quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

7114 - REVOLUÇÃO FRANCESA

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A Revolução Francesa



A Revolução Francesa de 1789 faz parte do contexto das Revoluções Burguesas que promoveram a superação do feudalismo no mundo ocidental, tal como a Revolução Inglesa e a Revolução Americana. Para uma compreensão geral a Revolução Francesa, é necessário observar os antecedentes da revolução e os fatores principais que levaram a sua eclosão.

Causas da Revolução Francesa de 1789

Vamos analisar as causas da Revolução Francesa dividindo-as em três aspectos: os aspectos sociais, os aspectos econômicos e os aspectos políticos que caracterizavam a França pré-revolucionária.

Causas sociais da Revolução Francesa

A sociedade francesa no Antigo Regime possuía uma organização estamental sendo dividida em primeiro estado (alto e baixo clero), segundo estado (nobreza de sangue e nobreza de toga) e terceiro estado (alta burguesia, baixa burguesia, trabalhadores urbanos e camponeses). Essa divisão não satisfazia os anseios da burguesia, grupo que possuía um papel econômico cada vez mais importante, mas que ainda se sentia desprestigiado com a estrutura social estamental que privilegiava a nobreza.

Causas econômicas da Revolução Francesa

A França vivia uma profunda crise financeira antes da revolução. Participação em guerras como a Guerra dos Sete Anos e a Independência dos EUA acarretaram em gastos vultosos. Os enormes custos com a manutenção da corte em Versalhes também comprometiam as finanças públicas, assim como a isenção de impostos ao clero e à nobreza. Um tratado de comércio com a Inglaterra previa facilidade para a venda de vinho francês em troca de facilidade de entrada de tecido inglês na França, causando revolta na burguesia francesa que não podia competir com o baixo custo do produto inglês. Fatores climáticos que prejudicaram a produção agrícola assim como as barreiras feudais à produtividade, elevaram o preço do trigo tornando até o pão um elemento de difícil acesso à população pobre o que agravou a miséria e o descontentamento.

Causas políticas da Revolução Francesa

Além do caos administrativo, o governo dos últimos reis da dinastia dos Bourbons, Luis XV e Luis XVI, não aparentavam ter compromisso com a solução dos problemas que assolavam a França. O poder centralizado nas mãos do rei era contestado pelos ideais iluministas que questionavam a ordem do Antigo Regime, sendo que as idéias iluministas já faziam parte do ideário político do terceiro estado, assim como cresciam os adeptos às idéias liberais no campo econômico. A Assembléia dos Estados-Gerais com suas atribuições consultivas não era convocada por um monarca francês desde 1614, o que demonstrava o grau de centralização política na França.

Fases da Revolução Francesa


Tentativas de reformas

A crise econômica insistente e as seguidas revoltas dos camponeses levaram a monarquia a tentar promover reformas que amenizassem a situação, mas o que se viu foram seguidas reformas ministeriais frustradas por conta da relutância da nobreza em ceder partes de seus privilégios. A crises ministeriais se seguiram com a demissão seqüencial de ministros como Turgot, Calonne, Briene e Necker que não resistiram à pressão da nobreza. Calonne havia tentado criar um imposto territorial que atingisse a nobreza, mas foi demitido sem que seu projeto fosse sequer analisado pela Assembléia dos 144 Notáveis designados pelo rei. Necker que havia sido demitido após publicar um relatório com os gastos da corte, retornou ao cargo de ministro das finanças e convenceu o rei a convocar a Assembléia dos Estados-Gerais.

Assembléia dos Estados-Gerais (1788)

Os Estados-Gerais se reuniram em Versalhes em 5 de maio de 1788. Era composto pelos notáveis (primeiro e segundo estados) e o terceiro estado. Embora o terceiro estado possuísse mais deputados, a vantagem era dos notáveis já que o voto era por estado e não por indivíduo. Assim sendo, unidos, o primeiro e o segundo estados sempre sairiam vitoriosos nas votações. O terceiro estado insistia que o voto fosse individual mas o rei sustentou seu apoio aos notáveis, o que levou os terceiro estado a se retirar e se reunir separadamente na quadra do Jogo da Péla, afirmando que não iria se dispersar até que o rei aceitasse uma constituição que pusesse limites ao seu poder e se auto-proclamaram “Assembléia Nacional”.

Assembléia Nacional Constituinte (1789-1791)

Não conseguindo dissolver a reunião do terceiro estado, Luis XVI cede e permite que clero e nobreza se unam a eles formando a Assembléia Nacional Constituinte, que deveria promulgar uma constituição a qual o rei se submeteria. Rumores de uma conspiração por parte da nobreza e da realeza somados ao posicionamento de tropas próximos a Paris e a demissão de Necker, fizeram com que o temor tomasse conta dos revoltosos e deu-se o estopim da insurreição.

Em 14 de julho os insurrectos tomaram a Bastilha, símbolo do Antigo Regime onde eram mantidos os presos políticos. Revoltas camponesas se alastravam por toda parte o temor de algo pior fez com que os três estados forçosamente abolissem os direitos feudais. Logo em seguida é feita a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, com base nos ideais de liberdade, igualdade, direito à propriedade privada e de resistência à opressão. Os bens do clero são confiscados e passam a servir de lastro para a emissão dos assignats que eram uma espécie de papel moeda. A desigualdade de impostos entre os estados também é abolida.

Assembléia Legislativa e Monarquia Constitucional (1791-1792)

Em setembro de 1791 a Constituição fica pronta e a Monarquia Constitucional de base censitária fica estabelecida. Apenas cidadãos que possuíssem uma determinada renda poderiam ter direitos políticos. A Assembléia composta por deputados possuiria o poder legislativo e ao rei caberia o poder executivo sendo que a monarquia permaneceria hereditária. Embora o rei Luis XVI tenha se negado em princípio a acatar a Constituição e tentado fugir da França, foi preso em Varennes e reconduzido a Paris onde foi forçado a assinar o documento em julho de 1791.

A burguesia conseguiu se separar do terceiro estado e a nova legislação que limitava a atividade política dos trabalhadores e eliminava privilégios da nobreza estendendo restrições econômicas à maioria, transformava assim a França num estado burguês, onde grupos políticos como o dos girondinos (alta burguesia) e jacobinos (baixa burguesia) disputavam o poder.

A nobreza francesa passou a buscar apoio no exterior para restaurar o Estado absolutista ao mesmo tempo em que as dificuldades econômicas permaneciam no governo revolucionário. No momento em que o exército absolutista formado em parte por nobres emigrados passou a marchar sobre o território francês, os jacobinos forneceram armas à população constituindo um exército popular conhecido como “a comuna insurrecional de Paris”, enfrentando o exército dos emigrados e prussianos na Batalha de Valmy, onde o exército popular obteve vitória sob o comando de Robespierre, Marat e Danton, sendo o rei acusado de traição por colaborar com os inimigos e finalmente proclamada a República.


Convenção Nacional (1792-1795)

Com o fim da Monarquia e o advento da República, tem o início o período da Convenção Nacional que se divide em dois momentos: a República Girondina (setembro de 1792 a junho de 1793) e a República Jacobina (junho de 1793 a julho de 1794). O período girondino que é caracterizado pelo comando da alta burguesia, é marcado por medidas moderadas destinadas a preservar a propriedade privada e a alijar as massas populares do poder. Com o processo de Luis XVI após serem descobertos acordos secretos do rei com soberanos estrangeiros, a disputa entre girondinos e jacobinos se tornou mais acirrada e foi determinada a condenação do rei à morte, para escândalo das monarquias estrangeiras.

Num momento onde conturbações internas e externas se avolumavam, os jacobinos tomam o poder com apoio dos sans-cullotes (indivíduos das camadas mais baixas) e conseguem grande apoio ao propor medidas populares como a atribuição do direito universal do voto. No período jacobino a escravidão é abolida nas colônias, os camponeses deixam de ter a obrigação de indenizarem os antigos senhores, é criada a “Lei do Máximo” fixando um teto para preços e salários e é organizado um exército revolucionário e popular para enfrentar as ameaças externas. O poder executivo passa a ser exercido pelo Comitê de Salvação Pública e ao Comitê de Segurança Geral passa a caber a função de descobrir suspeitos de traição. Em junho de 1794 se inicia o período do Grande Terror após Robespierre guilhotinar seus principais opositores e implementar um política de punição aos suspeitos de conspiração. A economia nesse momento é dirigida com vistas à defesa da nação e em benefício da média burguesia, ficando as massas populares insatisfeitas com o teto máximo salarial e a proibição das greves.

Com a população cansada da repressão e a alta burguesia irritada com o dirigismo econômico, a convenção vota a detenção de Robespierre em 27 de julho de 1794 (9º Termidor). Após Robespierre e seus apoiadores serem guilhotinados sem julgamento, tem fim a Convenção Montanhesa e se inicia a Convenção Termidoriana com os girondinos de volta ao poder. As políticas sociais e econômicas implementadas pelos jacobinos sofreram um revés e os apoiadores de Robespierre foram perseguidos no que ficou conhecido como "Terror Branco”. A experiência de radicalismo democrático da República Jacobina fica para trás e em seguida se inicia a fase do Diretório com o rápido declínio dos ideais republicanos.

Diretório (1795-1799)

Preocupada com uma reação monarquista e com os levantes populares, a burguesia termidoriana cria em 1795 uma nova Constituição (do Ano III) e determina a existência da Câmara dos Quinhentos e Câmara dos Anciãos para representarem o poder legislativo. O poder executivo ficaria ao cargo do Diretório, formado por cinco membros com a finalidade de estabilizar a Revolução. Externamente, o exército francês passou a obter seguidas vitórias sob o comando do general Napoleão Bonaparte que através de um golpe de Estado iria assumir o poder em 1799 com apoio de boa parte da burguesia no 18 de Brumário que marcou o fim da Revolução Francesa.

Conseqüências da Revolução Francesa

Em síntese, a Revolução Francesa significou o primeiro grande sucesso da burguesia no sentido de conquistar o poder político e dirigir o Estado de maneira a satisfazer seus interesses, deixando para trás os entraves do absolutismo e do mercantilismo e implementando suas propostas liberais após canalizar as insatisfações das camadas populares, tirando proveito para si mesma. A Revolução Francesa teve um alcance muito além da história francesa, pois impulsionou a ascensão da burguesia em toda Europa acelerando o colapso do Antigo Regime.
2 comentários:
Lucas Pimenta disse...
Que descoberta maravilhosa desse site!
O conteúdo é fantástico em todas as áreas!
Parabéns.

A educação brasileira precisa de iniciativas como essa...
Com vontade, com amor, mudaremos o panorama da educação em nosso País.

O Quanta está de parabéns.
Espero que dessa iniciativa, venha também a parceria com os quadrinhos.
Os quadrinhos podem e devem ser utilizados como ferramenta educacional...
Quem sabe cada tema aqui abordado, não receba sua versão em quadrinhos? Seria perfeito. O quanta tem profissionais talentosos para a empreitada, além de alunos também talentosos que podem seguir esse caminho.

Abraços,

Lucas

28 de abril de 2010 22:13
aline disse...
adorei esse conteúdo!!!
ele nos explica tudo que precisamos em um breve resumo....que nos facilita muito....
adorei!!!
abraços.....

9 de novembro de 2010 16:57

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