-se uma verdadeira chacina. A ilha é bombardeada até ser arrasada. Estava restaurada a honra da Marinha.

João Cândido e os seus companheiros de revolta são presos incomunicáveis, e o governo e a Marinha resolvem exterminar fisicamente os marinheiros. Embarca-os no navio Satélite rumo ao Amazonas.

Os 66 marujos que se encontravam em uma masmorra do Quartel do Exército e mais 31, que se encontravam no Quartel do 1º Regimento de Infantaria, são embarcados junto com assassinos, ladrões e marginais para serem descarregados nas selvas amazônicas. Os marinheiros, porém, tinham destino diferente dos demais embarcados. Ao lado dos muitos nomes da lista entregue ao comandante do navio, havia uma cruz vermelha, feita a tinta, o que significava a sua sentença de morte. Esses marinheiros foram sendo parceladamente assassinados: fuzilados sumariamente e jogados ao mar.

João Cândido, que não embarca no Satélite, juntamente com alguns companheiros foram recolhidos a uma masmorra da ilha das Cobras, onde viviam como animais. Dos 18 recolhidos ali, 16 morreram. Uns fuzilados sem julgamento, outros em conseqüência das péssimas condições em que viviam enclausurados. João Cândido enlouqueceu, sendo internado no Hospital dos Alienados. Tuberculoso e na miséria, consegue, contudo, restabelecer-se física e psicologicamente. Perseguido constantemente, morre como vendedor no Entreposto de Peixes da cidade do Rio de Janeiro, sem patente, sem aposentadoria e até sem nome, este herói que um dia foi chamado, com mérito, de Almirante Negro.

Fonte: www.terrabrasileira.net
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8146 - REVOLTA DA CHIBATA
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Vai para Conteúdo A história do brasil que não nos contaram: Revolta da chibataPor binho em Historia em 04-06-2008 Revolta da Chibata foi um movimento de oficiais de patentes inferiores da Marinha do Brasil que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro que era na época o Distrito Federal. Na ocasião, dois mil marinheiros rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos como punição, ameaçando bombardear a cidade do Rio.



Antecedentes

Os castigos físicos, abolidos na Marinha do Brasil um dia após a Proclamação da República, foram restabelecidos no ano seguinte (1890), estando previstas:

"Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo."

Os marinheiros nacionais, quase todos negros ou mulatos comandados por oficiais brancos, em contato cotidiano com as marinhas de países mais desenvolvidos à época, não podiam deixar de notar que as mesmas não mais adotavam esse tipo de punição em suas embarcações, considerada como degradante. O uso de castigos físicos era semelhante aos maus-tratos da escravidão, abolida no país desde 1888. Paralelamente, a reforma e a renovação dos equipamentos e técnicas da Marinha do Brasil eram incompatíveis com um código disciplinar que remontava aos séculos XVIII e XIX. Essa diferença foi particularmente vivida com a estada dos marujos na Inglaterra, em 1909, de onde voltaram influenciados não só pelas lutas dos colegas britânicos mas também pela revolta dos marinheiros da Armada Imperial Russa, no Encouraçado Potemkin, ocorrida poucos anos antes, em 1905. Quando retornaram ao Brasil, o marinheiro João Cândido formou clandestinamente um Comitê Geral para organizar a revolução.


A revolta

O estopim da revolta acabou sendo a punição aplicada ao marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes do Encouraçado Minas Gerais, em trânsito para o Rio de Janeiro. Por ter ferido um cabo com uma navalha, foi punido, não com as vinte e cinco chibatadas mínimas regulamentares, e sim com duzentos e cinqüenta, na presença da tropa formada, ao som de tambores. O rigor dessa punição, considerada desumana, provocou a indignação da tripulação.

Uma semana depois, já na baía de Guanabara, na noite de 22 de novembro, os marinheiros do Minas Gerais se amotinaram, mataram quatro oficiais (entre os quais o comandante, Batista das Neves), obtendo a adesão do Encouraçado São Paulo (o segundo maior navio da Armada à época) e de mais seis embarcações menores ancoradas na baía. Foi então emitido um ultimato no qual ameaçavam abrir fogo sobre a então Capital Federal.

- "O governo tem que acabar com os castigos corporais, melhorar nossa comida e dar anistia a todos os revoltosos. Senão, a gente bombardeia a cidade, dentro de 12 horas". (carta de João Cândido, líder da revolta)

E complementava:

- "Não queremos a volta da chibata. Isso pedimos ao presidente da República e ao ministro da Marinha. Queremos a resposta já e já. Caso não a tenhamos, bombardearemos as cidades e os navios que não se revoltarem."

Surpreendido e sem capacidade de resposta, o governo, o Congresso e a Marinha divergiam quanto à resposta, pois a subversão da hierarquia militar é um dos principais crimes nas Forças Armadas. A população da então Capital, num misto de medo e curiosidade, permaneceu em estado de alerta, parte dela refugiando-se longe da costa enquanto outros se dirigiram à orla para assistir o bombardeamento ameaçado pelos marinheiros.

A Marinha esboçou um ataque aos revoltosos com dois navios menores, mas além de rechaçá-lo, estes bombardearam as instalações na ilha das Cobras.

Quatro dias mais tarde, 26 de novembro, o governo do presidente marechal Hermes da Fonseca declarou aceitar as reivindicações dos amotinados, abolindo os castigos físicos e anistiando os revoltosos que se entregassem. Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, dois dias mais tarde alguns marinheiros foram expulsos da Marinha, sob a acusação de "incoveniente à disciplina".

Em 4 de dezembro, quatro marujos foram presos, sob a acusação de conspiração. Em meio a uma forte onda de boatos, isolados e desorganizados, os fuzileiros navais sublevaram-se na ilha das Cobras (dia 9 do mesmo mês), sendo bombardeados durante todo o dia, mesmo após hastearem a bandeira branca. De seiscentos revoltosos, sobreviveram pouco mais de uma centena, detidos nos calabouços da antiga Fortaleza de São José da Ilha das Cobras. Entre esses detidos, dezoito foram recolhidos à cela n° 5, escavada na rocha viva. Ali foi atirada cal virgem, na véspera do Natal. Após vinte e quatro horas, apenas João Cândido e o soldado naval Pau de Lira sobreviveram. Cento e cinco marinheiros foram desterrados para trabalhos forçados nos seringais da Amazônia, tendo sete destes sido fuzilados nessa viagem.

Apesar de se declarar contra a manifestação, João Cândido também foi expulso da Marinha, sob a acusação de ter favorecido os rebeldes. O Almirante Negro, como foi chamado pela imprensa, um dos sobreviventes à detenção na ilha das Cobras, foi internado no Hospital dos Alienados em Abril de 1911, como louco e indigente. Ele e dez companheiros só seriam julgados e absolvidos das acusações dois anos mais tarde, em 1 de dezembro de 1912.

E a história , cantada , ficou assim :



Fonte: Wikipédia
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poxa gostei, achei de mas qualquer dia eu volto aqui valeu Gilberto Bueno da Silva em 27 de setembro as 14:43:13 »
A Revolta da Chibata é a revolta mais encantadora da República Velha na figura de João Cândido, gaúcho de Encruzilhada do Sul!!! Adalgisa Alves em 18 de setembro as 00:57:04 »
Estou maravilhada com a historia, que por acaso sera tema do meu trabalho de arte. Matraka em 09 de setembro as 13:39:59 »
Chibata Chibata neles nathalia e clara em 02 de setembro as 12:12:02 »
eu adorei a musica João Candido Oliveira Neto/sobrinho-neto em 21 de agosto as 13:19:19 »
Em nome da Família João Cândido Felisberto, radicada em Porto Alegre, agradeço a dedicação com que todos tem dispensado aos atos praticados por este Verdadeiro Herói Nacional - pois o mesmo postulou sempre e em todos os momentos, os interesses de uma Classe, de uma coletividade!
Aí se concentra o grande valor da inciativa daqueles Jovens que ombro a ombro a JC, comandaram aquele memorável levante e que "tem por Monumento as Pedras pisadas do Cais" ! Gustavviiinho em 06 de abril as 17:53:47 »
legal . eu inventei uma musica
+ ou - assim o refrãoo

chibata chibata chibatada quem tinha poder batia quem não tinha apanhava ... !
quem quiser saber mais entre em contato .
gustavinhothug@hotmail.com
valeuu fuii rayllyne maia em 31 de março as 16:05:39 »
podemos perceber q tudo q era impossivel se tornou o possivel de tudo inclusive a vida dos chibatas rayllyne maia em 31 de março as 16:02:21 »
gostei muito do video pois mostra como era a vida dos chibatas antes e a diferença do que vivemos hoje. JORGE PENHA em 23 de fevereiro as 21:51:43 »
A chibata não terminou no Brasil das impunidade politicas, aqui nos! trabalhadores pagadores de impostos continuamos sendo açoitados mas não de chicotes e sim de politicos covardes e de uma justiça fraca omissa e ate corrupita, leis feita so para populaçao pagar mas os politico roubam e não são impuni são condenado e desfilam na televisão pedindo votos para familiares e ainda samos obrigado a assistis na televisão isso não e e nunca foi um DEMOCRACIA REAL E IRRESTRITA EU VOITEI NO PLEBICITO E O PRESIDENTE QUE JA FOI UM DE NOS AGORA E UM DELES, BRASIL UM PAIS DE POUCOS POLITICOS LIMPOS E DE MUITOS + MUITOS POLITICOS LADRÃO E SEM PONIÇÃO Francisco em 13 de janeiro as 16:02:34 »
Gostei , não conhecia esta historia. eduarte em 29 de novembro as 17:01:39 »
e este e o pais que si chama brasil, que existe desendente de africanos que ate hoje vive sendo abusado descaradamente, e desendentes de portuguesese ,que abusam dos negros do brasil so que isso esta prestes para acabar,de alguma forma isso vai acabar,sobre este aconteçimento da revolta da chibata eu ja sabia nunca me disseram na escola mais meus avos falava para meu pai,passa um filme na minha cabeça, de lembrar que fizeram isso resentimente,meu corpo arrepia e meu sangue gela,quem esta brincando com esta historia tome mais atençion e melhor para todos Luís Henrique em 04 de novembro as 21:07:52 »
Achei Bom, Só queria saber por que o nome da revolta era Revolta da Chibata! maria eduarda fonseca em 21 de outubro as 20:17:01 »
Legal, não gostei muito pois tem umas coisas chatas sabe... Jorge em 17 de setembro as 17:34:02 »
A Revolta da chibata foi a mais celebre das lutas no Brasil,pois ainda vivemos sob a chibata não só na Marinha como em todos os cantos da Periferia deste imenso país,basta observar os numeros expressivos de jovens Negros assassinados ,tendo a grande disculpa covarde e esfarrapada que é briga por ponto de Trafico...(nem sempre).Vivemos um colapso Social,onde a droga para o pobre tornou-se um meio de sobrevivencia,transpondo o mercado convencional de Trabalho,não quero com isso fazer defesa deste meio expurio,mas a real da vida é ver o Grande roubo do Colarinho Branco,no Presidio encontra-se o Favelado...este procedimento é mais que chibatadas...?(Frentes de Trabalho para o Povo). roberto em 06 de setembro as 18:34:26 »
que lixo! só serve pra acirrar odios entre brasileiros. Que falta faz uma censura!! Isa ^^ em 02 de junho as 20:02:11 »
Nussa!!....eu não sabia dessa..mas eu já tinha visto essa história em outro site..ainda hoje!!hehe..mas achei muito boa essa historinha..!! paula em 07 de maio as 10:31:42 »
que massa amei a esplicação... juliane coxa em 05 de maio as 14:23:07 »
bom...na verdade falta um pouco de fotos..mais da pra ve o que foi a revolta da chibata...
agora posso faze meu trabalho ja entendi o que eu precisava..
bom...aii soh falto mais fotos..etc..
obrigada por coloka um video agora que eu vo sabe faze uj trabalho otimo
muito obrigada..
adorei tambem passa por aqui..
quando eu precisa de novo eu volto..
obrigada pelos videos e algumas imagem..
ameii... Débora tietbohl em 09 de abril as 23:05:52 »
eu achei o conteudo muito bom!!
mais tinha que ter mais coisas dos chibatas!! jorge maria de vasconcelos em 15 de fevereiro as 16:17:52 »
esse episodio macabro ,e desumano,nos tempos de hoje,em pleno seculo
21,não acontece igual,aquela epoca mais,ainda ha muitas,descriminaçõe
entre a tropa,separação entre oficiais e praças,nunca chegaremos,a poder,fazer reinvidicações salariais justas,que e dado como,insubodinação,principalmente anivel,de policias militares, lidamos com o publico,do qual paga ,o nosso salario,e não recebemos como policiais e não como militares, baixos salarios para proteger,a sociedade enão somos,protegidos e nem remunerado,dignamente, afinal o que somos policiais ou militares. Reginaldo José de Santana Júnior em 13 de fevereiro as 12:20:05 »
Para mim, João Cãndido foi um miseravão, um cara digno de todo aplauso. Queria eu poder saber o nome de cada um dos marinheiros fuzilados ou mortos sob a cal virgem. Quero demonstrar meu repúdio à atitude dos militares de alta patente que se retiraram da ou não compareceram à cerimônia de anistia aos rebeldes da Revolta da Chibata, inclusive João Cândido. Eles acham que a "hierarquia militar"(irônico) está acima da dignidade humana. É isso aí, moçada! Vamos todos romper com a ordem democrática sempre que ela se mostrar anti-democrática! llllluuuuuucccccccccccccccaaaaaaaaasssss em 29 de agosto as 12:39:36 »
foi bom mas acho que deveria ter mais imagens maysa em 18 de julho as 08:31:16 »
valeu..................encontrei o que precisava para o meu trabalho que irei apresentar na minha escola.procurava algo diferente e encontrei ;muito bom tambem video..............obrigado e ate as proximas pesquisas.............. Lisboa em 09 de junho as 11:52:48 »
Desculpe-me, brasileiro, mas para quem se julga escritor, você deveria aprender, além de física, história e matemática, um pouco mais da sua língua-mãe: o PORTUGUÊS. Falta um pouco de zelo na ortografia, na sintaxe e na semântica.
Por favor, não confunda VONTADE de ser escritor com SER escritor. Michael em 06 de junho as 17:01:08 »
Na vdd me contaram sim, mês passado na aula de história. Renata em 05 de junho as 23:27:46 »
eu estudei isso no colégio !
ME CONTARAM! TOTAL ALIEN em 05 de junho as 10:09:20 »
Essa é uma das histórias que não nos contaram, assim como o assassinato de tancredo neves e ulisses guimarães.

Zequinha Cypriano em 05 de junho as 08:57:38 »
João Bosco e Aldir Blanc fizeram esta música em homenagem ao líder da Revolta da Chibata, o que poucos sabem é que a letra foi censurada pela ditadura, fazendo com que o Aldir tivesse que mudar coisas como "Almirante Negro" para "Navegante Negro".

Mestre-Sala dos Mares
(João Bosco/Aldir Blanc)

Há muito tempo,
Nas Águas da Guanabara,
O Dragão do Mar reapareceu,
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o Navegante Negro,
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar, na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas,
Jovens polacas e por batalhões de mulatas.

Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos
Entre cantos e chibatas,
Inundando o coração
Do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro,
Gritava então:
Glória aos piratas,
Às mulatas,
Às sereias,
Glória à farofa
À cachaça,
Às baleias...
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais.

Salve o Navegante Negro,
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
João Cândido foi um exemplo, um verdadeiro herói, e merece lugar de destaque em nossa história...mas desde sempre aprendemos nos bancos escolares que heróis nacionais foram Tiradentes, Duque de Caxias e outros aproveitadores e bunda-moles... New em 04 de junho as 22:59:33 »

Adorei passear por aqui. Virei sempre que puder. Parabéns!
Abraços. Lampa em 04 de junho as 15:41:39 »
Brasileiro, mais um pouco e eu ia pensar que voce tivesse participado
da revolta da chibata, e ainda estivesse vivo, ai voce ja iria dizer que
era o espirito que anda e que se chamava Fantasma e tinha um
cachorro chamado capeta, e andava em um cavalo branco, e usava
um anel com uma caveira, e que voce ficou preso nesta ilha, e assim
se torna o espirito que anda.

Voce deve estar tomando muita cachaca estragada, misturada com
criolina, diabo verde, soda caustica e shop belco.

Fraternos Abracos. Dentark em 04 de junho as 14:41:53 »
brasileiro a tua mae e o teu pai nao tinha morrido??? diessica em 04 de junho as 14:13:13 »
nossa e pq nunca me ensinaram sobre isso na escola??

que coisa horrivel ne

um passado sujo do nosso pais Leticia em 04 de junho as 14:06:20 »
Eu estudei isso na escola Elbereth em 04 de junho as 14:03:43 »
Eu aprendi isso no colégio normal mesmo...

Poucas foram as revoltas "populares" do Brasil. Essa, mesmo não envolvendo a população em geral, também não foi uma revolução por alto, de fachada. Foi feita por quem tinha um interesse legítimo e pôde reivindicá-lo... gostaria de saber que houveram mais revoltas assim, mesmo me entristecendo com o fim dos revoltosos. Gih#) em 04 de junho as 13:07:50 »
que horror toda essa revolta... «Ant.Prox.»Login RegistroLogin Nome:

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8145 - REVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 26 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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Revolta da Chibata
Movimento defendeu mudanças na Marinha
Vitor Amorim de Angelo
Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação

João Cândido (à dir.), líder do movimento, apelidado de Almirante Negro

Na noite de 22 de novembro de 1910, dia em que o marechal Hermes da Fonseca completava sua primeira semana como presidente da República, teve início no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, a chamada Revolta da Chibata. Protagonizado por marinheiros da Armada brasileira, o movimento defendia, entre outras coisas, o fim dos castigos físicos aplicados aos graduados da Marinha, como a chibatada, por exemplo.

Os castigos, suspensos pela Armada logo após a Proclamação da República, foram retomados no ano seguinte como forma de controle e punição dos marinheiros - em sua maioria, negros e pobres. Poderiam receber chibatadas aqueles que cometessem faltas graves, como, por exemplo, o desrespeito à hierarquia militar.

Os castigos físicos, porém, contrastavam com as punições aplicadas pelas marinhas de outros países a seus graduados e, principalmente, com a fase modernizadora vivida pela Armada brasileira na época. Embora a escravidão tivesse sido abolida oficialmente mais de vinte anos antes, o uso da chibata pela oficialidade branca reproduzia, de certa forma, a mesma relação estabelecida entre os escravos e seus senhores até o final do século 19.


A eclosão do movimento
Depois de ferir um oficial a bordo do navio Minas Gerais, o marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes foi condenado a receber 250 chibatadas como castigo. O rigor da punição, aplicada sob os olhares da tropa, provocou indignação entre os graduados da Marinha. Desde o ano anterior, quando voltaram de uma missão junto à Armada inglesa, os marinheiros vinham se articulando contra os castigos físicos, tendo, inclusive, formado o Comitê Geral da revolução, liderado por João Cândido - o "Almirante negro".

Os marinheiros logo assumiram o controle do Minas Gerais, que estava em trânsito para o Rio de Janeiro, matando quatro oficiais que seguiam a bordo, incluindo o comandante do navio. Na manhã do dia 23, já no Distrito Federal, os revoltosos, que haviam conseguido o apoio de outras embarcações da Marinha brasileira, encaminharam um manifesto ao presidente da República.

Na carta, escrita no dia anterior, os marinheiros afirmavam não poder mais suportar "a escravidão dentro da Marinha", declarando-se a favor de uma reforma no "código imoral e vergonhoso que nos rege a fim de que desapareça a chibata [...] e outros castigos semelhantes". O manifesto dava ao marechal Hermes da Fonseca o prazo de 12 horas para responder às demandas dos revoltosos.

Entretanto, o desfecho do movimento só ocorreria no dia 26, quando os marinheiros entregaram os navios, depois de o presidente da República aceitar o fim dos castigos físicos e sancionar a anistia aprovada pelo Senado no dia anterior. Já no dia 27, antes mesmo de suspender o uso das chibatas, Hermes da Fonseca assinou um decreto que permitia a exclusão de marinheiros da Armada sem a necessidade de instaurar um processo legal para tanto.


O levante da ilha das Cobras
Com a aprovação do decreto, abriu-se o caminho para a expulsão de vários marinheiros que tinham participado do levante de novembro. Assim, poucos dias depois da rendição, teve início um novo levante, dessa vez, na ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Ao contrário do movimento anterior, a revolta de dezembro foi duramente combatida pela Marinha, que dizimou boa parte dos revoltosos, mesmo depois da rendição.

Dos sobreviventes, a maioria foi forçada a embarcar no navio Satélite, que seguiria em direção ao Amazonas, para trabalhar na produção da borracha. Alguns deles, contudo, nem chegaram ao destino: foram fuzilados a bordo da embarcação. Os demais revoltosos foram presos em calabouços da ilha das Cobras, sendo que, em pouco mais de um dia, apenas dois dos 18 graduados presos ali sobreviveram às condições insalubres do local - entre eles, João Cândido.

O destino do Almirante negro, porém, foi melancólico e desprovido de qualquer honra ou glória. Expulso da Marinha sob acusação de estar envolvido com o levante de dezembro, foi internado poucos meses depois como louco no Hospital dos Alienados, de onde só conseguiu sair depois de quase um ano e meio, após ser absolvido das acusações que pesavam contra ele por conta do movimento de 1910.


Muito mais que uma revolta
Embora o levante que João Cândido liderou tenha entrado para a história do Brasil como uma "revolta", o movimento de 1910 pode ser considerado um episódio bem mais profundo do que isso, especialmente pelas suas reivindicações, que não se limitavam à luta pelo fim dos castigos físicos. A ocultação da carta enviada no dia 23 de abril ao presidente Hermes da Fonseca, que veio a público tempos depois, certamente contribuiu para conformar uma versão da história que retirava da Revolta da Chibata seu caráter de luta política.

O fato de o manifesto ter sido escrito no dia anterior, por exemplo, desmonta a versão segundo a qual o movimento teria eclodido de maneira espontânea, sem nenhuma espécie de organização anterior. Pelo contrário, os marinheiros há muito tempo já vinham se articulando para lutarem por mudanças no funcionamento interno da Marinha. Prova disso foi a criação do Comitê Geral da revolução.

Por outro lado, as versões que caracterizam a Revolta da Chibata como um movimento primitivo, instintivo, não se sustentam quando questionamos a razão para o afastamento dos marinheiros envolvidos no movimento de 1910. A expulsão das principais lideranças da Revolta da Chibata demonstrou que o poder dos marinheiros estava muito além do controle dos navios. Daí porque, mesmo após a rendição, o oficialato tratou de excluí-los rapidamente dos quadros da Armada.

O movimento de 1910, portanto, foi bem mais que uma simples revolta, instintiva e espontânea. A rebelião daquela noite não questionava a República nem tampouco lutava pelo retorno da monarquia, como queriam os restauradores. Seu objetivo era instituir uma nova relação de trabalho dentro da Armada e lutar pelo reconhecimento dos pobres e negros da Marinha brasileira como cidadãos livres e dotados de direitos.


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*Vitor Amorim de Angelo é historiador, mestre e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente, é professor de história da Universidade Federal de Uberlândia.
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O que foi a Revolta da Chibata?
11 de abril de 2006

A Revolta da Chibata (João Cândido)



Uma das instituições na qual o comportamento escravista dos seus superiores mais se evidenciava era a marinha de Guerra do Brasil. O uso do açoite como medida disciplinar continuou sendo aplicado nos marinheiros, como no tempo em que existia o pelourinho. Todos os marinheiros, na sua esmagadora maioria negros, continuavam a ser açoitados às vistas dos companheiros, por determinação da oficialidade branca.
Os demais marujos eram obrigados a assistir à cena infamante no convéns das belonaves. Com isto, criaram-se condições de revolta no seio da marujada. Os seus membros não aceitavam mais passivamente esse tipo de castigo. Chefiados por Francisco Dias, João Cândido e outros tripulantes do Minas Gerais, navio capitânia da esquadra, organizaram-se contra a situação humilhante de que eram vítimas. Nos outros navios a marujada também se organizava: o cabo Gregório conspirava no São Paulo, e no Deodoro havia o cabo André Avelino.

Dia 22 de novembro de 1910. Final praticamente de mais um ano do início do governo do marechal Hermes da Fonseca. A informação chega até o presidente: a esquadra se sublevara. O movimento que vinha sendo articulado pelos marinheiros foi antecipado em face da indignação dos marujos contra o espancamento de mais um companheiro. O marinheiro negro Marcelino recebeu 250 chibatadas aos olhos de toda a tripulação, formada no convés do Minas Gerais. Desmaiou, mas os açoites continuaram.

Os marinheiros, tendo João Cândido como líder, resolveram sublevar-se imediatamente. Num golpe rápido, apoderaram-se dos principais navios da Marinha de Guerra brasileira e se aproximaram do Rio de Janeiro. Em seguida mandaram mensagem ao presidente da República e ao ministro da Marinha exigindo a extinção do uso da chibata.

O governo ficou estarrecido. Supôs tratar-se de um golpe político das forças inimigas. O pânico apoderou-se de grande parte da população da cidade. Muitas pessoas fugiram. Somente em um dia correram 12 composições especiais para Petrópolis, levando 3 000 pessoas. Todos os navios amotinados hastearam bandeiras vermelhas. Alguns navios fiéis ao governo ainda tentaram duelar com os revoltosos, mas foram logo silenciados. Com isto os marujos criaram um impasse institucional. De um lado a Marinha, que queria a punição dos amotinados, em conseqüência da morte de alguns oficiais da armada. Do outro lado, o governo e os políticos, que sabiam não ter forças para satisfazer essa exigência. Mesmo porque os marinheiros estavam militarmente muito mais fortes do que a Marinha de Guerra, pois comandavam, praticamente, a armada e tinham os canhões das belonaves apontados para a capital da República.

Depois de muitas reuniões políticas, nas quais entrou, entre outros, Rui Barbosa, que condenou os “abusos com os quais, na gloriosa época do abolicionismo, levantamos a indignação dos nossos compatriotas”, foi aprovado um projeto de anistia para os amotinados. Com isto, os marinheiros desceram as bandeiras vermelhas dos mastros dos seus navios. A revolta havia durado cinco dias e terminava vitoriosa. Desaparecia, assim, o uso da chibata como norma de punição disciplinar na Marinha de Guerra do Brasil.

As forças militares, não-conformadas com a solução política encontrada para a crise, apertam o cerco contra os marinheiros. João Cândido, sentindo o perigo, ainda tenta reunir o Comitê Geral da revolução, inutilmente. Procuram Rui Barbosa e Severino Vieira, que defenderam a anistia em favor deles, mas sequer são recebidos por esses dois políticos. Unem-se, agora, civis e militares para desafrontar os “brios da Marinha de Guerra” por eles atingidos. Finalmente vem um decreto pelo qual qualquer marinheiro podia ser sumariamente demitido. A anistia fora uma farsa para desarmá-los.

São acusados de conspiradores, espalham boatos de que haveria uma outra sublevação. Finalmente, afirmam que a guarnição da ilha das Cobras havia se sublevado. Pretexto para que a repressão se desencadeasse violentamente sobre os marinheiros negros. O presidente Hermes da Fonseca necessitava de um pretexto para decretar o estado de sítio, a fim de sufocar os movimentos democráticos que se organizavam. As oligarquias regionais tinham interesse em um governo forte. Os poucos sublevados daquela ilha propõem rendição incondicional, o que não é aceito. Segue-se uma verdadeira chacina. A ilha é bombardeada até ser arrasada. Estava restaurada a honra da Marinha.
João Cândido e os seus companheiros de revolta são presos incomunicáveis, e o governo e a Marinha resolvem exterminar fisicamente os marinheiros. Embarca-os no navio Satélite rumo ao Amazonas.
Os 66 marujos que se encontravam em uma masmorra do Quartel do Exército e mais 31, que se encontravam no Quartel do 1º Regimento de Infantaria, são embarcados junto com assassinos, ladrões e marginais para serem descarregados nas selvas amazônicas. Os marinheiros, porém, tinham destino diferente dos demais embarcados. Ao lado dos muitos nomes da lista entregue ao comandante do navio, havia uma cruz vermelha, feita a tinta, o que significava a sua sentença de morte. Esses marinheiros foram sendo parceladamente assassinados: fuzilados sumariamente e jogados ao mar.

João Cândido, que não embarca no Satélite, juntamente com alguns companheiros foram recolhidos a uma masmorra da ilha das Cobras, onde viviam como animais. Dos 18 recolhidos ali, 16 morreram. Uns fuzilados sem julgamento, outros em conseqüência das péssimas condições em que viviam enclausurados. João Cândido enlouqueceu, sendo internado no Hospital dos Alienados. Tuberculoso e na miséria, consegue, contudo, restabelecer-se física e psicologicamente. Perseguido constantemente, morre como vendedor no Entreposto de Peixes da cidade do Rio de Janeiro, sem patente, sem aposentadoria e até sem nome, este herói que um dia foi chamado, com mérito, de Almirante Negro.





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História do Negro Brasileiro / Clóvis Moura - São Paulo: Editora Ática S.A., 1992










O Negro da Chibata
Fernando Granato
140 páginas Esgotado


O marinheiro que liderou a primeira revolta da República


O NEGRO DA CHIBATA, de Fernando Granato, narra a trajetória de João Cândido Felisberto, o Almirante Negro, que entrou para a história por liderar, em 1910, o levante armado dos marujos contra o uso de castigos físicos na Marinha brasileira. Herança militar portuguesa, os maus-tratos eram uma regra entre os navais. A Revolta da Chibata, observa o autor, é o resultado de uma consciência política até então desconhecida na classe operária do país.

Filho de ex-escravos, João Cândido entrou para a corporação em 1894, aos 14 anos — época em que as Forças Armadas aceitavam menores e a Marinha, em particular, recrutava-os junto à polícia. Este não foi o caso de João Cândido. Recomendado por um almirante, que se tornara seu protetor, logo desponta como líder e interlocutor dos marujos junto aos oficiais.

Em 1910, uma viagem de instrução à Inglaterra alicerça, entre os marinheiros brasileiros, as bases para o levante conspiratório que poria fim ao uso de castigos físicos na Marinha. Durante a viagem inaugural do Minas Gerais, João Cândido e companheiros tomam ciência do movimento pela melhoria das condições de trabalho levado a cabo pelos marinheiros britânicos entre 1903 e 1906. E, ainda, da insurreição dos russos embarcados no encouraçado Potemkin, em 1905.

De volta ao Brasil, o estalo das chibatas não cessa, e os soldos baixos — contrastando com o status de maior frota náutica do mundo, superior até mesmo à inglesa — acirra o clima de tensão entre os marujos. Até que em 22 de novembro de 1910, a lembrança das 250 chibatadas recebidas por um marinheiro, no dia anterior, deflagra o início da revolta. Durante quatro dias, marinheiros liderados por João Cândido e entrincheirados nos navios São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Deodoro — ancorados ao longo da baía da Guanabara — lançam bombas na cidade.

Finda a revolta e traídos pelo Governo, que prometera anistiar todos os revoltosos, João Cândido e companheiros acabam presos. A defesa de Evaristo de Moraes inocenta o grupo. Mas, daí para frente, o Almirante Negro passa a levar, até a morte, a fama de líder subversivo. "Nós queríamos combater os maus-tratos, a má alimentação (...) E acabar com a chibata, o caso era só este" — declarou João Cândido, em 1968, em depoimento ao Museu de Imagem e do Som.

O NEGRO DA CHIBATA ilumina, ainda, um período pouco conhecido da história do Almirante Negro, e que vai da absolvição à morte, no Rio de Janeiro, em 1969, aos 89 anos. Aponta que a fama de "perigoso" não reflete as convicções políticas de João Cândido, muito menos encontra respaldo na vida que passou a levar, após o fim da revolta — época marcada pela perseguição política, pela penúria e pelas tragédias pessoais. De marinheiro a pescador, recluso e doente, teve a polícia vigilante até mesmo em seu enterro.

No começo da década de 70, João Bosco e Aldir Blanc homenagearam João Cândido Felisberto com o samba O Mestre-sala dos mares. A história do Almirante Negro e da Revolta da Chibata ainda fazia eco nos círculos militares e a música acabou vetada pela censura por trazer à tona um assunto proibido pelas Forças Armadas.

Fernando Granato tem 37 anos, é jornalista e já trabalhou nos principais veículos de comunicação do país, entre eles a revista Veja e o Jornal da Tarde e O Estado de S. Paulo. É autor dos livros Esses jovens escritores, Bonequinhas manchadas de sangue, Sociedade de ladrões e Nas Trilhas do Rosa.

História, biografia, memórias




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Revolta da Chibata
Por Miriam Ilza Santana

A Revolta da Chibata ocorreu durante o governo de Hermes da Fonseca, em 1910. Foi um levante de cunho social, realizado em subdivisões da Marinha, sediadas no Rio de Janeiro. O objetivo era por fim às punições físicas a que eram submetidos os marinheiros, como as chicotadas, o uso da santa-luzia e o aprisionamento em celas destinadas ao isolamento. Os marinheiros requeriam também uma alimentação mais saudável e que fosse colocada em prática a lei de reajuste de seus honorários, já votada pelo Congresso. De todos os pedidos requeridos, o que mais afligia os marujos eram os constantes castigos a que eram sujeitos. Esta situação revoltou os marinheiros, que eram obrigados, por seus comandantes, a assistir a todas as punições aplicadas, para que elas servissem de exemplo. Os soldados se juntavam e ao estampido de tambores traziam o rebelado, despido na parte de cima e com as mãos atadas, iniciando o castigo.

A sublevação deu-se quando um marinheiro de nome Marcelino Rodrigues levou 250 chicotadas por ter machucado um companheiro da Marinha no interior do navio de guerra denominado Minas Gerais, que se encontrava a caminho do Rio de Janeiro. Os rebelados assassinaram o capitão do navio e mais três militares. Enquanto isso, na Baía de Guanabara, os insurgentes conseguiram a adesão dos marujos da nau São Paulo.

O condutor da insurreição, João Cândido – o célebre Almirante Negro –, foi o responsável por escrever a missiva com as solicitações exigidas para o fim da revolta.

O presidente Hermes da Fonseca percebeu que não se tratava de um blefe e decidiu ceder diante do ultimato dos insurgentes. Os marinheiros confiaram no presidente, entregaram as armas e os navios rebelados, mas com o término do conflito o governante não cumpriu com a sua palavra e baniu alguns marinheiros que haviam feito parte do motim. Os marinheiros não se omitiram diante deste fato, estourando outro levante na Ilha das Cobras, o qual foi severamente abafado pelas tropas do governo. Muitos marujos morreram, outros tantos foram banidos da Marinha. Quanto a João Cândido, foi aprisionado e atirado em um calabouço na Ilha das Cobras. Quando se livrou da prisão, encontrava-se emocionalmente amargurado, considerado até mesmo meio alucinado. Em 1912 ele foi julgado e considerado inocente. Historicamente ficou conhecido como o Almirante Negro, aquele que aboliu o uso da chibata na Marinha brasileira.




Data de publicação: 15/10/2007
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A Revolta da Chibata
A Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910, no Rio de Janeiro, com a revolta dos marinheiros. Naquele período era comum açoitar com chibatadas os marinheiros, tudo com intuito de discipliná-los.

Através dessa prática violenta os marinheiros se revoltaram principalmente depois que o marinheiro Marcelino Rodrigues levou 250 chibatadas diante de todos os presentes no navio, desmaiou e continuou sendo açoitado.

Sempre em uma revolta ou manifestação uma pessoa toma a frente para encorajar os outros, nesse caso o Almirante Negro, o Marujo João Cândido, foi o primeiro a esboçar uma ação contrária aos castigos das chibatas.

Na baía de Guanabara encontravam-se vários navios que foram tomados pelos rebeldes, além disso, começaram a controlá-los retirando todos oficiais, aqueles que causassem resistência à ocupação eram assassinados, e se caso o governo não atendesse suas exigências ameaçavam lançar bombas na cidade.

Após o conflito, passaram-se quatro dias e, então, o Presidente Hermes da Fonseca decretou o fim da prática violenta de castigos e perdoou os marinheiros.

Entretanto, quando foram entregar as armas notaram que tinham sido enganados pelo presidente que, automaticamente, retirou da corporação da Marinha todos aqueles que compunham a revolta, além de João Cândido o líder, com isso foram depositados no fundo de navios e prisões subterrâneas na Ilhas das Cobras.


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8141 - REWVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 33 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Revolta da Chibata
A História da Revolta da Chibata, causas, reivindicações dos marinheiros, acontecimentos,
líder João Cândido (Almirante Negro), punição para os revoltosos

João Cândido (Almirante Negro): líder da revolta



Introdução

A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.

Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.

Causas da revolta

O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.

O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.

Reivindicações

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).

Segunda revolta

Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.

O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.

Conclusão: podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.





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8140 - REVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 34 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Revolta da Chibata
A História da Revolta da Chibata, causas, reivindicações dos marinheiros, acontecimentos,
líder João Cândido (Almirante Negro), punição para os revoltosos

João Cândido (Almirante Negro): líder da revolta



Introdução

A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.

Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.

Causas da revolta

O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.

O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.

Reivindicações

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).

Segunda revolta

Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.

O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.

Conclusão: podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.





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8139 - REVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 36 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Revolta da Chibata
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Conflitos na História do Brasil
Período Republicano
República Velha
Revolta da Armada: 1893-1894
Revolução Federalista: 1893-1895
Guerra de Canudos: 1893-1897
Revolta da Vacina: 1904
Revolta da Chibata: 1910
Guerra do Contestado: 1912-1916
Sedição de Juazeiro: 1914
Greves Operárias: 1917-1919
Revolta dos Dezoito do Forte: 1922
Revolução Libertadora: 1923
Revolução de 1930: 1930
Era Vargas
Revolução Constitucionalista: 1932
Intentona Comunista: 1935
Levante Integralista: 1938
Regime Militar
Guerrilha do Caparaó: 1967
Guerrilha do Araguaia: 1967-1974
A Revolta da Chibata foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país, sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto [1].

Na ocasião, mais de dois mil marinheiros rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos (as faltas graves eram punidas com 25 chibatadas) , ameaçando bombardear a cidade. Durante os seis dias do motim seis oficiais foram mortos, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Gerais, João Batista das Neves.

Índice [esconder]
1 História
1.1 Antecedentes
1.2 A revolta
2 Notas
3 Bibliografia
4 Ligações externas


[editar] História
[editar] Antecedentes

Marinheiros em revolta, João Cândido ao centro, 1910.Os castigos físicos, abolidos na Marinha do Brasil um dia após a Proclamação da República, foram restabelecidos no ano seguinte (1890), estando previstas:

"Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo."
Os marinheiros nacionais, quase todos negros ou mulatos comandados por um oficialato branco, em contato cotidiano com as marinhas de países mais desenvolvidos à época, não podiam deixar de notar que as mesmas não mais adotavam esse tipo de punição em suas belonaves, considerada como degradante. O uso de castigos físicos era semelhante aos maus-tratos da escravidão, abolida no país desde 1888. Paralelamente, a reforma e a renovação dos equipamentos e técnicas da Marinha do Brasil eram incompatíveis com um código disciplinar que remontava aos séculos XVIII e XIX. Essa diferença foi particularmente vivida com a estada dos marujos na Inglaterra, em 1909, de onde voltaram influenciados não só pelas lutas dos colegas britânicos mas também pela revolta dos marinheiros da Armada Imperial Russa, no Encouraçado Potemkin, ocorrida poucos anos antes, em 1905.


Revolta em encouraçado brasileiro, 1910.Ainda na Inglaterra, o marinheiro João Cândido Felisberto formou clandestinamente um Comitê Geral para organizar a revolta, que se ramificaria depois em vários comitês revolucionários para cada navio a entrar em motim, e que se reuniam no Rio de Janeiro entre 1909 e 1910. Em 1910 juntou-se a este comitê o marinheiro Francisco Dias Martins, vulgo "Mão Negra", que tinha facilidade para escrever, e tinha ficado famoso por uma carta, sob este pseudônimo, aos oficiais contra a chibata em recente viagem ao Chile.

[editar] A revolta
Marcada para dez dias depois da posse do Presidente Hermes da Fonseca ocorrida em 15 de Novembro de 1910, o que precipitou o ápice da revolta acabou sendo a punição aplicada ao marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes do Encouraçado Minas Gerais. Por ter trazido cachaça para bordo e, em seguida, ter ferido com uma navalha o cabo que o denunciou, foi punido, não com as vinte e cinco chibatadas máximas regulamentares, e sim com duzentos e cinquenta, na presença da tropa formada, ao som de tambores, num dia da semana seguinte à posse do presidente. O exagero dessa punição, considerada desumana, provocou uma indignação da tripulação muito superior à que já vinham sentindo durante a conspiração da revolta.

Na baía de Guanabara, na noite de 22 de novembro, os marinheiros do Minas Gerais amotinaram-se. Quando o comandante Batista das Neves retornava de um jantar oferecido a bordo do navio francês Duguay-Trouin, foi cercado pelos amotinados e, depois de uma curta luta, mataram-no a tiros e a coronhadas. Na sequência, outros cinco oficiais foram assassinados, conforme acordavam e saíam dos seus camarotes para verificar o que se passava. Enquanto isso, o 2º tenente Álvaro Alberto, o primeiro oficial gravemente ferido, com golpe de baioneta, conseguiu alcançar o Encouraçado São Paulo num escaler e notificou os demais oficiais da armada, que escaparam para terra.

Sem os seus oficiais a bordo, os encouraçados São Paulo (o segundo maior navio da Armada à época) e Deodoro, o cruzador Bahia, e mais quatro embarcações menores ancoradas na baía, aderiram ao motim no decorrer da noite.

Na manhã seguinte (23 de novembro), sob a liderança do marinheiro de primeira classe João Cândido Felisberto e com redação de outro marinheiro, Francisco Dias Martins, foi então emitido um ultimato no qual ameaçavam abrir fogo sobre a então Capital Federal:

O governo tem que acabar com os castigos corporais, melhorar nossa comida e dar anistia a todos os revoltosos. Senão, a gente bombardeia a cidade, dentro de 12 horas. (carta de João Cândido, líder da revolta)
E complementava:

"Não queremos a volta da chibata. Isso pedimos ao presidente da República e ao ministro da Marinha. Queremos a resposta já e já. Caso não a tenhamos, bombardearemos as cidades e os navios que não se revoltarem."
Surpreendido e sem capacidade de resposta, o governo, o Congresso e a Marinha divergiam quanto à resposta, pois a subversão da hierarquia militar é um dos principais crimes nas Forças Armadas. A população da então Capital, num misto de medo e curiosidade, permaneceu em estado de alerta, parte dela refugiando-se longe da costa enquanto outros se dirigiram à orla para assistir ao bombardeamento ameaçado pelos marinheiros.

A Marinha esboçou um ataque aos revoltosos com dois navios menores, mas além de rechaçá-lo, estes bombardearam as instalações na ilha das Cobras. Outros disparos foram efetuados sobre o Palácio do Catete, sede do Poder Executivo. Ainda nessa manhã, o deputado e capitão-de-mar-e-guerra José Carlos de Carvalho esteve a bordo dos encouraçados Minas Gerais e São Paulo, dando início às negociações com os amotinados.

Os navios que não aderiram à revolta, na maioria contratorpedeiros, entraram em prontidão para torpedear os amotinados. No dia 25 de Novembro, o então Ministro da Marinha, almirante Joaquim Marques Batista Leão expediu a ordem: "hostilize com a máxima energia, metendo-os a pique sem medir sacrifícios." No mesmo dia, entretanto, o Congresso Nacional votava a anistia para os revoltosos.

Quatro dias mais tarde, a 26, o governo do presidente marechal Hermes da Fonseca declarou aceitar as reivindicações dos amotinados, abolindo os castigos físicos e anistiando os revoltosos que se entregassem. Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, dois dias mais tarde, a 28, alguns marinheiros foram expulsos da Marinha, sob a acusação de "inconveniente à disciplina".

A 4 de dezembro, quatro marujos foram presos, sob a acusação de conspiração. Em meio a uma forte onda de boatos, isolados e desorganizados, os fuzileiros navais sublevaram-se na ilha das Cobras (dia 9 do mesmo mês), sendo bombardeados durante todo o dia, mesmo após hastearem a bandeira branca. De seiscentos revoltosos, sobreviveram pouco mais de uma centena, detidos nos calabouços da antiga Fortaleza de São José da Ilha das Cobras. Entre esses detidos, dezoito foram recolhidos à cela n° 5, escavada na rocha viva. Ali foi atirada cal virgem, na véspera do Natal. Após vinte e quatro horas, apenas João Cândido e o soldado naval Pau de Lira sobreviveram. Cento e cinco marinheiros foram desterrados para trabalhos forçados nos seringais da Amazônia, tendo sete destes sido fuzilados nesse trânsito.

Apesar de se declarar contra a manifestação, João Cândido também foi expulso da Marinha, sob a acusação de ter favorecido os rebeldes. O Almirante Negro, como foi chamado pela imprensa, um dos sobreviventes à detenção na ilha das Cobras, foi internado no Hospital dos Alienados em Abril de 1911, como louco e indigente. Ele e dez companheiros só seriam julgados e absolvidos das acusações dois anos mais tarde, em 1 de dezembro de 1912.

Em 24 de julho de 2008, através da publicação da Lei Federal nº 11.756/2008 no Diário Oficial da União, foi concedida anistia post mortem a João Cândido Felisberto, e aos demais participantes do movimento.[2]

Notas
↑ Revolta da Chibata
↑ Lula sanciona anistia a líder da Revolta da Chibata, O Globo Online, 23/07/2008
[editar] Bibliografia
Atlas histórico IstoÉ/Brasil 500 anos. São Paulo: Editora Três, 2000. p. 98.
João Cândido, o Almirante Negro. Rio de Janeiro: Museu da Imagem e do Som, 1999. il. fotos.
ROLAND, Maria Inês. A Revolta da Chibata. São Paulo: Editora Saraiva, 2000. ISBN 8502030957
SILVA, M. A. da. Contra a Chibata: marinheiros brasileiros em 1910. São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 11-12. (Coleção Tudo é História)
MAESTRI, Mário. 1910: a revolta dos Marinheiros. Uma saga negra. 3 ed. São Paulo: Global, 1982.
MAESTRI, Mário. Cisnes negros: 1910: a revolta dos marinheiros contra a chibata. São Paulo: Moderna, 1998.
NASCIMENTO, Álvaro Pereira do. Cidadania, cor e disciplina na revolta dos marinheiros de 1910. Rio de Janeiro: Mauad, 2008.
CHEUICHE, Alcy. João Cândido, o Almirante Negro. Porto Alegre: L&PM, 2010.
[editar] Ligações externas
Exposição A Revolta da Chibata
Memórias da Chibata , filme sobre João Cândido e a Revolta da Chibata
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Chibata"
Categorias: República Velha | Revoltas no Brasil | 1910 no Brasil
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8138 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 38 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
A GUERRA DO CONTESTADO
Área conflagrada: 15.000 km²
População da época envolvida na área de conflito: aproximadamente 40.000 habitantes.
Municípios do Paraná, na época: Rio Negro, Itaiópolis, Timbó, Três Barras, União da Vitória e Palmas.
Municípios de Santa Catarina, na época: Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas.
Início da Guerra: Dezembro de 1913, em Taquaruçu.
Tempo da Guerra: 26 meses.
Auge da Guerra: Março-abril de 1915, em Santa Maria, na Serra do Espigão.
Final da Guerra: Janeiro de 1916, em Perdizinhas.
Combatentes militares no auge da Guerra: 8.000 homens, sendo 7.000 soldados do Exército Brasileiro,
do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina, mais 1.000 civis
contratados.
Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores.
Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000:000$000, mais soldos militares
Algumas Conseqüências Imediatas:
?? 20/10/1916: Assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro;
?? 07/11/1916: Manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense contra o acordo;
?? De maio a agosto de 1917: Sublevação popular no Contestado-Paranaense, pró Estado das
Missões;
?? Maio e junho de 1917: Ascensão e assassinato do monge Jesus Nazareno;
?? 03/08/1917: Homologação final do Acordo de Limites;
?? Setembro de 1917: Instalação dos municípios de Mafra, Cruzeiro e de Porto União;
?? 1918: Reinício da colonização no Centro-Oeste Catarinense, por empresas particulares;
?? Janeiro e maio de 1920: Revolta política em Erval e Cruzeiro;
?? Março de 1921: Revolta de caboclos contra medição de terras, entre Catanduvas e Capinzal.
Alguns Antecedentes e Precedentes:
?? Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites.
?? Decisões judiciais do STF pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910.
?? Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906.
?? Construção da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande, de 1908 a 1910.
?? Criação dos Municípios de Canoinhas (SC) e de Itaiópolis, de Três Barras e de Timbó (PR).
?? Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization em Calmon (1908) e em Três Barras (1912).
?? Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911.
?? 1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas.
?? 1910-1912: Questão de terras da Fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril.
?? Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912.
?? 1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG.
?? Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios.
?? Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores– “bendegós”.
?? Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios.
?? Espírito guerreiro do Caboclo Pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista).
?? Religiosidade: Messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla.
?? Ideologia Nacionalista – Civilismo na República – Reestruturação do Exército.
Mapa que mostra onde ocorreram os combates.
Civis Armados, que integravam os vários piquetes contratados pelo Exército Brasileiro para auxiliá-lo nas
investidas contra os caboclos na Guerra do Contestado, de 1913 a 1916. Estes civis eram peões das
grandes fazendas da região, recrutados pelos fazendeiros – coronéis (da Guarda Nacional). No detalhe, os
facões, tipo “lapeano” ou “paraguaio” com uma lâmina de aço de 50 cm., muito usados pelos ervateiros
daquela época para o corte da ilex paraguaiensis nos ervais nativos, que também eram a principal arma
dos sertanejos revoltados.
Com a Região do Contestado cercada por mais de 8.000 soldados do Exército, do Regimento de
Segurança do Paraná e de esquadrões civis da Guarda Nacional, os caboclos catarinenses ficaram meses
seguidos sediados em seus redutos, tomados pela fome e pelo frio e, acometidos por tifo. Se mais
condições de resistência e de sobrevivência nas matas, muitos se renderam aos militares, na esperança de
obterem a liberdade e de serem instalados nas terras devolutas. Aqui, um grupo que se apresentou em
Canoinhas, saboreando um churrasco, sob o olhar de Henrique Wolland, o “alemãozinho” (que foi o
chefe de reduto e depois traiu os caboclos, passando a apoiar o Exército), ladeado por meninas “virgens”
e por curiosos soldados.
Grupo de Caboclos, após rendição em Canoinhas.
Marchando no campo de futebol da Vila Canoinhas, o 56º Batalhão de Infantaria, do Exército Brasileiro,
comandado pelo Coronel Onofre Ribeiro. A este destacamento coube a operação de guerra Linha Norte,
para proteger a Lumber, as fazendas, vilas e povoados nos vales dos Rios Canoinhas, Paciência e Timbó,
ao Sul dos rios Negro e Iguaçu, na Região do Contestado, inclusive na Linha Leste, na área entre Rio
Negro (Mafra), Papanduva e Itaiópolois. Para a sua Campanha do Contestado, o Exército trouxe à região
mais de 6.500 soldados, das armas da Infantaria, Cavalaria e Artilharia, das unidades do Rio de janeiro,
Bahia, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, equipadas com fuzis, canhões, obuseiros e metralhadoras.
Logo depois do Combate do Irani (22 de outubro de 1912) – um ano antes da grande ofensiva militar
contra Taquaruçu, na deflagração da Guerra do Contestado (em dezembro de 1913) – forças do Exército
Brasileiro e do Regimento de Segurança da Paraná, oriundas de Ponta Grossa e Curitiba, que formaram a
“Coluna Pyrrho” atravessam a vila de União da Vitória, e direção à Fazenda Horizonte, marchando pela
Estrada Estratégia até a vila Palmas e o povoado de São João do Irani, com a missão de perseguir
sobreviventes do grupo que lutou ao lado monge João Maria, no combate em que foi morto também o
capitão João Gualberto, comandante da força paranaense, e também para patrulhar os trilhos da estradade-
ferro no Vale do Rio do Peixe.
Forças da Infantaria do Exército Brasileiro entrincheiradas ao redor da serraria da Southem Brazil
Lumber & Colonization Company, em Três Barras. As trincheiras eram construídas utilizados dormentes
da imbuia da Estrada de Ferro. Foto de junho de 1914 quando o exército enviou os regimentos para
proteger a sede da empresa norte-americana, ameaçada de destruição pelos rebeldes do Contestado. A 5
de setembro de 1914, os caboclos conseguiram incendiar totalmente a serraria e os depósitos de madeira
serrada da Lumber em Calmon.
O General Setembrino de Carvalho (o quarto da direita para a esquerda), Comandante do Quartel General
das Forças em Operação de Guerra no Contestado, em visita de inspeção à vila de Porto União da Vitória,
em janeiro de 1915. Para combater os caboclos, o Exército Brasileiro convocou batalhões de todo país e
também comissionou o Regimento de Segurança do Estado do Paraná, que cedeu 500 policiais militares
para apoiá-los nas ações bélicas na Região do Contestado, em Santa Catarina. Com o restabelecimento do
tráfego de trens pela Ferrovia São Paulo - Rio Grande na Linha que margeia o Rio do Peixe, as
composições eram usadas para o transporte de tropas, víveres e munições, entre os rios Iguaçu e Uruguai.
Acampamentos militares das forças de um Pelotão de Trem do Exército, na Fazenda São Roque, em
março de 1915, protegendo a reconstrução da sede (escritório) da serraria da Lumber em Calmon, que
havia sido Incendiada a 6 de setembro de 1914 pelos piquetes dos “fanáticos” (sic) catarinenses. Sob os
olhares complacentes das autoridades federais e estaduais, a Lumber estava devastando a rica Floresta da
Araucária, na parte setentrional da Região do Contestado, extraindo e serrando milhares de pinheiros e
imbuia, ao mesmo tempo em que impedia os sertanejos de extraírem erva-mate e colher pinhão, e os
expulsava das terras, que estavam sendo demarcadas para venda a imigrantes europeus.
Em fins de 1914, uma Companhia do 2º Batalhão do Exército Brasileiro, auxiliada por civis cedidos por
fazendeiros e trabalhadores da EFSPRG, faz o restabelecimento da linha telegráfica da Estrada de Ferro
São Paulo – Rio Grande entre Rio Negro e Canoinhas, considerada necessária para as comunicações entre
os oficiais das colunas militares, na área em conflito da margem esquerda dos rios Negro e Iguaçu. A
linha havia sido destruída pelos caboclos da Guerra do Contestado, no final do inverno. Nesta Campanha
pela primeira vez o Exército utilizou telefones, substituindo telégrafo, usando linha de fios erguida entre a
estação de Rio Caçador e povoado de Perdizes (hoje a vila de São Sebastião do Sul).

COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO


8137 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 38 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
A GUERRA DO CONTESTADO
Área conflagrada: 15.000 km²
População da época envolvida na área de conflito: aproximadamente 40.000 habitantes.
Municípios do Paraná, na época: Rio Negro, Itaiópolis, Timbó, Três Barras, União da Vitória e Palmas.
Municípios de Santa Catarina, na época: Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas.
Início da Guerra: Dezembro de 1913, em Taquaruçu.
Tempo da Guerra: 26 meses.
Auge da Guerra: Março-abril de 1915, em Santa Maria, na Serra do Espigão.
Final da Guerra: Janeiro de 1916, em Perdizinhas.
Combatentes militares no auge da Guerra: 8.000 homens, sendo 7.000 soldados do Exército Brasileiro,
do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina, mais 1.000 civis
contratados.
Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores.
Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000:000$000, mais soldos militares
Algumas Conseqüências Imediatas:
?? 20/10/1916: Assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro;
?? 07/11/1916: Manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense contra o acordo;
?? De maio a agosto de 1917: Sublevação popular no Contestado-Paranaense, pró Estado das
Missões;
?? Maio e junho de 1917: Ascensão e assassinato do monge Jesus Nazareno;
?? 03/08/1917: Homologação final do Acordo de Limites;
?? Setembro de 1917: Instalação dos municípios de Mafra, Cruzeiro e de Porto União;
?? 1918: Reinício da colonização no Centro-Oeste Catarinense, por empresas particulares;
?? Janeiro e maio de 1920: Revolta política em Erval e Cruzeiro;
?? Março de 1921: Revolta de caboclos contra medição de terras, entre Catanduvas e Capinzal.
Alguns Antecedentes e Precedentes:
?? Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites.
?? Decisões judiciais do STF pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910.
?? Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906.
?? Construção da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande, de 1908 a 1910.
?? Criação dos Municípios de Canoinhas (SC) e de Itaiópolis, de Três Barras e de Timbó (PR).
?? Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization em Calmon (1908) e em Três Barras (1912).
?? Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911.
?? 1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas.
?? 1910-1912: Questão de terras da Fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril.
?? Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912.
?? 1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG.
?? Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios.
?? Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores– “bendegós”.
?? Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios.
?? Espírito guerreiro do Caboclo Pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista).
?? Religiosidade: Messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla.
?? Ideologia Nacionalista – Civilismo na República – Reestruturação do Exército.
Mapa que mostra onde ocorreram os combates.
Civis Armados, que integravam os vários piquetes contratados pelo Exército Brasileiro para auxiliá-lo nas
investidas contra os caboclos na Guerra do Contestado, de 1913 a 1916. Estes civis eram peões das
grandes fazendas da região, recrutados pelos fazendeiros – coronéis (da Guarda Nacional). No detalhe, os
facões, tipo “lapeano” ou “paraguaio” com uma lâmina de aço de 50 cm., muito usados pelos ervateiros
daquela época para o corte da ilex paraguaiensis nos ervais nativos, que também eram a principal arma
dos sertanejos revoltados.
Com a Região do Contestado cercada por mais de 8.000 soldados do Exército, do Regimento de
Segurança do Paraná e de esquadrões civis da Guarda Nacional, os caboclos catarinenses ficaram meses
seguidos sediados em seus redutos, tomados pela fome e pelo frio e, acometidos por tifo. Se mais
condições de resistência e de sobrevivência nas matas, muitos se renderam aos militares, na esperança de
obterem a liberdade e de serem instalados nas terras devolutas. Aqui, um grupo que se apresentou em
Canoinhas, saboreando um churrasco, sob o olhar de Henrique Wolland, o “alemãozinho” (que foi o
chefe de reduto e depois traiu os caboclos, passando a apoiar o Exército), ladeado por meninas “virgens”
e por curiosos soldados.
Grupo de Caboclos, após rendição em Canoinhas.
Marchando no campo de futebol da Vila Canoinhas, o 56º Batalhão de Infantaria, do Exército Brasileiro,
comandado pelo Coronel Onofre Ribeiro. A este destacamento coube a operação de guerra Linha Norte,
para proteger a Lumber, as fazendas, vilas e povoados nos vales dos Rios Canoinhas, Paciência e Timbó,
ao Sul dos rios Negro e Iguaçu, na Região do Contestado, inclusive na Linha Leste, na área entre Rio
Negro (Mafra), Papanduva e Itaiópolois. Para a sua Campanha do Contestado, o Exército trouxe à região
mais de 6.500 soldados, das armas da Infantaria, Cavalaria e Artilharia, das unidades do Rio de janeiro,
Bahia, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, equipadas com fuzis, canhões, obuseiros e metralhadoras.
Logo depois do Combate do Irani (22 de outubro de 1912) – um ano antes da grande ofensiva militar
contra Taquaruçu, na deflagração da Guerra do Contestado (em dezembro de 1913) – forças do Exército
Brasileiro e do Regimento de Segurança da Paraná, oriundas de Ponta Grossa e Curitiba, que formaram a
“Coluna Pyrrho” atravessam a vila de União da Vitória, e direção à Fazenda Horizonte, marchando pela
Estrada Estratégia até a vila Palmas e o povoado de São João do Irani, com a missão de perseguir
sobreviventes do grupo que lutou ao lado monge João Maria, no combate em que foi morto também o
capitão João Gualberto, comandante da força paranaense, e também para patrulhar os trilhos da estradade-
ferro no Vale do Rio do Peixe.
Forças da Infantaria do Exército Brasileiro entrincheiradas ao redor da serraria da Southem Brazil
Lumber & Colonization Company, em Três Barras. As trincheiras eram construídas utilizados dormentes
da imbuia da Estrada de Ferro. Foto de junho de 1914 quando o exército enviou os regimentos para
proteger a sede da empresa norte-americana, ameaçada de destruição pelos rebeldes do Contestado. A 5
de setembro de 1914, os caboclos conseguiram incendiar totalmente a serraria e os depósitos de madeira
serrada da Lumber em Calmon.
O General Setembrino de Carvalho (o quarto da direita para a esquerda), Comandante do Quartel General
das Forças em Operação de Guerra no Contestado, em visita de inspeção à vila de Porto União da Vitória,
em janeiro de 1915. Para combater os caboclos, o Exército Brasileiro convocou batalhões de todo país e
também comissionou o Regimento de Segurança do Estado do Paraná, que cedeu 500 policiais militares
para apoiá-los nas ações bélicas na Região do Contestado, em Santa Catarina. Com o restabelecimento do
tráfego de trens pela Ferrovia São Paulo - Rio Grande na Linha que margeia o Rio do Peixe, as
composições eram usadas para o transporte de tropas, víveres e munições, entre os rios Iguaçu e Uruguai.
Acampamentos militares das forças de um Pelotão de Trem do Exército, na Fazenda São Roque, em
março de 1915, protegendo a reconstrução da sede (escritório) da serraria da Lumber em Calmon, que
havia sido Incendiada a 6 de setembro de 1914 pelos piquetes dos “fanáticos” (sic) catarinenses. Sob os
olhares complacentes das autoridades federais e estaduais, a Lumber estava devastando a rica Floresta da
Araucária, na parte setentrional da Região do Contestado, extraindo e serrando milhares de pinheiros e
imbuia, ao mesmo tempo em que impedia os sertanejos de extraírem erva-mate e colher pinhão, e os
expulsava das terras, que estavam sendo demarcadas para venda a imigrantes europeus.
Em fins de 1914, uma Companhia do 2º Batalhão do Exército Brasileiro, auxiliada por civis cedidos por
fazendeiros e trabalhadores da EFSPRG, faz o restabelecimento da linha telegráfica da Estrada de Ferro
São Paulo – Rio Grande entre Rio Negro e Canoinhas, considerada necessária para as comunicações entre
os oficiais das colunas militares, na área em conflito da margem esquerda dos rios Negro e Iguaçu. A
linha havia sido destruída pelos caboclos da Guerra do Contestado, no final do inverno. Nesta Campanha
pela primeira vez o Exército utilizou telefones, substituindo telégrafo, usando linha de fios erguida entre a
estação de Rio Caçador e povoado de Perdizes (hoje a vila de São Sebastião do Sul).

COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO


8136 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 40 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Contestado: A Guerra Desconhecida

Sergio Rubim
Florianópolis
Jornalista, documentarista e blogueiro. Comecei a carreira de jornalista como editor de telejornalismo na RBS TV (1979), repórter no jornal O Estado. Fundador dos jornais Afinal (80), Jornal da Fronteira (Uruguay-80/83), Novo Jornal (Florianópolis)e jornal Costa Leste (Florianópolis). Produzi o documentário Contestado: A Guerra Desconhecida. Editor de Plantão no Diário Catarinense, editor de Polícia, Variedades e sub-editor de Geral. Editor do OktoberZeitung (Blumenau-88), Chefe de redação do Jornal de Santa Catarina. Fundador do jornal Blumenau Urgente. Estou Blogueiro. sergiorubim@gmail.com 48-84087882
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segunda-feira, 14 de abril de 2008
Os Coronéis

Com a República, os poderosos coronéis - que ostentavam esse título por concessão do Império que criou a Guarda Nacional - tomaram consciência da possibilidade de legalizar terras em grande escala. No Contestado não foi diferente. Passaram a receber concessões, a requerer e a ampliar seus domínios.
Com a chegada da Lumber, abriu-se a possibilidade de exploração e ganhos com as terras legalizadas, já que a poderosa madeireira não se limitou a explorar as imensas áreas que lhe foram concedidas e negociava com muitos proprietários.
Alguns coronéis, como Francisco de Albuquerque, de Curitibanos, e Fabrício Vieira, do Vale do Timbozinho, tornaram-se especialmente odiados pelos sertanejos que em muitas ocasiões pediram suas cabeças como condição básica para qualquer negociação de paz.
Afonso Camargo, vice-governador do Paraná, era um coronel à distância, mas igualmente odiado pois advogava para a grande madeireira - empresa em que mais tarde deu grandes golpes em negócios de terra. Poderosos, os coronéis tinham muitos afilhados. Durante a Guerra do Contestado viram-se pela primeira vez, no sertão, atacados mesmo por estes, tamanha a revolta dos sertanejos. Francisco Albuquerque, o primeiro, chamou tropas catarinenses para intimidar o monje José Maria e seus seguidores, foi morto após a guerra num declarado ato de vingança.
Postado por Sergio Rubim às 06:35 1 comentários
O Pós-Guerra

Encerrada oficialmente a intervenção do Exército em 1915, a Guerra do Contestado ainda teve continuação. Piquetes militares perseguiram focos revoltosos por muitos anos.
Os prisioneiros tinham destino variado. Muitos eram mortos imediatamente, outros eram reunidos e enviados para trabalho escravo muito poucos reintegraram-se às suas famílias ou voltaram às suas regiões de origem. O governo catarinense chegou a protestar pela intensiva migração forçada realizada pelo governo paranaense. Tropas federais permaneceram por algum tempo na região, a madeireira Lumber voltou a operar com desenvoltura, desmatando incessantemente. Os governos de Santa Catarina e do Paraná trataram de resolver suas pendengas e, em 1916, assinaram, no Rio de Janeiro, um tratado dividindo a área que pretendiam. O Paraná ficou com 20 mil quilômetros quadrados da área contestada e Santa Catarina com 28 mil quilômetros quadrados.
Postado por Sergio Rubim às 06:22 0 comentários
Os Sobreviventes
(Fotos: Dario A. Prado Jr.)



Nos anos de 1984/1985 um grupo de jornalistas realizou uma vasta pesquisa que resultou no documentário em vídeo chamado Contestado: A Guerra Desconhecida. Nesse período foram entrevistados os últimos sobreviventes da guerra. Homens ainda fortes, lúcidos, valiosos testemunhos de tantas lutas e horrores.
compreensão do conflito. Do lado dos vencidos, nenhum falava muito a vontade de combates e mortes. Temiam, mesmo depois de 70 anos, serem perseguidos pois os vencedores testemunharam que eles seriam fanáticos e criminosos mesmo assim, com calma e amizade acabaram fazendo importantes relatos para aDo lado dos vencedores nenhum orgulho especial pelo que fizeram, até pelo contrário. Deste lado foram ouvidos um ex-soldado e um ex-vaqueano. O primeiro mais instruído pode, depois da guerra, fazer uma reflexão que o levou a odiar ter sido usado para matar brasileiros como ele a serviço de “uma monstruosidade da administração”.
O vaqueano, que era pago por fazendeiros, contava atrocidades sem se gabar, mas com naturalidade.
Um outro depoente, que não combateu em nenhum dos lados mas acompanhou os acontecimentos, sonhava em se casar com “uma jaguncinha” (jagunço era então o nome dos revoltosos) e acabou fazendo-o.
Postado por Sergio Rubim às 05:56 0 comentários
As mulheres no Contestado


Rosa Pais de Farias, filha do líder Chico Ventura, fazia as bandeiras do movimento e os uniformes dos Pares de França. Morou e morreu em Lebon Régis, no meio-oeste catarinense.
(Foto: Dario A. Prado Jr.)

Embora pouco reconhecidas pela literatura e registros da Guerra do Contestado, as mulheres tiveram um papel fundamental no conflito. Duas se destacaram na guerra por sua bravura: Maria Rosa, filha de Elias de Souza e Francisca Roberta, mais tarde conhecida como Chica Pelega.
Maria Rosa, aos 15 anos, em meio a orações, entrava em transe e discursava dizendo receber ordens do monge José Maria. Durante os transes tinha visões de batalhas e, daí em diante, era ela quem definia as ordens recebidas pelo espírito do monge para organizar o comportamento do grupo. Com o passar do tempo, além de líder espiritual, a virgem Maria Rosa se transforma em chefe militar e comandou a retirada estratégica, após a primeira batalha de Taquaruçú, em 1913, para o novo reduto em Caraguatá.
Chica Pelega, já respeitada em Taquaruçú por seu conhecimento e trato com ervas medicinais fica no reduto cuidando de doentes, velhos e crianças. Em 1914, as tropas do governo atacam novamente Taquaruçú onde ela luta bravamente.
Chica Pelega morre quando a igreja, tomada pelo fogo, desaba em cima do galpão onde se encontravam mais de 300 pessoas.
Rosa Paes de Farias, filha do grande líder Chico Ventura, foi uma das últimas sobreviventes da guerra e viveu até os 98 anos. Fazia as bandeiras de guerra e os uniformes dos Pares de França, tropa de elite dos revoltosos. Jamais se arrependeu da resistência. Afirmava: “Nós estávamos aqui e vieram nos atacar. O que havíamos de fazer? Resistir. Houve muita morte de lado a lado. Mas muito soldado passou para o nosso lado”.
O papel das mulheres menos conhecidas também foi fundamental. Enquanto os homens lutavam em várias frentes de combate elas cuidavam dos filhos, dos doentes e da obtenção e preparação de alimentos. Ao final da guerra foram tão humilhadas e maltratadas quanto seus maridos e filhos.
Postado por Sergio Rubim às 05:21 3 comentários
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8135 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 43 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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Início Biblioteca Perguntas e Respostas O que foi a Guerra do Contestado?
O que foi a Guerra do Contestado?
12 de abril de 2006
Guerra do Contestado
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa

Foto do fotógrafo sueco Claro Gustavo Jansson, que morou em Santa Catarina e depois mudou-se para Itararé, estado de São Paulo.
Conflitos na História do Brasil
- Período Republicano -
República Velha
Revolta da Armada: 1893-1894
Revolução Federalista: 1893-1895
Guerra de Canudos: 1893-1897
Revolta da Vacina: 1904
Revolta da Chibata: 1910
Guerra do Contestado: 1912-1916
Greves Operárias: 1917-1919
Revolta dos Dezoito do Forte: 1922
Revolução Libertadora: 1923
Revolução de 1930: 1930
Era Vargas
Revolução Constitucionalista: 1932
Intentona Comunista: 1935
Regime Militar
Guerrilha do Araguaia: 1970-1976
A Guerra do Contestado, em linhas gerais, foi um conflito armado, entre a população cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira pretendida pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e mesmo pela Argentina. A Guerra do Contestado terá tido origem em conflitos sociais latentes na região, fruto dos desmandos locais, em especial no tocante à regularização da posse de terras por parte do caboclos. Representando, ao mesmo tempo, a insatisfação da população com sua situação material, o conflito era permeado pelo fanatismo religioso, expresso pelo messianismo e pela crença, por parte do cablocos revoltados, de que se tratava de uma guerra santa.

Tabela de conteúdo
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1 Preliminares: o poder dos Monges
2 Estopim aceso
3 Os confrontos se iniciam
4 Primeiras mortes
5 O Contestado fortalecido e frutificado
6 Mais confrontos, ataques e contra-ataques
7 O controle começa a mudar de lado
8 Mudança de estratégia
9 Estatísticas do Confronto
10 Alguns Antecedentes e Precedentes
11 Mais dados importantes
12 Algumas Conseqüências Imediatas
13 Ligações externas
14 Referências bibliográficas



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Preliminares: o poder dos Monges
Para entender-se bem a Guerra do Contestado, é preciso voltar um pouco no tempo e resgatar o valor da figura de três monges da região. O primeiro monge que galgou fama foi João Maria, um homem de origem italiana, que peregrinou pregando e atendendo doentes de 1844 a 1870. Fazia questão de viver uma vida extremamente humilde, e sua ética e forma de viver arrebanhou milhares de crentes, reforçando o messianismo coletivo. Sublinhe-se, porém, que não exerceu influência direta nos acontecimentos da Guerra do Contestado que ocorreria posteriormente. João Maria morreu em 1870, em Sorocaba, Estado de São Paulo.

O segundo monge também adotou o codinome (alcunha) de João Maria, mas seu verdadeiro nome era Atanás Marcaf, provavelmente de origem síria. Aparece publicamente com a Revolução Federalista de 1893, partidário dos maragatos, mostrando uma postura firme e uma posição messiânica. Chegou, inclusive, a fazer previsões sobre os fatos políticos da sua época. Atuava na região entre os rios Iguaçu e Uruguai. É de destacar a sua influência inquestionável sobre os crentes, a ponto de estes esperarem a sua volta através da ressurreição, após seu desaparecimento em 1908.

As entrelinhas do que estava por vir estavam se amarrando entre si. A espera dos fiéis acaba em 1912, quando apareceu publicamente a figura do terceiro monge. Este era conhecido inicialmente como um curandeiro de ervas, tendo se apresentado com o nome de José Maria de Santo Agostinho, ainda que, de acordo com um laudo da polícia da Vila de Palmas, Estado do Paraná, ele fosse, na verdade, um soldado desertor condenado por estupro, de nome Miguel Lucena de Boaventura.

Como ninguém conhecia ao certo a sua origem, como aparentava uma vida reta e honesta, não lhe foi difícil granjear em pouco tempo a admiração e a confiança do povo. Um dos fatos que lhe granjearam fama foi a presunção de ter ressuscitado uma jovem (provavelmente apenas vítima de catalepsia patológica). Teria também curado a esposa do coronel Francisco de Almeida, vítima de uma doença incurável. Com este episódio, o monge ganha ainda mais fama e credibilidade ao rejeitar terras e uma grande quantidade de ouro que o coronel, agradecido, lhe queria oferecer.

A partir daí, José Maria passa a ser considerado santo: um homem que veio à terra apenas para curar e tratar os doentes e necessitados. Metódico e organizado, estava muito longe do perfil dos curandeiros vulgares. Sabia ler e escrever e anotava em seus cadernos as propriedades medicinais das plantas encontradas na região. Com o consentimento do coronel Almeida, montou no rancho de um dos capatazes o que chamou de farmácia do povo, onde fazia o depósito de ervas medicinais que utilizava no atendimento diário, até horas tardias da noite, a quem quer que o visitasse.

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Estopim aceso

Ferrovia, uma das causas da Guerra do Contestado
O estopim ainda estava por acender. Uma empresa estrangeira foi, então, designada para terminar a construção da estrada de ferro que tinha sido iniciada em 1890 por intermédio do engenheiro João Teixeira Soares. Esta ferrovia iria ligar as cidades de São Paulo a Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Com a desistência do engenheiro Teixeira, a concessão desta estrada foi transferida, em 1908, para a Brazil Railway Company, uma empresa norte-americana pertencente a Percival Farquhar.

Além do direito de terminar as obras, ganhou do governo o direito de explorar uma faixa de 30 quilômetros, 15 quilômetros de cada lado da ferrovia. A Companhia desapropriou legalmente as terras que a margeavam e ofereceu trabalho no canteiro de obras da ferrovia às famílias de posseiros que foram desapropriados. Ao mesmo tempo, a concessão garantia que outra empresa coligada ao consórcio, a Southern Brazil Lumber & Colonization, passasse a explorar e comercializar a madeira da região, com o direito de revender as terras desapropriadas ao longo da ferrovia.

Enquanto houve serviço, tudo foi bem. Calcula-se que cerca de 8000 homens trabalharam nas obras da estrada de ferro: trabalhadores provenientes da população urbana do Rio de Janeiro, de Santos, Salvador e Recife, com fé na promessa de muitas vantagens e altos salários.

Quando as obras terminaram, uma população enorme de camponeses ficou sem ter o que fazer e para onde ir. Situação idêntica à de um grande número de trabalhadores de fora que não retornaram às cidades de origem porque foram apenas demitidos pela companhia que não honrou o compromisso de os levar de volta quando chegasse o fim dos trabalhos.

Esta situação era semelhante à dos camponeses expulsos de suas terras por parte de poderosas empresas madeireiras que também vinham se instalando na região. Neste contexto de miséria e pobreza entre os caboclos, entrou em cena o monge santo, que inflamaria os habitantes do território contestado contra a situação que estavam enfrentando e contra a ocupação e exploração de terras por parte de empresas estranhas à região.

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Os confrontos se iniciam
Os camponeses que tinham perdido o direito às terras que ocupavam e os trabalhadores que foram demitidos pela companhia da estrada de ferro decidiram, então, ouvir a voz do monge José Maria, sob o comando do qual organizaram uma comunidade. Resultando infrutíferas quaisquer tentativas de retomada das terras, que até o início das obras eram oficialmente terras devolutas, cada vez mais passou-se a contestar a desapropriação. Uniram-se ao grupo diversos fazendeiros que, por conta da concessão, estavam perdendo terras para o grupo de Farquhar, bem como para os coronéis manda-chuvas da região.

A união destas pessoas em torno de um ideal comum levou à sua organização, com funções distribuídas entre si, e ao fortalecimento do grupo. O messianismo adquiria corpo. A vida era comunitária, com locais de culto e procissões. Tudo pertencia a todos. O comércio convencional foi abolido, sendo apenas permitidas trocas. Segundo as pregações do líder, o mundo não duraria mais 1000 anos e o paraíso estava próximo. Ninguém deveria ter medo de morrer porque ressuscitaria após o combate final. É de destacar a importância atribuída às mulheres nesta sociedade. A virgindade era particularmente valorizada.


Madeira, uma das riquezas exploradas nas margens da ferrovia do Contestado
O santo monge José Maria rebelou-se, então, contra a recém formada república brasileira e decidiu dar status de governo independente à comunidade que comandava. Para ele, a República era a "lei do diabo". Nomeou Imperador do Brasil um fazendeiro analfabeto, nomeou a comunidade de "Quadro Santo" e criou uma guarda de honra constituída por 24 cavaleiros que intitulou de "Doze Pares de França", numa alusão à cavalaria de Carlos Magno na Idade Média.

Os camponeses uniram-se a este, fundando alguns povoados, cada qual com seu santo. Cada povoado seria como uma Monarquia Celeste, com ordem própria, à semelhança do que Antônio Conselheiro fizera em Canudos.

Estar junto ao monge passou a ser considerado especialmente prestigiante. O monge é, então, convidado para participar da festa do Senhor do Bom Jesus, na localidade de Taquaruçu (município de Curitibanos). Segue acompanhado de cerca de 300 fiéis. Terminada a festa, o monge se demorou nesta localidade atendendo a quem quer que viesse em seu encontro, receitando remédios e fazendo curas.

Desconfiado com o que acontecia em Taquaruçú, e com medo de perder o mando da situação local em Curitibanos, o coronel Francisco de Albuquerque, rival do coronel Almeida, envia um telegrama para a capital do Estado pedindo auxílio contra rebeldes que proclamaram a monarquia em Taquaruçú.

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Primeiras mortes
O governo brasileiro, então comandado pelo Marechal Hermes da Fonseca, responsável pela Política das Salvações, caracterizada por intervenções político-militares que em diversos Estados do país pretendiam eliminar seus adversários políticos, sentiu indícios de insurreição neste movimento e decidiu reprimi-lo, enviando tropas para acalmar os ânimos.

Antevendo o que estava por vir, José Maria parte imediatamente para a localidade de Irani com todo o séquito carente que o acompanhava. Irani, nesta época, pertencia a Palmas, cidade que estava na jurisdição do Paraná. Como Paraná e Santa Catarina tinham questões jurídicas não resolvidas por conta das divisas de seu território, o Paraná viu nessa grande movimentação de pessoas uma estratégia de ocupação daquelas terras por parte do Estado vizinho de Santa Catarina.

A guerra do Contestado inicia-se neste ponto: em defesa das terras paranaenses, várias tropas do Regimento de Segurança do Paraná são enviadas para o local, a fim de obrigar os invasores a voltar para Santa Catarina. Estamos em outubro de 1912.

Mas as coisas ocorrem bem diferente do planejado. Tem início um confronto sangrento entre tropas do governo e fiéis do Contestado no lugar chamado Banhado Grande. Ao término da luta, estão sem vida dezenas de pessoas, de ambos os lados, e grande quantidade de material bélico do Paraná passa para a mão dos revoltosos. Morreram no confonto o coronel João Gualberto, que comandava as tropas, e também o monge José Maria, mas os partidários do contestado tinham conseguido a sua primeira vitória.

José Maria é enterrado com tábuas pelos seus fiéis, a fim de facilitar a sua ressurreição, já que os caboclos acreditavam que este ressuscitaria acompanhado de um Exército Encantado, vulgarmente chamado de Exército de São Sebastião, que os ajudaria a fortalecer a Monarquia Celeste e a derrubar a República, que cada vez mais acreditava-se ser um instrumento do diabo, dominado pelas figuras dos coronéis.

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O Contestado fortalecido e frutificado

Bandeira do Contestado: uma cruz verde em fundo branco
Os seguidores do monge, vencedores em Irani, incluindo aí alguns fazendeiros, reagruparam-se e reorganizaram a comunidade do "Quadro Santo", bem como a "Monarquia Celestial". Morto José Maria, os caboclos passaram a obedecer as ordens de um novo chefe, de nome Eusébio Ferreira dos Santos, cuja filha, Maria Rosa , tinha visões. Em Taquaruçú fortaleceu-se um núcleo de fiéis que reuniu cerca de 3000 crentes. Estes reuniram-se atendendo ao chamamento de uma mulher, Teodora, antiga seguidora de José Maria, que dizia ter visões do monge.

O governo brasileiro, decidido a reprimir o movimento e exterminar este novo reduto antes que ele crescesse e se tornasse ainda mais perigoso, montou uma Força Pública Catarinense, que para lá se dirigiu com 200 soldados em 29 de Dezembro de 1913. Novamente, os resultados não são os esperados pelo governo: tal força pública é vencida pela coragem e obstinação dos fiéis, que, inclusive, se apoderam das armas dos soldados. Esta vitória foi fundamental para dar ainda mais credibilidade ao movimento, que fortaleceu-se a ponto de formar novos redutos em locais cada vez mais afastados e de difícil acesso, com o claro intuito de dificultar as represálias militares das tropas legais.

Para alguns historiadores este dezembro de 1913 seria o ponto inicial da Guerra do Contestado, mas não é possível deixar de considerar o confronto de 1912, em Irani.

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Mais confrontos, ataques e contra-ataques

Região da Guerra do Contestado
Em 8 de fevereiro de 1914, numa ação conjunta de Santa Catarina, Paraná e governo federal, é enviado a Taquaruçu um efetivo de 700 soldados, apoiados por peças de artilharia e metralhadoras. Estes logram êxito na empreitada, incendeiam completamente o acampamento dos jagunços, mas sem muitas perdas humanas, já que os caboclos e fiéis da causa do Contestado se refugiaram em Caraguatá, local de difícil acesso e onde já viviam cerca de 2000 pessoas.

Os fiéis que mudaram para Caraguatá eram chefiadas por Maria Rosa, uma jovem com 15 anos de idade, considerada pelos historiadores como uma Joana D'Arc do sertão, já que "combatia montada em um cavalo branco com arreios forrados de veludo, vestida de branco, com flores nos cabelos e no fuzil". Após a morte de José Maria, Maria Rosa afirmava receber, espiritualmente, ordens do mesmo, o que a fez assumir a liderança espiritual e militar de todos os revoltosos, então cerca de 6000 homens.

De março a maio outras expedições foram realizadas, porém todas sem sucesso. Em 9 de Março de 1914, embaladas pela vitória de Taquaruçú, que tinham destruído completamente, as tropas cercam e atacam Caraguatá, mas aí o desastre é total. Fogem em pânico perseguidos pelos revoltosos. Esta nova vitória enche os contestadores de ânimo. O fato repercute em todo o interior, trazendo para o reduto ainda mais pessoas com interesses afins, mas também repercute muito mal frente ao governo e aos órgãos legalmente constituídos.

Como cada vez mais pessoas enganjava-se abertamente ao movimento, piquetes foram formados pelos fiéis para o arrebanhamento de animais da região a fim de suprir as necessidades alimentícias do núcleo de Caraguatá. São então fundados os redutos de Bom Sossego e de São Sebastião. Só neste último se aglomeravam cerca de 2000 pessoas.

Além de colocar em prática técnicas de guerrilha para a defesa dos ataques do governo, os fanáticos passaram ao contra-ataque. Em 1° de setembro lançaram um documento que intitulou-se Manifesto Monarquista, deflagrando-se, a partir de então, o que chamavam de a Guerra santa, caracterizada por saques e invasões de propriedades de coronéis e por um discurso que exigia pobreza e cobrava exploração ao máximo da República.

Invadiam as fazendas dos coronéis tomando para si tudo o que precisavam para suprir as necessidades do reduto. Além disso, amparados nas vitórias que tiveram, atacaram várias cidades, como foi o caso de Curitibanos, onde o alvo eram invariavelmente os cartórios, locais onde se encontravam os registros das terras que antes a eles pertenciam. Não bastando incendiar os cartórios, num outro ataque na localidade de Calmon, destruíram completamente a segunda serraria da Lumber, uma das empresas que vieram de fora para explorar a madeira da faixa de terra de 30 quilômetros (15 quilômetros de cada lado) às margens da ferrovia.

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O controle começa a mudar de lado

Pela primeira vez na história da América Latina foram usados 2 aviões para fins bélicos de reconhecimento e bombardeio dos insurretos do Contestado
(imagem meramente ilustrativa)
Com a ordem social cada vez mais caótica na região, o governo central designa o general Carlos Frederico de Mesquita, veterano de Canudos, para comandar uma ação contra os rebeldes. Inicialmente tenta, sem êxito, um acordo para dispensar os revoltosos; a seguir ataca duramente Santo Antônio, obrigando os rebeldes a fugir. O reduto de Caraguatá, que antes vira as tropas do governo fugirem perseguidas por revoltosos, tem agora de ser abandonada às pressas pelos mesmos revoltosos devido a uma grande epidemia de tifo. Considerando, equivocadamente, dispersos os revoltosos, o general Mesquita dá a luta por encerrada.

Mas a calmaria terminaria logo. Os revoltosos rapidamente se reagrupam e se organizam na localidade de Santa Maria, intensificando os ataques: tomam e incendeiam a estação de Calmon; dizimam a vila de São João (Matos Costa), atacam Curitibanos e ameaçam Porto União da Vitória, cuja população abandona a cidade em desespero.

Os boatos chegam até Ponta Grossa e dizem que os revoltosos e seu exército pretendem marchar até o Rio de Janeiro para depor o Presidente. Os rebeldes já dominam, nesta altura dos acontecimentos, cerca de 25000 km² da região do Contestado.

O governo federal joga uma outra, e ainda mais dura, cartada: nomeia o general Setembrino de Carvalho para o comando das operações contra os Contestadores. Então, em setembro de 1914, chefiando cerca de 7000 homens e com ordens de sufocar a rebelião e pacificar a região a qualquer custo, chega a Curitiba o general Setembrino de Carvalho. A primeira e mais imediata providência foi restabelecer as ligações ferroviárias e guarnecer as mesmas para evitar que fossem novamente atacadas. Como apoio de operações de guerra, pela primeira vez na história da América Latina foram usados 2 aviões para fins de reconhecimento que não chegaram a efetivar o seu emprego no Teatro de Operações, devido a um acidente, envolvendo o então piloto tenente Kirk.

Astutamente, Setembrino envia um manifesto aos revoltosos no qual garantia a devolução de terras para quem se entregasse pacificamente. Garantia também, por outro lado, um tratamento hostil e severo para quem resolvesse continuar em luta contra o governo.

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Mudança de estratégia
Com o passar do tempo, Setembrino adota uma nova postura de guerra, evitando o combate direto, que era o que os revoltosos esperavam e para o que estavam se preparando, optando, pelo contrário, por cercar o reduto dos fanáticos com tropas por todos os lados, evitando que entrassem ou saíssem da região onde estavam. Para isto, o general dividiu seu efetivo em quatro alas com nomes dos quatro pontos cardeais, norte, sul, leste e oeste e, gradativamente, foi avançando e destruindo qualquer resistência que encontrasse pelo caminho.

Com esta nova estratégia, rapidamente começou a faltar comida nos acampamentos dos revoltosos. Isto teve como conseqüência imediata a rendição de dezenas de caboclos. Contudo, a maioria dos que se entregavam eram velhos, mulheres e crianças - talvez uma contra-estratégia dos fiéis para que sobrasse mais comida aos combatentes que ficaram para trás e que ainda defenderiam a causa.

Neste ponto da guerra do Contestado, começa a se destacar a figura de Deodato Manuel Ramos, vulgo "Adeodato", considerado pelos historiadores como o último líder dos Contestadores. Adeodato transfere o núcleo dos revoltosos para o vale de Santa Maria, que contava ainda com cerca de 5000 homens. Só que aí, à medida que ia faltando o alimento, Adeodato passa a revelar-se cada vez mais autoritário, não aceitando a rendição. Aos que se entregavam, aplicava sem dó a pena capital: a morte.

Cerco fechado, sem pressa e deixando os revoltosos nervosos lutarem contra si mesmos, em 8 de Fevereiro de 1915 a ala Sul, comandada pelo tenente-coronel Estillac, chega a Santa Maria. De um lado as forças do governo, bem armadas, bem alimentadas, de outro, rebeldes também armados, é verdade, mas famintos e sem ânimo para resistir muito tempo. A luta inicial é intensa e, à noite, o tenente-coronel ordena a retirada, afinal, já contabilizara só no seu lado 30 mortos e 40 feridos. Novos ataques e recuos ocorreram nos dias seguintes.

Em 28 de Março de 1915,o capitão Tertuliano Potyguara parte da vila de Reinchardt com 710 homens em direção a Santa Maria, perdendo só em emboscadas durante o trajeto, 24 homens. Depois de vários confrontos, num deles Maria Rosa, a líder espiritual dos rebeldes, morre às margens do rio Caçador. Em 3 de Abril, as tropas de Estillac e Potyguara avançam juntas e ordenadas para o assalto final a Santa Maria, onde restavam apenas alguns combatentes já quase mortos pela fome.

Em 5 de Abril, depois do grande assalto a Santa Maria, o general Estillac registra que "tudo foi destruído, subindo o número de habitações destruídas a 5000 (...) as mulheres que se bateram como homens foram mortas em combate (...) o número de jagunços mortos eleva-se a 600. Os redutos de Caçador e de Santa Maria estão extintos. Não posso garantir que todos os bandidos que infestam o Contestado tenham desaparecido, mas a missão confiada ao exercito está cumprida". Os rebeldes sobreviventes se dispersaram em muitas cidades.

Em dezembro de 1915 o último dos redutos dos revoltosos é devastado pelas tropas de Setembrino. Adeodato foge, vagando com tropas no seu encalço. Consegue, no entanto, escapar de seus perseguidores e, como foragido, ficou ainda 8 meses escondendo-se pelas matas da região. Mas a fome e o cansaço, além de uma perseguição sem trégua, fizeram com que Adeodato se rendesse. Encerrava-se então, em agosto de 1916, com a prisão de Adeodato, a Guerra do Contestado.

Adeodato foi capturado e condenado a 30 anos de prisão. Entretanto, em 1923, 7 anos após ter sido preso, Adeodato é morto pelo próprio diretor da cadeia numa tentativa de fuga.

Na data de 12 de outubro de 1916, os governadores Filipe Schimidt (de Santa Catarina) e Afonso de Camargo (do Paraná) assinaram um acordo e o município de Campos de Irani passou a chamar-se Concórdia.

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Estatísticas do Confronto
Área conflagrada: 20.000 km²
População da época envolvida na área de conflito: aproximadamente 40.000 habitantes
Municípios do Paraná, na época: Rio Negro, Itaiópolis, Timbó, Três Barras, União da Vitória e Palmas
Municípios de Santa Catarina, na época: Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas
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Alguns Antecedentes e Precedentes
Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites
Decisões judiciais do STF pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910
Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906
Construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, de 1908 a 1910
Criação dos Municípios de Canoinhas (Santa Catarina) e de Itaiópolis, de Três Barras e de Timbó (Paraná)
Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization em Calmon (1908) e em Três Barras (1912)
Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911
1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas
1910-1912: Questão de terras da Fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril
Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912
1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG
Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios
Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores – bendegós
Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios
Espírito guerreiro do Caboclo Pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista)
Religiosidade: Messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla
Ideologia Nacionalista – Civilismo na República – Reestruturação do Exército
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Mais dados importantes
Início da Guerra: outubro de 1912
Tempo da Guerra: 46 meses (out/1912 a ago/1916)
Auge da Guerra: Março-abril de 1915, em Santa Maria, na Serra do Espigão
Final da Guerra: Agosto de 1916, com a captura de Adeodato, o último líder do Contestado
Combatentes militares no auge da Guerra: 8.000 homens, sendo 7.000 soldados do Exército Brasileiro, do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina, mais 1.000 civis contratados.
Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores
Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000:000$000, mais soldados militares
A Guerra do Contestado durou mais tempo e produziu mais mortes que a Guerra de Canudos, outro conflito semelhante em terras do Brasil.
Em cinco anos de guerra, 9 mil casas foram queimadas e 20 mil pessoas mortas.
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Algumas Conseqüências Imediatas
20/10/1916: Assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro;
07/11/1916: Manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense contra o acordo;
De maio a agosto de 1917: Sublevação popular no Contestado-Paranaense, pró Estado das Missões;
Maio e junho de 1917: Ascensão e assassinato do monge Jesus Nazareno;
03/08/1917: Homologação final do Acordo de Limites;
Setembro de 1917: Instalação dos municípios de Mafra, Cruzeiro e de Porto União;
1918: Reinício da colonização no Centro-Oeste Catarinense, por empresas particulares;
Janeiro e maio de 1920: Revolta política em Erval e Cruzeiro;
Março de 1921: Revolta de caboclos contra medição de terras, entre Catanduvas e Capinzal.
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Ligações externas
História de S. Catarina: Guerra do Contestado.
O Contestado: Galeria de fotos e bibliografia.
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Referências bibliográficas
Grandes Acontecimentos da História - Revista da Editora 3, nº 4 (setembro de 1973).
A Guerra do Contestado
Introdução

A região denominada "Contestado" abrangia cerca de 40.000 Km2 entre os atuais estados de Santa Catarina e Paraná, disputada por ambos, uma vez que até o início deste século a fronteira não havia sido demarcada. As cidades desta região foram palco de um dos mais importantes movimentos sociais do país.

A formação da Região

A região do interior de Santa Catarina e Paraná desenvolveu-se muito lentamente a partir do século XVIII, como rota de tropeiros que partiam do Rio Grande do Sul em direção à São Paulo.
No século XIX algumas poucas cidades haviam se desenvolvido, principalmente por grupos provenientes do Rio Grande, após a Guerra dos Farrapos, dando origem a uma sociedade baseada no latifúndio, no apadrinhamento e na violência. Após a Proclamação da República, com a maior autonomia dos estados, desenvolveu-se o coronelismo, cada cidade possuía seu chefe local, grande proprietário, que utilizava-se de jagunços e agregados para manter e ampliar seus "currais eleitorais", influenciando a vida política estadual. Havia ainda as disputas entre os coronéis, envolvendo as disputas por terras ou pelo controle político no estado.
Em 1908 a empresa norte americana Brazil Railway Company recebeu do governo federal uma faixa de terra de 30Km de largura, cortando os 4 estados do sul do país, para a construção de uma ferrovia que ligaria o Rio Grande do Sul a São Paulo e ao mesmo tempo, a outra empresa coligada passaria a explorar e comercializar a madeira da região, com o direito de revender as terras desapropriadas ao longo da ferrovia.

A Situação Social

Enquanto os latifundiários e as empresas norte americanas passaram a controlar a economia local, formou-se uma camada composta por trabalhadores braçais, caracterizada pela extrema pobreza, agravada ainda mais com o final da construção da ferrovia em 1910, elevando o nível de desemprego e de marginalidade social. Essa camada prendia-se cada vez mais ao mandonismo dos coronéis e da rígida estrutura fundiária, que não alimentava nenhuma perspectiva de alteração da situação vigente. Esses elementos, somados a ignorância, determinaram o desenvolvimento de grande religiosidade, misticismo e messianismo.

O Messianismo na Região

Os movimentos messiânicos são aqueles que se apegam a um líder religioso ou espiritual, um messias, que passa a ser considerado "aquele que guia em direção à salvação". Os "líderes messiânicos" conquistam prestígio dando conselhos, ajudando necessitados e curando doentes, sem nenhuma pretensão material, identificando-se do ponto de vista sócio econômico com as camadas populares. Na região sul, a ação dos "monges" caracterizou o messianismo, sendo que o mais importante foi o monge João Maria, que teve importante presença no final do século passado, época da Revolução Federalista (1893-95).




O monge João Maria


Durante muitos anos apareceram e desapareceram diversos "monges", confundidos com o próprio João Maria. Em 1912 surgiu na cidade de Campos Novos, no interior de Santa Catarina, o monge José Maria. Aconselhando e curando doentes a fama do â?~mongeâ?T cresceu, a ponto de receber a proteção de um dos mais importantes coronéis da região, Francisco de Almeida. Vivendo em terras do coronel, o monge recebia a visita de dezenas de pessoas diariamente, provenientes de diversas cidades do interior. Proteger o monge passou a ser sinal de prestígio político, por isso, a transferência de José Maria para a cidade de Taquaruçu, em terras do coronel Henrique de Almeida, agudizou as disputas políticas na região, levando seu adversário, o coronel Francisco de Albuquerque, a alertar as autoridades estaduais sobre o desenvolvimento de uma "comunidade de fanáticos" na região.
Durante sua estada em Taquaruçu, José Maria organizou uma comunidade denominada "Quadro Santo", liderada por um grupo chamado "Os Doze pares de França", numa alusão à cavalaria de Carlos Magno na Idade Média, e posteriormente fundou a "Monarquia Celestial".



Caboclos armados


O Confronto (1912-16)

Ao iniciar a Segunda década do século, o país era governado pelo Marechal Hermes da Fonseca, responsável pela "Política das Salvações", caracterizada pelas intervenções político-militares em diversos estados do país, pretendendo eliminar seus adversários políticos. Além da postura autoritária e repressiva do Estado, encontramos outros elementos contrários ao messianismo, como os interesses locais dos coronéis e a postura da Igreja Católica no sentido de combater os líderes "fanáticos".
O primeiro conflito armado ocorreu na região de Irani, ao sul de Palmas, quando foi morto José Maria, apesar de as tropas estaduais terem sido derrotadas pelos caboclos. Os seguidores do monge, incluindo alguns fazendeiros reorganizaram o "Quadro Santo" e a Monarquia Celestial; acreditavam que o líder ressuscitaria e o misticismo expandiu-se com grande rapidez. Os caboclos condenavam a república, associando-a ao poder dos coronéis e ao poder da Brazil Railway.



Grupo de soldados federais


No final de 1913 um novo ataque foi realizado, contando com tropas federais e estaduais que, derrotadas, deixaram para trás armas e munição. Em fevereiro do ano seguinte, mais de 700 soldados atacaram o arraial de Taquaruçu, matando dezenas de pessoas. De março a maio outras expedições foram realizadas, porém sem sucesso.
A organização das Irmandades continuou a se desenvolver e os sertanejos passaram a Ter uma atitude mais ofensiva. Sua principal líder era uma jovem de 15 anos, Maria Rosa, que dizia receber ordens de José Maria. Em 1° de setembro foi lançado o Manifesto Monarquista e a partir de então iniciou-se a "Guerra Santa", caracterizada por saques e invasões de propriedades e por um discurso que vinculava pobreza e exploração à República.
A partir de dezembro de 1914 iniciou-se o ataque final, comandado pelo General Setembrino de Carvalho, mandado do Rio de Janeiro a frente das tropas federais, ampliada por soldados do Paraná e de Santa Catarina. O cerco à região de Santa Maria determinou grande mortalidade causada pela fome e pela epidemia de tifo, forçando parte dos sertanejos a renderem-se, sendo que os redutos "monarquistas" foram sucessivamente arrasados.
O último líder do â?~Contestadoâ?T, Deodato Manuel Ramos foi preso e condenado a 30 anos de prisão, tendo morrido em uma tentativa de fuga.

As fotos foram retiradas do livro "O CONTESTADO" de Eduardo José Afonso, Editora Ática, Coleção Guerras e Revoluções Brasileiras.
Depois de 4 anos de perseguições e de grande mortalidade, o movimento da região do Contestado foi desfeito, a fronteira entre os estados foi demarcada e consolidou-se o poder dos latifundiários no interior.
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8134 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 45 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Contestado: A Guerra Desconhecida

Sergio Rubim
Florianópolis
Jornalista, documentarista e blogueiro. Comecei a carreira de jornalista como editor de telejornalismo na RBS TV (1979), repórter no jornal O Estado. Fundador dos jornais Afinal (80), Jornal da Fronteira (Uruguay-80/83), Novo Jornal (Florianópolis)e jornal Costa Leste (Florianópolis). Produzi o documentário Contestado: A Guerra Desconhecida. Editor de Plantão no Diário Catarinense, editor de Polícia, Variedades e sub-editor de Geral. Editor do OktoberZeitung (Blumenau-88), Chefe de redação do Jornal de Santa Catarina. Fundador do jornal Blumenau Urgente. Estou Blogueiro. sergiorubim@gmail.com 48-84087882
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segunda-feira, 14 de abril de 2008
Os Coronéis

Com a República, os poderosos coronéis - que ostentavam esse título por concessão do Império que criou a Guarda Nacional - tomaram consciência da possibilidade de legalizar terras em grande escala. No Contestado não foi diferente. Passaram a receber concessões, a requerer e a ampliar seus domínios.
Com a chegada da Lumber, abriu-se a possibilidade de exploração e ganhos com as terras legalizadas, já que a poderosa madeireira não se limitou a explorar as imensas áreas que lhe foram concedidas e negociava com muitos proprietários.
Alguns coronéis, como Francisco de Albuquerque, de Curitibanos, e Fabrício Vieira, do Vale do Timbozinho, tornaram-se especialmente odiados pelos sertanejos que em muitas ocasiões pediram suas cabeças como condição básica para qualquer negociação de paz.
Afonso Camargo, vice-governador do Paraná, era um coronel à distância, mas igualmente odiado pois advogava para a grande madeireira - empresa em que mais tarde deu grandes golpes em negócios de terra. Poderosos, os coronéis tinham muitos afilhados. Durante a Guerra do Contestado viram-se pela primeira vez, no sertão, atacados mesmo por estes, tamanha a revolta dos sertanejos. Francisco Albuquerque, o primeiro, chamou tropas catarinenses para intimidar o monje José Maria e seus seguidores, foi morto após a guerra num declarado ato de vingança.
Postado por Sergio Rubim às 06:35 1 comentários
O Pós-Guerra

Encerrada oficialmente a intervenção do Exército em 1915, a Guerra do Contestado ainda teve continuação. Piquetes militares perseguiram focos revoltosos por muitos anos.
Os prisioneiros tinham destino variado. Muitos eram mortos imediatamente, outros eram reunidos e enviados para trabalho escravo muito poucos reintegraram-se às suas famílias ou voltaram às suas regiões de origem. O governo catarinense chegou a protestar pela intensiva migração forçada realizada pelo governo paranaense. Tropas federais permaneceram por algum tempo na região, a madeireira Lumber voltou a operar com desenvoltura, desmatando incessantemente. Os governos de Santa Catarina e do Paraná trataram de resolver suas pendengas e, em 1916, assinaram, no Rio de Janeiro, um tratado dividindo a área que pretendiam. O Paraná ficou com 20 mil quilômetros quadrados da área contestada e Santa Catarina com 28 mil quilômetros quadrados.
Postado por Sergio Rubim às 06:22 0 comentários
Os Sobreviventes
(Fotos: Dario A. Prado Jr.)



Nos anos de 1984/1985 um grupo de jornalistas realizou uma vasta pesquisa que resultou no documentário em vídeo chamado Contestado: A Guerra Desconhecida. Nesse período foram entrevistados os últimos sobreviventes da guerra. Homens ainda fortes, lúcidos, valiosos testemunhos de tantas lutas e horrores.
compreensão do conflito. Do lado dos vencidos, nenhum falava muito a vontade de combates e mortes. Temiam, mesmo depois de 70 anos, serem perseguidos pois os vencedores testemunharam que eles seriam fanáticos e criminosos mesmo assim, com calma e amizade acabaram fazendo importantes relatos para aDo lado dos vencedores nenhum orgulho especial pelo que fizeram, até pelo contrário. Deste lado foram ouvidos um ex-soldado e um ex-vaqueano. O primeiro mais instruído pode, depois da guerra, fazer uma reflexão que o levou a odiar ter sido usado para matar brasileiros como ele a serviço de “uma monstruosidade da administração”.
O vaqueano, que era pago por fazendeiros, contava atrocidades sem se gabar, mas com naturalidade.
Um outro depoente, que não combateu em nenhum dos lados mas acompanhou os acontecimentos, sonhava em se casar com “uma jaguncinha” (jagunço era então o nome dos revoltosos) e acabou fazendo-o.
Postado por Sergio Rubim às 05:56 0 comentários
As mulheres no Contestado


Rosa Pais de Farias, filha do líder Chico Ventura, fazia as bandeiras do movimento e os uniformes dos Pares de França. Morou e morreu em Lebon Régis, no meio-oeste catarinense.
(Foto: Dario A. Prado Jr.)

Embora pouco reconhecidas pela literatura e registros da Guerra do Contestado, as mulheres tiveram um papel fundamental no conflito. Duas se destacaram na guerra por sua bravura: Maria Rosa, filha de Elias de Souza e Francisca Roberta, mais tarde conhecida como Chica Pelega.
Maria Rosa, aos 15 anos, em meio a orações, entrava em transe e discursava dizendo receber ordens do monge José Maria. Durante os transes tinha visões de batalhas e, daí em diante, era ela quem definia as ordens recebidas pelo espírito do monge para organizar o comportamento do grupo. Com o passar do tempo, além de líder espiritual, a virgem Maria Rosa se transforma em chefe militar e comandou a retirada estratégica, após a primeira batalha de Taquaruçú, em 1913, para o novo reduto em Caraguatá.
Chica Pelega, já respeitada em Taquaruçú por seu conhecimento e trato com ervas medicinais fica no reduto cuidando de doentes, velhos e crianças. Em 1914, as tropas do governo atacam novamente Taquaruçú onde ela luta bravamente.
Chica Pelega morre quando a igreja, tomada pelo fogo, desaba em cima do galpão onde se encontravam mais de 300 pessoas.
Rosa Paes de Farias, filha do grande líder Chico Ventura, foi uma das últimas sobreviventes da guerra e viveu até os 98 anos. Fazia as bandeiras de guerra e os uniformes dos Pares de França, tropa de elite dos revoltosos. Jamais se arrependeu da resistência. Afirmava: “Nós estávamos aqui e vieram nos atacar. O que havíamos de fazer? Resistir. Houve muita morte de lado a lado. Mas muito soldado passou para o nosso lado”.
O papel das mulheres menos conhecidas também foi fundamental. Enquanto os homens lutavam em várias frentes de combate elas cuidavam dos filhos, dos doentes e da obtenção e preparação de alimentos. Ao final da guerra foram tão humilhadas e maltratadas quanto seus maridos e filhos.
Postado por Sergio Rubim às 05:21 3 comentários
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8133 - GUERRA DO CONTESATADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 47 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Contestado: A Guerra Desconhecida

Sergio Rubim
Florianópolis
Jornalista, documentarista e blogueiro. Comecei a carreira de jornalista como editor de telejornalismo na RBS TV (1979), repórter no jornal O Estado. Fundador dos jornais Afinal (80), Jornal da Fronteira (Uruguay-80/83), Novo Jornal (Florianópolis)e jornal Costa Leste (Florianópolis). Produzi o documentário Contestado: A Guerra Desconhecida. Editor de Plantão no Diário Catarinense, editor de Polícia, Variedades e sub-editor de Geral. Editor do OktoberZeitung (Blumenau-88), Chefe de redação do Jornal de Santa Catarina. Fundador do jornal Blumenau Urgente. Estou Blogueiro. sergiorubim@gmail.com 48-84087882
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segunda-feira, 14 de abril de 2008
A Guerra do Contestado


Uma das maiores e mais sangrentas revoltas camponesas da História da Humanidade aconteceu em Santa Catarina.
No dia 22 de outubro de 1912, na cidade de Irani, tropas paranaenses comandadas pelo coronel João Gualberto travaram um violento combate com um grupo de sertanejos sem-terra, liderados pelo “monge” José Maria que pregava a volta da Monarquia e a construção de uma sociedade igualitária. O conflito, que se alastrou por dezenas de cidades catarinenses, durou quatro anos e causou a morte de cerca de 20 mil pessoas.
Vários acontecimentos produziram este levante popular: a disputa de limites entre Paraná e Santa Catarina; a construção da estrada de ferro São Paulo - Rio Grande, pela poderosa multinacional Brazil Railway pertencente ao Sindicato Farquhar; a instalação da segunda maior madeireira da América, a Southern Brazil Lumber & Colonization Company Inc.
Este conjunto de fatores convergia para uma mesma direção: a expulsão dos camponeses, habitantes nativos da região, a ocupação de suas terras e a exploração das ricas reservas de pinheiro araucária. Nesse período praticou-se a primeira devastação ecológica industrialmente planejada na América Latina com a derrubada de mais de 2 milhões de pinheiros e outras madeiras nobres.

TESTE MILITAR
A Guerra do Contestado mobilizou dois terços do Exército Brasileiro de então, milícias estaduais e forças paramilitares. Foi o grande teste do exército moderno: pela primeira vez, na América Latina, utilizaram-se aviões com fins militares, bombas de fragmentação e aprimoradas técnicas de contra-insurgência, só esboçadas na Guerra de Canudos.
Os camponeses, profundos conhecedores do sertão catarinense e movidos por uma fé mística baseada na imortalidade, resistiram ferozmente até a sua derrota utilizando eficientes técnicas de guerrilha. Além da luta pela terra, messianismo, sebastianismo e desejos de volta à Monarquia permeavam o imaginário dos sertanejos.
Postado por Sergio Rubim às 12:23 3 comentários
A Região Do Contestado
Chamou-se Contestado a área de 40 mil quilômetros quadrados disputada por Santa Catarina e Paraná. Além de terras, havia em jogo grandes florestas de madeiras nobres e imensos ervais nativos, que produziam erva-mate.
Santa Catarina já havia ganho três disputas judiciais no Supremo, sem nunca ver cumprida suas determinações.
Poucos moradores e fazendeiros tinham documentação das terras que ocupavam e exploravam. Esta situação começou a mudar no início da República, com os “coronéis” legalizando grandes extensões em seu nome e, depois, com a chegada da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, cujos construtores ganharam 15 quilômetros de cada lado da ferrovia para explorar madeira e erva-mate. Muitos moradores foram progressivamente desalojados, à força, durante anos.
Em 1910, o Sindicato Farqhuar, que construia a ferrovia, inaugurou a segunda maior madeireiro da América em Três Barras, para explorar suas concessões. Em seguida, passou também a vender terras - na maioria das vezes ocupadas por sertanejos brasileiros - para estrangeiros de diversas procedências.
A Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Inc., domina o sertão. Dispõe de um exército de 200 homens para pressionar quem fosse preciso. Começa a formar-se o cenário da guerra.
Postado por Sergio Rubim às 12:00 0 comentários
A Madeireira Lumber
Além de construir a São Paulo-Rio Grande, Percival Farquhar montou a Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Inc., em Três Barras/Santa Catarina, com um capital inicial de 100 mil dólares logo ampliado para 12 milhões de dólares. É o maior empreendimento econômico no Sul. A cidade recebia gente do mundo inteiro. Madeireira e depois colonizadora, a Lumber promoveu uma devastação ecológica inédita até então. Dois anos depois de sua inauguração em 1910, dispunha de uma reserva de mais de 2 milhões de pinheiros (araucária angustifólia), sem contar imbúias, cedros e outras madeiras nobres.
A grande madeireira serrava 300 metros cúbicos por dia com sistemas totalmente automatizados empregando mão de obra predominantemente estrangeira. Construía ramais ferroviários no meio da mata de onde ia arrancando as árvores com guindaste, de maneira célere. Conseguiu que o governo brasileiro construísse um ramal gigante ligando a madeireira ao litoral - a estrada de ferro Porto União-São Francisco - por onde exportava madeira e erva-mate.
A Lumber operou por 40 anos até que fosse literalmente abandonada pelos americanos e sua área incorporada ao Exército Brasileiro. Não deixou um único exemplar das magníficas espécies nativas encontradas nas áreas onde atuou.
Como prova do seu poderio, a Lumber, mesmo em terras contestadas por dois estados, estabelece Três Barras como município pertencente ao Paraná. A cidade torna-se catarinense com a assinatura do acordo de fronteiras em 1917, no final da guerra.
Postado por Sergio Rubim às 11:51 0 comentários
A Estrada de Ferro
A estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande foi construída para integrar econômica e geograficamente o sul do Brasil. As obras do trecho em terras do meio-oeste catarinense foram entregues ao poderoso Sindicato Farquhar, que além de ter construído a ferrovia Madeira-Mamoré operava serviços de infra-estrutura como portos, energia elétrica, transportes e comunicações de Porto Alegre a Belém do Pará.
Com um lobista do porte de Rui Barbosa, seu advogado, o Sindicato de propriedade do norte-americano Percival Farquhar conseguiu uma inédita forma de pagamento: recebia em dinheiro e mais 15 quilômetros de cada lado da ferrovia. Com uma força armada particular, ocupou essas terras expulsando delas sertanejos brasileiros, seus primeiros moradores. A ferrovia foi suporte fundamental para a criação da Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Inc., grande madeireira e colonizadora de terras.
A madeira arrancada da região era transportada via estrada de ferro para os portos do sul. Para isso também foi construído o ramal Porto União-São Francisco do Sul. Durante a Guerra do Contestado a estrada de ferro transportou soldados, armas e munição do Exército Brasileiro que protegeu interesses do Sindicato Farquhar atacando populações nativas.
A empresa norte americana dispensou, de uma só vez em plena guerra, mais de mil operários que vagaram pela região engrossando as fileiras dos jagunços revoltados.
Postado por Sergio Rubim às 11:30 1 comentários
Os Líderes Rebeldes

Durante os quatro anos que durou a Guerra do Contestado morreram cerca de 20 mil pessoas - equivalente a um terço da população de Santa Catarina, à época. E também milhares de militares.
O movimento revoltoso teve, ao longo desses anos, várias lideranças que comandaram com êxito muitos combates e ofensivas. Entre eles Venuto Baiano, Chico Ventura, Aleixo Gonçalves, Antonio Tavares, Adeodato Ramos, Bonifácio Papudo e Alemãozinho (que traiu o movimento). Atuavam sob a forma de guerrilha, conseguiam infiltrar espiões regularmente - os bombeiros - nas forças que os combatiam, lutavam com revólveres, espingardas e no corpo a corpo com facões de pau feitos de madeira duríssima da região.
Apoiados numa forte crença de ressurreição e retorno nos exércitos encantados de São Sebastião, eram ferozes e destemidos em combate.
Logo os combatentes sertanejos foram chamados de pelados e seus opressores de peludos. Os pelados formaram tropas de elite nos redutos, os Pares de França, inspirados nas histórias do rei Carlos Magno. Queriam viver numa terra santa onde “tudo era irmão e irmã” e sob o signo de que “quem tem moe, quem não tem moe também, ficando no fim todos iguais”.
Conseguiram forças para uma resistência inédita na história e só foram subjugados pela fome e extermínio sistemático nos redutos invadidos com a degola dos prisioneiros.
Tinham um confuso discurso de fundar uma monarquia, na verdade um sonho de voltar aos tempos em que a vida havia sido mais digna e generosa.
Postado por Sergio Rubim às 11:14 0 comentários
O Exército



Para derrotar os revoltosos do Contestado foram necessárias 13 expedições militares, durante quatro anos. No conflito atuaram Euclides Figueiredo, Eurico Gaspar Dutra, Herique Teixeira Lott entre outros oficiais que influenciaram diretamente a vida brasileira. Praticaram diversos procedimentos de contra-insurgência e aniquilamento das populações rebeladas.
Pela primeira vez foram empregados aviões com fins militares na América Latina e bombas de fragmentação contra combatentes. Mas também foram usadas velhas práticas como a eliminação sistemática de prisioneiros e a degola.
A grande companhia Lumber mereceu atenção especial do Exército que atuou decididamente em sua defesa. Casos de corrupção como o desvio de fardamento, alimentos e munição das tropas foram denunciados no Clube Militar, no Rio de Janeiro e nunca apurados.
A campanha foi encerrada oficialmente depois de um longo cerco aos revoltosos, cortando-lhes suprimentos e matando-os de fome. Depois de terminada a guerra, tropas continuaram perseguindo os vencidos no sertão matando e destruindo suas casas.
O capitão Matos Costa, morto na Guerra, foi um dos raros a compreender o que se passava de verdade no sertão. Afirmava: “A revolta do Contestado é apenas uma insurreição de sertanejos espoliados nas suas terras, nos seus direitos e na sua segurança”.
Postado por Sergio Rubim às 07:18 0 comentários
Os Monges


A região do Contestado foi largamente percorrida por dois monges, de 1845 a 1908. O primeiro se chamava João Maria D’Agostini, era italiano de origem. Benzia, curava e não fazia ajuntamento de pessoas nem dormia na casa de ninguém. Veneradíssimo batizou milhares de moradores do sul do Brasil. Desapareceu por volta de 1890.
Em seguida surge outro monge, João Maria de Jesus, nome adotado por Anastás Marcaf, turco de origem. Também percorria o sertão benzendo, curando e batizando. Não juntava gente em volta de si, não dormia nas casas, mas atacava a República. Desapareceu por volta de 1908 e, segundo a população de então, “está encantado no Morro do Taió”.
É um terceiro monge, entretanto, que vai aglutinar o povo do sertão do Contestado e, de alguma forma, levá-los à guerra. Chamava-se José Maria - seu verdadeiro nome era Miguel Lucena e sugeria ser irmão de João Maria. Benzia, curava, batizava e reunia gente ao seu redor lendo, regularmente, o livro do Rei Carlos Magno e seus Doze Pares de França - com seus ensinamentos de guerra. Atacava duramente as autoridades e a República.
Ameaçado pelos coronéis da região do Contestado, o Monge e um grupo de sertanejos deslocaram-se para o Irani, em terras que o Paraná considerava suas, palco do primeiro combate da guerra. A 22 de outubro de 1912, na região denominada Banhado Grande, José Maria e seu grupo são atacados por soldados do Paraná comandados pelo coronel João Gualberto.
Morrem o monge e o coronel.


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Postado por Sergio Rubim às 06:54 4 comentários
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A Maravilhosa Aventura Humana na Face da Terra
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 2 minutos atrás

8157 - GUERRA DA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 2 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Quarta-feira, 26 de janeiro de 2011 - Hora: 7:45 Minutos





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GUERRA DA CISPLATINA

Home >>> História >>> História geral >>> Guerra da Cisplatina



A região da Banda Oriental do Rio da Prata, que hoje é conhecida como Uruguai, vinha sendo disputada desde os tempos do Tratado de Madri, primeiramente, por espanhois e portuguêses, e depois, por argentinos e brasileiros.
Território argentino até 1821, ele é incorporado por Dom João VI com o nome de Província Cisplatina. A anexação é baseada sobre os direitos hereditários que sua esposa, a Princesa Carlota Joaquina, teria sob a região.
Localizado na entrada do estuário de Rio da Prata, a Banda Oriental é estratégica, já que quem a controla tem grande domínio sobre a navegação em todo o rio.
O CONFLITO

Com pretenções de retomar a região, a Argentina incentiva os patriotas uruguaios, liderados por Juan Antonio Lavalleda, e por Fructuoso Rivera. Com o apoio argentino, os dois conseguem proclamar a indepêndencia uruguaia em 1825, e a sua anexação a República Argentina. Este fato da ínicio a guerra.
Após a proclamação, Dom Pedro I manda uma esquadra brasileira bloquear o estuário, a Argentina revida, atacando o litoral gaúcho. Dom Pedro I inicía então a ofensiva terrestre, com um exército formado em sua maioria por mercenário europeus.
Este exército é derrotado na Batalha do Passo do Rosário em 1827.
A INTERVENÇÃO BRITÂNICA

Entre fevereiro de 1827, data da Batalha do Passo do Rosário, e 27 de agosto de 1828, data em que foi reconhecida a independência uruguaia, aumentou o papel inglês no conflito sul-americano.
Não era do interesse inglês que houvesse um vencedor nesta guerra, a posse da Banda Oriental fortaleceria em demasia a nação vencedora, o que poderia gerar futuros conflitos.
Cedendo às pressõs britânicas, ambas as nações concederam a independência à Banda Oriental, que se tornou a República Oriental do Uruguai.
A DERROTA

Porem, o grande perdedor foi o Império Brasileiro, a perda definitiva da Província Cisplatina gerou insatisfação geral no Brasil, vale lembrar que Dom Pedro I não contava com o apoio da maioria dos brasileiros quando decidiu declarar guerra a Argentina. A derrota enfraqueceu o imperador, e seria decisiva nos fatos que o levariam à abdicação, em 1831
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8156 - GUERRA DA CISPLATINA
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Guerra da CisplatinaPor Felipe Araújo

A Guerra da Cisplatina ocorreu entre os anos de 1825 a 1828 e envolveu o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio Prata (Argentina). A batalha foi uma disputa pela posse da então Colônia do Sacramento – atual Uruguai. A área era considerada estratégica, pois era de grande domínio fluvial, com acesso aos rios Paraná e Paraguai e via de transporte da prata andina.

Antes do início da guerra, esta área já causava controvérsias devido à sua fundação e colonização. Pactos entre Espanha e Portugal consideravam que a Colônia do Sacramento fora fundada por Portugueses, mas, colonizada por Espanhóis. Portanto, foi considerada um território da Espanha.

Porém, em 1816, as Províncias Unidas do Rio Prata, como era chamada a região, foram invadidas pelo general português Carlos Frederico Lecor e voltaram a ser território da Coroa Portuguesa. Em 1821 a área foi incorporada ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e ficou com o nome de Província Cisplatina. Na época, a anexação foi justificada com a premissa de que a Rainha Carlota Joaquina teria direitos sucessórios sobre a região.

Mas a recém-batizada Cisplatina tinha habitantes com idioma e cultura diferentes que se negavam a aceitar os costumes brasileiros. Neste contexto, a Argentina e alguns patriotas Uruguaios, liderados pelo revolucionário uruguaio Juan Antonio Lavalleja, começaram a fomentar o início da rebelião. Então, em 1825, a Guerra da Cisplatina eclodiu.

O início dos embates deu-se quando Lavalleja desembarcou na praia da Agraciada com suas fileiras e, ajudado por populares, dominou a região e declarou sua anexação à Argentina. Como resposta, o governo brasileiro informava que, caso Lavalleja não desocupasse a área, enviaria tropas dando início à guerra. D. Pedro I fez uma declaração formal de guerra à Argentina.

A vantagem do Brasil era populacional, tinha 4,5 milhões de pessoas contra 600.000 das Províncias Unidas do Rio Prata, mas o número da população não retratava a medida de força dos dois países, pois, na época, o Brasil passava por inúmeras revoltas internas.


J. B. Debret, Embarque das tropas para Montevidéu.

A base principal do exército brasileiro era de portugueses, mas, depois da proclamação da república, estas tropas retornaram à Europa e foram substituídas por brasileiros recém-recrutados. Diante da dificuldade de conseguir soldados, mercenários foram recrutados na Alemanha e na Irlanda, porém, não ofereciam ajuda imediata.

Sobre os soldados das Províncias Unidas do Rio Prata, o historiador John Armitage fez a seguinte observação:

“armados unicamente com as bolas e os laços, e com a inseparável faca enfiada no cinto, todos [os gaúchos] são soldados por hábito; e animados pelo espírito de nacionalidade, estão sempre prontos a entrar em luta”.

Em 1827, as forças imperiais derrotaram as provincianas na Batalha de Monte Santiago. No ano seguinte, o uruguaio Fructuoso Rivera reconquistou a província oriental (Uruguai). Após esta vitória, devido ao impasse em terra, ao bloqueio naval do Brasil, aos altos custos com a guerra e a pressão inglesa para que fosse firmado um acordo, deu-se início um acordo de paz, mediado pela França e pela Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região.

Enfim, no ano de 1828 termina a Guerra da Cisplatina, com as duas partes assinando um acordo que findava o conflito. A acordo firmava que a Província da Cisplatina não ficaria nem com a Argentina nem com o Brasil. Foi criado um país independente: a República Oriental do Uruguai.

ConsequênciasO desfecho da Guerra da Cisplatina foi desfavorável ao Brasil, pois o dinheiro gasto para sustentar o combate arruinou sua economia. Outro aspecto foi o desgaste da imagem política de D. Pedro I, aumentando a insatisfação do povo que, desde o início do conflito, culpava a Guerra da Cisplatina dizendo que ela representava o aumento de impostos.

Com a independência da região Cisplatina, os populares contrários a D. Pedro I utilizaram o argumento de que o Brasil arrombara seus cofres e sacrificara a população para lutar em uma causa perdida. Entretanto, esta não foi a principal causa da queda de D. Pedro I, mas, sim, apenas parte de um conjunto de fatores que causaram a abdicação. A maior causa, talvez, tenha sito o estilo centralizador do governo.

Fontes:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_cisplatina


Data de publicação: 07/01/2010
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► Guerra da Cisplatina


A partida das tropas imperiais para a Guerra da Cisplatina, retratada por Debret

Em 1825, intensificou-se a luta pela independência da Província Cisplatina, que tinha sido incorporada ao Brasil na época do Reino Unido. A Argentina, que tinha interesse em anexar a região, defendeu e apoiou de pronto o separa­tismo platino, dando início a uma guerra contra o Império brasileiro.

A Guerra da Cisplatina não era aceita pela maioria dos brasileiros. Contudo ela foi levada à frente e de forma intempestiva pelo Imperador, com gastos elevados e mais empréstimos ingleses. Em 1828, quando o Brasil já acumulava várias derrotas e algumas vitórias inexpres­sivas, deu-se a intervenção diplomática da Inglaterra, no sentido de solucionar o conflito que afetava os seus interesses na bacia do Prata. Assim, o Império e a Argen­tina desistiam da Cisplatina e reconheciam a nova nação, que adotou o nome de República do Uruguai.

A desastrosa e custosa campanha da Cisplatina contribuiu para o aumento das críticas ao Imperador, que desde 1823 praticava um governo despótico, onde seus interesses pessoais se sobrepunham aos interesses nacionais. (Ver: Questão Cisplatina)

Veja mais do primeiro Reinado:


► Primeiro Reinado


► Guerras da Independência do Brasil

► Assembléia Constituinte de 1823

► Constituição de 1824

► Confederação do Equador

► Abdicação de D. Pedro I

► Movimento da Independência





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8154 - GUERRA DA CISPLATINA
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Guerra da Cisplatina

Cisplatina: o gasto com tropas em uma guerra claramente desnecessária.
Qual o sentido de uma guerra para uma nação? A resposta dessa pergunta não é nada fácil, tendo em vista os diversos fatores que levam um Estado a se levantar em armas. Durante o Primeiro Reinado, Dom Pedro I foi confrontado ao se deparar com a revolta da província da Cisplatina. Tal região, historicamente colonizada pelos espanhóis, havia sido dominada pelo rei Dom João VI no período em que comandou o governo português em terras brasileiras.

O interesse de Dom João VI em conquistar a região da Cisplatina pode ser compreendido por meio de duas questões distintas. Inicialmente, devemos considerar que os levantes liberais e abolicionistas que tomavam essa região representavam uma ameaça à hegemonia política de Dom João VI no Brasil. De fato, o rei lusitano temia que o triunfo do movimento de independência da Cisplatina pudesse inspirar outros movimentos de igual natureza em terras brasileiras.

Além disso, outra justificativa para esta ação girava em torno da rainha Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI e irmã do rei espanhol Fernando VII. Nessa época, estando a Espanha dominada pelas tropas de Napoleão, a rainha Carlota Joaquina tinha o interesse em se tornar “Rainha do Prata” e assim assumir autoridade naquela região como regente de seu irmão. Por essas razões, a invasão portuguesa à Cisplatina foi iniciada em 1816.

Com a saída de Dom João VI do Brasil e o processo brasileiro de independência, as populações da região cisplatina se reuniram em um exército revolucionário apoiado pelos argentinos. Tal medida era um simples reflexo à incoerência da dominação brasileira sob um território de feições históricas e culturais completamente distintas do restante do país. Contudo, apesar da relevância de tal argumento, o imperador Dom Pedro I não reconheceu o pedido de autonomia dos revoltosos.

Entre 1825 e 1828, o governo brasileiro declarou guerra contra os revolucionários em um conflito que provocou um sério esvaziamento dos cofres brasileiros. Além disso, as autoridades imperiais realizaram o recrutamento forçado de vários populares que buscavam uma vida melhor após a independência. Em pouco tempo, os ataques políticos contra Dom Pedro I eram cada vez mais contundentes. Afinal de contas, valeria à pena gastar tanto pela conquista de tão diminuto espaço estrangeiro?

As derrotas sucessivas nos campos de batalha e a necessidade de se contrair novas dívidas mostraram que a opção pela guerra era completamente equivocada. Por fim, em 1828, os revolucionários vitoriosos conseguiram estabelecer a República Oriental do Uruguai. Colocando a nação derrotada e afundada em dívidas, a autoridade de Dom Pedro I foi criticada por jornais e personalidades políticas que questionavam sua autoridade frente ao trono brasileiro.




Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Século XVI a XIX - Guerras - Brasil Escola

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8153 - GUERRA DA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 9 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Home Guerra Da Cisplatina Voltar GUERRA DA CISPLATINA

(1825 - 1829)
A Guerra da Cisplatina ou Campanha da Cisplatina foi um conflito ocorrido entre Brasil e Argentina no período de 1825 a 1828 pela posse da atual República Oriental do Uruguai.

Antecedentes
O termo cisplatina indica a região denominada Banda Oriental do Rio da Prata, que hoje constitui o Uruguai, e que desde os tempos do Tratado de Madri, vinha sendo disputada, primeiramente, por espanhois e portugueses, e depois, por argentinos e brasileiros.

Território argentino até 1821, ele é incorporado ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves por Dom João VI com o nome de Província Cisplatina. A anexação é justificada pelos direitos hereditários que sua esposa, a Princesa Carlota Joaquina, teria sob a região. Após a conquista do território em 1816 pelo general português Carlos Frederico Lecor, comandante dos Voluntários do Principe Regente, é desenvolvida uma inteligente política de ocupação, com as Escolas Mútuas do Método Lancaster e o apoio das elites Orientais. Localizado na entrada do estuário do Rio da Prata, a Banda Oriental é estratégica, já que quem a controla tem grande domínio sobre a navegação em todo o rio.

O Conflito
Com pretenções de anexar a Banda Oriental ou Cisplatina (antigos nomes do Uruguai) a Confederação das Províncias Unidas do Prata, a Confederação Argentina incentiva os patriotas uruguaios, liderados por Juan Antonio Lavalleja por meio de apoio político e suprimentos a se levantarem contra a dominação brasileira na região.


Os trinta e três patrícios do caudilho uruguaio Lavalleja desembarcaram

em Agraciada e proclamaram a independência da CisplatinaO conflito se originou em 1825, quando líderes separatistas uruguaios, como Fructuoso Rivera e Lavalleja, proclamaram a independência da região. Lavalleja desembarcou na Cisplatina com sua tropa e com o apoio da população declarou a incorporação da Banda Oriental do Uruguai às Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina. A resposta do governo imperial do Brasil foi a declaração de guerra à Argentina.

Um exército argentino atravessou o rio da Prata, fazendo sua base em Durazno, e o movimento iniciou-se com a invasão do território brasileiro pelo general Carlos María de Alvear (1826). O visconde de Barbacena, comandando as tropas imperiais, chocou-se com os argentinos na batalha de Ituzaingó.

O imperador Dom Pedro I envia esquadra naval para bloquear o estuário do rio da Prata, assim como os portos de Buenos Aires. A Argentina revida, atacando o litoral gaúcho. Contudo, a pressão naval brasileira consegue, com o tempo, estrangular o comércio argentino.

Dom Pedro I inicia a ofensiva terrestre a partir do final de 1826, por meio da reunião de tropas no sul do Brasil. Suas tropas são formadas, em sua maioria, por voluntários e por algumas unidades de mercenários europeus.

A dificuldade de D. Pedro I em reunir forças para o combate se deve em grande parte ao fato de seu governo estar enfrentando na mesma época várias rebeliões populares e levantes militares nas províncias do recém-independente Brasil (inclusive na capital Rio de Janeiro )

A falta de tropas atrasa em muito a capacidade de responder ao apoio de Buenos Aires ao levante no sul (por volta de 1826 o apoio argentino não é mais somente político e logístico, já há convocação de tropas para lutar contra o império).

A guerra é marcada por diversos pequenos encontros e escaramuças de grupos armados de ambos os lados. estes encontros em nada contribuíram para o impasse político e militar.

Somente as batalhas de Sarandi e Passo do Rosário foram encontros militares de maior vulto. Em ambos, o exército imperial foi derrotado. Contudo, graças a falta de recursos humanos e logísticos de Argentina e Uruguai para explorarem estas vitórias, elas foram de pouco proveito.

Embarque, no Rio de Janeiro, de tropas com destino à Província Cisplatina:esforço inaudito para manter-se às margens do Prata.A guerra prosseguiu, por terra e mar, com vantagem para as forças imperiais, que derrotaram as forças republicanas na batalha decisiva de Monte Santiago (1827).

Na primeira metade do ano seguinte, dado o impasse em terra, o bloqueio naval brasileiro, os altos custos para os belingerantes da continuação da guerra, a pressão britânica para que um acordo fosse firmado, além da precariedade militar e política dos países beligerantes, , a paz começou a ser negociada, com a mediação da França e da Grã-Bretanha. O Império do Brasil e a República das Províncias Unidas do Rio da Prata, por uma convenção preliminar de paz, assinada no Rio de Janeiro, renunciaram às suas conquistas e reconheceram como Estado independente a Banda Oriental do Uruguai, que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.

A Derrota
A perda da Cisplatina foi mais um motivo para o crescimento da insatisfação com o governo de Dom Pedro I. Na realidade, a guerra era impopular desde o início, pois para muitos brasileiros representava aumento de impostos para o financiamento de mais uma guerra.

Quando o Brasil assinou o acordo pela independência da região, muitos utilizaram isto como argumento para tornar ainda mais impopular o governo, alegando que o imperador havia depauperado os cofres públicos e sacrificado a população por uma causa perdida. Entretanto, a Guerra da Cisplatina não foi o motivo da abdicação do imperador em 1831. Ela se insere dentro de outros que concorreram para sua queda; entre eles, sem dúvida, seu estilo centralizador de governar foi o principal.

Fonte: pt.wikipedia.org
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8152 - GUERRA DSA CISPLATINA
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(1825 - 1829)
A Guerra da Cisplatina ou Campanha da Cisplatina foi um conflito ocorrido entre Brasil e Argentina no período de 1825 a 1828 pela posse da atual República Oriental do Uruguai.

Antecedentes
O termo cisplatina indica a região denominada Banda Oriental do Rio da Prata, que hoje constitui o Uruguai, e que desde os tempos do Tratado de Madri, vinha sendo disputada, primeiramente, por espanhois e portugueses, e depois, por argentinos e brasileiros.

Território argentino até 1821, ele é incorporado ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves por Dom João VI com o nome de Província Cisplatina. A anexação é justificada pelos direitos hereditários que sua esposa, a Princesa Carlota Joaquina, teria sob a região. Após a conquista do território em 1816 pelo general português Carlos Frederico Lecor, comandante dos Voluntários do Principe Regente, é desenvolvida uma inteligente política de ocupação, com as Escolas Mútuas do Método Lancaster e o apoio das elites Orientais. Localizado na entrada do estuário do Rio da Prata, a Banda Oriental é estratégica, já que quem a controla tem grande domínio sobre a navegação em todo o rio.

O Conflito
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Os trinta e três patrícios do caudilho uruguaio Lavalleja desembarcaram

em Agraciada e proclamaram a independência da CisplatinaO conflito se originou em 1825, quando líderes separatistas uruguaios, como Fructuoso Rivera e Lavalleja, proclamaram a independência da região. Lavalleja desembarcou na Cisplatina com sua tropa e com o apoio da população declarou a incorporação da Banda Oriental do Uruguai às Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina. A resposta do governo imperial do Brasil foi a declaração de guerra à Argentina.

Um exército argentino atravessou o rio da Prata, fazendo sua base em Durazno, e o movimento iniciou-se com a invasão do território brasileiro pelo general Carlos María de Alvear (1826). O visconde de Barbacena, comandando as tropas imperiais, chocou-se com os argentinos na batalha de Ituzaingó.

O imperador Dom Pedro I envia esquadra naval para bloquear o estuário do rio da Prata, assim como os portos de Buenos Aires. A Argentina revida, atacando o litoral gaúcho. Contudo, a pressão naval brasileira consegue, com o tempo, estrangular o comércio argentino.

Dom Pedro I inicia a ofensiva terrestre a partir do final de 1826, por meio da reunião de tropas no sul do Brasil. Suas tropas são formadas, em sua maioria, por voluntários e por algumas unidades de mercenários europeus.

A dificuldade de D. Pedro I em reunir forças para o combate se deve em grande parte ao fato de seu governo estar enfrentando na mesma época várias rebeliões populares e levantes militares nas províncias do recém-independente Brasil (inclusive na capital Rio de Janeiro )

A falta de tropas atrasa em muito a capacidade de responder ao apoio de Buenos Aires ao levante no sul (por volta de 1826 o apoio argentino não é mais somente político e logístico, já há convocação de tropas para lutar contra o império).

A guerra é marcada por diversos pequenos encontros e escaramuças de grupos armados de ambos os lados. estes encontros em nada contribuíram para o impasse político e militar.

Somente as batalhas de Sarandi e Passo do Rosário foram encontros militares de maior vulto. Em ambos, o exército imperial foi derrotado. Contudo, graças a falta de recursos humanos e logísticos de Argentina e Uruguai para explorarem estas vitórias, elas foram de pouco proveito.


Embarque, no Rio de Janeiro, de tropas com destino à Província
Cisplatina:
esforço inaudito para manter-se às margens do Prata.A guerra prosseguiu, por terra e mar, com vantagem para as forças imperiais, que derrotaram as forças republicanas na batalha decisiva de Monte Santiago (1827).

Na primeira metade do ano seguinte, dado o impasse em terra, o bloqueio naval brasileiro, os altos custos para os belingerantes da continuação da guerra, a pressão britânica para que um acordo fosse firmado, além da precariedade militar e política dos países beligerantes, , a paz começou a ser negociada, com a mediação da França e da Grã-Bretanha. O Império do Brasil e a República das Províncias Unidas do Rio da Prata, por uma convenção preliminar de paz, assinada no Rio de Janeiro, renunciaram às suas conquistas e reconheceram como Estado independente a Banda Oriental do Uruguai, que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.

A Derrota
A perda da Cisplatina foi mais um motivo para o crescimento da insatisfação com o governo de Dom Pedro I. Na realidade, a guerra era impopular desde o início, pois para muitos brasileiros representava aumento de impostos para o financiamento de mais uma guerra.

Quando o Brasil assinou o acordo pela independência da região, muitos utilizaram isto como argumento para tornar ainda mais impopular o governo, alegando que o imperador havia depauperado os cofres públicos e sacrificado a população por uma causa perdida. Entretanto, a Guerra da Cisplatina não foi o motivo da abdicação do imperador em 1831. Ela se insere dentro de outros que concorreram para sua queda; entre eles, sem dúvida, seu estilo centralizador de governar foi o principal.

Fonte: pt.wikipedia.org
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Governo Eurico Gaspar Dutra: 1946-1950
Governo Getúlio Vargas: 1951-1954
Governo Café Filho: 1954 - 1955
Governo Juscelino Kubitschek: 1956 - 1961
Governo Jânio Quadros: 1961
Governo João Goulart: 1961-1964
Governo Castello Branco: 1964-1966
Governo Costa e Silva: 1967-1968
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Governo Ernesto Geisel: 1974-1978
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8151 - GUERRA DA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 12 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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A Guerra da Cisplatina foi um conflito que ocorreu de 1825 até 1828, envolvendo os países Brasil e Argentina.
O motivo desta batalha era pelo domínio da Província de Cisplatina, atual Uruguai, uma região que sempre foi cobiçada pelos portugueses e espanhóis.

No ano de 1680, Portugal fundou a região Colônia do Sacramento, que foi o primeiro nome dado á região de Cisplatina. Em 1777, o território passou a ser posse da Espanha.

Em 1816, a coroa Portuguesa, que estava no Brasil, ocupou novamente a região, nomeando-a como Província da Cisplatina.

No ano de 1825, um novo movimento surge em prol da libertação da província. Mas os moradores de Cisplatina se recusam a fazer parte do Brasil, e João Antonio Lavalleja, organiza um movimento para declarar independência da região. A Argentina por interesse no território da Cisplatina, ajuda no movimento, ofertando, força política, armas, alimentos, etc. O Brasil se revoltou declarando guerra à Argentina e ao revoltosos da região de Cisplatina.

Foram muitos conflitos entre os combatentes, e com tudo isso muito dinheiro público foi gasto, desequilibrando a economia brasileira. E além de tudo, o Brasil foi vencido na batalha.

No ano de 1828, sob interferência da Inglaterra, foi firmado um acordo entre Brasil e Argentina, que foi marcado pela independência da Província da Cisplatina seria independente.

Com isso, a situação do Brasil se complicou mais, e os brasileiros ficaram mais insatisfeitos com o governo.


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8150 - GUERRA da cisplatina
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 17 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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Guerra da Cisplatina
Por Lidiane Duarte

A Guerra da Cisplatina ocorreu de 1825 a 1828, entre Brasil e Argentina, pela posse da Província de Cisplatina, atual Uruguai. Localizada numa área estratégica, a região sempre foi disputada pela Coroa Portuguesa e Espanhola.

Portugal foi o fundador da Colônia do Sacramento (primeiro nome dado à Cisplatina), em 1680. Mas o território passou a pertencer à Espanha em 1777, sendo então colonizado nos moldes espanhóis.

Na época em que a coroa Portuguesa se transferiu para o Brasil, Dom João VI incorporou novamente a região. Em 1816, por razões políticas e econômicas, ele enviou tropas a Montevidéu, ocupando o território e nomeando-o como Província da Cisplatina.

Movimento de independência

No Reinado de Dom Pedro I, em 1825, surgiu um movimento de libertação da província. Os habitantes da Cisplatina não aceitavam pertencer ao Brasil, pois tinham idiomas e costumes diferentes. Liderados por João Antonio Lavalleja, eles se organizaram para declarar a independência da região.

A Argentina apoiou o movimento, oferecendo força política e suprimentos (alimentos, armas, etc). Porém, na realidade, os argentinos pretendiam anexar a Cisplatina, logo que esta se libertasse do Brasil.

Reagindo à revolta, o governo brasileiro declarou guerra à Argentina e aos colonos descontentes. Ocorreram vários combates, que obrigaram Dom Pedro I a gastar muito dinheiro público.

Guerra impopular

Os brasileiros não apoiaram este conflito, pois sabiam que o governo aumentaria os impostos para financiar a guerra. Este episódio desgastou ainda mais a imagem de Dom Pedro I.

Este dinheiro gasto nos combates desequilibrou a economia brasileira, já desfalcada com o valor gasto para o reconhecimento da independência do país. Se o Brasil ainda saísse vitorioso, valeria a pena todo investimento. Mas isto não aconteceu.

A Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região, atuou como mediadora. Em 1828, propôs um acordo entre Brasil e Argentina, o qual estabeleceu que a Província da Cisplatina não pertenceria a nem dos dois, mas seria independente. Nascia aí a República Oriental do Uruguai.

O desfecho desfavorável ao Brasil agravou a crise política no país. A perda da província foi um motivo a mais para a insatisfação dos brasileiros com o Imperador, que acabou renunciado em 1831.




Data de publicação: 18/10/2007
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8149 - GUERRA CISPLATINA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 19 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Guerra do Uruguai
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Conflitos na História do Brasil
- Império -
Primeiro Reinado
Guerra da Independência: 1822-1823
Independência da Bahia: 1821-1823
Confederação do Equador: 1824
Guerra contra as Províncias Unidas: 1825-1828
Revolta dos Mercenários: 1828
Período Regencial
Federação do Guanais: 1832
Revolta dos Malês: 1835
Cabanagem: 1835-1840
Farroupilha: 1835-1845
Sabinada: 1837-1838
Balaiada: 1838-1841
Segundo Reinado
Revoltas Liberais: 1842
Revolta Praieira: 1848-1850
Guerra contra Oribe e Rosas: 1851-1852
Ronco da Abelha: 1835-1845
Questão Christie: 1863
Guerra contra Aguirre: 1864
Guerra do Paraguai: 1864-1870
Revolta dos Muckers: 1874
Revolta do Quebra-Quilos: 1874-1875

A chamada Guerra contra Aguirre, ocorrida em 1864, integra o conjunto das Questões Platinas, na História das Relações Internacionais do Brasil[1].

O conflito se inscreveu na defesa dos interesses do Império do Brasil naquela região, diante do rompimento das relações diplomáticas entre a Argentina e o Uruguai, naquele ano.

Índice [esconder]
1 História
1.1 Antecedentes
1.2 A intervenção militar
1.3 Consequências
2 Notas
3 Bibliografia
4 Ver também


[editar] História
[editar] Antecedentes
O retorno da agitação política no Uruguai refletiu-se de forma negativa junto aos estancieiros brasileiros na fronteira de então Província do Rio Grande do Sul, que passaram a ter as suas propriedades invadidas e o seu gado furtado durante operações de assalto, popularmente conhecidas como "Califórnias". Os brasileiros com propriedades estabelecidas naquele país, estimados em 40 mil pessoas, também passaram a ser alvo de perseguições e violência.

O governo imperial brasileiro tentou intervir diplomaticamente junto ao presidente uruguaio, Atanasio Cruz Aguirre, do Partido Blanco, mas sem efeito. Foi então formulado um ultimato a Aguirre, que não foi aceito. O Uruguai pretendia anular o Tratado de Limites de 1852, posição que abandonou diante da disposição brasileira em ocupar militarmente o território entre Quaraí e Arapeí.

[editar] A intervenção militar
Embora os efetivos militares nas linhas de fronteira tudo fizessem para evitar que as disputas no Uruguai se refletissem no Rio Grande do Sul, o general uruguaio Venâncio Flores, do Partido Colorado, que disputava o poder, não conseguiu evitar que a violência atingisse o território brasileiro. Solicitou, desse modo, o apoio do Império, sob a forma de um empréstimo financeiro e a presença, em Montevidéu, de uma divisão do Exército Brasileiro.

Organizou-se, assim, uma Divisão de Observação, transformada em seguida em Divisão Auxiliadora, integrada por um efetivo de quatro mil homens, sob o comando do brigadeiro Francisco Félix Pereira Pinto. Transpondo a fronteira em Março de 1864, atingiu a localidade de Bella Unión em Junho, onde estabeleceu quartel.

Ao mesmo tempo, o Almirante Tamandaré e as forças brasileiras na fronteira receberam ordens de procederem a represálias e adotarem as medidas convenientes para proteger os interesses dos brasileiros na região.

Com estas medidas, ganhou-se tempo para que se coordenasse uma operação de invasão do Uruguai, iniciada a 16 de Outubro, por um efetivo de seis mil homens sob o comando do General João Propício Menna Barreto. Este efetivo marchou sobre Melo, dividido em duas divisões de Infantaria. Alcançado esse objetivo, as tropas brasileiras avançaram sobre Paysandú, sitiada por um mês, enquanto as forças brasileiras ali se concentravam.

Enquanto isso, com o apoio da Armada Imperial, as forças uruguaias sob o comando de Venâncio Flores sitiaram a vila de Salto no rio Uruguai, que veio a capitular, sem resistência, a 28 de Novembro desse mesmo ano.

Finalmente, às 9 horas da manhã de 31 de Dezembro de 1864, as tropas brasileiras (com as do Brigadeiro Antônio de Sampaio e as de Carlos Resin justapostas), com o apoio naval da esquadra brasileira, sob o comando de Tamandaré, lançaram o ataque final a Paysandú. As tropas brasileiras atacaram frontalmente e pelo flanco direito, e as do general Flores pelo esquerdo. A resistência de Paysandú foi denodada e pertinaz, tendo durado todo o dia e entrado pela noite. Na manhã de 1 de Janeiro de 1865 a povoação capitulou, tendo o seu comandante Leandro Gomes sido aprisionado, vindo a ser morto por seus compatriotas, em contradição às normas de conduta da guerra.

Conquistada Paysandú, as tropas imperiais brasileiras receberam ordens de marchar sobre a capital, Montevidéu.

Desesperado, Aguirre queimou públicamente os tratados assinados com o Brasil, e ordenou o ataque e conquista da cidade brasileira de Jaguarão, entre 27 e 28 de janeiro. Desse modo, uma força de mil e quinhentos uruguaios dividiu-se em dois Corpos, um sob o comando do General Basílio Muñoz e outra sob o do Coronel Timoteo Aparicio (Aparecido), vindo a enfrentar o efetivo brasileiro sob o comando do Coronel Manoel Pereira Vargas, composto por cavalarianos e infantes da Guarda Nacional. O ataque foi sustado e repelido pelos brasileiros. Aguirre, numa manobra política, fez arrastar uma bandeira do Brasil pelas ruas de Montevidéu, afirmando ter sido a mesma apresada em Jaguarão; de nada lhe serviu, entretanto, esse estratagema. As tropas brasileiras, passando por Colônia do Sacramento, impuseram sítio à capital, Montevidéu, no dia 2 de fevereiro. Desse modo, a 15 desse mês, Aguirre foi deposto, constituindo-se um Governo Provisório dirigido pelo general Venâncio Flores. Este declarou nulos os atos contra o Brasil, desagravou a nossa bandeira, içando-a no Forte de São José e saudando-a com uma salva de 21 tiros, respondida, ao mesmo tempo, pela Corveta Bahiana, com a bandeira uruguaia içada no mastro grande.

Finalmente, a 20 de fevereiro de 1865, assinou-se a Convenção de Paz com a presença do Visconde do Rio Branco e do novo Presidente do Senado uruguaio, Tomás Villalba. Por ela, as propriedades confiscadas aos súditos brasileiros no Uruguai eram devolvidas.

[editar] Consequências
O governante do Paraguai, Francisco Solano López, pretendendo defender os interesses do partido Blanco do Uruguai neste conflito, terminou por precipitar a eclosão da Guerra da Tríplice Aliança.

Notas
↑ Foi o terceiro de quatro conflitos armados internacionais em que o Império do Brasil lutou pela supremacia sul-americana: o primeiro foi a Guerra da Cisplatina, o segundo a Guerra do Prata, e o último a Guerra do Paraguai.
[editar] Bibliografia
DONATO, Hernâni. Dicionário das Batalhas Brasileiras. São Paulo: Editora Ibrasa, 1987.
[editar] Ver também
Forte Sebastopol
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REVOLTA DA CHIBATA

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8147 - REVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 23 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Home Revolta Da Chibata Voltar Revolta da Chibata

( 1910 )
Nos livros didáticos de história aprendemos que essa revolta — muito conhecida pelo título de Revolta da Chibata — foi uma luta contra o uso de castigos corporais em marinheiros indisciplinados. Com certeza ela o foi; mas não a única... Ora, se havia castigos corporais antes de 1910, por que, então, os marinheiros não se revoltaram anteriormente? Eles aceitaram o castigo corporal sem reclamar até 1910? Estas perguntas são ótimas, e será a partir delas que vou te ajudar a questionar o livro didático de história que você carrega embaixo do braço.

O castigo corporal nas Forças Armadas é mais antigo do que você possa imaginar. Para não irmos longe demais, eu e você recuaremos mais ou menos duzentos anos para depois chegarmos ao ano de 1910. As leis que regulavam a punição em marinheiros se baseavam num código português chamado Artigos de Guerra, que foi adotado pelos oficiais na Marinha de Guerra logo após a independência do Brasil. Essas leis permitiam o uso da chibata, da golilha, da palmatória e outros castigos corporais semelhantes. Vários documentos do século XIX que investiguei mostraram marinheiros sendo castigados com 25, 100, 200, 500 chibatadas!!!

Como você pode notar, não foi somente em 1910 que os marinheiros começaram a ser castigados, isso era coisa muito antiga. E sabe qual foi maior surpresa que tive? Até 1893 eu não encontrei nenhuma revolta de marinheiros reivindicando o fim dos castigos corporais. Ora, então quando e o que havia acontecido para que marinheiros começassem a repudiar tal punição? Vamos por partes. Em primeiro lugar temos que entender as pessoas em seu tempo e espaço. Por exemplo, se você tivesse nascido no Brasil, em 1850, se acostumaria a ver escravos, castigos corporais em praça pública, e nem diria que aquilo era desumano. Possivelmente, você juntaria algum dinheiro e compraria um.

Pois bem, no século XIX, era sabido por todos que as Forças Armadas usavam o castigo corporal para punir marinheiros e soldados indisciplinados. A repulsa da população masculina ao castigo corporal era tão grande que os oficiais tinham de recrutar homens à força a fim de a Marinha não ficar entregue às moscas. Mas se o indivíduo fosse recrutado, ele teria de ser disciplinado e não entrar em nenhuma encrenca para evitar o castigo. Os marinheiros com certeza não gostavam da ameaça do castigo, mas se isso finalmente ocorresse eles não se rebelariam. A punição através do castigo físico era visto como um método corriqueiro de correção. Foi somente ao longo do século XIX que a privação da liberdade foi tomando o lugar da punição através dos castigos corporais. O que não poderia haver era oficiais excedendo nos castigos, ou seja, bater além do que era devido. Se isso ocorresse o castigo teria sido injusto, excessivo, bárbaro.

A Guerra do Paraguai foi uma das razões para se pensar no fim dos castigos corporais em militares. Afinal, como bater em soldados e marinheiros que haviam sido vitoriosos, verdadeiros “heróis” nos campos de batalha? Por outro lado, nas últimas décadas do século XIX, a escravidão começou a ser cada vez mais combatida por abolicionistas e pelos próprios cativos e cativas. Várias leis foram criadas para terminar com a escravidão, entre elas a de 1887 que proibia o castigo corporal em escravos. Ora, então como permanecer castigando fisicamente marinheiros que eram homens livres? Além disso, em 1888, os marinheiros mostraram nas ruas do Rio de Janeiro que eram bons de briga: fizeram do centro da cidade um campo de batalha lutando contra a truculenta força policial, para resolver rixas antigas entre os dois grupamentos. A pancadaria foi tão grande que a princesa Isabel, filha do imperador D. Pedro II, saiu de Petrópolis onde estava e demitiu o Barão do Cotegipe (1815-1889), principal opositor à lei que iria abolir a escravidão. Em suma, um dia após a proclamação da República, no dia 16 de novembro de 1889, o Ministro da Marinha decidiu extinguir os castigos corporais em marinheiros.

Porém, seis meses após o fim dos castigos, os oficiais começaram a cobrar novas leis para castigar marinheiros. O ministro então decidiu retomar o castigo físico, só que de forma mais pesada. Agora, o marinheiro indisciplinado passava por um verdadeiro método de expiação comandado por oficiais: além do castigo de chibata ele teria rebaixamento de salário e de posto, prisão, humilhações na caserna, etc. Tudo isso estava previsto no Decreto n. 328, de 12 de abril de 1890, que criou a “Companhia Correcional”; o instrumento legal no qual estavam todas as regras desse método de expiação.

Logo após essa lei começaram as revoltas de marinheiros. A primeira grande revolta ocorreu em 1893, na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e outras aconteceram no Rio de Janeiro e em Mato Grosso. No entanto, estas revoltas só reivindicavam o fim dos castigos ou a troca do oficial que gostava de bater demais e, não, o fim das leis que permitiam o uso de castigos físicos. Como se pode notar há uma grande diferença aí: no primeiro caso, a solução da revolta era local, ali no navio ou quartel. No segundo caso, não: reivindica-se o fim da lei que permitia o castigo corporal em toda a Marinha. E é justamente o segundo caso que se aplica à revolta dos marinheiros de 1910.

E não era uma revolta qualquer: foi um movimento organizado; empreendido por marinheiros mormente negros; que exigiu mudanças na legislação penal e disciplinar da Marinha de Guerra e melhores condições de trabalho; revelou um mal-estar republicano; e alcançou grande repercussão nacional e internacional ao ameaçar de bombardeio a capital federal da República.

Foi na noite de 22 de novembro de 1910, que os encouraçados Minas Gerais, São Paulo e Deodoro, e o scout Bahia, ficaram sob o comando dos marinheiros, que gritavam “viva a liberdade”. Durante três dias a população da cidade do Rio de Janeiro viveu o pânico de ter suas casas destruídas pelos tiros dos incríveis canhões de longo alcance, apontados contra a capital.

Na primeira mensagem enviada ao governo, os amotinados exigiam a exclusão dos oficiais “incompetentes”, a reforma do código penal e disciplinar da Armada (a fim de extinguir os castigos corporais), o aumento dos vencimentos, educação para os marinheiros “incompetentes” e uma nova “tabela de serviços” para todos os marinheiros. Estas reivindicações objetivavam mudanças profundas na Marinha de Guerra, e não somente pequenas modificações locais como as revoltas anteriores haviam exigido. Por isso, a revolta de 1910 foi muito mais importante, pois revela uma mudança na consciência desses marinheiros, que não fora alcançada pelos que se revoltaram anteriormente.

Os amotinados demonstraram ainda uma insatisfação com a República. No decorrer das duas primeiras décadas do novo regime, os sucessivos governos não haviam sido capazes de tratá-los como “cidadãos fardados” e “republicanos” e, por isso, não suportavam mais “a escravidão na Marinha Brasileira”, exigindo, assim, “os direitos sagrados que as leis da República nos faculta”. Assim sendo, segundo eles, haviam resolvido romper “o negro véu, que [os] cobria aos olhos do patriótico e enganado povo”.

Devido às “justas” reivindicações e ao poder mesmo a que chegaram através dos canhões, os marinheiros foram anistiados com a promessa de que suas reivindicações seriam ouvidas. Porém, no início de dezembro do mesmo ano, o Batalhão Naval se amotinou, sendo que, nesse caso, não houve negociação nem anistia. A ilha das Cobras, onde estava situado o Batalhão Naval, foi brutalmente bombardeada pelas forças do Exército e da própria Marinha. Os amotinados de novembro não tomaram parte nos combates e continuaram em seus navios. O governo de Hermes da Fonseca (1910-1914) porém, decretou o estado de sítio e puniu brutalmente os amotinados de novembro e de dezembro com deportações para o Acre, assassinatos e torturas. Ou seja, os que foram anistiados em novembro, mesmo sem tomar parte da revolta de dezembro, foram considerados como envolvidos e punidos como tal.

Fonte: www.arquivo.ael.ifch.unicamp.br

REVOLTA DA CHIBATA
( 1910 )
Depoimento de João Cândido ao jornalista Edmar Morel: "Pensamos no dia 15 de novembro. Acontece que caiu forte temporal sobre a parada militar e o desfile naval. A marujada ficou cansada e muitos rapazes tiveram permissão para ir à terra. Ficou combinado, então, que a revolta seria entre 24 e 25. Mas o castigo de 250 chibatadas no Marcelino Rodrigues precipitou tudo. O Comitê Geral resolveu, por unanimidade, deflagrar o movimento no dia 22. O sinal seria a chamada da corneta das 22 horas. O "Minas Gerais", por ser muito grande, tinha todos os toques de comando repetidos na proa e popa. Naquela noite o clarim não pediria silêncio e sim combate. Cada um assumiu o seu posto e os oficiais de há muito já estavam presos em seus camarotes. Não houve afobação. Cada canhão ficou guarnecido por cinco marujos, com ordem de atirar para matar contra todo aquele que tentasse impedir o levante. Às 22h 50m, quando cessou a luta no convés, mandei disparar um tiro de canhão, sinal combinado para chamar à fala os navios comprometidos. Quem primeiro respondeu foi o "São Paulo", seguido do "Bahia". O "Deodoro", a princípio, ficou mudo. Ordenei que todos os holofotes iluminassem o Arsenal da Marinha, as praias e as fortalezas. Expedi um rádio para o Catete, informando que a Esquadra estava levantada para acabar com os castigos corporais". Edmar Morel. A Revolta da Chibata

Ultimato enviado pelos rebeldes a Hermes da Fonseca, presidente da República: "Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha Brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá, e até então não nos chegou, rompemos o negro véu, que nos cobria aos olhos do patriótico e enganado povo. Achando-se todos os navios em nosso poder, tendo a seu bordo prisioneiros todos os oficiais, os quais tem sido os causadores da Marinha Brasileira não ser grandiosa, porque durante vinte anos de República ainda não foi bastante para tratar-nos como cidadãos fardados em defesa da Pátria, mandamos esta honrada mensagem para que V. Excia. faça aos Marinheiros Brasileiros possuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos facilita, acabando com a desordem e nos dando outros gozos que venham engrandecer a Marinha Brasileira; bem assim como: retirar os oficiais incompetentes e indignos de servir a Nação Brasileira. Reformar o Código Imoral e Vergonhoso que nos rege, a fim de que desapareça a chibata, o bolo, e outros castigos semelhantes; aumentar o nosso soldo pelos últimos planos do ilustre Senador José Carlos de Carvalho, educar os marinheiros que não têm competência para vestir a orgulhosa farda, mandar pôr em vigor a tabela de serviço diário que a acompanha. Tem V. Excia o prazo de doze (12) horas, para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a pátria aniquilada. Bordo do Encouraçado "São Paulo" em 22 de novembro de 1910. Nota - não poderá ser interrompida a ida e a volta do mensageiro. [assinado] Marinheiros" Edmar Morel. A Revolta da Chibata [respeitada a grafia original].

Oswald de Andrade descreve a rebelião dos marinheiros e fala sobre seu desfecho: "Acordei em meio duma maravilhosa aurora de verão. A baía esplendia com seus morros e enseadas. Seriam talvez quatro horas da manhã. E vi imediatamente na baía, frente a mim, navios de guerra, todos de aço, que se dirigiam em fila para a saída do porto. Reconheci o encouraçado Minas Gerais que abria a marcha. Seguiam-no o São Paulo e mais outro. E todos ostentavam, numa verga do mastro dianteiro, uma pequenina bandeira triangular vermelha. Eu estava diante da revolução. Seria toda revolução uma aurora? [...] de repente vi acender-se um ponto no costado do Minas e um estrondo ecoou perto de mim, acordando a cidade. Novo ponto de fogo, novo estrondo. Um estilhaço de granada bateu perto, num poste da Light. [...] Era terrível o segundo que mediava entre o ponto aceso no canhão e o estrondo do disparo. Meus olhos faziam linha reta com a boca-de-fogo que atirava. Naquele minuto-século, esperava me ver soterrado, pois parecia ser eu a própria mira do bombardeio. [...] Era contra a chibata e a carne podre que se levantavam os soldados do mar. O seu chefe, o negro João Cândido, imediatamente guindado ao posto de almirante, tinha se revelado um hábil condutor de navios. Quando mais tarde assisti à exibição do filme soviético Encouraçado Potemkim, vi como se ligavam às mesmas reivindicações os marujos russos e brasileiros. [...] A revolta de 1910 teve o mais infame dos desfechos. Foi solenemente votada pelo Congresso a anistia aos rebeldes, mas uma vez entregues e presos, foram eles quase todos massacrados e mortos. Escapou o Almirante João Cândido e quando, na década de 30, o jornalista Aporelli [Aparício Torelli, o Barão de Itararé] tentou publicar uma crônica do feito foi miseravelmente assaltado por oficiais da nossa Marinha de Guerra que o deixaram nu e surrado numa rua de Copacabana." Oswald de Andrade. Um homem sem profissão - Sob as ordens de mamãe .

Fonte: www.projetomemoria.art.br

REVOLTA DA CHIBATA
( 1910 )
O recrutamento militar
Desde o período colonial, o recrutamento de soldados e marinheiros era feito de maneira particularmente violenta. Para começar, o recrutamento era forçado, arbitrário e recaía sobre pessoas de origem humilde, que não tinham como se defender. Os que dispunham de alguma fortuna compravam sua isenção do serviço militar. Além disso, os homens recrutados eram sub­metidos a constantes violências, que incluíam desde uma péssima alimentação até castigos corporais.

A rebelião
A Revolta da Chibata ocorreu na Marinha. Em comparação com o Exército, a Marinha era tradicionalmente elitizada, e a distância entre oficiais e marinheiros era muito maior do que a existente entre postos análogos no Exército. Desde meados do século XIX, o tratamento humilhante e violento na Marinha vinha sendo questionado sem nenhum resultado concreto. Com o advento da República, cuja história iniciou-se um ano após a abolição, aquela forma de tratamento que vinha do Império era insustentável. Contudo, foi necessária uma rebelião ameaçadora dos marinheiros para que a Marinha adotasse medidas disciplinares me­nos brutais.

A rebelião ocorreu em 1910. Nesse ano, o marinheiro Marcelino Rodrigues Meneses, que servia na belonave Minas Gerais, fora condena­do a 250 chibatadas. Seus companheiros - obrigados, como de costume, a assistir ao castiga - não se contiveram e, na noite de 22 de novembro, se rebelaram. Os outros três navios (São Paulo, Bahia e Deodoro) estacionados na Guanabara aderiram. O líder da revolta foi o marinheiro João Cândido.

Embora tenha sido precipitada pelo castigo de Meneses, a revolta já vinha sendo preparada havia muito tempo. Assim, os rebeldes estavam razoavelmente organizados, o que lhes permitiu dominar com rapidez os quatro navios. O co­mandante do Minas Gerais, Batista Neves, foi morto, juntamente com outros oficiais. Também houve mortes do lado dos marinheiros.

A repressão
O objetivo da revolta era simples, conforme declarou o cabo Gregório do Nascimento, que assumiu o comando do navio São Paulo: conseguir o fim do castigo corporal e melhorar a alimentação.

João Cândido enviou pelo rádio uma mensagem ao Catete, ameaçando bombardear a cidade e os navios que não haviam aderido à revolta, caso suas reivindicações não fossem imediatamente atendidas. O presidente era Hermes da Fonseca, recém-empossado.

O governo estava sem alternativas, pois os canhões estavam apontados para a cidade. As­sim, por iniciativa de Rui Barbosa, na época senador, foi proposto e aprovado um projeto que atendia aos marinheiros e lhes concedia anistia. Com isso, os revoltosos depuseram as armas e se submeteram às autoridades.

Porém as concessões do governo ficaram no papel. Os novos comandantes nomeados para os navios revoltados ordenaram a prisão de João Cândido e seus companheiros, muitos dos quais morreram numa masmorra na ilha das Cobras. Desse modo, os oficiais e o governo se vingaram dos marinheiros que ousaram revoltar-se. João Cândido, no entanto, conseguiu sobreviver a todas as atrocidades, sendo enfim absolvido em julgamento realizado em 1912. Conhecido como Almirante Negro, João Cândido faleceu em 1969.

Fonte: www.culturabrasil.pro.br

REVOLTA DA CHIBATA
( 1910 )
Mesmo depois da Lei Áurea ser assinada o tratamento para os marinheiros era de escravidão. Quando o torturador açoitava o marinheiro, amarrado e desprotegido, chegava a arrancar pedaços de sua carne.

Era uma época em que a marinha era tida como órgão disciplinador. Seus marinheiros eram homens indicados pela polícia (desocupados, malfeitores e criminosos).

Em viagem à Inglaterra (possuidora da marinha melhor organizada e aparelhada do mundo) para aprender a lidar com novas embarcações e armamentos, marinheiros brasileiros conheceram o politizado proletário inglês e revoltas que garantiram boas condições de trabalho aos tripulantes da marinha inglesa. Essa viagem fez fermentar nos brasileiros idéias de insubordinação e luta contra suas condições de trabalho.

Começaram então a surgir comentários sobre organizações de revoltas. Uma noite, depois de um ritual de açoite no navio Bahia, um bilhete foi encontrado junto à porta do camarote do comandante. Trazia a exigência de que se findassem os maus tratos à tripulação e continha uma ameaça: “Ninguém é escravo de oficiais e chega de chibata. Cuidado.” No fim a assinatura: “Mão Negra”. Era o marinheiro Francisco Dias Martins.

A revolta estava combinada, ocorreria no dia 24 ou 25 de novembro de 1910, mas a condenação de um marinheiro a 250 chibatadas, dez vezes mais que o permitido pela legislação da marinha, levou a sua antecipação para o dia 22.

Ao ser dado o sinal para o início da revolta os marinheiros se posicionaram sem afobação, cada canhão estava guarnecido por cinco marujos com ordem de atirar para matar contra todo aquele que tentasse impedir o levante.

Marinheiros enfrentaram o comandante e seus protegidos em uma luta de canos e baionetas a bordo do Minas Gerais. Terminado o combate no convés, João Cândido, líder da revolta, ordenou que se disparasse um tiro de canhão 47 milímetros como sinal de alerta aos outros navios revoltados. Os holofotes do Minas Gerais iluminaram o Rio de Janeiro. Através do rádio a revolta foi comunicada e se pediu o fim dos castigos corporais.

O governo tratou imediatamente de impor censura telegráfica entre o Rio e as demais regiões do país. As únicas notícias que circulavam eram aquelas que o próprio governo expedia.

Na manhã do dia 23, a esquadra revoltada começou a manobrar na baía de Guanabara e, buscando chamar a atenção das autoridades, disparou esparsos tiros de canhões de pequeno calibre contra o Rio e Niterói.

Durante os primeiros dias do levante, o governo não se manifestava, nem mesmo tentava qualquer reação armada, porque os efetivos governamentais prontos para o combate empatavam em número com os dos marujos rebelados que estavam no comando dos dois maiores navios de guerra brasileiros, O Minas Gerais e o São Paulo. Restou, ao governo, como solução mais sensata, fazer contato com os revoltosos e conceder a anistia.

Os revoltosos, vitoriosos, devolveram os navios de guerra. Só que a anistia não durou 2 dias. Os revoltosos foram punidos, surgiram rumores de um novo levante. No dia 4 de dezembro foram presos 22 marinheiros suspeitos de conspiração. O governo estudava a possibilidade de decretação do estado de sítio, que facilitaria o aprisionamento dos marujos do Minas Gerais, São Paulo, Deodoro e Bahia.

Em 9 de dezembro, sem motivo aparente, explode uma nova revolta, dessa vez na fortaleza da ilha das Cobras. Alguns praças, ao sinal das 22 horas, saíram gritando “liberdade!” pelo pátio. Não faziam nenhum tipo de reivindicação. Dizia-se que, na verdade, aquilo fora tramado pelo próprio governo, para justificar a declaração de estado de sítio. De todo modo, João Candido e os outros líderes de 22 de novembro não aderiram ao levante. O Batalhão Naval da ilha das cobras foi rapidamente massacrado e, não obstante a fácil vitória militar, o governo decretou estado de sítio.

No dia seguinte, no cais, João Candido é detido. Foi enfiado em uma cela com capacidade para um único preso junto com mais 18 homens e condenado a 6 dias de pão e água. 16 homens sairiam mortos. Entre os poucos sobreviventes da cela estava o líder da Revolta da Chibata, que teve sua prisão prolongada até abril de 1911 de onde saiu transferido para um hospício, para mais tarde voltar à prisão comum.

Os marujos rebelados em 1910 já cumpriam dez meses de prisão, quando lhes chegou uma notícia inesperada. A Irmandade da Igreja Nossa Senhora do Rosário, protetora dos negros, havia contratado para defende-los, no julgamento que se aproximava, três grandes advogados. Os três aceitaram a causa com uma única condição: a de que não lhes dessem nada em troca.

O julgamento durou 48 horas. A leitura da sentença final foi feita depois das 3 horas da manhã. Resultado: todos os marujos foram absolvidos por unanimidade.

Fonte: www.militantehp.hpg.ig.com.br

REVOLTA DA CHIBATA
( 1910 )
Uma das instituições na qual o comportamento escravista dos seus superiores mais se evidenciava era a marinha de Guerra do Brasil. O uso do açoite como medida disciplinar continuou sendo aplicado nos marinheiros, como no tempo em que existia o pelourinho. Todos os marinheiros, na sua esmagadora maioria negros, continuavam a ser açoitados às vistas dos companheiros, por determinação da oficialidade branca.

Os demais marujos eram obrigados a assistir à cena infamante no convéns das belonaves. Com isto, criaram-se condições de revolta no seio da marujada. Os seus membros não aceitavam mais passivamente esse tipo de castigo. Chefiados por Francisco Dias, João Cândido e outros tripulantes do Minas Gerais, navio capitânia da esquadra, organizaram-se contra a situação humilhante de que eram vítimas. Nos outros navios a marujada também se organizava: o cabo Gregório conspirava no São Paulo, e no Deodoro havia o cabo André Avelino.

Dia 22 de novembro de 1910. Final praticamente de mais um ano do início do governo do marechal Hermes da Fonseca. A informação chega até o presidente: a esquadra se sublevara. O movimento que vinha sendo articulado pelos marinheiros foi antecipado em face da indignação dos marujos contra o espancamento de mais um companheiro. O marinheiro negro Marcelino recebeu 250 chibatadas aos olhos de toda a tripulação, formada no convés do Minas Gerais. Desmaiou, mas os açoites continuaram.

Os marinheiros, tendo João Cândido como líder, resolveram sublevar-se imediatamente. Num golpe rápido, apoderaram-se dos principais navios da Marinha de Guerra brasileira e se aproximaram do Rio de Janeiro. Em seguida mandaram mensagem ao presidente da República e ao ministro da Marinha exigindo a extinção do uso da chibata.

O governo ficou estarrecido. Supôs tratar-se de um golpe político das forças inimigas. O pânico apoderou-se de grande parte da população da cidade. Muitas pessoas fugiram. Somente em um dia correram 12 composições especiais para Petrópolis, levando 3 000 pessoas. Todos os navios amotinados hastearam bandeiras vermelhas. Alguns navios fiéis ao governo ainda tentaram duelar com os revoltosos, mas foram logo silenciados. Com isto os marujos criaram um impasse institucional. De um lado a Marinha, que queria a punição dos amotinados, em conseqüência da morte de alguns oficiais da armada. Do outro lado, o governo e os políticos, que sabiam não ter forças para satisfazer essa exigência. Mesmo porque os marinheiros estavam militarmente muito mais fortes do que a Marinha de Guerra, pois comandavam, praticamente, a armada e tinham os canhões das belonaves apontados para a capital da República.

Depois de muitas reuniões políticas, nas quais entrou, entre outros, Rui Barbosa, que condenou os “abusos com os quais, na gloriosa época do abolicionismo, levantamos a indignação dos nossos compatriotas”, foi aprovado um projeto de anistia para os amotinados. Com isto, os marinheiros desceram as bandeiras vermelhas dos mastros dos seus navios. A revolta havia durado cinco dias e terminava vitoriosa. Desaparecia, assim, o uso da chibata como norma de punição disciplinar na Marinha de Guerra do Brasil.

As forças militares, não-conformadas com a solução política encontrada para a crise, apertam o cerco contra os marinheiros. João Cândido, sentindo o perigo, ainda tenta reunir o Comitê Geral da revolução, inutilmente. Procuram Rui Barbosa e Severino Vieira, que defenderam a anistia em favor deles, mas sequer são recebidos por esses dois políticos. Unem-se, agora, civis e militares para desafrontar os “brios da Marinha de Guerra” por eles atingidos. Finalmente vem um decreto pelo qual qualquer marinheiro podia ser sumariamente demitido. A anistia fora uma farsa para desarmá-los.

São acusados de conspiradores, espalham boatos de que haveria uma outra sublevação. Finalmente, afirmam que a guarnição da ilha das Cobras havia se sublevado. Pretexto para que a repressão se desencadeasse violentamente sobre os marinheiros negros. O presidente Hermes da Fonseca necessitava de um pretexto para decretar o estado de sítio, a fim de sufocar os movimentos democráticos que se organizavam. As oligarquias regionais tinham interesse em um governo forte. Os poucos sublevados daquela ilha propõem rendição incondicional, o que não é aceito. Segue-se uma verdadeira chacina. A ilha é bombardeada até ser arrasada. Estava restaurada a honra da Marinha.

João Cândido e os seus companheiros de revolta são presos incomunicáveis, e o governo e a Marinha resolvem exterminar fisicamente os marinheiros. Embarca-os no navio Satélite rumo ao Amazonas.

Os 66 marujos que se encontravam em uma masmorra do Quartel do Exército e mais 31, que se encontravam no Quartel do 1º Regimento de Infantaria, são embarcados junto com assassinos, ladrões e marginais para serem descarregados nas selvas amazônicas. Os marinheiros, porém, tinham destino diferente dos demais embarcados. Ao lado dos muitos nomes da lista entregue ao comandante do navio, havia uma cruz vermelha, feita a tinta, o que significava a sua sentença de morte. Esses marinheiros foram sendo parceladamente assassinados: fuzilados sumariamente e jogados ao mar.

João Cândido, que não embarca no Satélite, juntamente com alguns companheiros foram recolhidos a uma masmorra da ilha das Cobras, onde viviam como animais. Dos 18 recolhidos ali, 16 morreram. Uns fuzilados sem julgamento, outros em conseqüência das péssimas condições em que viviam enclausurados. João Cândido enlouqueceu, sendo internado no Hospital dos Alienados. Tuberculoso e na miséria, consegue, contudo, restabelecer-se física e psicologicamente. Perseguido constantemente, morre como vendedor no Entreposto de Peixes da cidade do Rio de Janeiro, sem patente, sem aposentadoria e até sem nome, este herói que um dia foi chamado, com mérito, de Almirante Negro.

Fonte: www.terrabrasileira.net
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8146 - REVOLTA DA CHIBATA
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Vai para Conteúdo A história do brasil que não nos contaram: Revolta da chibataPor binho em Historia em 04-06-2008 Revolta da Chibata foi um movimento de oficiais de patentes inferiores da Marinha do Brasil que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro que era na época o Distrito Federal. Na ocasião, dois mil marinheiros rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos como punição, ameaçando bombardear a cidade do Rio.



Antecedentes

Os castigos físicos, abolidos na Marinha do Brasil um dia após a Proclamação da República, foram restabelecidos no ano seguinte (1890), estando previstas:

"Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo."

Os marinheiros nacionais, quase todos negros ou mulatos comandados por oficiais brancos, em contato cotidiano com as marinhas de países mais desenvolvidos à época, não podiam deixar de notar que as mesmas não mais adotavam esse tipo de punição em suas embarcações, considerada como degradante. O uso de castigos físicos era semelhante aos maus-tratos da escravidão, abolida no país desde 1888. Paralelamente, a reforma e a renovação dos equipamentos e técnicas da Marinha do Brasil eram incompatíveis com um código disciplinar que remontava aos séculos XVIII e XIX. Essa diferença foi particularmente vivida com a estada dos marujos na Inglaterra, em 1909, de onde voltaram influenciados não só pelas lutas dos colegas britânicos mas também pela revolta dos marinheiros da Armada Imperial Russa, no Encouraçado Potemkin, ocorrida poucos anos antes, em 1905. Quando retornaram ao Brasil, o marinheiro João Cândido formou clandestinamente um Comitê Geral para organizar a revolução.


A revolta

O estopim da revolta acabou sendo a punição aplicada ao marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes do Encouraçado Minas Gerais, em trânsito para o Rio de Janeiro. Por ter ferido um cabo com uma navalha, foi punido, não com as vinte e cinco chibatadas mínimas regulamentares, e sim com duzentos e cinqüenta, na presença da tropa formada, ao som de tambores. O rigor dessa punição, considerada desumana, provocou a indignação da tripulação.

Uma semana depois, já na baía de Guanabara, na noite de 22 de novembro, os marinheiros do Minas Gerais se amotinaram, mataram quatro oficiais (entre os quais o comandante, Batista das Neves), obtendo a adesão do Encouraçado São Paulo (o segundo maior navio da Armada à época) e de mais seis embarcações menores ancoradas na baía. Foi então emitido um ultimato no qual ameaçavam abrir fogo sobre a então Capital Federal.

- "O governo tem que acabar com os castigos corporais, melhorar nossa comida e dar anistia a todos os revoltosos. Senão, a gente bombardeia a cidade, dentro de 12 horas". (carta de João Cândido, líder da revolta)

E complementava:

- "Não queremos a volta da chibata. Isso pedimos ao presidente da República e ao ministro da Marinha. Queremos a resposta já e já. Caso não a tenhamos, bombardearemos as cidades e os navios que não se revoltarem."

Surpreendido e sem capacidade de resposta, o governo, o Congresso e a Marinha divergiam quanto à resposta, pois a subversão da hierarquia militar é um dos principais crimes nas Forças Armadas. A população da então Capital, num misto de medo e curiosidade, permaneceu em estado de alerta, parte dela refugiando-se longe da costa enquanto outros se dirigiram à orla para assistir o bombardeamento ameaçado pelos marinheiros.

A Marinha esboçou um ataque aos revoltosos com dois navios menores, mas além de rechaçá-lo, estes bombardearam as instalações na ilha das Cobras.

Quatro dias mais tarde, 26 de novembro, o governo do presidente marechal Hermes da Fonseca declarou aceitar as reivindicações dos amotinados, abolindo os castigos físicos e anistiando os revoltosos que se entregassem. Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, dois dias mais tarde alguns marinheiros foram expulsos da Marinha, sob a acusação de "incoveniente à disciplina".

Em 4 de dezembro, quatro marujos foram presos, sob a acusação de conspiração. Em meio a uma forte onda de boatos, isolados e desorganizados, os fuzileiros navais sublevaram-se na ilha das Cobras (dia 9 do mesmo mês), sendo bombardeados durante todo o dia, mesmo após hastearem a bandeira branca. De seiscentos revoltosos, sobreviveram pouco mais de uma centena, detidos nos calabouços da antiga Fortaleza de São José da Ilha das Cobras. Entre esses detidos, dezoito foram recolhidos à cela n° 5, escavada na rocha viva. Ali foi atirada cal virgem, na véspera do Natal. Após vinte e quatro horas, apenas João Cândido e o soldado naval Pau de Lira sobreviveram. Cento e cinco marinheiros foram desterrados para trabalhos forçados nos seringais da Amazônia, tendo sete destes sido fuzilados nessa viagem.

Apesar de se declarar contra a manifestação, João Cândido também foi expulso da Marinha, sob a acusação de ter favorecido os rebeldes. O Almirante Negro, como foi chamado pela imprensa, um dos sobreviventes à detenção na ilha das Cobras, foi internado no Hospital dos Alienados em Abril de 1911, como louco e indigente. Ele e dez companheiros só seriam julgados e absolvidos das acusações dois anos mais tarde, em 1 de dezembro de 1912.

E a história , cantada , ficou assim :



Fonte: Wikipédia
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Estas medidas se tornaram necessárias para manter o bom nível do site que notabilizou-se pelos comentários inteligentes e bem humorados de seus freqüentadores e amigos. Por favor, não vamos mudar isso.Comentárioscrislayne em 24 de janeiro as 21:57:16 »
poxa gostei, achei de mas qualquer dia eu volto aqui valeu Gilberto Bueno da Silva em 27 de setembro as 14:43:13 »
A Revolta da Chibata é a revolta mais encantadora da República Velha na figura de João Cândido, gaúcho de Encruzilhada do Sul!!! Adalgisa Alves em 18 de setembro as 00:57:04 »
Estou maravilhada com a historia, que por acaso sera tema do meu trabalho de arte. Matraka em 09 de setembro as 13:39:59 »
Chibata Chibata neles nathalia e clara em 02 de setembro as 12:12:02 »
eu adorei a musica João Candido Oliveira Neto/sobrinho-neto em 21 de agosto as 13:19:19 »
Em nome da Família João Cândido Felisberto, radicada em Porto Alegre, agradeço a dedicação com que todos tem dispensado aos atos praticados por este Verdadeiro Herói Nacional - pois o mesmo postulou sempre e em todos os momentos, os interesses de uma Classe, de uma coletividade!
Aí se concentra o grande valor da inciativa daqueles Jovens que ombro a ombro a JC, comandaram aquele memorável levante e que "tem por Monumento as Pedras pisadas do Cais" ! Gustavviiinho em 06 de abril as 17:53:47 »
legal . eu inventei uma musica
+ ou - assim o refrãoo

chibata chibata chibatada quem tinha poder batia quem não tinha apanhava ... !
quem quiser saber mais entre em contato .
gustavinhothug@hotmail.com
valeuu fuii rayllyne maia em 31 de março as 16:05:39 »
podemos perceber q tudo q era impossivel se tornou o possivel de tudo inclusive a vida dos chibatas rayllyne maia em 31 de março as 16:02:21 »
gostei muito do video pois mostra como era a vida dos chibatas antes e a diferença do que vivemos hoje. JORGE PENHA em 23 de fevereiro as 21:51:43 »
A chibata não terminou no Brasil das impunidade politicas, aqui nos! trabalhadores pagadores de impostos continuamos sendo açoitados mas não de chicotes e sim de politicos covardes e de uma justiça fraca omissa e ate corrupita, leis feita so para populaçao pagar mas os politico roubam e não são impuni são condenado e desfilam na televisão pedindo votos para familiares e ainda samos obrigado a assistis na televisão isso não e e nunca foi um DEMOCRACIA REAL E IRRESTRITA EU VOITEI NO PLEBICITO E O PRESIDENTE QUE JA FOI UM DE NOS AGORA E UM DELES, BRASIL UM PAIS DE POUCOS POLITICOS LIMPOS E DE MUITOS + MUITOS POLITICOS LADRÃO E SEM PONIÇÃO Francisco em 13 de janeiro as 16:02:34 »
Gostei , não conhecia esta historia. eduarte em 29 de novembro as 17:01:39 »
e este e o pais que si chama brasil, que existe desendente de africanos que ate hoje vive sendo abusado descaradamente, e desendentes de portuguesese ,que abusam dos negros do brasil so que isso esta prestes para acabar,de alguma forma isso vai acabar,sobre este aconteçimento da revolta da chibata eu ja sabia nunca me disseram na escola mais meus avos falava para meu pai,passa um filme na minha cabeça, de lembrar que fizeram isso resentimente,meu corpo arrepia e meu sangue gela,quem esta brincando com esta historia tome mais atençion e melhor para todos Luís Henrique em 04 de novembro as 21:07:52 »
Achei Bom, Só queria saber por que o nome da revolta era Revolta da Chibata! maria eduarda fonseca em 21 de outubro as 20:17:01 »
Legal, não gostei muito pois tem umas coisas chatas sabe... Jorge em 17 de setembro as 17:34:02 »
A Revolta da chibata foi a mais celebre das lutas no Brasil,pois ainda vivemos sob a chibata não só na Marinha como em todos os cantos da Periferia deste imenso país,basta observar os numeros expressivos de jovens Negros assassinados ,tendo a grande disculpa covarde e esfarrapada que é briga por ponto de Trafico...(nem sempre).Vivemos um colapso Social,onde a droga para o pobre tornou-se um meio de sobrevivencia,transpondo o mercado convencional de Trabalho,não quero com isso fazer defesa deste meio expurio,mas a real da vida é ver o Grande roubo do Colarinho Branco,no Presidio encontra-se o Favelado...este procedimento é mais que chibatadas...?(Frentes de Trabalho para o Povo). roberto em 06 de setembro as 18:34:26 »
que lixo! só serve pra acirrar odios entre brasileiros. Que falta faz uma censura!! Isa ^^ em 02 de junho as 20:02:11 »
Nussa!!....eu não sabia dessa..mas eu já tinha visto essa história em outro site..ainda hoje!!hehe..mas achei muito boa essa historinha..!! paula em 07 de maio as 10:31:42 »
que massa amei a esplicação... juliane coxa em 05 de maio as 14:23:07 »
bom...na verdade falta um pouco de fotos..mais da pra ve o que foi a revolta da chibata...
agora posso faze meu trabalho ja entendi o que eu precisava..
bom...aii soh falto mais fotos..etc..
obrigada por coloka um video agora que eu vo sabe faze uj trabalho otimo
muito obrigada..
adorei tambem passa por aqui..
quando eu precisa de novo eu volto..
obrigada pelos videos e algumas imagem..
ameii... Débora tietbohl em 09 de abril as 23:05:52 »
eu achei o conteudo muito bom!!
mais tinha que ter mais coisas dos chibatas!! jorge maria de vasconcelos em 15 de fevereiro as 16:17:52 »
esse episodio macabro ,e desumano,nos tempos de hoje,em pleno seculo
21,não acontece igual,aquela epoca mais,ainda ha muitas,descriminaçõe
entre a tropa,separação entre oficiais e praças,nunca chegaremos,a poder,fazer reinvidicações salariais justas,que e dado como,insubodinação,principalmente anivel,de policias militares, lidamos com o publico,do qual paga ,o nosso salario,e não recebemos como policiais e não como militares, baixos salarios para proteger,a sociedade enão somos,protegidos e nem remunerado,dignamente, afinal o que somos policiais ou militares. Reginaldo José de Santana Júnior em 13 de fevereiro as 12:20:05 »
Para mim, João Cãndido foi um miseravão, um cara digno de todo aplauso. Queria eu poder saber o nome de cada um dos marinheiros fuzilados ou mortos sob a cal virgem. Quero demonstrar meu repúdio à atitude dos militares de alta patente que se retiraram da ou não compareceram à cerimônia de anistia aos rebeldes da Revolta da Chibata, inclusive João Cândido. Eles acham que a "hierarquia militar"(irônico) está acima da dignidade humana. É isso aí, moçada! Vamos todos romper com a ordem democrática sempre que ela se mostrar anti-democrática! llllluuuuuucccccccccccccccaaaaaaaaasssss em 29 de agosto as 12:39:36 »
foi bom mas acho que deveria ter mais imagens maysa em 18 de julho as 08:31:16 »
valeu..................encontrei o que precisava para o meu trabalho que irei apresentar na minha escola.procurava algo diferente e encontrei ;muito bom tambem video..............obrigado e ate as proximas pesquisas.............. Lisboa em 09 de junho as 11:52:48 »
Desculpe-me, brasileiro, mas para quem se julga escritor, você deveria aprender, além de física, história e matemática, um pouco mais da sua língua-mãe: o PORTUGUÊS. Falta um pouco de zelo na ortografia, na sintaxe e na semântica.
Por favor, não confunda VONTADE de ser escritor com SER escritor. Michael em 06 de junho as 17:01:08 »
Na vdd me contaram sim, mês passado na aula de história. Renata em 05 de junho as 23:27:46 »
eu estudei isso no colégio !
ME CONTARAM! TOTAL ALIEN em 05 de junho as 10:09:20 »
Essa é uma das histórias que não nos contaram, assim como o assassinato de tancredo neves e ulisses guimarães.

Zequinha Cypriano em 05 de junho as 08:57:38 »
João Bosco e Aldir Blanc fizeram esta música em homenagem ao líder da Revolta da Chibata, o que poucos sabem é que a letra foi censurada pela ditadura, fazendo com que o Aldir tivesse que mudar coisas como "Almirante Negro" para "Navegante Negro".

Mestre-Sala dos Mares
(João Bosco/Aldir Blanc)

Há muito tempo,
Nas Águas da Guanabara,
O Dragão do Mar reapareceu,
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o Navegante Negro,
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar, na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas,
Jovens polacas e por batalhões de mulatas.

Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos
Entre cantos e chibatas,
Inundando o coração
Do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro,
Gritava então:
Glória aos piratas,
Às mulatas,
Às sereias,
Glória à farofa
À cachaça,
Às baleias...
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais.

Salve o Navegante Negro,
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
João Cândido foi um exemplo, um verdadeiro herói, e merece lugar de destaque em nossa história...mas desde sempre aprendemos nos bancos escolares que heróis nacionais foram Tiradentes, Duque de Caxias e outros aproveitadores e bunda-moles... New em 04 de junho as 22:59:33 »

Adorei passear por aqui. Virei sempre que puder. Parabéns!
Abraços. Lampa em 04 de junho as 15:41:39 »
Brasileiro, mais um pouco e eu ia pensar que voce tivesse participado
da revolta da chibata, e ainda estivesse vivo, ai voce ja iria dizer que
era o espirito que anda e que se chamava Fantasma e tinha um
cachorro chamado capeta, e andava em um cavalo branco, e usava
um anel com uma caveira, e que voce ficou preso nesta ilha, e assim
se torna o espirito que anda.

Voce deve estar tomando muita cachaca estragada, misturada com
criolina, diabo verde, soda caustica e shop belco.

Fraternos Abracos. Dentark em 04 de junho as 14:41:53 »
brasileiro a tua mae e o teu pai nao tinha morrido??? diessica em 04 de junho as 14:13:13 »
nossa e pq nunca me ensinaram sobre isso na escola??

que coisa horrivel ne

um passado sujo do nosso pais Leticia em 04 de junho as 14:06:20 »
Eu estudei isso na escola Elbereth em 04 de junho as 14:03:43 »
Eu aprendi isso no colégio normal mesmo...

Poucas foram as revoltas "populares" do Brasil. Essa, mesmo não envolvendo a população em geral, também não foi uma revolução por alto, de fachada. Foi feita por quem tinha um interesse legítimo e pôde reivindicá-lo... gostaria de saber que houveram mais revoltas assim, mesmo me entristecendo com o fim dos revoltosos. Gih#) em 04 de junho as 13:07:50 »
que horror toda essa revolta... «Ant.Prox.»Login RegistroLogin Nome:

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8145 - REVOLTA DA CHIBATA
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Revolta da Chibata
Movimento defendeu mudanças na Marinha
Vitor Amorim de Angelo
Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação

João Cândido (à dir.), líder do movimento, apelidado de Almirante Negro

Na noite de 22 de novembro de 1910, dia em que o marechal Hermes da Fonseca completava sua primeira semana como presidente da República, teve início no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, a chamada Revolta da Chibata. Protagonizado por marinheiros da Armada brasileira, o movimento defendia, entre outras coisas, o fim dos castigos físicos aplicados aos graduados da Marinha, como a chibatada, por exemplo.

Os castigos, suspensos pela Armada logo após a Proclamação da República, foram retomados no ano seguinte como forma de controle e punição dos marinheiros - em sua maioria, negros e pobres. Poderiam receber chibatadas aqueles que cometessem faltas graves, como, por exemplo, o desrespeito à hierarquia militar.

Os castigos físicos, porém, contrastavam com as punições aplicadas pelas marinhas de outros países a seus graduados e, principalmente, com a fase modernizadora vivida pela Armada brasileira na época. Embora a escravidão tivesse sido abolida oficialmente mais de vinte anos antes, o uso da chibata pela oficialidade branca reproduzia, de certa forma, a mesma relação estabelecida entre os escravos e seus senhores até o final do século 19.


A eclosão do movimento
Depois de ferir um oficial a bordo do navio Minas Gerais, o marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes foi condenado a receber 250 chibatadas como castigo. O rigor da punição, aplicada sob os olhares da tropa, provocou indignação entre os graduados da Marinha. Desde o ano anterior, quando voltaram de uma missão junto à Armada inglesa, os marinheiros vinham se articulando contra os castigos físicos, tendo, inclusive, formado o Comitê Geral da revolução, liderado por João Cândido - o "Almirante negro".

Os marinheiros logo assumiram o controle do Minas Gerais, que estava em trânsito para o Rio de Janeiro, matando quatro oficiais que seguiam a bordo, incluindo o comandante do navio. Na manhã do dia 23, já no Distrito Federal, os revoltosos, que haviam conseguido o apoio de outras embarcações da Marinha brasileira, encaminharam um manifesto ao presidente da República.

Na carta, escrita no dia anterior, os marinheiros afirmavam não poder mais suportar "a escravidão dentro da Marinha", declarando-se a favor de uma reforma no "código imoral e vergonhoso que nos rege a fim de que desapareça a chibata [...] e outros castigos semelhantes". O manifesto dava ao marechal Hermes da Fonseca o prazo de 12 horas para responder às demandas dos revoltosos.

Entretanto, o desfecho do movimento só ocorreria no dia 26, quando os marinheiros entregaram os navios, depois de o presidente da República aceitar o fim dos castigos físicos e sancionar a anistia aprovada pelo Senado no dia anterior. Já no dia 27, antes mesmo de suspender o uso das chibatas, Hermes da Fonseca assinou um decreto que permitia a exclusão de marinheiros da Armada sem a necessidade de instaurar um processo legal para tanto.


O levante da ilha das Cobras
Com a aprovação do decreto, abriu-se o caminho para a expulsão de vários marinheiros que tinham participado do levante de novembro. Assim, poucos dias depois da rendição, teve início um novo levante, dessa vez, na ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Ao contrário do movimento anterior, a revolta de dezembro foi duramente combatida pela Marinha, que dizimou boa parte dos revoltosos, mesmo depois da rendição.

Dos sobreviventes, a maioria foi forçada a embarcar no navio Satélite, que seguiria em direção ao Amazonas, para trabalhar na produção da borracha. Alguns deles, contudo, nem chegaram ao destino: foram fuzilados a bordo da embarcação. Os demais revoltosos foram presos em calabouços da ilha das Cobras, sendo que, em pouco mais de um dia, apenas dois dos 18 graduados presos ali sobreviveram às condições insalubres do local - entre eles, João Cândido.

O destino do Almirante negro, porém, foi melancólico e desprovido de qualquer honra ou glória. Expulso da Marinha sob acusação de estar envolvido com o levante de dezembro, foi internado poucos meses depois como louco no Hospital dos Alienados, de onde só conseguiu sair depois de quase um ano e meio, após ser absolvido das acusações que pesavam contra ele por conta do movimento de 1910.


Muito mais que uma revolta
Embora o levante que João Cândido liderou tenha entrado para a história do Brasil como uma "revolta", o movimento de 1910 pode ser considerado um episódio bem mais profundo do que isso, especialmente pelas suas reivindicações, que não se limitavam à luta pelo fim dos castigos físicos. A ocultação da carta enviada no dia 23 de abril ao presidente Hermes da Fonseca, que veio a público tempos depois, certamente contribuiu para conformar uma versão da história que retirava da Revolta da Chibata seu caráter de luta política.

O fato de o manifesto ter sido escrito no dia anterior, por exemplo, desmonta a versão segundo a qual o movimento teria eclodido de maneira espontânea, sem nenhuma espécie de organização anterior. Pelo contrário, os marinheiros há muito tempo já vinham se articulando para lutarem por mudanças no funcionamento interno da Marinha. Prova disso foi a criação do Comitê Geral da revolução.

Por outro lado, as versões que caracterizam a Revolta da Chibata como um movimento primitivo, instintivo, não se sustentam quando questionamos a razão para o afastamento dos marinheiros envolvidos no movimento de 1910. A expulsão das principais lideranças da Revolta da Chibata demonstrou que o poder dos marinheiros estava muito além do controle dos navios. Daí porque, mesmo após a rendição, o oficialato tratou de excluí-los rapidamente dos quadros da Armada.

O movimento de 1910, portanto, foi bem mais que uma simples revolta, instintiva e espontânea. A rebelião daquela noite não questionava a República nem tampouco lutava pelo retorno da monarquia, como queriam os restauradores. Seu objetivo era instituir uma nova relação de trabalho dentro da Armada e lutar pelo reconhecimento dos pobres e negros da Marinha brasileira como cidadãos livres e dotados de direitos.


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*Vitor Amorim de Angelo é historiador, mestre e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente, é professor de história da Universidade Federal de Uberlândia.
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8144 - REVOLTA DA CHIBATA
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O que foi a Revolta da Chibata?
11 de abril de 2006

A Revolta da Chibata (João Cândido)



Uma das instituições na qual o comportamento escravista dos seus superiores mais se evidenciava era a marinha de Guerra do Brasil. O uso do açoite como medida disciplinar continuou sendo aplicado nos marinheiros, como no tempo em que existia o pelourinho. Todos os marinheiros, na sua esmagadora maioria negros, continuavam a ser açoitados às vistas dos companheiros, por determinação da oficialidade branca.
Os demais marujos eram obrigados a assistir à cena infamante no convéns das belonaves. Com isto, criaram-se condições de revolta no seio da marujada. Os seus membros não aceitavam mais passivamente esse tipo de castigo. Chefiados por Francisco Dias, João Cândido e outros tripulantes do Minas Gerais, navio capitânia da esquadra, organizaram-se contra a situação humilhante de que eram vítimas. Nos outros navios a marujada também se organizava: o cabo Gregório conspirava no São Paulo, e no Deodoro havia o cabo André Avelino.

Dia 22 de novembro de 1910. Final praticamente de mais um ano do início do governo do marechal Hermes da Fonseca. A informação chega até o presidente: a esquadra se sublevara. O movimento que vinha sendo articulado pelos marinheiros foi antecipado em face da indignação dos marujos contra o espancamento de mais um companheiro. O marinheiro negro Marcelino recebeu 250 chibatadas aos olhos de toda a tripulação, formada no convés do Minas Gerais. Desmaiou, mas os açoites continuaram.

Os marinheiros, tendo João Cândido como líder, resolveram sublevar-se imediatamente. Num golpe rápido, apoderaram-se dos principais navios da Marinha de Guerra brasileira e se aproximaram do Rio de Janeiro. Em seguida mandaram mensagem ao presidente da República e ao ministro da Marinha exigindo a extinção do uso da chibata.

O governo ficou estarrecido. Supôs tratar-se de um golpe político das forças inimigas. O pânico apoderou-se de grande parte da população da cidade. Muitas pessoas fugiram. Somente em um dia correram 12 composições especiais para Petrópolis, levando 3 000 pessoas. Todos os navios amotinados hastearam bandeiras vermelhas. Alguns navios fiéis ao governo ainda tentaram duelar com os revoltosos, mas foram logo silenciados. Com isto os marujos criaram um impasse institucional. De um lado a Marinha, que queria a punição dos amotinados, em conseqüência da morte de alguns oficiais da armada. Do outro lado, o governo e os políticos, que sabiam não ter forças para satisfazer essa exigência. Mesmo porque os marinheiros estavam militarmente muito mais fortes do que a Marinha de Guerra, pois comandavam, praticamente, a armada e tinham os canhões das belonaves apontados para a capital da República.

Depois de muitas reuniões políticas, nas quais entrou, entre outros, Rui Barbosa, que condenou os “abusos com os quais, na gloriosa época do abolicionismo, levantamos a indignação dos nossos compatriotas”, foi aprovado um projeto de anistia para os amotinados. Com isto, os marinheiros desceram as bandeiras vermelhas dos mastros dos seus navios. A revolta havia durado cinco dias e terminava vitoriosa. Desaparecia, assim, o uso da chibata como norma de punição disciplinar na Marinha de Guerra do Brasil.

As forças militares, não-conformadas com a solução política encontrada para a crise, apertam o cerco contra os marinheiros. João Cândido, sentindo o perigo, ainda tenta reunir o Comitê Geral da revolução, inutilmente. Procuram Rui Barbosa e Severino Vieira, que defenderam a anistia em favor deles, mas sequer são recebidos por esses dois políticos. Unem-se, agora, civis e militares para desafrontar os “brios da Marinha de Guerra” por eles atingidos. Finalmente vem um decreto pelo qual qualquer marinheiro podia ser sumariamente demitido. A anistia fora uma farsa para desarmá-los.

São acusados de conspiradores, espalham boatos de que haveria uma outra sublevação. Finalmente, afirmam que a guarnição da ilha das Cobras havia se sublevado. Pretexto para que a repressão se desencadeasse violentamente sobre os marinheiros negros. O presidente Hermes da Fonseca necessitava de um pretexto para decretar o estado de sítio, a fim de sufocar os movimentos democráticos que se organizavam. As oligarquias regionais tinham interesse em um governo forte. Os poucos sublevados daquela ilha propõem rendição incondicional, o que não é aceito. Segue-se uma verdadeira chacina. A ilha é bombardeada até ser arrasada. Estava restaurada a honra da Marinha.
João Cândido e os seus companheiros de revolta são presos incomunicáveis, e o governo e a Marinha resolvem exterminar fisicamente os marinheiros. Embarca-os no navio Satélite rumo ao Amazonas.
Os 66 marujos que se encontravam em uma masmorra do Quartel do Exército e mais 31, que se encontravam no Quartel do 1º Regimento de Infantaria, são embarcados junto com assassinos, ladrões e marginais para serem descarregados nas selvas amazônicas. Os marinheiros, porém, tinham destino diferente dos demais embarcados. Ao lado dos muitos nomes da lista entregue ao comandante do navio, havia uma cruz vermelha, feita a tinta, o que significava a sua sentença de morte. Esses marinheiros foram sendo parceladamente assassinados: fuzilados sumariamente e jogados ao mar.

João Cândido, que não embarca no Satélite, juntamente com alguns companheiros foram recolhidos a uma masmorra da ilha das Cobras, onde viviam como animais. Dos 18 recolhidos ali, 16 morreram. Uns fuzilados sem julgamento, outros em conseqüência das péssimas condições em que viviam enclausurados. João Cândido enlouqueceu, sendo internado no Hospital dos Alienados. Tuberculoso e na miséria, consegue, contudo, restabelecer-se física e psicologicamente. Perseguido constantemente, morre como vendedor no Entreposto de Peixes da cidade do Rio de Janeiro, sem patente, sem aposentadoria e até sem nome, este herói que um dia foi chamado, com mérito, de Almirante Negro.





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História do Negro Brasileiro / Clóvis Moura - São Paulo: Editora Ática S.A., 1992










O Negro da Chibata
Fernando Granato
140 páginas Esgotado


O marinheiro que liderou a primeira revolta da República


O NEGRO DA CHIBATA, de Fernando Granato, narra a trajetória de João Cândido Felisberto, o Almirante Negro, que entrou para a história por liderar, em 1910, o levante armado dos marujos contra o uso de castigos físicos na Marinha brasileira. Herança militar portuguesa, os maus-tratos eram uma regra entre os navais. A Revolta da Chibata, observa o autor, é o resultado de uma consciência política até então desconhecida na classe operária do país.

Filho de ex-escravos, João Cândido entrou para a corporação em 1894, aos 14 anos — época em que as Forças Armadas aceitavam menores e a Marinha, em particular, recrutava-os junto à polícia. Este não foi o caso de João Cândido. Recomendado por um almirante, que se tornara seu protetor, logo desponta como líder e interlocutor dos marujos junto aos oficiais.

Em 1910, uma viagem de instrução à Inglaterra alicerça, entre os marinheiros brasileiros, as bases para o levante conspiratório que poria fim ao uso de castigos físicos na Marinha. Durante a viagem inaugural do Minas Gerais, João Cândido e companheiros tomam ciência do movimento pela melhoria das condições de trabalho levado a cabo pelos marinheiros britânicos entre 1903 e 1906. E, ainda, da insurreição dos russos embarcados no encouraçado Potemkin, em 1905.

De volta ao Brasil, o estalo das chibatas não cessa, e os soldos baixos — contrastando com o status de maior frota náutica do mundo, superior até mesmo à inglesa — acirra o clima de tensão entre os marujos. Até que em 22 de novembro de 1910, a lembrança das 250 chibatadas recebidas por um marinheiro, no dia anterior, deflagra o início da revolta. Durante quatro dias, marinheiros liderados por João Cândido e entrincheirados nos navios São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Deodoro — ancorados ao longo da baía da Guanabara — lançam bombas na cidade.

Finda a revolta e traídos pelo Governo, que prometera anistiar todos os revoltosos, João Cândido e companheiros acabam presos. A defesa de Evaristo de Moraes inocenta o grupo. Mas, daí para frente, o Almirante Negro passa a levar, até a morte, a fama de líder subversivo. "Nós queríamos combater os maus-tratos, a má alimentação (...) E acabar com a chibata, o caso era só este" — declarou João Cândido, em 1968, em depoimento ao Museu de Imagem e do Som.

O NEGRO DA CHIBATA ilumina, ainda, um período pouco conhecido da história do Almirante Negro, e que vai da absolvição à morte, no Rio de Janeiro, em 1969, aos 89 anos. Aponta que a fama de "perigoso" não reflete as convicções políticas de João Cândido, muito menos encontra respaldo na vida que passou a levar, após o fim da revolta — época marcada pela perseguição política, pela penúria e pelas tragédias pessoais. De marinheiro a pescador, recluso e doente, teve a polícia vigilante até mesmo em seu enterro.

No começo da década de 70, João Bosco e Aldir Blanc homenagearam João Cândido Felisberto com o samba O Mestre-sala dos mares. A história do Almirante Negro e da Revolta da Chibata ainda fazia eco nos círculos militares e a música acabou vetada pela censura por trazer à tona um assunto proibido pelas Forças Armadas.

Fernando Granato tem 37 anos, é jornalista e já trabalhou nos principais veículos de comunicação do país, entre eles a revista Veja e o Jornal da Tarde e O Estado de S. Paulo. É autor dos livros Esses jovens escritores, Bonequinhas manchadas de sangue, Sociedade de ladrões e Nas Trilhas do Rosa.

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Revolta da Chibata
Por Miriam Ilza Santana

A Revolta da Chibata ocorreu durante o governo de Hermes da Fonseca, em 1910. Foi um levante de cunho social, realizado em subdivisões da Marinha, sediadas no Rio de Janeiro. O objetivo era por fim às punições físicas a que eram submetidos os marinheiros, como as chicotadas, o uso da santa-luzia e o aprisionamento em celas destinadas ao isolamento. Os marinheiros requeriam também uma alimentação mais saudável e que fosse colocada em prática a lei de reajuste de seus honorários, já votada pelo Congresso. De todos os pedidos requeridos, o que mais afligia os marujos eram os constantes castigos a que eram sujeitos. Esta situação revoltou os marinheiros, que eram obrigados, por seus comandantes, a assistir a todas as punições aplicadas, para que elas servissem de exemplo. Os soldados se juntavam e ao estampido de tambores traziam o rebelado, despido na parte de cima e com as mãos atadas, iniciando o castigo.

A sublevação deu-se quando um marinheiro de nome Marcelino Rodrigues levou 250 chicotadas por ter machucado um companheiro da Marinha no interior do navio de guerra denominado Minas Gerais, que se encontrava a caminho do Rio de Janeiro. Os rebelados assassinaram o capitão do navio e mais três militares. Enquanto isso, na Baía de Guanabara, os insurgentes conseguiram a adesão dos marujos da nau São Paulo.

O condutor da insurreição, João Cândido – o célebre Almirante Negro –, foi o responsável por escrever a missiva com as solicitações exigidas para o fim da revolta.

O presidente Hermes da Fonseca percebeu que não se tratava de um blefe e decidiu ceder diante do ultimato dos insurgentes. Os marinheiros confiaram no presidente, entregaram as armas e os navios rebelados, mas com o término do conflito o governante não cumpriu com a sua palavra e baniu alguns marinheiros que haviam feito parte do motim. Os marinheiros não se omitiram diante deste fato, estourando outro levante na Ilha das Cobras, o qual foi severamente abafado pelas tropas do governo. Muitos marujos morreram, outros tantos foram banidos da Marinha. Quanto a João Cândido, foi aprisionado e atirado em um calabouço na Ilha das Cobras. Quando se livrou da prisão, encontrava-se emocionalmente amargurado, considerado até mesmo meio alucinado. Em 1912 ele foi julgado e considerado inocente. Historicamente ficou conhecido como o Almirante Negro, aquele que aboliu o uso da chibata na Marinha brasileira.




Data de publicação: 15/10/2007
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A Revolta da Chibata
A Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910, no Rio de Janeiro, com a revolta dos marinheiros. Naquele período era comum açoitar com chibatadas os marinheiros, tudo com intuito de discipliná-los.

Através dessa prática violenta os marinheiros se revoltaram principalmente depois que o marinheiro Marcelino Rodrigues levou 250 chibatadas diante de todos os presentes no navio, desmaiou e continuou sendo açoitado.

Sempre em uma revolta ou manifestação uma pessoa toma a frente para encorajar os outros, nesse caso o Almirante Negro, o Marujo João Cândido, foi o primeiro a esboçar uma ação contrária aos castigos das chibatas.

Na baía de Guanabara encontravam-se vários navios que foram tomados pelos rebeldes, além disso, começaram a controlá-los retirando todos oficiais, aqueles que causassem resistência à ocupação eram assassinados, e se caso o governo não atendesse suas exigências ameaçavam lançar bombas na cidade.

Após o conflito, passaram-se quatro dias e, então, o Presidente Hermes da Fonseca decretou o fim da prática violenta de castigos e perdoou os marinheiros.

Entretanto, quando foram entregar as armas notaram que tinham sido enganados pelo presidente que, automaticamente, retirou da corporação da Marinha todos aqueles que compunham a revolta, além de João Cândido o líder, com isso foram depositados no fundo de navios e prisões subterrâneas na Ilhas das Cobras.


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8141 - REWVOLTA DA CHIBATA
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Revolta da Chibata
A História da Revolta da Chibata, causas, reivindicações dos marinheiros, acontecimentos,
líder João Cândido (Almirante Negro), punição para os revoltosos

João Cândido (Almirante Negro): líder da revolta



Introdução

A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.

Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.

Causas da revolta

O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.

O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.

Reivindicações

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).

Segunda revolta

Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.

O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.

Conclusão: podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.





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8140 - REVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 34 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Revolta da Chibata
A História da Revolta da Chibata, causas, reivindicações dos marinheiros, acontecimentos,
líder João Cândido (Almirante Negro), punição para os revoltosos

João Cândido (Almirante Negro): líder da revolta



Introdução

A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.

Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.

Causas da revolta

O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.

O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.

Reivindicações

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).

Segunda revolta

Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.

O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.

Conclusão: podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.





Veja também:

Brasil República














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8139 - REVOLTA DA CHIBATA
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 36 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Revolta da Chibata
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Conflitos na História do Brasil
Período Republicano
República Velha
Revolta da Armada: 1893-1894
Revolução Federalista: 1893-1895
Guerra de Canudos: 1893-1897
Revolta da Vacina: 1904
Revolta da Chibata: 1910
Guerra do Contestado: 1912-1916
Sedição de Juazeiro: 1914
Greves Operárias: 1917-1919
Revolta dos Dezoito do Forte: 1922
Revolução Libertadora: 1923
Revolução de 1930: 1930
Era Vargas
Revolução Constitucionalista: 1932
Intentona Comunista: 1935
Levante Integralista: 1938
Regime Militar
Guerrilha do Caparaó: 1967
Guerrilha do Araguaia: 1967-1974
A Revolta da Chibata foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país, sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto [1].

Na ocasião, mais de dois mil marinheiros rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos (as faltas graves eram punidas com 25 chibatadas) , ameaçando bombardear a cidade. Durante os seis dias do motim seis oficiais foram mortos, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Gerais, João Batista das Neves.

Índice [esconder]
1 História
1.1 Antecedentes
1.2 A revolta
2 Notas
3 Bibliografia
4 Ligações externas


[editar] História
[editar] Antecedentes

Marinheiros em revolta, João Cândido ao centro, 1910.Os castigos físicos, abolidos na Marinha do Brasil um dia após a Proclamação da República, foram restabelecidos no ano seguinte (1890), estando previstas:

"Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo."
Os marinheiros nacionais, quase todos negros ou mulatos comandados por um oficialato branco, em contato cotidiano com as marinhas de países mais desenvolvidos à época, não podiam deixar de notar que as mesmas não mais adotavam esse tipo de punição em suas belonaves, considerada como degradante. O uso de castigos físicos era semelhante aos maus-tratos da escravidão, abolida no país desde 1888. Paralelamente, a reforma e a renovação dos equipamentos e técnicas da Marinha do Brasil eram incompatíveis com um código disciplinar que remontava aos séculos XVIII e XIX. Essa diferença foi particularmente vivida com a estada dos marujos na Inglaterra, em 1909, de onde voltaram influenciados não só pelas lutas dos colegas britânicos mas também pela revolta dos marinheiros da Armada Imperial Russa, no Encouraçado Potemkin, ocorrida poucos anos antes, em 1905.


Revolta em encouraçado brasileiro, 1910.Ainda na Inglaterra, o marinheiro João Cândido Felisberto formou clandestinamente um Comitê Geral para organizar a revolta, que se ramificaria depois em vários comitês revolucionários para cada navio a entrar em motim, e que se reuniam no Rio de Janeiro entre 1909 e 1910. Em 1910 juntou-se a este comitê o marinheiro Francisco Dias Martins, vulgo "Mão Negra", que tinha facilidade para escrever, e tinha ficado famoso por uma carta, sob este pseudônimo, aos oficiais contra a chibata em recente viagem ao Chile.

[editar] A revolta
Marcada para dez dias depois da posse do Presidente Hermes da Fonseca ocorrida em 15 de Novembro de 1910, o que precipitou o ápice da revolta acabou sendo a punição aplicada ao marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes do Encouraçado Minas Gerais. Por ter trazido cachaça para bordo e, em seguida, ter ferido com uma navalha o cabo que o denunciou, foi punido, não com as vinte e cinco chibatadas máximas regulamentares, e sim com duzentos e cinquenta, na presença da tropa formada, ao som de tambores, num dia da semana seguinte à posse do presidente. O exagero dessa punição, considerada desumana, provocou uma indignação da tripulação muito superior à que já vinham sentindo durante a conspiração da revolta.

Na baía de Guanabara, na noite de 22 de novembro, os marinheiros do Minas Gerais amotinaram-se. Quando o comandante Batista das Neves retornava de um jantar oferecido a bordo do navio francês Duguay-Trouin, foi cercado pelos amotinados e, depois de uma curta luta, mataram-no a tiros e a coronhadas. Na sequência, outros cinco oficiais foram assassinados, conforme acordavam e saíam dos seus camarotes para verificar o que se passava. Enquanto isso, o 2º tenente Álvaro Alberto, o primeiro oficial gravemente ferido, com golpe de baioneta, conseguiu alcançar o Encouraçado São Paulo num escaler e notificou os demais oficiais da armada, que escaparam para terra.

Sem os seus oficiais a bordo, os encouraçados São Paulo (o segundo maior navio da Armada à época) e Deodoro, o cruzador Bahia, e mais quatro embarcações menores ancoradas na baía, aderiram ao motim no decorrer da noite.

Na manhã seguinte (23 de novembro), sob a liderança do marinheiro de primeira classe João Cândido Felisberto e com redação de outro marinheiro, Francisco Dias Martins, foi então emitido um ultimato no qual ameaçavam abrir fogo sobre a então Capital Federal:

O governo tem que acabar com os castigos corporais, melhorar nossa comida e dar anistia a todos os revoltosos. Senão, a gente bombardeia a cidade, dentro de 12 horas. (carta de João Cândido, líder da revolta)
E complementava:

"Não queremos a volta da chibata. Isso pedimos ao presidente da República e ao ministro da Marinha. Queremos a resposta já e já. Caso não a tenhamos, bombardearemos as cidades e os navios que não se revoltarem."
Surpreendido e sem capacidade de resposta, o governo, o Congresso e a Marinha divergiam quanto à resposta, pois a subversão da hierarquia militar é um dos principais crimes nas Forças Armadas. A população da então Capital, num misto de medo e curiosidade, permaneceu em estado de alerta, parte dela refugiando-se longe da costa enquanto outros se dirigiram à orla para assistir ao bombardeamento ameaçado pelos marinheiros.

A Marinha esboçou um ataque aos revoltosos com dois navios menores, mas além de rechaçá-lo, estes bombardearam as instalações na ilha das Cobras. Outros disparos foram efetuados sobre o Palácio do Catete, sede do Poder Executivo. Ainda nessa manhã, o deputado e capitão-de-mar-e-guerra José Carlos de Carvalho esteve a bordo dos encouraçados Minas Gerais e São Paulo, dando início às negociações com os amotinados.

Os navios que não aderiram à revolta, na maioria contratorpedeiros, entraram em prontidão para torpedear os amotinados. No dia 25 de Novembro, o então Ministro da Marinha, almirante Joaquim Marques Batista Leão expediu a ordem: "hostilize com a máxima energia, metendo-os a pique sem medir sacrifícios." No mesmo dia, entretanto, o Congresso Nacional votava a anistia para os revoltosos.

Quatro dias mais tarde, a 26, o governo do presidente marechal Hermes da Fonseca declarou aceitar as reivindicações dos amotinados, abolindo os castigos físicos e anistiando os revoltosos que se entregassem. Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, dois dias mais tarde, a 28, alguns marinheiros foram expulsos da Marinha, sob a acusação de "inconveniente à disciplina".

A 4 de dezembro, quatro marujos foram presos, sob a acusação de conspiração. Em meio a uma forte onda de boatos, isolados e desorganizados, os fuzileiros navais sublevaram-se na ilha das Cobras (dia 9 do mesmo mês), sendo bombardeados durante todo o dia, mesmo após hastearem a bandeira branca. De seiscentos revoltosos, sobreviveram pouco mais de uma centena, detidos nos calabouços da antiga Fortaleza de São José da Ilha das Cobras. Entre esses detidos, dezoito foram recolhidos à cela n° 5, escavada na rocha viva. Ali foi atirada cal virgem, na véspera do Natal. Após vinte e quatro horas, apenas João Cândido e o soldado naval Pau de Lira sobreviveram. Cento e cinco marinheiros foram desterrados para trabalhos forçados nos seringais da Amazônia, tendo sete destes sido fuzilados nesse trânsito.

Apesar de se declarar contra a manifestação, João Cândido também foi expulso da Marinha, sob a acusação de ter favorecido os rebeldes. O Almirante Negro, como foi chamado pela imprensa, um dos sobreviventes à detenção na ilha das Cobras, foi internado no Hospital dos Alienados em Abril de 1911, como louco e indigente. Ele e dez companheiros só seriam julgados e absolvidos das acusações dois anos mais tarde, em 1 de dezembro de 1912.

Em 24 de julho de 2008, através da publicação da Lei Federal nº 11.756/2008 no Diário Oficial da União, foi concedida anistia post mortem a João Cândido Felisberto, e aos demais participantes do movimento.[2]

Notas
↑ Revolta da Chibata
↑ Lula sanciona anistia a líder da Revolta da Chibata, O Globo Online, 23/07/2008
[editar] Bibliografia
Atlas histórico IstoÉ/Brasil 500 anos. São Paulo: Editora Três, 2000. p. 98.
João Cândido, o Almirante Negro. Rio de Janeiro: Museu da Imagem e do Som, 1999. il. fotos.
ROLAND, Maria Inês. A Revolta da Chibata. São Paulo: Editora Saraiva, 2000. ISBN 8502030957
SILVA, M. A. da. Contra a Chibata: marinheiros brasileiros em 1910. São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 11-12. (Coleção Tudo é História)
MAESTRI, Mário. 1910: a revolta dos Marinheiros. Uma saga negra. 3 ed. São Paulo: Global, 1982.
MAESTRI, Mário. Cisnes negros: 1910: a revolta dos marinheiros contra a chibata. São Paulo: Moderna, 1998.
NASCIMENTO, Álvaro Pereira do. Cidadania, cor e disciplina na revolta dos marinheiros de 1910. Rio de Janeiro: Mauad, 2008.
CHEUICHE, Alcy. João Cândido, o Almirante Negro. Porto Alegre: L&PM, 2010.
[editar] Ligações externas
Exposição A Revolta da Chibata
Memórias da Chibata , filme sobre João Cândido e a Revolta da Chibata
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Chibata"
Categorias: República Velha | Revoltas no Brasil | 1910 no Brasil
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8138 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 38 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
A GUERRA DO CONTESTADO
Área conflagrada: 15.000 km²
População da época envolvida na área de conflito: aproximadamente 40.000 habitantes.
Municípios do Paraná, na época: Rio Negro, Itaiópolis, Timbó, Três Barras, União da Vitória e Palmas.
Municípios de Santa Catarina, na época: Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas.
Início da Guerra: Dezembro de 1913, em Taquaruçu.
Tempo da Guerra: 26 meses.
Auge da Guerra: Março-abril de 1915, em Santa Maria, na Serra do Espigão.
Final da Guerra: Janeiro de 1916, em Perdizinhas.
Combatentes militares no auge da Guerra: 8.000 homens, sendo 7.000 soldados do Exército Brasileiro,
do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina, mais 1.000 civis
contratados.
Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores.
Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000:000$000, mais soldos militares
Algumas Conseqüências Imediatas:
?? 20/10/1916: Assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro;
?? 07/11/1916: Manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense contra o acordo;
?? De maio a agosto de 1917: Sublevação popular no Contestado-Paranaense, pró Estado das
Missões;
?? Maio e junho de 1917: Ascensão e assassinato do monge Jesus Nazareno;
?? 03/08/1917: Homologação final do Acordo de Limites;
?? Setembro de 1917: Instalação dos municípios de Mafra, Cruzeiro e de Porto União;
?? 1918: Reinício da colonização no Centro-Oeste Catarinense, por empresas particulares;
?? Janeiro e maio de 1920: Revolta política em Erval e Cruzeiro;
?? Março de 1921: Revolta de caboclos contra medição de terras, entre Catanduvas e Capinzal.
Alguns Antecedentes e Precedentes:
?? Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites.
?? Decisões judiciais do STF pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910.
?? Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906.
?? Construção da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande, de 1908 a 1910.
?? Criação dos Municípios de Canoinhas (SC) e de Itaiópolis, de Três Barras e de Timbó (PR).
?? Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization em Calmon (1908) e em Três Barras (1912).
?? Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911.
?? 1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas.
?? 1910-1912: Questão de terras da Fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril.
?? Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912.
?? 1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG.
?? Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios.
?? Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores– “bendegós”.
?? Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios.
?? Espírito guerreiro do Caboclo Pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista).
?? Religiosidade: Messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla.
?? Ideologia Nacionalista – Civilismo na República – Reestruturação do Exército.
Mapa que mostra onde ocorreram os combates.
Civis Armados, que integravam os vários piquetes contratados pelo Exército Brasileiro para auxiliá-lo nas
investidas contra os caboclos na Guerra do Contestado, de 1913 a 1916. Estes civis eram peões das
grandes fazendas da região, recrutados pelos fazendeiros – coronéis (da Guarda Nacional). No detalhe, os
facões, tipo “lapeano” ou “paraguaio” com uma lâmina de aço de 50 cm., muito usados pelos ervateiros
daquela época para o corte da ilex paraguaiensis nos ervais nativos, que também eram a principal arma
dos sertanejos revoltados.
Com a Região do Contestado cercada por mais de 8.000 soldados do Exército, do Regimento de
Segurança do Paraná e de esquadrões civis da Guarda Nacional, os caboclos catarinenses ficaram meses
seguidos sediados em seus redutos, tomados pela fome e pelo frio e, acometidos por tifo. Se mais
condições de resistência e de sobrevivência nas matas, muitos se renderam aos militares, na esperança de
obterem a liberdade e de serem instalados nas terras devolutas. Aqui, um grupo que se apresentou em
Canoinhas, saboreando um churrasco, sob o olhar de Henrique Wolland, o “alemãozinho” (que foi o
chefe de reduto e depois traiu os caboclos, passando a apoiar o Exército), ladeado por meninas “virgens”
e por curiosos soldados.
Grupo de Caboclos, após rendição em Canoinhas.
Marchando no campo de futebol da Vila Canoinhas, o 56º Batalhão de Infantaria, do Exército Brasileiro,
comandado pelo Coronel Onofre Ribeiro. A este destacamento coube a operação de guerra Linha Norte,
para proteger a Lumber, as fazendas, vilas e povoados nos vales dos Rios Canoinhas, Paciência e Timbó,
ao Sul dos rios Negro e Iguaçu, na Região do Contestado, inclusive na Linha Leste, na área entre Rio
Negro (Mafra), Papanduva e Itaiópolois. Para a sua Campanha do Contestado, o Exército trouxe à região
mais de 6.500 soldados, das armas da Infantaria, Cavalaria e Artilharia, das unidades do Rio de janeiro,
Bahia, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, equipadas com fuzis, canhões, obuseiros e metralhadoras.
Logo depois do Combate do Irani (22 de outubro de 1912) – um ano antes da grande ofensiva militar
contra Taquaruçu, na deflagração da Guerra do Contestado (em dezembro de 1913) – forças do Exército
Brasileiro e do Regimento de Segurança da Paraná, oriundas de Ponta Grossa e Curitiba, que formaram a
“Coluna Pyrrho” atravessam a vila de União da Vitória, e direção à Fazenda Horizonte, marchando pela
Estrada Estratégia até a vila Palmas e o povoado de São João do Irani, com a missão de perseguir
sobreviventes do grupo que lutou ao lado monge João Maria, no combate em que foi morto também o
capitão João Gualberto, comandante da força paranaense, e também para patrulhar os trilhos da estradade-
ferro no Vale do Rio do Peixe.
Forças da Infantaria do Exército Brasileiro entrincheiradas ao redor da serraria da Southem Brazil
Lumber & Colonization Company, em Três Barras. As trincheiras eram construídas utilizados dormentes
da imbuia da Estrada de Ferro. Foto de junho de 1914 quando o exército enviou os regimentos para
proteger a sede da empresa norte-americana, ameaçada de destruição pelos rebeldes do Contestado. A 5
de setembro de 1914, os caboclos conseguiram incendiar totalmente a serraria e os depósitos de madeira
serrada da Lumber em Calmon.
O General Setembrino de Carvalho (o quarto da direita para a esquerda), Comandante do Quartel General
das Forças em Operação de Guerra no Contestado, em visita de inspeção à vila de Porto União da Vitória,
em janeiro de 1915. Para combater os caboclos, o Exército Brasileiro convocou batalhões de todo país e
também comissionou o Regimento de Segurança do Estado do Paraná, que cedeu 500 policiais militares
para apoiá-los nas ações bélicas na Região do Contestado, em Santa Catarina. Com o restabelecimento do
tráfego de trens pela Ferrovia São Paulo - Rio Grande na Linha que margeia o Rio do Peixe, as
composições eram usadas para o transporte de tropas, víveres e munições, entre os rios Iguaçu e Uruguai.
Acampamentos militares das forças de um Pelotão de Trem do Exército, na Fazenda São Roque, em
março de 1915, protegendo a reconstrução da sede (escritório) da serraria da Lumber em Calmon, que
havia sido Incendiada a 6 de setembro de 1914 pelos piquetes dos “fanáticos” (sic) catarinenses. Sob os
olhares complacentes das autoridades federais e estaduais, a Lumber estava devastando a rica Floresta da
Araucária, na parte setentrional da Região do Contestado, extraindo e serrando milhares de pinheiros e
imbuia, ao mesmo tempo em que impedia os sertanejos de extraírem erva-mate e colher pinhão, e os
expulsava das terras, que estavam sendo demarcadas para venda a imigrantes europeus.
Em fins de 1914, uma Companhia do 2º Batalhão do Exército Brasileiro, auxiliada por civis cedidos por
fazendeiros e trabalhadores da EFSPRG, faz o restabelecimento da linha telegráfica da Estrada de Ferro
São Paulo – Rio Grande entre Rio Negro e Canoinhas, considerada necessária para as comunicações entre
os oficiais das colunas militares, na área em conflito da margem esquerda dos rios Negro e Iguaçu. A
linha havia sido destruída pelos caboclos da Guerra do Contestado, no final do inverno. Nesta Campanha
pela primeira vez o Exército utilizou telefones, substituindo telégrafo, usando linha de fios erguida entre a
estação de Rio Caçador e povoado de Perdizes (hoje a vila de São Sebastião do Sul).

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8137 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 38 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
A GUERRA DO CONTESTADO
Área conflagrada: 15.000 km²
População da época envolvida na área de conflito: aproximadamente 40.000 habitantes.
Municípios do Paraná, na época: Rio Negro, Itaiópolis, Timbó, Três Barras, União da Vitória e Palmas.
Municípios de Santa Catarina, na época: Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas.
Início da Guerra: Dezembro de 1913, em Taquaruçu.
Tempo da Guerra: 26 meses.
Auge da Guerra: Março-abril de 1915, em Santa Maria, na Serra do Espigão.
Final da Guerra: Janeiro de 1916, em Perdizinhas.
Combatentes militares no auge da Guerra: 8.000 homens, sendo 7.000 soldados do Exército Brasileiro,
do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina, mais 1.000 civis
contratados.
Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores.
Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000:000$000, mais soldos militares
Algumas Conseqüências Imediatas:
?? 20/10/1916: Assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro;
?? 07/11/1916: Manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense contra o acordo;
?? De maio a agosto de 1917: Sublevação popular no Contestado-Paranaense, pró Estado das
Missões;
?? Maio e junho de 1917: Ascensão e assassinato do monge Jesus Nazareno;
?? 03/08/1917: Homologação final do Acordo de Limites;
?? Setembro de 1917: Instalação dos municípios de Mafra, Cruzeiro e de Porto União;
?? 1918: Reinício da colonização no Centro-Oeste Catarinense, por empresas particulares;
?? Janeiro e maio de 1920: Revolta política em Erval e Cruzeiro;
?? Março de 1921: Revolta de caboclos contra medição de terras, entre Catanduvas e Capinzal.
Alguns Antecedentes e Precedentes:
?? Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites.
?? Decisões judiciais do STF pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910.
?? Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906.
?? Construção da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande, de 1908 a 1910.
?? Criação dos Municípios de Canoinhas (SC) e de Itaiópolis, de Três Barras e de Timbó (PR).
?? Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization em Calmon (1908) e em Três Barras (1912).
?? Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911.
?? 1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas.
?? 1910-1912: Questão de terras da Fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril.
?? Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912.
?? 1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG.
?? Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios.
?? Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores– “bendegós”.
?? Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios.
?? Espírito guerreiro do Caboclo Pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista).
?? Religiosidade: Messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla.
?? Ideologia Nacionalista – Civilismo na República – Reestruturação do Exército.
Mapa que mostra onde ocorreram os combates.
Civis Armados, que integravam os vários piquetes contratados pelo Exército Brasileiro para auxiliá-lo nas
investidas contra os caboclos na Guerra do Contestado, de 1913 a 1916. Estes civis eram peões das
grandes fazendas da região, recrutados pelos fazendeiros – coronéis (da Guarda Nacional). No detalhe, os
facões, tipo “lapeano” ou “paraguaio” com uma lâmina de aço de 50 cm., muito usados pelos ervateiros
daquela época para o corte da ilex paraguaiensis nos ervais nativos, que também eram a principal arma
dos sertanejos revoltados.
Com a Região do Contestado cercada por mais de 8.000 soldados do Exército, do Regimento de
Segurança do Paraná e de esquadrões civis da Guarda Nacional, os caboclos catarinenses ficaram meses
seguidos sediados em seus redutos, tomados pela fome e pelo frio e, acometidos por tifo. Se mais
condições de resistência e de sobrevivência nas matas, muitos se renderam aos militares, na esperança de
obterem a liberdade e de serem instalados nas terras devolutas. Aqui, um grupo que se apresentou em
Canoinhas, saboreando um churrasco, sob o olhar de Henrique Wolland, o “alemãozinho” (que foi o
chefe de reduto e depois traiu os caboclos, passando a apoiar o Exército), ladeado por meninas “virgens”
e por curiosos soldados.
Grupo de Caboclos, após rendição em Canoinhas.
Marchando no campo de futebol da Vila Canoinhas, o 56º Batalhão de Infantaria, do Exército Brasileiro,
comandado pelo Coronel Onofre Ribeiro. A este destacamento coube a operação de guerra Linha Norte,
para proteger a Lumber, as fazendas, vilas e povoados nos vales dos Rios Canoinhas, Paciência e Timbó,
ao Sul dos rios Negro e Iguaçu, na Região do Contestado, inclusive na Linha Leste, na área entre Rio
Negro (Mafra), Papanduva e Itaiópolois. Para a sua Campanha do Contestado, o Exército trouxe à região
mais de 6.500 soldados, das armas da Infantaria, Cavalaria e Artilharia, das unidades do Rio de janeiro,
Bahia, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, equipadas com fuzis, canhões, obuseiros e metralhadoras.
Logo depois do Combate do Irani (22 de outubro de 1912) – um ano antes da grande ofensiva militar
contra Taquaruçu, na deflagração da Guerra do Contestado (em dezembro de 1913) – forças do Exército
Brasileiro e do Regimento de Segurança da Paraná, oriundas de Ponta Grossa e Curitiba, que formaram a
“Coluna Pyrrho” atravessam a vila de União da Vitória, e direção à Fazenda Horizonte, marchando pela
Estrada Estratégia até a vila Palmas e o povoado de São João do Irani, com a missão de perseguir
sobreviventes do grupo que lutou ao lado monge João Maria, no combate em que foi morto também o
capitão João Gualberto, comandante da força paranaense, e também para patrulhar os trilhos da estradade-
ferro no Vale do Rio do Peixe.
Forças da Infantaria do Exército Brasileiro entrincheiradas ao redor da serraria da Southem Brazil
Lumber & Colonization Company, em Três Barras. As trincheiras eram construídas utilizados dormentes
da imbuia da Estrada de Ferro. Foto de junho de 1914 quando o exército enviou os regimentos para
proteger a sede da empresa norte-americana, ameaçada de destruição pelos rebeldes do Contestado. A 5
de setembro de 1914, os caboclos conseguiram incendiar totalmente a serraria e os depósitos de madeira
serrada da Lumber em Calmon.
O General Setembrino de Carvalho (o quarto da direita para a esquerda), Comandante do Quartel General
das Forças em Operação de Guerra no Contestado, em visita de inspeção à vila de Porto União da Vitória,
em janeiro de 1915. Para combater os caboclos, o Exército Brasileiro convocou batalhões de todo país e
também comissionou o Regimento de Segurança do Estado do Paraná, que cedeu 500 policiais militares
para apoiá-los nas ações bélicas na Região do Contestado, em Santa Catarina. Com o restabelecimento do
tráfego de trens pela Ferrovia São Paulo - Rio Grande na Linha que margeia o Rio do Peixe, as
composições eram usadas para o transporte de tropas, víveres e munições, entre os rios Iguaçu e Uruguai.
Acampamentos militares das forças de um Pelotão de Trem do Exército, na Fazenda São Roque, em
março de 1915, protegendo a reconstrução da sede (escritório) da serraria da Lumber em Calmon, que
havia sido Incendiada a 6 de setembro de 1914 pelos piquetes dos “fanáticos” (sic) catarinenses. Sob os
olhares complacentes das autoridades federais e estaduais, a Lumber estava devastando a rica Floresta da
Araucária, na parte setentrional da Região do Contestado, extraindo e serrando milhares de pinheiros e
imbuia, ao mesmo tempo em que impedia os sertanejos de extraírem erva-mate e colher pinhão, e os
expulsava das terras, que estavam sendo demarcadas para venda a imigrantes europeus.
Em fins de 1914, uma Companhia do 2º Batalhão do Exército Brasileiro, auxiliada por civis cedidos por
fazendeiros e trabalhadores da EFSPRG, faz o restabelecimento da linha telegráfica da Estrada de Ferro
São Paulo – Rio Grande entre Rio Negro e Canoinhas, considerada necessária para as comunicações entre
os oficiais das colunas militares, na área em conflito da margem esquerda dos rios Negro e Iguaçu. A
linha havia sido destruída pelos caboclos da Guerra do Contestado, no final do inverno. Nesta Campanha
pela primeira vez o Exército utilizou telefones, substituindo telégrafo, usando linha de fios erguida entre a
estação de Rio Caçador e povoado de Perdizes (hoje a vila de São Sebastião do Sul).

COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO


8136 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 40 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Contestado: A Guerra Desconhecida

Sergio Rubim
Florianópolis
Jornalista, documentarista e blogueiro. Comecei a carreira de jornalista como editor de telejornalismo na RBS TV (1979), repórter no jornal O Estado. Fundador dos jornais Afinal (80), Jornal da Fronteira (Uruguay-80/83), Novo Jornal (Florianópolis)e jornal Costa Leste (Florianópolis). Produzi o documentário Contestado: A Guerra Desconhecida. Editor de Plantão no Diário Catarinense, editor de Polícia, Variedades e sub-editor de Geral. Editor do OktoberZeitung (Blumenau-88), Chefe de redação do Jornal de Santa Catarina. Fundador do jornal Blumenau Urgente. Estou Blogueiro. sergiorubim@gmail.com 48-84087882
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segunda-feira, 14 de abril de 2008
Os Coronéis

Com a República, os poderosos coronéis - que ostentavam esse título por concessão do Império que criou a Guarda Nacional - tomaram consciência da possibilidade de legalizar terras em grande escala. No Contestado não foi diferente. Passaram a receber concessões, a requerer e a ampliar seus domínios.
Com a chegada da Lumber, abriu-se a possibilidade de exploração e ganhos com as terras legalizadas, já que a poderosa madeireira não se limitou a explorar as imensas áreas que lhe foram concedidas e negociava com muitos proprietários.
Alguns coronéis, como Francisco de Albuquerque, de Curitibanos, e Fabrício Vieira, do Vale do Timbozinho, tornaram-se especialmente odiados pelos sertanejos que em muitas ocasiões pediram suas cabeças como condição básica para qualquer negociação de paz.
Afonso Camargo, vice-governador do Paraná, era um coronel à distância, mas igualmente odiado pois advogava para a grande madeireira - empresa em que mais tarde deu grandes golpes em negócios de terra. Poderosos, os coronéis tinham muitos afilhados. Durante a Guerra do Contestado viram-se pela primeira vez, no sertão, atacados mesmo por estes, tamanha a revolta dos sertanejos. Francisco Albuquerque, o primeiro, chamou tropas catarinenses para intimidar o monje José Maria e seus seguidores, foi morto após a guerra num declarado ato de vingança.
Postado por Sergio Rubim às 06:35 1 comentários
O Pós-Guerra

Encerrada oficialmente a intervenção do Exército em 1915, a Guerra do Contestado ainda teve continuação. Piquetes militares perseguiram focos revoltosos por muitos anos.
Os prisioneiros tinham destino variado. Muitos eram mortos imediatamente, outros eram reunidos e enviados para trabalho escravo muito poucos reintegraram-se às suas famílias ou voltaram às suas regiões de origem. O governo catarinense chegou a protestar pela intensiva migração forçada realizada pelo governo paranaense. Tropas federais permaneceram por algum tempo na região, a madeireira Lumber voltou a operar com desenvoltura, desmatando incessantemente. Os governos de Santa Catarina e do Paraná trataram de resolver suas pendengas e, em 1916, assinaram, no Rio de Janeiro, um tratado dividindo a área que pretendiam. O Paraná ficou com 20 mil quilômetros quadrados da área contestada e Santa Catarina com 28 mil quilômetros quadrados.
Postado por Sergio Rubim às 06:22 0 comentários
Os Sobreviventes
(Fotos: Dario A. Prado Jr.)



Nos anos de 1984/1985 um grupo de jornalistas realizou uma vasta pesquisa que resultou no documentário em vídeo chamado Contestado: A Guerra Desconhecida. Nesse período foram entrevistados os últimos sobreviventes da guerra. Homens ainda fortes, lúcidos, valiosos testemunhos de tantas lutas e horrores.
compreensão do conflito. Do lado dos vencidos, nenhum falava muito a vontade de combates e mortes. Temiam, mesmo depois de 70 anos, serem perseguidos pois os vencedores testemunharam que eles seriam fanáticos e criminosos mesmo assim, com calma e amizade acabaram fazendo importantes relatos para aDo lado dos vencedores nenhum orgulho especial pelo que fizeram, até pelo contrário. Deste lado foram ouvidos um ex-soldado e um ex-vaqueano. O primeiro mais instruído pode, depois da guerra, fazer uma reflexão que o levou a odiar ter sido usado para matar brasileiros como ele a serviço de “uma monstruosidade da administração”.
O vaqueano, que era pago por fazendeiros, contava atrocidades sem se gabar, mas com naturalidade.
Um outro depoente, que não combateu em nenhum dos lados mas acompanhou os acontecimentos, sonhava em se casar com “uma jaguncinha” (jagunço era então o nome dos revoltosos) e acabou fazendo-o.
Postado por Sergio Rubim às 05:56 0 comentários
As mulheres no Contestado


Rosa Pais de Farias, filha do líder Chico Ventura, fazia as bandeiras do movimento e os uniformes dos Pares de França. Morou e morreu em Lebon Régis, no meio-oeste catarinense.
(Foto: Dario A. Prado Jr.)

Embora pouco reconhecidas pela literatura e registros da Guerra do Contestado, as mulheres tiveram um papel fundamental no conflito. Duas se destacaram na guerra por sua bravura: Maria Rosa, filha de Elias de Souza e Francisca Roberta, mais tarde conhecida como Chica Pelega.
Maria Rosa, aos 15 anos, em meio a orações, entrava em transe e discursava dizendo receber ordens do monge José Maria. Durante os transes tinha visões de batalhas e, daí em diante, era ela quem definia as ordens recebidas pelo espírito do monge para organizar o comportamento do grupo. Com o passar do tempo, além de líder espiritual, a virgem Maria Rosa se transforma em chefe militar e comandou a retirada estratégica, após a primeira batalha de Taquaruçú, em 1913, para o novo reduto em Caraguatá.
Chica Pelega, já respeitada em Taquaruçú por seu conhecimento e trato com ervas medicinais fica no reduto cuidando de doentes, velhos e crianças. Em 1914, as tropas do governo atacam novamente Taquaruçú onde ela luta bravamente.
Chica Pelega morre quando a igreja, tomada pelo fogo, desaba em cima do galpão onde se encontravam mais de 300 pessoas.
Rosa Paes de Farias, filha do grande líder Chico Ventura, foi uma das últimas sobreviventes da guerra e viveu até os 98 anos. Fazia as bandeiras de guerra e os uniformes dos Pares de França, tropa de elite dos revoltosos. Jamais se arrependeu da resistência. Afirmava: “Nós estávamos aqui e vieram nos atacar. O que havíamos de fazer? Resistir. Houve muita morte de lado a lado. Mas muito soldado passou para o nosso lado”.
O papel das mulheres menos conhecidas também foi fundamental. Enquanto os homens lutavam em várias frentes de combate elas cuidavam dos filhos, dos doentes e da obtenção e preparação de alimentos. Ao final da guerra foram tão humilhadas e maltratadas quanto seus maridos e filhos.
Postado por Sergio Rubim às 05:21 3 comentários
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8135 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 43 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
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Início Biblioteca Perguntas e Respostas O que foi a Guerra do Contestado?
O que foi a Guerra do Contestado?
12 de abril de 2006
Guerra do Contestado
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Foto do fotógrafo sueco Claro Gustavo Jansson, que morou em Santa Catarina e depois mudou-se para Itararé, estado de São Paulo.
Conflitos na História do Brasil
- Período Republicano -
República Velha
Revolta da Armada: 1893-1894
Revolução Federalista: 1893-1895
Guerra de Canudos: 1893-1897
Revolta da Vacina: 1904
Revolta da Chibata: 1910
Guerra do Contestado: 1912-1916
Greves Operárias: 1917-1919
Revolta dos Dezoito do Forte: 1922
Revolução Libertadora: 1923
Revolução de 1930: 1930
Era Vargas
Revolução Constitucionalista: 1932
Intentona Comunista: 1935
Regime Militar
Guerrilha do Araguaia: 1970-1976
A Guerra do Contestado, em linhas gerais, foi um conflito armado, entre a população cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira pretendida pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e mesmo pela Argentina. A Guerra do Contestado terá tido origem em conflitos sociais latentes na região, fruto dos desmandos locais, em especial no tocante à regularização da posse de terras por parte do caboclos. Representando, ao mesmo tempo, a insatisfação da população com sua situação material, o conflito era permeado pelo fanatismo religioso, expresso pelo messianismo e pela crença, por parte do cablocos revoltados, de que se tratava de uma guerra santa.

Tabela de conteúdo
[esconder]
1 Preliminares: o poder dos Monges
2 Estopim aceso
3 Os confrontos se iniciam
4 Primeiras mortes
5 O Contestado fortalecido e frutificado
6 Mais confrontos, ataques e contra-ataques
7 O controle começa a mudar de lado
8 Mudança de estratégia
9 Estatísticas do Confronto
10 Alguns Antecedentes e Precedentes
11 Mais dados importantes
12 Algumas Conseqüências Imediatas
13 Ligações externas
14 Referências bibliográficas



[editar]
Preliminares: o poder dos Monges
Para entender-se bem a Guerra do Contestado, é preciso voltar um pouco no tempo e resgatar o valor da figura de três monges da região. O primeiro monge que galgou fama foi João Maria, um homem de origem italiana, que peregrinou pregando e atendendo doentes de 1844 a 1870. Fazia questão de viver uma vida extremamente humilde, e sua ética e forma de viver arrebanhou milhares de crentes, reforçando o messianismo coletivo. Sublinhe-se, porém, que não exerceu influência direta nos acontecimentos da Guerra do Contestado que ocorreria posteriormente. João Maria morreu em 1870, em Sorocaba, Estado de São Paulo.

O segundo monge também adotou o codinome (alcunha) de João Maria, mas seu verdadeiro nome era Atanás Marcaf, provavelmente de origem síria. Aparece publicamente com a Revolução Federalista de 1893, partidário dos maragatos, mostrando uma postura firme e uma posição messiânica. Chegou, inclusive, a fazer previsões sobre os fatos políticos da sua época. Atuava na região entre os rios Iguaçu e Uruguai. É de destacar a sua influência inquestionável sobre os crentes, a ponto de estes esperarem a sua volta através da ressurreição, após seu desaparecimento em 1908.

As entrelinhas do que estava por vir estavam se amarrando entre si. A espera dos fiéis acaba em 1912, quando apareceu publicamente a figura do terceiro monge. Este era conhecido inicialmente como um curandeiro de ervas, tendo se apresentado com o nome de José Maria de Santo Agostinho, ainda que, de acordo com um laudo da polícia da Vila de Palmas, Estado do Paraná, ele fosse, na verdade, um soldado desertor condenado por estupro, de nome Miguel Lucena de Boaventura.

Como ninguém conhecia ao certo a sua origem, como aparentava uma vida reta e honesta, não lhe foi difícil granjear em pouco tempo a admiração e a confiança do povo. Um dos fatos que lhe granjearam fama foi a presunção de ter ressuscitado uma jovem (provavelmente apenas vítima de catalepsia patológica). Teria também curado a esposa do coronel Francisco de Almeida, vítima de uma doença incurável. Com este episódio, o monge ganha ainda mais fama e credibilidade ao rejeitar terras e uma grande quantidade de ouro que o coronel, agradecido, lhe queria oferecer.

A partir daí, José Maria passa a ser considerado santo: um homem que veio à terra apenas para curar e tratar os doentes e necessitados. Metódico e organizado, estava muito longe do perfil dos curandeiros vulgares. Sabia ler e escrever e anotava em seus cadernos as propriedades medicinais das plantas encontradas na região. Com o consentimento do coronel Almeida, montou no rancho de um dos capatazes o que chamou de farmácia do povo, onde fazia o depósito de ervas medicinais que utilizava no atendimento diário, até horas tardias da noite, a quem quer que o visitasse.

[editar]
Estopim aceso

Ferrovia, uma das causas da Guerra do Contestado
O estopim ainda estava por acender. Uma empresa estrangeira foi, então, designada para terminar a construção da estrada de ferro que tinha sido iniciada em 1890 por intermédio do engenheiro João Teixeira Soares. Esta ferrovia iria ligar as cidades de São Paulo a Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Com a desistência do engenheiro Teixeira, a concessão desta estrada foi transferida, em 1908, para a Brazil Railway Company, uma empresa norte-americana pertencente a Percival Farquhar.

Além do direito de terminar as obras, ganhou do governo o direito de explorar uma faixa de 30 quilômetros, 15 quilômetros de cada lado da ferrovia. A Companhia desapropriou legalmente as terras que a margeavam e ofereceu trabalho no canteiro de obras da ferrovia às famílias de posseiros que foram desapropriados. Ao mesmo tempo, a concessão garantia que outra empresa coligada ao consórcio, a Southern Brazil Lumber & Colonization, passasse a explorar e comercializar a madeira da região, com o direito de revender as terras desapropriadas ao longo da ferrovia.

Enquanto houve serviço, tudo foi bem. Calcula-se que cerca de 8000 homens trabalharam nas obras da estrada de ferro: trabalhadores provenientes da população urbana do Rio de Janeiro, de Santos, Salvador e Recife, com fé na promessa de muitas vantagens e altos salários.

Quando as obras terminaram, uma população enorme de camponeses ficou sem ter o que fazer e para onde ir. Situação idêntica à de um grande número de trabalhadores de fora que não retornaram às cidades de origem porque foram apenas demitidos pela companhia que não honrou o compromisso de os levar de volta quando chegasse o fim dos trabalhos.

Esta situação era semelhante à dos camponeses expulsos de suas terras por parte de poderosas empresas madeireiras que também vinham se instalando na região. Neste contexto de miséria e pobreza entre os caboclos, entrou em cena o monge santo, que inflamaria os habitantes do território contestado contra a situação que estavam enfrentando e contra a ocupação e exploração de terras por parte de empresas estranhas à região.

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Os confrontos se iniciam
Os camponeses que tinham perdido o direito às terras que ocupavam e os trabalhadores que foram demitidos pela companhia da estrada de ferro decidiram, então, ouvir a voz do monge José Maria, sob o comando do qual organizaram uma comunidade. Resultando infrutíferas quaisquer tentativas de retomada das terras, que até o início das obras eram oficialmente terras devolutas, cada vez mais passou-se a contestar a desapropriação. Uniram-se ao grupo diversos fazendeiros que, por conta da concessão, estavam perdendo terras para o grupo de Farquhar, bem como para os coronéis manda-chuvas da região.

A união destas pessoas em torno de um ideal comum levou à sua organização, com funções distribuídas entre si, e ao fortalecimento do grupo. O messianismo adquiria corpo. A vida era comunitária, com locais de culto e procissões. Tudo pertencia a todos. O comércio convencional foi abolido, sendo apenas permitidas trocas. Segundo as pregações do líder, o mundo não duraria mais 1000 anos e o paraíso estava próximo. Ninguém deveria ter medo de morrer porque ressuscitaria após o combate final. É de destacar a importância atribuída às mulheres nesta sociedade. A virgindade era particularmente valorizada.


Madeira, uma das riquezas exploradas nas margens da ferrovia do Contestado
O santo monge José Maria rebelou-se, então, contra a recém formada república brasileira e decidiu dar status de governo independente à comunidade que comandava. Para ele, a República era a "lei do diabo". Nomeou Imperador do Brasil um fazendeiro analfabeto, nomeou a comunidade de "Quadro Santo" e criou uma guarda de honra constituída por 24 cavaleiros que intitulou de "Doze Pares de França", numa alusão à cavalaria de Carlos Magno na Idade Média.

Os camponeses uniram-se a este, fundando alguns povoados, cada qual com seu santo. Cada povoado seria como uma Monarquia Celeste, com ordem própria, à semelhança do que Antônio Conselheiro fizera em Canudos.

Estar junto ao monge passou a ser considerado especialmente prestigiante. O monge é, então, convidado para participar da festa do Senhor do Bom Jesus, na localidade de Taquaruçu (município de Curitibanos). Segue acompanhado de cerca de 300 fiéis. Terminada a festa, o monge se demorou nesta localidade atendendo a quem quer que viesse em seu encontro, receitando remédios e fazendo curas.

Desconfiado com o que acontecia em Taquaruçú, e com medo de perder o mando da situação local em Curitibanos, o coronel Francisco de Albuquerque, rival do coronel Almeida, envia um telegrama para a capital do Estado pedindo auxílio contra rebeldes que proclamaram a monarquia em Taquaruçú.

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Primeiras mortes
O governo brasileiro, então comandado pelo Marechal Hermes da Fonseca, responsável pela Política das Salvações, caracterizada por intervenções político-militares que em diversos Estados do país pretendiam eliminar seus adversários políticos, sentiu indícios de insurreição neste movimento e decidiu reprimi-lo, enviando tropas para acalmar os ânimos.

Antevendo o que estava por vir, José Maria parte imediatamente para a localidade de Irani com todo o séquito carente que o acompanhava. Irani, nesta época, pertencia a Palmas, cidade que estava na jurisdição do Paraná. Como Paraná e Santa Catarina tinham questões jurídicas não resolvidas por conta das divisas de seu território, o Paraná viu nessa grande movimentação de pessoas uma estratégia de ocupação daquelas terras por parte do Estado vizinho de Santa Catarina.

A guerra do Contestado inicia-se neste ponto: em defesa das terras paranaenses, várias tropas do Regimento de Segurança do Paraná são enviadas para o local, a fim de obrigar os invasores a voltar para Santa Catarina. Estamos em outubro de 1912.

Mas as coisas ocorrem bem diferente do planejado. Tem início um confronto sangrento entre tropas do governo e fiéis do Contestado no lugar chamado Banhado Grande. Ao término da luta, estão sem vida dezenas de pessoas, de ambos os lados, e grande quantidade de material bélico do Paraná passa para a mão dos revoltosos. Morreram no confonto o coronel João Gualberto, que comandava as tropas, e também o monge José Maria, mas os partidários do contestado tinham conseguido a sua primeira vitória.

José Maria é enterrado com tábuas pelos seus fiéis, a fim de facilitar a sua ressurreição, já que os caboclos acreditavam que este ressuscitaria acompanhado de um Exército Encantado, vulgarmente chamado de Exército de São Sebastião, que os ajudaria a fortalecer a Monarquia Celeste e a derrubar a República, que cada vez mais acreditava-se ser um instrumento do diabo, dominado pelas figuras dos coronéis.

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O Contestado fortalecido e frutificado

Bandeira do Contestado: uma cruz verde em fundo branco
Os seguidores do monge, vencedores em Irani, incluindo aí alguns fazendeiros, reagruparam-se e reorganizaram a comunidade do "Quadro Santo", bem como a "Monarquia Celestial". Morto José Maria, os caboclos passaram a obedecer as ordens de um novo chefe, de nome Eusébio Ferreira dos Santos, cuja filha, Maria Rosa , tinha visões. Em Taquaruçú fortaleceu-se um núcleo de fiéis que reuniu cerca de 3000 crentes. Estes reuniram-se atendendo ao chamamento de uma mulher, Teodora, antiga seguidora de José Maria, que dizia ter visões do monge.

O governo brasileiro, decidido a reprimir o movimento e exterminar este novo reduto antes que ele crescesse e se tornasse ainda mais perigoso, montou uma Força Pública Catarinense, que para lá se dirigiu com 200 soldados em 29 de Dezembro de 1913. Novamente, os resultados não são os esperados pelo governo: tal força pública é vencida pela coragem e obstinação dos fiéis, que, inclusive, se apoderam das armas dos soldados. Esta vitória foi fundamental para dar ainda mais credibilidade ao movimento, que fortaleceu-se a ponto de formar novos redutos em locais cada vez mais afastados e de difícil acesso, com o claro intuito de dificultar as represálias militares das tropas legais.

Para alguns historiadores este dezembro de 1913 seria o ponto inicial da Guerra do Contestado, mas não é possível deixar de considerar o confronto de 1912, em Irani.

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Mais confrontos, ataques e contra-ataques

Região da Guerra do Contestado
Em 8 de fevereiro de 1914, numa ação conjunta de Santa Catarina, Paraná e governo federal, é enviado a Taquaruçu um efetivo de 700 soldados, apoiados por peças de artilharia e metralhadoras. Estes logram êxito na empreitada, incendeiam completamente o acampamento dos jagunços, mas sem muitas perdas humanas, já que os caboclos e fiéis da causa do Contestado se refugiaram em Caraguatá, local de difícil acesso e onde já viviam cerca de 2000 pessoas.

Os fiéis que mudaram para Caraguatá eram chefiadas por Maria Rosa, uma jovem com 15 anos de idade, considerada pelos historiadores como uma Joana D'Arc do sertão, já que "combatia montada em um cavalo branco com arreios forrados de veludo, vestida de branco, com flores nos cabelos e no fuzil". Após a morte de José Maria, Maria Rosa afirmava receber, espiritualmente, ordens do mesmo, o que a fez assumir a liderança espiritual e militar de todos os revoltosos, então cerca de 6000 homens.

De março a maio outras expedições foram realizadas, porém todas sem sucesso. Em 9 de Março de 1914, embaladas pela vitória de Taquaruçú, que tinham destruído completamente, as tropas cercam e atacam Caraguatá, mas aí o desastre é total. Fogem em pânico perseguidos pelos revoltosos. Esta nova vitória enche os contestadores de ânimo. O fato repercute em todo o interior, trazendo para o reduto ainda mais pessoas com interesses afins, mas também repercute muito mal frente ao governo e aos órgãos legalmente constituídos.

Como cada vez mais pessoas enganjava-se abertamente ao movimento, piquetes foram formados pelos fiéis para o arrebanhamento de animais da região a fim de suprir as necessidades alimentícias do núcleo de Caraguatá. São então fundados os redutos de Bom Sossego e de São Sebastião. Só neste último se aglomeravam cerca de 2000 pessoas.

Além de colocar em prática técnicas de guerrilha para a defesa dos ataques do governo, os fanáticos passaram ao contra-ataque. Em 1° de setembro lançaram um documento que intitulou-se Manifesto Monarquista, deflagrando-se, a partir de então, o que chamavam de a Guerra santa, caracterizada por saques e invasões de propriedades de coronéis e por um discurso que exigia pobreza e cobrava exploração ao máximo da República.

Invadiam as fazendas dos coronéis tomando para si tudo o que precisavam para suprir as necessidades do reduto. Além disso, amparados nas vitórias que tiveram, atacaram várias cidades, como foi o caso de Curitibanos, onde o alvo eram invariavelmente os cartórios, locais onde se encontravam os registros das terras que antes a eles pertenciam. Não bastando incendiar os cartórios, num outro ataque na localidade de Calmon, destruíram completamente a segunda serraria da Lumber, uma das empresas que vieram de fora para explorar a madeira da faixa de terra de 30 quilômetros (15 quilômetros de cada lado) às margens da ferrovia.

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O controle começa a mudar de lado

Pela primeira vez na história da América Latina foram usados 2 aviões para fins bélicos de reconhecimento e bombardeio dos insurretos do Contestado
(imagem meramente ilustrativa)
Com a ordem social cada vez mais caótica na região, o governo central designa o general Carlos Frederico de Mesquita, veterano de Canudos, para comandar uma ação contra os rebeldes. Inicialmente tenta, sem êxito, um acordo para dispensar os revoltosos; a seguir ataca duramente Santo Antônio, obrigando os rebeldes a fugir. O reduto de Caraguatá, que antes vira as tropas do governo fugirem perseguidas por revoltosos, tem agora de ser abandonada às pressas pelos mesmos revoltosos devido a uma grande epidemia de tifo. Considerando, equivocadamente, dispersos os revoltosos, o general Mesquita dá a luta por encerrada.

Mas a calmaria terminaria logo. Os revoltosos rapidamente se reagrupam e se organizam na localidade de Santa Maria, intensificando os ataques: tomam e incendeiam a estação de Calmon; dizimam a vila de São João (Matos Costa), atacam Curitibanos e ameaçam Porto União da Vitória, cuja população abandona a cidade em desespero.

Os boatos chegam até Ponta Grossa e dizem que os revoltosos e seu exército pretendem marchar até o Rio de Janeiro para depor o Presidente. Os rebeldes já dominam, nesta altura dos acontecimentos, cerca de 25000 km² da região do Contestado.

O governo federal joga uma outra, e ainda mais dura, cartada: nomeia o general Setembrino de Carvalho para o comando das operações contra os Contestadores. Então, em setembro de 1914, chefiando cerca de 7000 homens e com ordens de sufocar a rebelião e pacificar a região a qualquer custo, chega a Curitiba o general Setembrino de Carvalho. A primeira e mais imediata providência foi restabelecer as ligações ferroviárias e guarnecer as mesmas para evitar que fossem novamente atacadas. Como apoio de operações de guerra, pela primeira vez na história da América Latina foram usados 2 aviões para fins de reconhecimento que não chegaram a efetivar o seu emprego no Teatro de Operações, devido a um acidente, envolvendo o então piloto tenente Kirk.

Astutamente, Setembrino envia um manifesto aos revoltosos no qual garantia a devolução de terras para quem se entregasse pacificamente. Garantia também, por outro lado, um tratamento hostil e severo para quem resolvesse continuar em luta contra o governo.

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Mudança de estratégia
Com o passar do tempo, Setembrino adota uma nova postura de guerra, evitando o combate direto, que era o que os revoltosos esperavam e para o que estavam se preparando, optando, pelo contrário, por cercar o reduto dos fanáticos com tropas por todos os lados, evitando que entrassem ou saíssem da região onde estavam. Para isto, o general dividiu seu efetivo em quatro alas com nomes dos quatro pontos cardeais, norte, sul, leste e oeste e, gradativamente, foi avançando e destruindo qualquer resistência que encontrasse pelo caminho.

Com esta nova estratégia, rapidamente começou a faltar comida nos acampamentos dos revoltosos. Isto teve como conseqüência imediata a rendição de dezenas de caboclos. Contudo, a maioria dos que se entregavam eram velhos, mulheres e crianças - talvez uma contra-estratégia dos fiéis para que sobrasse mais comida aos combatentes que ficaram para trás e que ainda defenderiam a causa.

Neste ponto da guerra do Contestado, começa a se destacar a figura de Deodato Manuel Ramos, vulgo "Adeodato", considerado pelos historiadores como o último líder dos Contestadores. Adeodato transfere o núcleo dos revoltosos para o vale de Santa Maria, que contava ainda com cerca de 5000 homens. Só que aí, à medida que ia faltando o alimento, Adeodato passa a revelar-se cada vez mais autoritário, não aceitando a rendição. Aos que se entregavam, aplicava sem dó a pena capital: a morte.

Cerco fechado, sem pressa e deixando os revoltosos nervosos lutarem contra si mesmos, em 8 de Fevereiro de 1915 a ala Sul, comandada pelo tenente-coronel Estillac, chega a Santa Maria. De um lado as forças do governo, bem armadas, bem alimentadas, de outro, rebeldes também armados, é verdade, mas famintos e sem ânimo para resistir muito tempo. A luta inicial é intensa e, à noite, o tenente-coronel ordena a retirada, afinal, já contabilizara só no seu lado 30 mortos e 40 feridos. Novos ataques e recuos ocorreram nos dias seguintes.

Em 28 de Março de 1915,o capitão Tertuliano Potyguara parte da vila de Reinchardt com 710 homens em direção a Santa Maria, perdendo só em emboscadas durante o trajeto, 24 homens. Depois de vários confrontos, num deles Maria Rosa, a líder espiritual dos rebeldes, morre às margens do rio Caçador. Em 3 de Abril, as tropas de Estillac e Potyguara avançam juntas e ordenadas para o assalto final a Santa Maria, onde restavam apenas alguns combatentes já quase mortos pela fome.

Em 5 de Abril, depois do grande assalto a Santa Maria, o general Estillac registra que "tudo foi destruído, subindo o número de habitações destruídas a 5000 (...) as mulheres que se bateram como homens foram mortas em combate (...) o número de jagunços mortos eleva-se a 600. Os redutos de Caçador e de Santa Maria estão extintos. Não posso garantir que todos os bandidos que infestam o Contestado tenham desaparecido, mas a missão confiada ao exercito está cumprida". Os rebeldes sobreviventes se dispersaram em muitas cidades.

Em dezembro de 1915 o último dos redutos dos revoltosos é devastado pelas tropas de Setembrino. Adeodato foge, vagando com tropas no seu encalço. Consegue, no entanto, escapar de seus perseguidores e, como foragido, ficou ainda 8 meses escondendo-se pelas matas da região. Mas a fome e o cansaço, além de uma perseguição sem trégua, fizeram com que Adeodato se rendesse. Encerrava-se então, em agosto de 1916, com a prisão de Adeodato, a Guerra do Contestado.

Adeodato foi capturado e condenado a 30 anos de prisão. Entretanto, em 1923, 7 anos após ter sido preso, Adeodato é morto pelo próprio diretor da cadeia numa tentativa de fuga.

Na data de 12 de outubro de 1916, os governadores Filipe Schimidt (de Santa Catarina) e Afonso de Camargo (do Paraná) assinaram um acordo e o município de Campos de Irani passou a chamar-se Concórdia.

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Estatísticas do Confronto
Área conflagrada: 20.000 km²
População da época envolvida na área de conflito: aproximadamente 40.000 habitantes
Municípios do Paraná, na época: Rio Negro, Itaiópolis, Timbó, Três Barras, União da Vitória e Palmas
Municípios de Santa Catarina, na época: Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas
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Alguns Antecedentes e Precedentes
Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites
Decisões judiciais do STF pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910
Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906
Construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, de 1908 a 1910
Criação dos Municípios de Canoinhas (Santa Catarina) e de Itaiópolis, de Três Barras e de Timbó (Paraná)
Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization em Calmon (1908) e em Três Barras (1912)
Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911
1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas
1910-1912: Questão de terras da Fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril
Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912
1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG
Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios
Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores – bendegós
Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios
Espírito guerreiro do Caboclo Pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista)
Religiosidade: Messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla
Ideologia Nacionalista – Civilismo na República – Reestruturação do Exército
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Mais dados importantes
Início da Guerra: outubro de 1912
Tempo da Guerra: 46 meses (out/1912 a ago/1916)
Auge da Guerra: Março-abril de 1915, em Santa Maria, na Serra do Espigão
Final da Guerra: Agosto de 1916, com a captura de Adeodato, o último líder do Contestado
Combatentes militares no auge da Guerra: 8.000 homens, sendo 7.000 soldados do Exército Brasileiro, do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina, mais 1.000 civis contratados.
Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores
Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000:000$000, mais soldados militares
A Guerra do Contestado durou mais tempo e produziu mais mortes que a Guerra de Canudos, outro conflito semelhante em terras do Brasil.
Em cinco anos de guerra, 9 mil casas foram queimadas e 20 mil pessoas mortas.
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Algumas Conseqüências Imediatas
20/10/1916: Assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro;
07/11/1916: Manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense contra o acordo;
De maio a agosto de 1917: Sublevação popular no Contestado-Paranaense, pró Estado das Missões;
Maio e junho de 1917: Ascensão e assassinato do monge Jesus Nazareno;
03/08/1917: Homologação final do Acordo de Limites;
Setembro de 1917: Instalação dos municípios de Mafra, Cruzeiro e de Porto União;
1918: Reinício da colonização no Centro-Oeste Catarinense, por empresas particulares;
Janeiro e maio de 1920: Revolta política em Erval e Cruzeiro;
Março de 1921: Revolta de caboclos contra medição de terras, entre Catanduvas e Capinzal.
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Ligações externas
História de S. Catarina: Guerra do Contestado.
O Contestado: Galeria de fotos e bibliografia.
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Referências bibliográficas
Grandes Acontecimentos da História - Revista da Editora 3, nº 4 (setembro de 1973).
A Guerra do Contestado
Introdução

A região denominada "Contestado" abrangia cerca de 40.000 Km2 entre os atuais estados de Santa Catarina e Paraná, disputada por ambos, uma vez que até o início deste século a fronteira não havia sido demarcada. As cidades desta região foram palco de um dos mais importantes movimentos sociais do país.

A formação da Região

A região do interior de Santa Catarina e Paraná desenvolveu-se muito lentamente a partir do século XVIII, como rota de tropeiros que partiam do Rio Grande do Sul em direção à São Paulo.
No século XIX algumas poucas cidades haviam se desenvolvido, principalmente por grupos provenientes do Rio Grande, após a Guerra dos Farrapos, dando origem a uma sociedade baseada no latifúndio, no apadrinhamento e na violência. Após a Proclamação da República, com a maior autonomia dos estados, desenvolveu-se o coronelismo, cada cidade possuía seu chefe local, grande proprietário, que utilizava-se de jagunços e agregados para manter e ampliar seus "currais eleitorais", influenciando a vida política estadual. Havia ainda as disputas entre os coronéis, envolvendo as disputas por terras ou pelo controle político no estado.
Em 1908 a empresa norte americana Brazil Railway Company recebeu do governo federal uma faixa de terra de 30Km de largura, cortando os 4 estados do sul do país, para a construção de uma ferrovia que ligaria o Rio Grande do Sul a São Paulo e ao mesmo tempo, a outra empresa coligada passaria a explorar e comercializar a madeira da região, com o direito de revender as terras desapropriadas ao longo da ferrovia.

A Situação Social

Enquanto os latifundiários e as empresas norte americanas passaram a controlar a economia local, formou-se uma camada composta por trabalhadores braçais, caracterizada pela extrema pobreza, agravada ainda mais com o final da construção da ferrovia em 1910, elevando o nível de desemprego e de marginalidade social. Essa camada prendia-se cada vez mais ao mandonismo dos coronéis e da rígida estrutura fundiária, que não alimentava nenhuma perspectiva de alteração da situação vigente. Esses elementos, somados a ignorância, determinaram o desenvolvimento de grande religiosidade, misticismo e messianismo.

O Messianismo na Região

Os movimentos messiânicos são aqueles que se apegam a um líder religioso ou espiritual, um messias, que passa a ser considerado "aquele que guia em direção à salvação". Os "líderes messiânicos" conquistam prestígio dando conselhos, ajudando necessitados e curando doentes, sem nenhuma pretensão material, identificando-se do ponto de vista sócio econômico com as camadas populares. Na região sul, a ação dos "monges" caracterizou o messianismo, sendo que o mais importante foi o monge João Maria, que teve importante presença no final do século passado, época da Revolução Federalista (1893-95).




O monge João Maria


Durante muitos anos apareceram e desapareceram diversos "monges", confundidos com o próprio João Maria. Em 1912 surgiu na cidade de Campos Novos, no interior de Santa Catarina, o monge José Maria. Aconselhando e curando doentes a fama do â?~mongeâ?T cresceu, a ponto de receber a proteção de um dos mais importantes coronéis da região, Francisco de Almeida. Vivendo em terras do coronel, o monge recebia a visita de dezenas de pessoas diariamente, provenientes de diversas cidades do interior. Proteger o monge passou a ser sinal de prestígio político, por isso, a transferência de José Maria para a cidade de Taquaruçu, em terras do coronel Henrique de Almeida, agudizou as disputas políticas na região, levando seu adversário, o coronel Francisco de Albuquerque, a alertar as autoridades estaduais sobre o desenvolvimento de uma "comunidade de fanáticos" na região.
Durante sua estada em Taquaruçu, José Maria organizou uma comunidade denominada "Quadro Santo", liderada por um grupo chamado "Os Doze pares de França", numa alusão à cavalaria de Carlos Magno na Idade Média, e posteriormente fundou a "Monarquia Celestial".



Caboclos armados


O Confronto (1912-16)

Ao iniciar a Segunda década do século, o país era governado pelo Marechal Hermes da Fonseca, responsável pela "Política das Salvações", caracterizada pelas intervenções político-militares em diversos estados do país, pretendendo eliminar seus adversários políticos. Além da postura autoritária e repressiva do Estado, encontramos outros elementos contrários ao messianismo, como os interesses locais dos coronéis e a postura da Igreja Católica no sentido de combater os líderes "fanáticos".
O primeiro conflito armado ocorreu na região de Irani, ao sul de Palmas, quando foi morto José Maria, apesar de as tropas estaduais terem sido derrotadas pelos caboclos. Os seguidores do monge, incluindo alguns fazendeiros reorganizaram o "Quadro Santo" e a Monarquia Celestial; acreditavam que o líder ressuscitaria e o misticismo expandiu-se com grande rapidez. Os caboclos condenavam a república, associando-a ao poder dos coronéis e ao poder da Brazil Railway.



Grupo de soldados federais


No final de 1913 um novo ataque foi realizado, contando com tropas federais e estaduais que, derrotadas, deixaram para trás armas e munição. Em fevereiro do ano seguinte, mais de 700 soldados atacaram o arraial de Taquaruçu, matando dezenas de pessoas. De março a maio outras expedições foram realizadas, porém sem sucesso.
A organização das Irmandades continuou a se desenvolver e os sertanejos passaram a Ter uma atitude mais ofensiva. Sua principal líder era uma jovem de 15 anos, Maria Rosa, que dizia receber ordens de José Maria. Em 1° de setembro foi lançado o Manifesto Monarquista e a partir de então iniciou-se a "Guerra Santa", caracterizada por saques e invasões de propriedades e por um discurso que vinculava pobreza e exploração à República.
A partir de dezembro de 1914 iniciou-se o ataque final, comandado pelo General Setembrino de Carvalho, mandado do Rio de Janeiro a frente das tropas federais, ampliada por soldados do Paraná e de Santa Catarina. O cerco à região de Santa Maria determinou grande mortalidade causada pela fome e pela epidemia de tifo, forçando parte dos sertanejos a renderem-se, sendo que os redutos "monarquistas" foram sucessivamente arrasados.
O último líder do â?~Contestadoâ?T, Deodato Manuel Ramos foi preso e condenado a 30 anos de prisão, tendo morrido em uma tentativa de fuga.

As fotos foram retiradas do livro "O CONTESTADO" de Eduardo José Afonso, Editora Ática, Coleção Guerras e Revoluções Brasileiras.
Depois de 4 anos de perseguições e de grande mortalidade, o movimento da região do Contestado foi desfeito, a fronteira entre os estados foi demarcada e consolidou-se o poder dos latifundiários no interior.
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8134 - GUERRA DO CONTESTADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 45 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Contestado: A Guerra Desconhecida

Sergio Rubim
Florianópolis
Jornalista, documentarista e blogueiro. Comecei a carreira de jornalista como editor de telejornalismo na RBS TV (1979), repórter no jornal O Estado. Fundador dos jornais Afinal (80), Jornal da Fronteira (Uruguay-80/83), Novo Jornal (Florianópolis)e jornal Costa Leste (Florianópolis). Produzi o documentário Contestado: A Guerra Desconhecida. Editor de Plantão no Diário Catarinense, editor de Polícia, Variedades e sub-editor de Geral. Editor do OktoberZeitung (Blumenau-88), Chefe de redação do Jornal de Santa Catarina. Fundador do jornal Blumenau Urgente. Estou Blogueiro. sergiorubim@gmail.com 48-84087882
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segunda-feira, 14 de abril de 2008
Os Coronéis

Com a República, os poderosos coronéis - que ostentavam esse título por concessão do Império que criou a Guarda Nacional - tomaram consciência da possibilidade de legalizar terras em grande escala. No Contestado não foi diferente. Passaram a receber concessões, a requerer e a ampliar seus domínios.
Com a chegada da Lumber, abriu-se a possibilidade de exploração e ganhos com as terras legalizadas, já que a poderosa madeireira não se limitou a explorar as imensas áreas que lhe foram concedidas e negociava com muitos proprietários.
Alguns coronéis, como Francisco de Albuquerque, de Curitibanos, e Fabrício Vieira, do Vale do Timbozinho, tornaram-se especialmente odiados pelos sertanejos que em muitas ocasiões pediram suas cabeças como condição básica para qualquer negociação de paz.
Afonso Camargo, vice-governador do Paraná, era um coronel à distância, mas igualmente odiado pois advogava para a grande madeireira - empresa em que mais tarde deu grandes golpes em negócios de terra. Poderosos, os coronéis tinham muitos afilhados. Durante a Guerra do Contestado viram-se pela primeira vez, no sertão, atacados mesmo por estes, tamanha a revolta dos sertanejos. Francisco Albuquerque, o primeiro, chamou tropas catarinenses para intimidar o monje José Maria e seus seguidores, foi morto após a guerra num declarado ato de vingança.
Postado por Sergio Rubim às 06:35 1 comentários
O Pós-Guerra

Encerrada oficialmente a intervenção do Exército em 1915, a Guerra do Contestado ainda teve continuação. Piquetes militares perseguiram focos revoltosos por muitos anos.
Os prisioneiros tinham destino variado. Muitos eram mortos imediatamente, outros eram reunidos e enviados para trabalho escravo muito poucos reintegraram-se às suas famílias ou voltaram às suas regiões de origem. O governo catarinense chegou a protestar pela intensiva migração forçada realizada pelo governo paranaense. Tropas federais permaneceram por algum tempo na região, a madeireira Lumber voltou a operar com desenvoltura, desmatando incessantemente. Os governos de Santa Catarina e do Paraná trataram de resolver suas pendengas e, em 1916, assinaram, no Rio de Janeiro, um tratado dividindo a área que pretendiam. O Paraná ficou com 20 mil quilômetros quadrados da área contestada e Santa Catarina com 28 mil quilômetros quadrados.
Postado por Sergio Rubim às 06:22 0 comentários
Os Sobreviventes
(Fotos: Dario A. Prado Jr.)



Nos anos de 1984/1985 um grupo de jornalistas realizou uma vasta pesquisa que resultou no documentário em vídeo chamado Contestado: A Guerra Desconhecida. Nesse período foram entrevistados os últimos sobreviventes da guerra. Homens ainda fortes, lúcidos, valiosos testemunhos de tantas lutas e horrores.
compreensão do conflito. Do lado dos vencidos, nenhum falava muito a vontade de combates e mortes. Temiam, mesmo depois de 70 anos, serem perseguidos pois os vencedores testemunharam que eles seriam fanáticos e criminosos mesmo assim, com calma e amizade acabaram fazendo importantes relatos para aDo lado dos vencedores nenhum orgulho especial pelo que fizeram, até pelo contrário. Deste lado foram ouvidos um ex-soldado e um ex-vaqueano. O primeiro mais instruído pode, depois da guerra, fazer uma reflexão que o levou a odiar ter sido usado para matar brasileiros como ele a serviço de “uma monstruosidade da administração”.
O vaqueano, que era pago por fazendeiros, contava atrocidades sem se gabar, mas com naturalidade.
Um outro depoente, que não combateu em nenhum dos lados mas acompanhou os acontecimentos, sonhava em se casar com “uma jaguncinha” (jagunço era então o nome dos revoltosos) e acabou fazendo-o.
Postado por Sergio Rubim às 05:56 0 comentários
As mulheres no Contestado


Rosa Pais de Farias, filha do líder Chico Ventura, fazia as bandeiras do movimento e os uniformes dos Pares de França. Morou e morreu em Lebon Régis, no meio-oeste catarinense.
(Foto: Dario A. Prado Jr.)

Embora pouco reconhecidas pela literatura e registros da Guerra do Contestado, as mulheres tiveram um papel fundamental no conflito. Duas se destacaram na guerra por sua bravura: Maria Rosa, filha de Elias de Souza e Francisca Roberta, mais tarde conhecida como Chica Pelega.
Maria Rosa, aos 15 anos, em meio a orações, entrava em transe e discursava dizendo receber ordens do monge José Maria. Durante os transes tinha visões de batalhas e, daí em diante, era ela quem definia as ordens recebidas pelo espírito do monge para organizar o comportamento do grupo. Com o passar do tempo, além de líder espiritual, a virgem Maria Rosa se transforma em chefe militar e comandou a retirada estratégica, após a primeira batalha de Taquaruçú, em 1913, para o novo reduto em Caraguatá.
Chica Pelega, já respeitada em Taquaruçú por seu conhecimento e trato com ervas medicinais fica no reduto cuidando de doentes, velhos e crianças. Em 1914, as tropas do governo atacam novamente Taquaruçú onde ela luta bravamente.
Chica Pelega morre quando a igreja, tomada pelo fogo, desaba em cima do galpão onde se encontravam mais de 300 pessoas.
Rosa Paes de Farias, filha do grande líder Chico Ventura, foi uma das últimas sobreviventes da guerra e viveu até os 98 anos. Fazia as bandeiras de guerra e os uniformes dos Pares de França, tropa de elite dos revoltosos. Jamais se arrependeu da resistência. Afirmava: “Nós estávamos aqui e vieram nos atacar. O que havíamos de fazer? Resistir. Houve muita morte de lado a lado. Mas muito soldado passou para o nosso lado”.
O papel das mulheres menos conhecidas também foi fundamental. Enquanto os homens lutavam em várias frentes de combate elas cuidavam dos filhos, dos doentes e da obtenção e preparação de alimentos. Ao final da guerra foram tão humilhadas e maltratadas quanto seus maridos e filhos.
Postado por Sergio Rubim às 05:21 3 comentários
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8133 - GUERRA DO CONTESATADO
Hoje, 26 de janeiro de 2011, 47 minutos atrás | noreply@blogger.com (barone silva)
Contestado: A Guerra Desconhecida

Sergio Rubim
Florianópolis
Jornalista, documentarista e blogueiro. Comecei a carreira de jornalista como editor de telejornalismo na RBS TV (1979), repórter no jornal O Estado. Fundador dos jornais Afinal (80), Jornal da Fronteira (Uruguay-80/83), Novo Jornal (Florianópolis)e jornal Costa Leste (Florianópolis). Produzi o documentário Contestado: A Guerra Desconhecida. Editor de Plantão no Diário Catarinense, editor de Polícia, Variedades e sub-editor de Geral. Editor do OktoberZeitung (Blumenau-88), Chefe de redação do Jornal de Santa Catarina. Fundador do jornal Blumenau Urgente. Estou Blogueiro. sergiorubim@gmail.com 48-84087882
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segunda-feira, 14 de abril de 2008
A Guerra do Contestado


Uma das maiores e mais sangrentas revoltas camponesas da História da Humanidade aconteceu em Santa Catarina.
No dia 22 de outubro de 1912, na cidade de Irani, tropas paranaenses comandadas pelo coronel João Gualberto travaram um violento combate com um grupo de sertanejos sem-terra, liderados pelo “monge” José Maria que pregava a volta da Monarquia e a construção de uma sociedade igualitária. O conflito, que se alastrou por dezenas de cidades catarinenses, durou quatro anos e causou a morte de cerca de 20 mil pessoas.
Vários acontecimentos produziram este levante popular: a disputa de limites entre Paraná e Santa Catarina; a construção da estrada de ferro São Paulo - Rio Grande, pela poderosa multinacional Brazil Railway pertencente ao Sindicato Farquhar; a instalação da segunda maior madeireira da América, a Southern Brazil Lumber & Colonization Company Inc.
Este conjunto de fatores convergia para uma mesma direção: a expulsão dos camponeses, habitantes nativos da região, a ocupação de suas terras e a exploração das ricas reservas de pinheiro araucária. Nesse período praticou-se a primeira devastação ecológica industrialmente planejada na América Latina com a derrubada de mais de 2 milhões de pinheiros e outras madeiras nobres.

TESTE MILITAR
A Guerra do Contestado mobilizou dois terços do Exército Brasileiro de então, milícias estaduais e forças paramilitares. Foi o grande teste do exército moderno: pela primeira vez, na América Latina, utilizaram-se aviões com fins militares, bombas de fragmentação e aprimoradas técnicas de contra-insurgência, só esboçadas na Guerra de Canudos.
Os camponeses, profundos conhecedores do sertão catarinense e movidos por uma fé mística baseada na imortalidade, resistiram ferozmente até a sua derrota utilizando eficientes técnicas de guerrilha. Além da luta pela terra, messianismo, sebastianismo e desejos de volta à Monarquia permeavam o imaginário dos sertanejos.
Postado por Sergio Rubim às 12:23 3 comentários
A Região Do Contestado
Chamou-se Contestado a área de 40 mil quilômetros quadrados disputada por Santa Catarina e Paraná. Além de terras, havia em jogo grandes florestas de madeiras nobres e imensos ervais nativos, que produziam erva-mate.
Santa Catarina já havia ganho três disputas judiciais no Supremo, sem nunca ver cumprida suas determinações.
Poucos moradores e fazendeiros tinham documentação das terras que ocupavam e exploravam. Esta situação começou a mudar no início da República, com os “coronéis” legalizando grandes extensões em seu nome e, depois, com a chegada da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, cujos construtores ganharam 15 quilômetros de cada lado da ferrovia para explorar madeira e erva-mate. Muitos moradores foram progressivamente desalojados, à força, durante anos.
Em 1910, o Sindicato Farqhuar, que construia a ferrovia, inaugurou a segunda maior madeireiro da América em Três Barras, para explorar suas concessões. Em seguida, passou também a vender terras - na maioria das vezes ocupadas por sertanejos brasileiros - para estrangeiros de diversas procedências.
A Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Inc., domina o sertão. Dispõe de um exército de 200 homens para pressionar quem fosse preciso. Começa a formar-se o cenário da guerra.
Postado por Sergio Rubim às 12:00 0 comentários
A Madeireira Lumber
Além de construir a São Paulo-Rio Grande, Percival Farquhar montou a Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Inc., em Três Barras/Santa Catarina, com um capital inicial de 100 mil dólares logo ampliado para 12 milhões de dólares. É o maior empreendimento econômico no Sul. A cidade recebia gente do mundo inteiro. Madeireira e depois colonizadora, a Lumber promoveu uma devastação ecológica inédita até então. Dois anos depois de sua inauguração em 1910, dispunha de uma reserva de mais de 2 milhões de pinheiros (araucária angustifólia), sem contar imbúias, cedros e outras madeiras nobres.
A grande madeireira serrava 300 metros cúbicos por dia com sistemas totalmente automatizados empregando mão de obra predominantemente estrangeira. Construía ramais ferroviários no meio da mata de onde ia arrancando as árvores com guindaste, de maneira célere. Conseguiu que o governo brasileiro construísse um ramal gigante ligando a madeireira ao litoral - a estrada de ferro Porto União-São Francisco - por onde exportava madeira e erva-mate.
A Lumber operou por 40 anos até que fosse literalmente abandonada pelos americanos e sua área incorporada ao Exército Brasileiro. Não deixou um único exemplar das magníficas espécies nativas encontradas nas áreas onde atuou.
Como prova do seu poderio, a Lumber, mesmo em terras contestadas por dois estados, estabelece Três Barras como município pertencente ao Paraná. A cidade torna-se catarinense com a assinatura do acordo de fronteiras em 1917, no final da guerra.
Postado por Sergio Rubim às 11:51 0 comentários
A Estrada de Ferro
A estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande foi construída para integrar econômica e geograficamente o sul do Brasil. As obras do trecho em terras do meio-oeste catarinense foram entregues ao poderoso Sindicato Farquhar, que além de ter construído a ferrovia Madeira-Mamoré operava serviços de infra-estrutura como portos, energia elétrica, transportes e comunicações de Porto Alegre a Belém do Pará.
Com um lobista do porte de Rui Barbosa, seu advogado, o Sindicato de propriedade do norte-americano Percival Farquhar conseguiu uma inédita forma de pagamento: recebia em dinheiro e mais 15 quilômetros de cada lado da ferrovia. Com uma força armada particular, ocupou essas terras expulsando delas sertanejos brasileiros, seus primeiros moradores. A ferrovia foi suporte fundamental para a criação da Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Inc., grande madeireira e colonizadora de terras.
A madeira arrancada da região era transportada via estrada de ferro para os portos do sul. Para isso também foi construído o ramal Porto União-São Francisco do Sul. Durante a Guerra do Contestado a estrada de ferro transportou soldados, armas e munição do Exército Brasileiro que protegeu interesses do Sindicato Farquhar atacando populações nativas.
A empresa norte americana dispensou, de uma só vez em plena guerra, mais de mil operários que vagaram pela região engrossando as fileiras dos jagunços revoltados.
Postado por Sergio Rubim às 11:30 1 comentários
Os Líderes Rebeldes

Durante os quatro anos que durou a Guerra do Contestado morreram cerca de 20 mil pessoas - equivalente a um terço da população de Santa Catarina, à época. E também milhares de militares.
O movimento revoltoso teve, ao longo desses anos, várias lideranças que comandaram com êxito muitos combates e ofensivas. Entre eles Venuto Baiano, Chico Ventura, Aleixo Gonçalves, Antonio Tavares, Adeodato Ramos, Bonifácio Papudo e Alemãozinho (que traiu o movimento). Atuavam sob a forma de guerrilha, conseguiam infiltrar espiões regularmente - os bombeiros - nas forças que os combatiam, lutavam com revólveres, espingardas e no corpo a corpo com facões de pau feitos de madeira duríssima da região.
Apoiados numa forte crença de ressurreição e retorno nos exércitos encantados de São Sebastião, eram ferozes e destemidos em combate.
Logo os combatentes sertanejos foram chamados de pelados e seus opressores de peludos. Os pelados formaram tropas de elite nos redutos, os Pares de França, inspirados nas histórias do rei Carlos Magno. Queriam viver numa terra santa onde “tudo era irmão e irmã” e sob o signo de que “quem tem moe, quem não tem moe também, ficando no fim todos iguais”.
Conseguiram forças para uma resistência inédita na história e só foram subjugados pela fome e extermínio sistemático nos redutos invadidos com a degola dos prisioneiros.
Tinham um confuso discurso de fundar uma monarquia, na verdade um sonho de voltar aos tempos em que a vida havia sido mais digna e generosa.
Postado por Sergio Rubim às 11:14 0 comentários
O Exército



Para derrotar os revoltosos do Contestado foram necessárias 13 expedições militares, durante quatro anos. No conflito atuaram Euclides Figueiredo, Eurico Gaspar Dutra, Herique Teixeira Lott entre outros oficiais que influenciaram diretamente a vida brasileira. Praticaram diversos procedimentos de contra-insurgência e aniquilamento das populações rebeladas.
Pela primeira vez foram empregados aviões com fins militares na América Latina e bombas de fragmentação contra combatentes. Mas também foram usadas velhas práticas como a eliminação sistemática de prisioneiros e a degola.
A grande companhia Lumber mereceu atenção especial do Exército que atuou decididamente em sua defesa. Casos de corrupção como o desvio de fardamento, alimentos e munição das tropas foram denunciados no Clube Militar, no Rio de Janeiro e nunca apurados.
A campanha foi encerrada oficialmente depois de um longo cerco aos revoltosos, cortando-lhes suprimentos e matando-os de fome. Depois de terminada a guerra, tropas continuaram perseguindo os vencidos no sertão matando e destruindo suas casas.
O capitão Matos Costa, morto na Guerra, foi um dos raros a compreender o que se passava de verdade no sertão. Afirmava: “A revolta do Contestado é apenas uma insurreição de sertanejos espoliados nas suas terras, nos seus direitos e na sua segurança”.
Postado por Sergio Rubim às 07:18 0 comentários
Os Monges


A região do Contestado foi largamente percorrida por dois monges, de 1845 a 1908. O primeiro se chamava João Maria D’Agostini, era italiano de origem. Benzia, curava e não fazia ajuntamento de pessoas nem dormia na casa de ninguém. Veneradíssimo batizou milhares de moradores do sul do Brasil. Desapareceu por volta de 1890.
Em seguida surge outro monge, João Maria de Jesus, nome adotado por Anastás Marcaf, turco de origem. Também percorria o sertão benzendo, curando e batizando. Não juntava gente em volta de si, não dormia nas casas, mas atacava a República. Desapareceu por volta de 1908 e, segundo a população de então, “está encantado no Morro do Taió”.
É um terceiro monge, entretanto, que vai aglutinar o povo do sertão do Contestado e, de alguma forma, levá-los à guerra. Chamava-se José Maria - seu verdadeiro nome era Miguel Lucena e sugeria ser irmão de João Maria. Benzia, curava, batizava e reunia gente ao seu redor lendo, regularmente, o livro do Rei Carlos Magno e seus Doze Pares de França - com seus ensinamentos de guerra. Atacava duramente as autoridades e a República.
Ameaçado pelos coronéis da região do Contestado, o Monge e um grupo de sertanejos deslocaram-se para o Irani, em terras que o Paraná considerava suas, palco do primeiro combate da guerra. A 22 de outubro de 1912, na região denominada Banhado Grande, José Maria e seu grupo são atacados por soldados do Paraná comandados pelo coronel João Gualberto.
Morrem o monge e o coronel.


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Postado por Sergio Rubim às 06:54 4 comentários
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