terça-feira, 8 de junho de 2010

671 - QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO

Machina Speculatrix
Filosofia. [Filosofia sem Privilégios]. Filosofia das Ciências. [Realismo hipotético, pluralismo sem anarquia.] Filosofia das Ciências do Artificial. [À procura da prótese perdida da Máquina de Turing e das Tartarugas de Walter.] Um epitáfio em construção pelos grandes esquecimentos (do corpo, do mundo, dos outros). E todas as outras coisas de todos os dias, os banais e os outros.
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O Império Romano e a União Europeia (3/3)
Em que é que a queda do Império Romano do Ocidente pode contribuir para uma reflexão sobre a União Europeia? O que é que interessa que a queda do Império Romano do Ocidente tenha tido como consequência um abaixamento dos níveis de conforto e de sofisticação da vida de largos estratos da população?

A queda do império romano do ocidente não foi, como vimos ontem, apenas um abalo para as elites políticas, sociais e culturais. Representou um retrocesso no conforto material da esmagadora maioria da população. Já para não falar de que desapareceu assim o instrumento do maior período contínuo de paz (500 anos) vivido na região mediterrânica. Talvez seja útil reflectir nisto: o progresso e o bem-estar (material e espiritual) não estão nunca garantidos. Podem sofrer atrasos profundos e duradouros se não soubermos preservar e melhorar as formas sociais e políticas que são as suas condições de possibilidade.

O império romano durou muitos séculos e foi finalmente abalado e destruído. E demorou muitos séculos a recuperar o que se perdeu. A “nossa Europa” tem 50 anos e há nela ainda muito por fazer. E também ela não está garantida para todo o sempre, dependendo da sabedoria com que soubermos ajustá-la continuamente às novas necessidades. Estaremos conscientes disso quando alimentamos o cepticismo, ou mesmo a indiferença, face a essa realização comum de paz e de progresso? Estaremos cientes de que nenhuma realização das sociedades humanas pode sobreviver à indiferença dos seus principais beneficiários?

Quererá isto dizer que devemos aceitar a UE como o melhor dos mundos possíveis? Aceitar sem crítica as suas políticas (e os seus políticos)? Não. Quererá isto dizer que a UE é intrinsecamente boa? Que devemos prescindir de tentar torná-la mais útil aos seus povos e aos outros povos do mundo? Não. Isto quer apenas dizer que nada está historicamente garantido e que, se não assumirmos (individual e colectivamente) a nossa quota-parte de responsabilidade pelo futuro comum, as consequências podem ser desagradáveis.
Posted by Porfírio Silva on maio 31, 2007 08:50 AM | Permalink
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Machina Speculatrix


Comments
Vivíssima recomendação: "Mémoires d'Hadrien" da Marguerite Yourcenar. A sensação de estar a ler a actualidd.

Beijos, P.

Posted by: Paula Marques | maio 31, 2007 06:16 PM


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