domingo, 12 de dezembro de 2010

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sábado, 17 de abril de 2010A Descolonização Européia
No final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o cenário geopolítico do mundo alterou-se: em primeiro lugar, estava definitivamente sepultado o europocentrismo e, agora, o globo se bipolarizara, de um lado o Bloco Ocidental, liderado pelos EUA; de outro o Bloco Comunista, capitaneado pela URSS. Esse conflito Leste versus Oeste, abriu espaço para o surgimento de um novo modelo de nacionalismo: os movimentos de independência das nações até então submetidas ao imperialismo ocidental. Um oacionalismo libertário visando a adoção da autonomia político-econômica, com fortes tintas socializantes e anti-ocidentais. Noutros termos, o fenômeno da descolonização, processo relativamente rápido, teve como causas principais:
as dificuldades econômicas dos países europeus, agora impossibilitados de manter a ocupação colonial, pois precisavam reconstruir suas economias devastadas pela guerra;
o surgimento de movimentos nacionalistas nas áreas coloniais, muitos deles liderados por intelectuais que haviam estudado na Europa e sofrido influência das ideologias democráticas e socialistas; as pressões anticolonialistas, levadas a efeito por políticos e agremiações partidárias da Europa, que defendiam o conceito de que havia uma contradição entre o combate ao nazi-fascismo, ao longo da Segunda Guerra Mundial, e a preservação de laços coloniais.
Diversas foram as formas pelas quais se deu o processo de descolonização. As principais podem ser assim resumidas:

OS DIVERSOS PROCESSOS DE DESCOLONIZAÇÃO
- MODELO BRITÂNICO - de início, o Reino Unido se opôs ferozmente aos processos
descolonizatórios, enfrentando militarmente os movimentos nacionalistas. O mais destacado exemplo dessa postura inglesa foi o combate às guerrilhas MAU-MAU de Quênia. Também foi essa a atitude britânica quando da independência da Malásia. Percebendo a inutilidade desses esforços, a Inglaterra mudou de postura, passando a promover, de forma controlada, a independência de suas demais áreas coloniais. No final do processo, 15 novas nações,
ex-colônias britânicas, nasceram no Continente Africano.

- MODELO FRANCÊS - após oferecer tenaz resistência à independência da Argélia, liderada pela Frente Nacional de Libertação da Argélia (FNLA), a França promoveu a formação da Comunidade Francesa, pela qual as ex-colônias passaram a receber apoio financeiro e técnico .

MODELO PORTUGUÊS - Portugal, onde prevalecia o autoritarismo político liderado por António Oliveira Salazar, procurou manter suas colônias (Angola, Moçambique, Guiné Bissau e Cabo Verde) militarmente, atolando aquela nação ibérica nas intermináveis guerras coloniais. No dia 25 de abril de 1974, quando a ditadura portuguesa foi derrubada pela “Revolução dos Cravos”, liderada pelos capitães e outros jovens oficiais do Movimento das Forças Armadas (MFA), a ascensão de um governo esquerdista em Lisboa possibilitou a independência das áreas coloniais.

MODELO ESPANHOL - após mais de quatro séculos de ocupação do Marrocos, a Espanha se viu obrigada a enfrentar um movimento de libertação nacional denominado Frente Polisário. Após 2 anos de luta, o governo de Madri abandona quase totalmente a região, mantendo sua presença numa estreita faixa litorânea.

MODELO BELGA - disposta a não ceder seus territórios no Continente Negro, a Bélgica enfrentou militarmente os movimentos descolonizatórios. Derrotado, o governo de Bruxelas é obrigado a ceder, mas, interessado em criar problemas tribais em suas ex-regiões coloniais, dividiu-as em três países: Zaire, Ruanda e Burundi, onde convivem duas tribos absolutamente antagônicas, os Tutsis e os Hutus.

OS PROBLEMAS DA DESCOLONIZAÇÃO
Após seus êxitos iniciais, os movimentos nacionalistas africanos logo se viram diante de questões e problemas até hoje insolúveis. Dentre eles, destacam-se:

A ÁFRICA NEGRA, HOJE
UMA TRANSIÇÃO NA DEPENDÊNCIA - embora tenham se libertado do imperialismo clássico (caracterizado pela ocupação militar e administração direta por parte das metrópoles européias), as novas nações africanas ingressaram numa forma de dominação internacional mais complexa. Hoje, a nova dependência se dá através do controle comercial, empréstimos, crescentes dívidas externas, controle industrial e a introjeção de valores culturais ocidentais pelos bancos e empresas transnacionais
europeus e norte-americanos. Ou seja, o domínio direto transitou para um controle
indireto mais sutil e abrangente.

FRONTEIRAS ARBITRÁRIAS - as fronteiras das atuais nações africanas foram fixadas pelos colonizadores europeus segundo seus exclusivos interesses. Em primeiro lugar, isso gerou a presença, no interior de um mesmo país africano, de formações tribais culturalmente diferenciadas e, quase sempre, inimigas umas das outras. Lamentavelmente, quando do processo de descolonização, a Organização da Unidade Africana (OUA) manteve essas fronteiras, temendo, em caso de alterações, que
o caos reinasse sobre o continente. Além disso, os atuais limites são responsáveis por uma enorme fragmentação do espaço territorial, que, na maioria das vezes, impede a emergência de estrutura econômicas mais modernas e eficientes.

UM TRANSPLANTE POLÍTICO: O ESTADO-NAÇÃO - o conceito de Estado nacional, próprio da formação política européia, é totalmente estranho à mentalidade africana, cujos povos conheciam organizações sociais muito mais simples se comparadas com as do Ocidente. De fato, pouco há em comum entre a tribo africana e o Estado nacional. Esse foi uma imposição européia às sociedades africanas. Ora, tais Estados artificiais enfrentam inúmeros problemas: etnias distintas agrupadas sob
uma mesma organização política e a quase total ausência de uma consciência nacional, que somente atingiu um estágio embrionário durante o período das lutas anti-coloniais. Em suma, os atuais países da África Negra são vítimas da ação de duas forças absolutamente opostas: de um lado, um aparelho de Estado “transplantado”, de cunho modernizador e centralizador; de outro, uma estrutura tribal arcaica e particularista.

A AUSÊNCIA DE QUADROS BUROCRÁTICOS EFICIENTES - a administração de Estados modernos exige uma burocracia competente, numerosa e com sofisticada formação técnica e intelectual.
Quando do imperialismo, o gerenciamento político-administrativo das nações africanas era levado a efeito por administradores europeus, sendo a participação africana rara e superficial. Com a independência, os africanos herdaram Estados complexos e organizados em moldes ocidentais, com os quais haviam tido pouco contato. Se, por um lado, as elites africanas, que encabeçaram o processo de autonomia, eram educadas na Europa e nos EUA, elas eram pouco numerosas, não havendo quadros para os escalões administrativos secundários. Em termos mais simples: se os primeiros líderes e seus
assessores próximos eram bastante preparados, os cargos administrativos de segundo e terceiro níveis eram preenchidos por pessoas desconhecedoras das regras básicas da administração moderna , gerando um abismo entre os componentes do primeiro escalão e os demais quadros burocráticos. Isso tudo gerou a inoperância, a endêmica corrupção, o burocratismo e o caos administrativo, como conseqüência, o cenário político africano vem sendo marcado por lutas tribais e sucessivos golpes de Estado, quase sempre interligados às diferenças étnicas.
Postado por Prof. Miguel Jeronymo Filho às 07:28 0 comentários:

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