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publicado em 25/07/2012
Os tesouros do abismo oceânico
Cesar Baima
Situados a centenas e até milhares de metros sob a água, vastos depósitos de metais preciosos e outros minérios no leito dos oceanos despertam um crescente interesse de países e empresas ao redor do mundo, em uma verdadeira "corrida do ouro" rumo aos abismos mais profundos do planeta. Graças a avanços nos conhecimentos sobre a geologia marinha, centenas de veios de ouro, prata, cobre, cobalto, chumbo e zinco avaliados em trilhões de dólares já foram identificados no fundo do mar em torno das chamadas fumarolas, fontes de gases quentes de origem vulcânica que se espalham ao longo dos mais de 73 mil quilômetros de fissuras na crosta terrestre sob os oceanos. A movimentação, no entanto, também já começa a preocupar os ambientalistas, já que essas áreas costumam ser o habitat de espécies únicas que vivem do calor e dos elementos químicos emitidos por estas "chaminés" submarinas.
Conhecidas como sulfetos polimetálicos devido ao enxofre em sua composição, estas reservas minerais estão sendo descobertas em um ritmo acelerado desde que, em 2006, a Autoridade Internacional sobre o Leito Oceânico (ISA, na sigla em inglês) -- um obscuro órgão autônomo ligado às Nações Unidas sediado na Jamaica e responsável por regular a exploração do fundo do mar em águas internacionais sob a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar de 1982 -- decidiu priorizar a criação de regras para concessão de autorizações para sua mineração, estabelecidas em 2010. Antes, a ISA havia formalizado apenas dez contratos de concessão de 15 anos para a exploração dos chamados nódulos polimetálicos.
Até a descoberta dos sulfetos, os especialistas acreditavam que os nódulos, rochas espalhadas sobre o leito dos oceanos, eram os únicos recursos mineráveis no fundo do mar. Dos dez contratos em vigor para sua exploração, nove estão concentrados na Zona Clarion-Clipperton, uma região entre duas fissuras ao Norte do equador no Oceano Pacífico e próxima ao arquipélago havaiano, e uma no centro do Oceano Índico.
Entre os principais responsáveis pelos estudos iniciais do potencial dos depósitos minerais em torno das fumarolas oceânicas está Tom Dettweiler, fundador e dono da Odyssey Marine Exploration. Um dos descobridores dos restos do Titanic, Dettweiler resolveu deixar um pouco de lado a caça a tesouros naufragados para buscar essas riquezas naturais. Atuando nas águas do Pacífico desde 2010, sua empresa encontrou bem mais veios de ouro, prata e cobre do que esperava. Além disso, enquanto que nas minas em terra os minérios costumam ter concentrações de apenas 0,5% dos metais, nos depósitos de sulfetos esta pureza chega a 10%.
-- Estamos tendo um enorme sucesso -- diz Dettweiler. -- Há muitos recursos em jogo. Se os preços dos metais continuarem a subir, um depósito avaliado em US$1 bilhão pode passar a valer US$100 bilhões.
Durante muito tempo, os céticos afirmavam que a mineração no fundo do mar era um sonho equivalente a procurar riquezas na Lua, mas os avanços na tecnologia de exploração submarina, unidos a ferramentas desenvolvidas originalmente para a exploração de petróleo e gás a partir de plataformas em alto-mar, estão mudando este cenário. Combinando tudo isso com a perspectiva de esgotamento das reservas de alguns metais em terra nas próximas décadas, com o consequente aumento nos seus preços, a aposta de Dettweiler começa a ganhar contornos de realidade.
-- Estamos entrando em uma nova era -- resumiu Nii Allotey Odunton, secretário-geral da ISA, em um evento recente.
O otimismo é tamanho que em sua 18ª reunião anual, que termina esta semana, o conselho da ISA deverá aprovar a concessão de cinco novos contratos de exploração na área de sulfetos polimetálicos, elevando para 17 o total em vigor. Mas não são apenas os depósitos em águas internacionais que estão na mira destes novos empreendedores. Como a exploração das reservas em torno de fumarolas em águas territoriais não necessita passar pelo crivo do órgão da ONU, muitos países estão buscando parceiros para fazer este trabalho. Entre eles se destacam os Estados-ilha do Sul do Pacífico, como Fiji, Tonga, Vanuatu, Nova Zelândia, Ilhas Salomão e Papua-Nova Guiné, que contaram com o auxílio de Dettweiler para fazer o levantamento de suas reservas potenciais. Todas estas nações estão localizadas perto de boa parte das fissuras de onde se projetam as fumarolas.
Já outros países, como China e Índia, estão preferindo criar suas próprias empresas voltadas para a mineração submarina. Desde 2010, a China testa um minissubmarino capaz de chegar a 7 mil metros de profundidade carregando três tripulantes. Batizado Jiaolong, um dragão marinho mítico, ele deverá ser usado para fazer levantamentos nas áreas de concessão da Associação de Pesquisa e Desenvolvimento de Recursos Minerais da China na Clarion-Clipperton e no Índico.
Embora o Brasil ainda não tenha nenhuma experiência concreta neste tipo de mineração, o país também deve buscar marcar presença nas discussões, afirma Fernando Lins, diretor do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem). Segundo ele, apesar de ser um campo novo de pesquisas sujeito a muitas especulações, é importante para o Brasil se manter atualizado nas tecnologias de exploração submarina e conhecer o seu potencial.
-- Antes de tudo, precisamos fazer uma pesquisa geológica da nossa costa -- defende. -- Do ponto de vista econômico, qualquer produção atual, se é que há alguma, é insignificante, mas muitos países já estão se mexendo para marcar território. Este tipo de mineração ainda vai levar algum tempo até ser econômica e comercialmente viável, mas a tecnologia está se desenvolvendo muito rápido e já estamos conversando com o Ministério de Minas e Energia para entrar na área no momento oportuno.
Enquanto isso, críticos afirmam que os projetos de exploração de minérios oceânicos são potencialmente perigosos para os criadouros de peixes e o ecossistema marinho em geral. Em um relatório de 32 páginas, um grupo de ambientalistas que se autointitula "Campanha sobre a mineração no fundo do mar" destaca que as fumarolas abrigam centenas de espécies que ainda são desconhecidas pela ciência e podem desaparecer antes mesmo de serem identificadas. Para o grupo, planos de preservação e mitigação de possíveis impactos devem preceder qualquer operação de mineração.
Já John R. Delaney, oceanógrafo da Universidade de Washington que se dedica há décadas ao estudo das fumarolas, afirma que o perigo maior da exploração econômica do leito oceânico está menos nos projetos em alto-mar do que naqueles em águas territoriais próximas à costa, especialmente nos países insulares do Pacífico.
-- Eles estão se preocupando mais com suas economias do que com o meio ambiente -- destaca.
Fonte: O Globo (24/07/12)
Categorias: Notícias Gerais, CEBDS, Imprensa, Notícias do Setor.
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