sábado, 5 de junho de 2010

473 - OS ROMANOS

:: Início :: Fechar









- | + Recomende Imprima




Porque Cristo Morreu
- Os Romanos

Por: Eduardo Molina
É Presbítero da Igreja Evangélica Assembléia de Deus. Professor do Instituto Bíblico Esperança e da Escola Dominical, tem ministrado cursos e palestras para Pastores e Líderes nas áreas de: Liderança, Liderança de Jovens, Discipulado e Missões.
E-mail para contato: eduardo_molina11@hotmail.com

Analisando o contexto da morte de Jesus, podemos perceber alguns detalhes que esclarecem os motivos pelos quais ele foi preso, condenado e levado à crucificação. Faz-se necessário muito cuidado ao analisá-los, posto que arriscamos concluir precipitadamente, de forma errônea, a ponto de nos levar a crer que Jesus morreu por alguma causa contrária ao amor pelos homens e obediência à vontade suprema de Deus. É preciso lembrarmos também que Jesus morreu para absorver a ira de Deus (I João 4:10). Se Deus não fosse justo não haveria motivos para enviar Seu Filho para morrer por nós. Também não seria amoroso se em Jesus não houvesse disposição de sofrer e morrer pela humanidade.

Num primeiro momento, gostaria de direcionar o foco aos romanos. Jesus viveu na época em que o Império Romano era a nação dominante sobre a terra e expandia seus domínios amplamente.

Pela visão romana deste fato, Jesus estava sendo acusado de se proclamar Filho de Deus. Embora os romanos dessem liberdade para que cada povo adorasse o seu deus, Jesus era aclamado como o Rei dos Judeus, e isto ia contra os princípios romanos e contra a autoridade do Imperador.

Este era tido como autoridade máxima e indiscutível, representante dos deuses na terra, e este crime seria julgado mediante as suas leis e, neste caso, a sentença poderia ser até de morte. A atitude do Mestre foi se calar e sofrer. Sofrer todos os tipos de humilhações, torturas, afrontas e surras que lhe eram impostas, sem em momento algum reagir, tentar lutar ou reclamar. Contudo permanece a pergunta: Por que Jesus aceitou tudo isso se tinha poder para acabar com todos eles? Por que Ele não reagiu? Por que Ele morreu?

Pôncio Pilatos ::

Pôncio Pilatos começava sua carreira em 26 d.C., nomeado pelo Imperador Tibério César a Quinto procurador romano na Judéia, onde permaneceu por 10 anos. Como procurador, ele exercia pleno controle sobre a província, isto lhe dava o poder de vida e morte sobre seus habitantes, sobre o Sinédrio, o Sumo Sacerdote e os demais, que eram todos nomeados por ele próprio, inclusive administrava o Templo e o seu fundo monetário.

Pilatos não era bem aceito pelos judeus devido a alguns atos que cometera contra eles. Segundo relato de Josefo, sua primeira ação como procurador foi levar os pendões romanos contendo as imagens do Imperador para dentro de Jerusalém. Este ato não havia sido feito até então por nenhum outro procurador, com o intuito de evitar conflitos com os judeus. Josefo e Eusébio, ainda relatam que Pilatos desviou boa parte do dinheiro destinado ao Templo para a construção de um aqueduto a fim de levar água para a cidade de uma fonte à 40 quilômetros de distância do centro. O resultado culminou com uma revolta da população judaica. Pilatos, totalmente indiferente à situação, lançou seus soldados contra a multidão e matou muitos.

Segundo Noldius, Pilatos também ganhou a inimizade de Herodes por matar alguns de seus súditos, talvez por este motivo que enviou Jesus até ele para julgá-lo. Como se não bastassem esses problemas, Pilatos piorou sua situação por ter executado milhares de samaritanos que estavam reunidos diante do Monte Gerizim para uma celebração.

Isto nos faz pensar que Pilatos agia com severidade e não hesitava em usar a violência para acalmar uma situação mais ameaçadora. Apesar de ser um grande administrador e estrategista, mostra sua covardia com roubos e execuções por medo de perder seu cargo e/ou desagradar o Imperador, com quem já havia tido alguns problemas.

Quando levaram Jesus até ele, alegando que este estava pervertendo a nação e colocando o povo contra César, Pilatos teve uma atenção especial para com o caso e julgou a Jesus. Dentro deste contexto, destacamos dois pontos relevantes descritos nos Evangelhos: a) Pilatos estava convicto da inocência de Jesus; b) queria evitar sentenciá-lo, entretanto congruente a isso, queria acalmar e pacificar os judeus.

Pilatos acaba se contradizendo, pois não via crime em Jesus e tinha poder e autoridade para libertá-lo, mas acabou cedendo às pressões. Analisemos os quatro tipos de fugas que ele cometeu. Primeiro, enviou Jesus para Herodes.

Pilatos já havia tido problemas com Herodes antes, como já foi mencionado acima, e tentou amenizar a situação enviando Jesus para ser julgado por este, já que era da província da Galiléia, fora de sua jurisdição. Desta forma, queria conseguir tranquilizar sua situação com Herodes e ao mesmo tempo se livrar da responsabilidade de sentenciar a Jesus e ficar com a culpa pela sua morte. O plano não deu certo. Herodes mandou devolver Jesus alegando que fora preso sob a jurisdição de Pilatos e que ele deveria julgá-lo, evitando assim passar por cima de sua autoridade; segundo, tentou meias-medidas: Pilatos enviaria Jesus para ser açoitado e depois iria soltá-lo. Uma atitude incompreensível, já que ele havia declarado que Jesus era inocente, afinal, se ele era de fato inocente, porque iria ser açoitado? Para complicar um pouco mais, Pilatos enviou Jesus para ser açoitado pensando que a multidão se saciaria com uma surra e depois parasse de exigir a morte de Jesus; terceiro, tentou soltar Jesus pela vontade da multidão: Mais uma vez vemos Pilatos se contradizendo. Se Jesus era inocente não precisaria ser açoitado e, muito menos, precisaria da opinião pública para decidir soltá-lo, já que ele tinha todo o poder sobre a província. Como era de se esperar, o povo estava irredutível e Pilatos, que costumava por tradição soltar um prisioneiro na Páscoa, teve que prender Jesus e soltar um assassino chamado Barrabás; e por fim o quarto ponto, lavou suas mãos.Pilatos que primeiramente declarara Jesus inocente, depois o enviara para o açoite, deixara o povo escolher entre ele e Barrabás e, finalmente, não havendo mais o que fazer, declara novamente Jesus inocente, mas o entrega para a morte lavando suas mãos.

Se condenasse o inocente, era pouco provável que o Imperador Tibério viesse a pedir-lhe responsabilidades pela injustiça cometida, mas se o livrasse, daria motivo à reação dos sacerdotes, novos distúrbios e possivelmente nova revolta em Jerusalém. Os interesses de Roma obrigariam a nova intervenção militar e, a justiça para um inocente seria paga com o sangue de muitos civis e militares. Cristo teria de morrer.

Embora reconhecendo nele o único justo, teria de o condenar, teria de deixar que Cristo fosse vítima da sua fraqueza, da sua covardia e do seu pecado. Se inocentasse a Jesus poderia haver uma rebelião e se isto ocorresse fatalmente chegaria aos ouvidos do Imperador Tibério César, que por já ter tido problemas com Pilatos, poderia tirá-lo do cargo de Procurador. Pilatos entregou Jesus aos soldados e deixou que o crucificassem por covardia.

Os Soldados ::

Os soldados não devem ser culpados totalmente pela morte de Jesus, pois eles cumpriam ordens do Império Romano. Quando Pilatos entregou Jesus nas mãos dos soldados para que estes o crucificassem, eles estavam cumprindo seu dever.

Os Evangelhos não narram como foi o processo de crucificação, mas existem documentos que nos relatam o que acontecia. O preso era despido e humilhado publicamente, depois, era obrigado a se deitar de costas no chão e suas mãos eram pregadas ou amarradas ao braço horizontal da cruz, também chamado de patibulum, enquanto seus pés ficavam no poste vertical. Por conseguinte, a cruz era erguida e arremessada num buraco próprio para ela escavado no chão.

Normalmente eram feitos assentos para que o corpo da vítima repousasse um pouco para evitar que este se rasgasse e caísse. Depois, deixava o crucificado ali pendurado, sentindo as fortes dores físicas e sendo humilhado pelo povo, sofrendo o intenso calor durante o dia e o frio a noite. A tortura só acabava com a morte do crucificado, e isto poderia levar vários dias.

O que os Evangelhos nos relatam é a forma como os soldados trataram a Jesus, abusando de sua autoridade e humilhando a Jesus com brincadeiras, jogos de azar, surras, palavras. Fizeram Jesus carregar parte de sua cruz pela via dolorosa, um trajeto de aproximadamente 600 metros. Mandaram um homem chamado Simão de Cirene ajudar Jesus quando este não agüentou mais.

Chegando no Gólgota (ou Caveira), pregaram os pulsos de Jesus no madeiro, depois os seus pés. Ergueram a cruz e o deixaram debaixo do Sol, com suas feridas abertas, longas perfurações dos pregos, da lança e da coroa de espinhos, em frente a uma multidão desejosa de sangue. Quando Jesus teve sede, lhe deram vinagre para beber e escarneceram dizendo: “Salvou os outros, mas não pode salvar a si mesmo”, “Se tu és o Filho de Deus, desce da cruz” e muito mais. A reação de Jesus frente a tudo isso, foi dizer, em meio a muita dor: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”.

Os Evangelhos não lhes imputam culpa alguma num primeiro momento, tanto que mais tarde, acrescentam que o centurião responsável pela crucificação creu em Jesus. Não podemos isentá-los da culpa, assim como não podemos culpá-los sozinhos.

Segundo a lei romana, Jesus era culpado e teve a sua sentença, embora, conforme as Escrituras Sagradas relatam uma frase que Jesus declarou a Pilatos: “Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado” (João 19:11). Podemos criticar Pilatos por sua forma de agir mas, no fundo, agimos como ele e acabamos por negar Jesus em nossas vidas, preferimos mandar matar a Jesus do que nos posicionarmos e morrermos com Ele, por Ele.

As fugas são normais no ser humano e, se olharmos para a própria Bíblia, iremos nos deparar com vários homens que se utilizaram deste recurso para não servir a Deus e, mesmo assim, Deus permitiu tudo isso porque tinha os seus propósitos e, esses mesmos homens não puderam se negar ante a vontade Suprema de Deus. Assim como Ele permitiu que Jesus fosse julgado e condenado por Pilatos porque tinha um propósito maior.

Fraqueza, covardia, poder, abusos, pecados. Uma rede de intrigas que envolveu a condenação e a morte de Cristo. Mas, será que não acabamos por agir desta forma?

Esta série intitulada "Por que Cristo morreu" está dividida em 4 partes. Consulte abaixo a continuação da série:

Porque Cristo Morreu - Os Romanos

Porque Cristo Morreu - Os Judeus

Porque Cristo Morreu - Deus

Porque Cristo Morreu - Judas Iscariotes










13 ABR Reunião DE – Reg. RS
13 ABR Pastoreio de pastores Reg. Sul PR
17 ABR Reunião Dir. Exec. COBIM
1 a 2 MAI Retiro de Homens Reg. Sul do PR
4 a 8 MAI Módulo Fidelis




























































Convenção Brasileira das Igrejas Evangélicas Irmãos Menonitas © 2010
Av. Comendador Franco, 7770 Tel.: (41)3286-3233 CEP: 81560-000


COPYRIGHT DEVIDO AO AUTOR DO TEXTO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas