terça-feira, 28 de dezembro de 2010

7003 - SÉCULO DAS LUZES

MA150607
PE / ES / CN
O Iluminismo: O Século das Luz es
Frente: 01 Aula: 18
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PROFº: RAMIRO
O CONTEXTO HISTÓRICO EM QUE SURGIU
O ILUMINISMO
O pensamento ocidental, antes tão marcado pelo
misticismo religioso, conheceu a partir do século XVIII uma nova
possibilidade de construção sustentada no Racionalismo. O
mundo físico e seus fenômenos deixavam de ser justificados
pela religião e passavam a ser explicados pela razão. O
Iluminismo foi acima de tudo uma revolução cultural porque
propôs uma nova forma de entender a natureza e a sociedade e
significou uma transformação profunda na forma de pensar, pois
rompeu com a maneira como as pessoas pensavam antes.
Vale salientar que apenas uma parcela da população
europeia teve contato com as novas ideias e descobertas
científicas. A grande maioria da população continuou a pensar o
mundo a partir do que ensinavam as teses religiosas.
O Iluminismo também é chamado Movimento das
Luzes, Filosofia das Luzes ou Ilustração. O século XVIII é
denominado Século das Luzes.
Desde o século XVI, a Europa vivia um processo de
múltiplas transformações. As grandes navegações, a Reforma
Religiosa, a formação do Estado Nacional e a expansão do
comércio foram aos poucos desintegrando o que havia restado
da velha ordem feudal. No século XVIII, o mundo preparava-se
para viver o tempo do capital e da burguesia. Nesse período
houve uma grande expansão demográfica na Europa e um
melhor aproveitamento da riqueza produzida pelo comércio. Os
capitalistas investiam em avanços tecnológicos que, por sua
vez, permitiam acumular riquezas cada vez maiores. Foi nesse
contexto de consolidação do universo burguês que as idéias
iluministas se estruturaram.
As novas formas de vida e as conquistas humanas da
Época Moderna não se articulavam com a rigidez das antigas
estruturas de poder político e econômico e, também, do
pensamento religioso que dominava a vida intelectual.
As conquistas técnicas abriam possibilidades de
avanços em vários campos, com os quais antes não se ousava
sonhar. Mas o universo intelectual dominado pelos pressupostos
da religião católica condenava o interesse científico, logo
apontado como heresia pelo clero, que temía perder seus
privilégios econômicos, políticos e sociais.
ILUMINISMO
O movimento das Luzes realizou uma ampla crítica à
forma do poder vigente (Absolutismo) e propôs um novo
entendimento da vida social. Dessa forma, a atuação dos
iluministas ultrapassou o campo científico, e o Racionalismo foi
aplicado à análise social em aspectos como o das relações
sociais, da relação entre o governante e os governados, da
relação do rei com o Estado e o da religião. O pensamento
iluminista, ao mesmo tempo em que refletia o panorama
histórico do século XVIII, sedimentava o processo políticorevolucionário
que teria início no final daquele mesmo século.
As principais formulações do pensamento político do
Iluminismo foram:
• Crítica ao Absolutismo. Não era propriamente uma
crítica à monarquia e sim aos abusos cometidos pelos reis
absolutos.
• Crítica à tese do Direito Divino dos Reis. Por
entender que a sociedade e a história são construções
humanas, os iluministas não aceitavam a ideia de que o poder
real pudesse ser um atributo divino.
• Crítica à participação da Igreja na vida pública.
No conjunto das ideias iluministas havia a presença constante
da defesa da laicização da vida política e social, ou seja, para os
iluministas a religião não deveria interferir na sociedade e na
política.
• Defesa do contrato como mediador das relações
sociais. Uma das obras mais conhecidas daquele período
denomina-se Do Contrato Social. Escrito por Rosseau, o texto
apresenta a idéia — que depois se tornou universal — de que as
relações sociais devem ser definidas por um contrato, um
acordo aceito pelas duas partes, e não mais pelo sistema de
privilégios do Antigo Regime (termo que se usa para designar a
sociedade estamental da Época Moderna, caracterizada pelo
Absolutismo e pelo Mercantilismo). Os termos dos contratos
sociais devem ser estipulados pela lei, o que tornou necessária
a existência de uma
Constituição.
Os pressupostos das Luzes estiveram presentes em
inúmeras revoluções ocorridas a partir da segunda metade do
século XVIII. Essas ideias varreram quase o mundo todo,
levando as pessoas a se organizarem para derrubar a
sociedade de privilégios que marcou o Estado moderno. Nas
colônias americanas, o ideário iluminista estimulou as lutas de
independência. No Brasil, as Conjurações Mineira (1789) e
Baiana (1798) foram fortemente influenciadas pelo Iluminismo.
A fé do Iluminista
Os iluministas combateram 35 religiões, sobretudo
porque estas faziam uso de mistificações para convencer os
fiéis. Mas, por outro lado, não pregavam o ateísmo; pregavam,
sim, uma nova forma de relacionamento com a divindade, como
podemos observar neste texto de Voltaire.
"O deísta é um homem firmemente persuadido da
existência dum ser supremo tão bom como poderoso, que
formou todos os seres extensos, vegetantes, sensíveis e
reflexivos; que perpetua a sua espécie, que pune sem crueldade
os crimes e recompensa com bondade as ações virtuosas. O
deísta não sabe como Deus pune, como favorece, como perdoa;
pois não é tão temerário que se gabe de conhecer como Deus
atua; mas sabe que Deus atua e que é Justo. As dificuldades
contra a Providência não abalam a sua fé, porque são somente
grandes dificuldades, e não provas... Reunido neste princípio
com o resto do universo, não abraça nenhuma das seitas, que
todas elas se contradizem. A sua religião é a mais antiga e a
mais extensa; pois a simples adoração dum Deus precedeu
todos os sistemas do mundo... Crê que a religião não consiste
nem nas opiniões duma metafísica ininteligível, nem em vãos
aparatos ou solenidades, mas na adoração e na justiça... O
maometano grita-lhe: 'Tem cuidado, se não fazes a
peregrinação a Meca!' 'Desgraçado de ti, diz-lhe um franciscano,
se não fazes uma viagem a Nossa Senhora do Loreto!' Ele ri-se
de Loreto e da Meca; mas socorre o indigente e defende o
oprimido.
"Voltaire (François-Marie Arouet), 1694-1778. Dicionário filosófico", s. v.
"Théiste". In: Gustavo de Freitas (org.). 900 textos e documentos de História, v. 3,
p. 11.
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ATIVIDADES
01. (Unicamp-SP) Em 1770, um advogado chamado Séguier
comentava, a propósito de um movimento do século XVIII: "Os
filósofos se eregiram preceptores do gênero humano. Liberdade
de pensar, eis seu brado, e esse brado se propagou de uma
extremidade a outra do mundo. Com uma das mãos tentaram
abalar o trono; com a outra, quiseram derrubar os altares.
"(eregir = instituir, considerar; preceptores = mestres, mentores)
a) Identifique o movimento a que Séguier se refere.
b) Que características desse movimento podem ser retiradas do
texto acima?
02. (UFSM-RS) O Iluminismo, movimento intelectual do século
XVIII, representou o (a):
a) afirmação das ideias revolucionárias da burguesia;
b) renascer do pensamento clássico greco-romano;
c) revolução ideológica da aristocracia;
d) expansão do pensamento religioso protestante;
e) fortalecimento do Estado absolutista.
03. (UFMG) Assinale a alternativa que apresenta um princípio
filosófico do Século das Luzes.
a) Crença na razão como fonte para a crítica social e política.
b) Defesa do ideal monárquico para a garantia da unidade
política,
c) Idéia do Direito Divino dos Reis para legitimar o Absolutismo.
d) Idéia de indivisibilidade do Estado em poderes
independentes.
04. (UFV-MG) O Marquês de Pombal, ministro do rei D. José
(1750-1777), foi o responsável por uma série de reformas na
econômia, educação e administração do Estado e do Império
Português, inspiradas na filosofia iluminista e na política
econômica do Mercantilismo, cabendo a ele a expulsão dos
padres da Companhia de Jesus dos domínios de Portugal.
O Marquês de Pombal foi um dos representantes do
chamado:
a) Liberalismo;
b) Socialismo Utópico;
c) Socialismo Científico;
d) Despotismo Esclarecido;
e) Parlamentarismo monárquico.
Entre os campos de investigação dos iluministas estava o corpo
humano. As dissecações, proibidas pela Igreja Católica durante
muitos séculos, voltaram a ser praticadas publicamente nc
século XVIII. (A lição de anatomia do Dr.Tulp, obra de
Rembrandt, 1632)
Laboratório de química do século XV III.

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