terça-feira, 4 de janeiro de 2011

7278 - COMUNA DE PARIS

Por favor leia
Muito obrigado
de Jimmy Wales, fundador da Wikipedia.
Leia agora
Comuna de Paris
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Este artigo ou secção contém uma lista de fontes ou uma única fonte no fim do texto, mas estas não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a verificabilidade. (desde fevereiro de 2010)
Por favor, melhore este artigo introduzindo notas de rodapé citando as fontes, inserindo-as no corpo do texto quando necessário.

Barricadas erguidas pelos communards em frente a La Madelaine.A Comuna de Paris foi o primeiro governo operário da história, fundado em 1871 na capital francesa por ocasião da resistência popular ante à invasão alemã.

A história moderna registra algumas experiências de regimes comunais, impostos como afirmação revolucionária da autonomia da cidade. A mais importante delas - a Comuna de Paris - veio no bojo da insurreição popular de 18 de março de 1871. Durante a guerra franco-prussiana, as províncias francesas elegeram para a Assembléia Nacional uma maioria de deputados monarquistas francamente favorável à capitulação ante a Prússia. A população de Paris, no entanto, opunha-se a essa política. Thiers, elevado à chefia do Gabinete conservador, tentou esmagar os insurretos. Estes, porém, com o apoio da Guarda Nacional, derrotaram as forças legalistas, obrigando os membros do governo a abandonar precipitadamente a capital francesa, onde o comitê central da Guarda Nacional passou a exercer sua autoridade. A Comuna de Paris - considerada a primeira República Proletária da história - adotou uma política de caráter socialista, baseada nos princípios da Primeira Internacional.

O poder comunal manteve-se durante cerca de 40 dias. Seu esmagamento revestiu-se de extrema crueldade. De acordo com a Barsa mais de 20.000 communards foram executados pelas forças de Thiers.

O governo durou oficialmente de 26 de março a 28 de maio, enfrentando não só o invasor alemão como também tropas francesas, pois a Comuna era um movimento de revolta ante o armistício assinado pelo governo nacional (transferido para Versalhes) após a derrota na Guerra Franco-Prussiana. Os alemães tiveram ainda que libertar militares franceses feitos prisioneiros de guerra, para auxiliar na tomada de Paris.

Índice [esconder]
1 Precedentes
2 O armistício e a Comuna
3 Realizações da Comuna
4 A semana sangrenta
5 Ver também
6 Bibliografia
7 Ligações externas


[editar] Precedentes
A população francesa já havia enfrentado, após a Revolução Francesa, uma revolta em Fevereiro de 1848, responsável por destituir o "rei burguês" Luís Filipe d'Orleans, dando fim à Monarquia de Julho e instaurando a Segunda República Francesa.Entretanto, após um golpe de Estado por Luís Bonaparte, conhecido como "O Outro 18 de Brumário", Bonaparte instaura o Segundo Império Francês e se proclama Napoleão III. No governo de Napoleão III a França se envolveu em atritos constantes com a Prússia, relacionados à sucessão espanhola (veja Guerra Franco-Prussiana). Com um telegrama falsificado por Otto Von Bismarck, extremamente ofensivo ao povo francês, Napoleão III declara guerra à Prússia.

No entanto, o exército prussiano estava mais bem preparado, vencendo facilmente os franceses. O imperador francês é feito prisioneiro em Sedan. Com isso, é proclamada a Terceira República Francesa legitimando um Governo Provisório de Defesa Nacional para o qual Louis Adolphe Thiers é eleito o novo presidente.

[editar] O armistício e a Comuna

Wilhelm I foi coroado Imperador da Alemanha no Palácio de Versalhes. Bismarck ao centro, de branco.O Governo Provisório, com sede na prefeitura de Paris, iniciou um processo de capitulação da França entregando a maior parte de seu exército permanente bem como suas armas a contragosto da população parisiense. O único contingente agora armado era a Guarda Nacional formado em sua maior parte por operários e alguns membros da pequena burguesia.

Convictos na resistência ao exército estrangeiro a Guarda Nacional assaltou a prefeitura e expulsou os membros da assembleia que se instalariam em Versalhes. A administração pública de Paris agora se encontrava nas mãos do Comitê Central da Guarda Nacional que manteria conversações com Versalhes até 18 de março, quando Thiers manda desarmar a Guarda Nacional numa operação sigilosa durante a madrugada daquele dia. Pegos de surpresa, a população parisiense expulsa o contingente de Thiers dando início à independência política de Paris frente à Assembleia de Versalhes culminando com a eleição e a declaração da Comuna em 26 e 28 de março.

Apesar da evidente disposição do povo parisiense em resistir, a Assembleia de Versalhes acabou assinando a paz com os alemães. Num episódio humilhante, Wilhelm I, o soberano alemão, foi coroado imperador do Segundo Reich na sala dos espelhos do Palácio de Versalhes.

[editar] Realizações da Comuna

A Comuna de Paris DECRETA: O alistamento obrigatório é abolido; a guarda nacional é a única força militar permitida em Paris; todos os cidadãos válidos fazem parte da guarda nacional.
Destruição da Coluna Vendôme pelos communards.
Por sugestão do revolucionário Gustave Courbet as pedras da coluna decaída seriam utilizadas para a reconstrução do hotel de la Monnaie, que a época servia de abrigo para inválidos.
Ferramentas penhoradas são devolvidas aos operários durante o cerco à Comuna.O governo revolucionário foi formado por uma federação de representantes de bairro (a guarda nacional, uma milícia formada por cidadãos comuns). Uma das suas primeiras proclamações foi a "abolição do sistema da escravidão do salário de uma vez por todas". A guarda nacional se misturou aos soldados franceses, que se amotinaram e massacraram seus comandantes. O governo oficial, que ainda existia, fugiu, junto com suas tropas leais, e Paris ficou sem autoridade. O Comitê Central da federação dos bairros ocupou este vácuo, e se instalou na prefeitura. O comitê era formado por Blanquistas, membros da Associação Internacional dos Trabalhadores, Proudhonistas e uma miscelânea de indivíduos não-afiliados politicamente, a maioria trabalhadores braçais, escritores e artistas.

Eleições foram realizadas, mas obedecendo à lógica da democracia direta em todos os níveis da administração pública. A polícia foi abolida e substituída pela guarda nacional. A educação foi secularizada, a previdência social foi instituída, uma comissão de inquérito sobre o governo anterior foi formada, e se decidiu por trabalhar no sentido da abolição da escravidão do salário. Noventa representantes foram eleitos, mas apenas 25 eram trabalhadores, e a maioria foi constituída de pequenos-burgueses. Entretanto, os revolucionários eram maioria. Em semanas, a recém nomeada Comuna de Paris introduziu mais reformas do que todos os governos nos dois séculos anteriores combinados:

O trabalho noturno foi abolido;
Oficinas que estavam fechadas foram reabertas para que cooperativas fossem instaladas;
Residências vazias foram desapropriadas e ocupadas;
Em cada residência oficial foi instalado um comitê para organizar a ocupação de moradias;
Todas os descontos em salário foram abolidos;
A jornada de trabalho foi reduzida, e chegou-se a propor a jornada de oito horas;
Os sindicatos foram legalizados;
Instituiu-se a igualdade entre os sexos;
Projetou-se a autogestão das fábricas (mas não foi possível implantá-la);
O monopólio da lei pelos advogados, o juramento judicial e os honorários foram abolidos;
Testamentos, adoções e a contratação de advogados se tornaram gratuitos;
O casamento se tornou gratuito e simplificado;
A pena de morte foi abolida;
O cargo de juiz se tornou eletivo;
O calendário revolucionário foi novamente adotado;
O Estado e a Igreja foram separados; a Igreja deixou de ser subvencionada pelo Estado e os espólios sem herdeiros passaram a ser confiscados pelo Estado;
A educação se tornou gratuita, secular, e compulsória. Escolas noturnas foram criadas e todas as escolas passaram a ser de sexo misto;
Imagens santas foram derretidas e sociedades de discussão foram adotadas nas Igrejas;
A Igreja de Brea, erguida em memória de um dos homens envolvidos na repressão da Revolução de 1848 foi demolida. O confessionário de Luís XVI e a coluna Vendome também;
A Bandeira Vermelha foi adotada como símbolo da Unidade Federal da Humanidade;
O internacionalismo foi posto em prática: o fato de ser estrangeiro se tornou irrelevante. Os integrantes da Comuna incluíam belgas, italianos, poloneses, húngaros;
Instituiu-se um escritório central de imprensa;
Emitiu-se um apelo à Associação Internacional dos Trabalhadores;
O serviço militar obrigatório e o exército regular foram abolidos;
Todas as finanças foram reorganizadas, incluindo os correios, a assistência pública e os telégrafos;
Havia um plano para a rotação de trabalhadores;
Considerou-se instituir uma Escola Nacional de Serviço Público, da qual a atual ENA francesa é uma cópia;
Os artistas passaram a autogestionar os teatros e editoras;
O salário dos professores foi duplicado.
[editar] A semana sangrenta

Cadáveres de communards.O governo oficial, agora instalado em Versalhes e sob o comando de Thiers, fez a paz com a Alemanha para que tivesse tempo de esmagar a Comuna de Paris. Como acordado entre os dois países, a Alemanha libertou prisioneiros de guerra para compor as forças que o exército francês usaria contra a Comuna. Esta possuía menos de quinze mil milicianos defendendo a cidade contra o exército de cem mil soldados sob o comando de Versalhes.

Assim como durante o período da comuna, em sua queda os revolucionários destruíram os símbolos do Império francês - prédios administrativos e palácios - e executaram reféns, em sua maioria clérigos, militares e juízes. Na perspectiva dos communards derrubar a velha ordem e tudo que com ela tinha vínculo era preciso para que novas instituições pudessem florescer.

Ao todo a Comuna de Paris executou cem pessoas e matou outras novecentas na defesa da cidade. As tropas de Thiers, por outro lado executaram vinte mil pessoas, número que somado às baixas em combate provavelmente alcançou a cifra dos oitenta mil mortos. Quarenta mil pessoas foram presas, e muitas delas foram torturadas e executadas sem qualquer comprovação de que fossem de fato membros da Comuna. As execuções só pararam por medo de que a quantidade imensa de cadáveres pudesse causar uma epidemia de doenças.[carece de fontes?]

A Comuna é considerada por grupos políticos revolucionários posteriores (anarquistas, comunistas, situacionistas, etc.) como a primeira experiência moderna de um governo verdadeiramente popular.[carece de fontes?] Um extraordinário acontecimento histórico resultante da iniciativa de grupos revolucionários e do espontaneísmo político das massas, em meio à circunstâncias dramáticas de uma guerra perdida (Franco-Prussiana) e de uma guerra civil em curso.

[editar] Ver também
Associação Internacional dos Trabalhadores
Gaston de Galliffet - general francês, o Fusilleur de la Commune - "Carrasco da Comuna".
[editar] Bibliografia
GURVITCH, Georges. Proudhon e Marx. Ed. Presença - Portugal, Martins Fontes - Brasil,1980.
LIGASSARAY, Proper Olivier. História da Comuna de 1871. São Paulo: Ensaio, 1991.
[editar] Ligações externas
O Wikimedia Commons possui multimedia sobre Comuna de ParisDeutsche Welle - 1871: Termina a "Semana Sangrenta" de Paris
[Expandir]v • eRevoluções
Pré-história Revolução neolítica
Século XV Invenção da imprensa · Revolução Comercial (nome dado a um período da história da economia) · Revolução dos preços (nome dado a um período da história da economia)
Século XVI Revolução Científica
Século XVII Revolução Inglesa · Revolução Gloriosa
Século XVIII Revoluções do Atlântico · Revolução Industrial · Revolução Americana(varia do ponto de vista) · Revolução Francesa · Revolução Haitiana
Século XIX Independência da América Espanhola(varia do ponto de vista) · Revolução de Maio · Revolução Oriental · Revolução de 1820 · Revolução de Cádiz · Triênio Liberal · Revolução Grega · Revolução de 1830 · Monarquia de Julho · Revolução Belga · Revolução de 1848 · Comuna de Paris · Revolução de 1868 · Restauração Meiji(varia do ponto de vista)
Século XX Revoluções de 1905-1911 · Revolução Russa de 1905 · Revolução Argentina de 1905 · Revolução Constitucional Persa · Revolução dos Jovens Turcos · Revolução Mexicana · Revolução Italiana de 1919-1920 · Revolução de Xinhai · Revoluções de 1917-1923 · Revolução Ucraniana · Revolução Bolchevique · Liga Espartaquista · Revolução Húngara de 1917 · Proclamação da República Popular da Mongólia · Divisão da Coréia · Revolução Chinesa · Revolução Húngara de 1956 · Revolução de Fevereiro · Revolução Alemã · Revolução de Julho · Revolução Espanhola · Revolução Siamesa de 1932 · Revolução Guatemalteca · Revolução Boliviana · Revolução Egípcia · Revolução Síria · Revolução de Agosto · Revolução Iraquiana · Revolução Nacional Indonésia · Revolução de Zanzibar · Revolução Tranquila · Invasão da República Dominicana pelos EUA em 1965 · Guerra Civil do Camboja · Maio de 68 · Protestos de 1968 · Revolução Cultural · Revolução dos Cravos · Kampuchea Democrático · Revolução Sandinista · Revolução Iraniana · Revolução Polonesa · Revolução Filipina de 1986 · Revolução de veludo · Revolução Romena de 1989 · Revolução Cantada · Revoluções de 1989 · Colapso da União Soviética · Revolução Democrática da Mongólia · Queda de Suharto · Revolução Bolivariana · Revolução Bulldozer · Feminismo · Revolução Verde · Revolução digital · Contracultura
Século XXI Revolução Rosa · Revolução das Tulipas · Revolução Laranja · Revolução Amarelo-Laranja · Revolução dos Cedros
Revoluções "no Brasil"(em debate) Revolução de 1817 · Revolução Farroupilha · Revolução de 1842 · Revolução Praieira · Revolução Federalista · Revolução do Juazeiro · Revolução Libertadora · Coluna Miguel Costa-Prestes · Revolução de 1924 · Revolução de 1930 · Revolução Constitucionalista de 1932 · Intentona Comunista · Revolução de 1964(golpe de 64)
Revoluções em Portugal Revolução Liberal do Porto · Revolução de 5 de outubro de 1910 · Revolução dos Cravos


Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Comuna_de_Paris"
Categorias: Comuna de Paris | História da França | Revoluções
Categorias ocultas: !Artigos que carecem de notas de rodapé desde Fevereiro de 2010 | !Artigos que carecem de notas de rodapé | !Artigos destacados na Wikipédia em basco
Ferramentas pessoais
Entrar / criar conta Espaços nominais
Artigo Discussão VariantesVistas
Ler Editar Ver histórico AçõesBusca
Navegação
Página principal Conteúdo destacado Eventos atuais Esplanada Página aleatória Portais Colaboração
Boas-vindas Ajuda Página de testes Portal comunitário Mudanças recentes Estaleiro Criar página Páginas novas Contato Donativos Imprimir/exportar
Criar um livroDescarregar como PDFVersão para impressãoFerramentas
Páginas afluentes Alterações relacionadas Carregar ficheiro Páginas especiais Link permanente Citar esta página Noutras línguas
العربية مصرى Български Brezhoneg Bosanski Català Česky Dansk Deutsch Ελληνικά English Esperanto Español Euskara فارسی Suomi Français Galego עברית Hrvatski Magyar Bahasa Indonesia Íslenska Italiano 日本語 ქართული 한국어 Latina Македонски Mirandés नेपाली Nederlands ‪Norsk (nynorsk)‬ ‪Norsk (bokmål)‬ Occitan Polski Română Русский Srpskohrvatski / Српскохрватски Slovenčina Slovenščina Српски / Srpski Svenska Türkçe Українська Tiếng Việt 中文 Esta página foi modificada pela última vez às 09h05min de 29 de outubro de 2010.
Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-Compartilhamento pela mesma Licença 3.0 Unported (CC-BY-SA); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as Condições de Uso para mais detalhes.
Política de privacidade Sobre a Wikipédia Avisos gerais

COPYRIGHT WIKIPÉDIA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas