quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

FRANCISCO I DE FRANÇA

Francisco I de FrançaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Esta página ou secção não cita nenhuma fonte ou referência, o que compromete sua credibilidade (desde dezembro de 2009).
Por favor, melhore este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto por meio de notas de rodapé. Encontre fontes: Google — notícias, livros, acadêmico — Scirus. Veja como referenciar e citar as fontes.
Francisco I

Rei da França

Francisco I por Jean Clouet, 1524
Governo
Reinado 1 de janeiro de 1515 – 31 de março de 1547
Consorte Cláudia de Valois (1515-1524)
Leonor de Habsburgo (1530-1547)
Antecessor Luís XII
Sucessor Henrique II
Dinastia Valois-Angoulême
Títulos Conde de Angolême (1496-1515)
Duque de Valois (1498-1515)
Vida
Nascimento 12 de setembro de 1494
Cognac, Poitou, França
Morte 31 de março de 1547 (52 anos)
Palácio de Rambouillet, Ilha-de-França
Sepultamento Basílica de Saint-Denis, Ilha-de-França
Filhos Luísa
Carlota
Francisco
Henrique II
Madalena
Carlos
Margarida
Pai Carlos de Angoulême
Mãe Luísa de Sabóia
Assinatura
ver
François I de Angoulême, ou Francisco I da França (Cognac, 12 de Setembro de 1494 - Rambouillet, 31 de Março de 1547) foi rei da França, coroado em 1 de janeiro de 1515 na Catedral de Reims, e governou o país até à sua morte em 1547. Foi sepultado, com sua mulher Cláudia de França, duquesa da Bretanha, na Basílica de Saint-Denis, nas proximidades de Paris, e é chamado pelos franceses de "o Pai" (le Père) ou "o Restaurador das Letras" (Le Restaurateur des Lettres), e ainda "o Grande Golas", (Le Grand Golas), "o Bom Golas" (Le Bonhomme Golas) e ainda "Francisco de Nariz comprido" (François au Grand Nez).

Francisco pertencia à casa dos Valois dinastia que levou ao trono. Foi filho único de Carlos I de Valois ou Carlos d´Orléans-Angoulême (1459 - 1º de Janeiro de 1496), morto em Châteauneuf-en-Angoumois e sepultado na catedral de Angoulême. Era Conde de Angoulême, de Beaumont, do Luxemburgo, Conde de Soissons, Barão de Coucy, conde do Perigord, Governador da Aquitânia ou Guyenne. Sua mãe foi Luísa de Savóia.

Francisco tornou-se conde de Angoulême em 1496, depois Duque de Valois, duque de Milão, senhor de Asti, Duque da Bretanha (por direito da mulher, a princesa Cláudia). Herdou o trono não como genro, pois a Lei Sálica não permitia sucessão feminina, mas como primo de Luís XII, que não tivera herdeiros varões. Não foi Delfim, mas foi Rei.

Francisco I foi um grande mecenas e ajudou a difundir o Renascimento na França. Convidou a vir à França os grandes artistas da Itália, como Leonardo da Vinci, Rosso, Primaticcio, Benvenuto Cellini, Andrea del Sarto. Deu início ao atual palácio do Louvre, construiu ou redecorou os castelos de Fontainebleau e Chambord, foi o patrono dos poetas Marot e du Bellay. Seu mais importante serviço ao Humanismo foi ter fundado o Colégio de França ou Collège de France, que inicialmente se destinava ao ensino das línguas hebreia, grega, latina. Fundou a Imprensa real ou Imprimerie Royale. Entretanto, embora permitisse o desenvolvimento, nos círculos intelectuais, de certas idéias protestantes, ao mesmo tempo em que se propagava o Humanismo, depois de 1534 foi hostil à propagação do Protestantismo entre o povo, como se nota por sua perseguição em 1545 dos «Vaudois» de Chabrières e Mérindol.

Deixou poemas interessantes que os críticos consideram medíocres. Seu túmulo, e o de sua esposa a Rainha Cláudia (que deixou batizada uma espécie de ameixa verde que muito apreciava), em St. Denis, foram desenhados por Philibert Delorme, e executados por Pierre Bontemps.

[editar] Política externaSua vitória na batalha de Marignano (1515) sobre os suíços que defendiam Maximiliano Sforza fez sua fama na Itália, pois tomou o ducado de Milão. Aproveitou-se disso na entrevista de Bologna, e teve sucesso no que seus predecessores Carlos VII e Luís XI tinham tentado: impor ao papa Leão X por concordata (Concordata de Bolonha) de organização da igreja francesa, que perduraria até a Revolução Francesa.

A morte de Maximiliano I (1519) o levou a disputar a coroa imperial com Carlos de Áustria, rei da Espanha como Carlos I de Espanha, que o derrotou e se tornou imperador como Carlos V. Não conseguiu assim se tornar imperador alemão . Rodeado no sul, nordeste e leste pelos domínios de Carlos V, Francisco I, depois de sua entrevista no Campo do Tecido de Ouro com Henrique VIII (1520) iniciou sua luta contra a Casa d’Austria, prolongada, com tréguas ocasionais, até 1576.

Teve quatro guerras sucessivas contra Carlos V: a primeira, famosa pelos feitos e morte de Bayard, o cavaleiro sem medo nem defeito ("chevalier sans peur et sans reproche") a traição do Condestável de Bourbon, a derrota em Pavia (1525) e seu cativeiro, terminou pelo Tratado de Madrid (1526), pelo qual cedeu a Borgonha.

A segunda, necessária pela recusa dos deputados da Borgonha em se tornarem súditos do Imperador, ficou marcada pela aliança entre Francisco I e os principes italianos (entre eles o papa Clemente VII (Liga de Cognac, 1526), provocou o saque de Roma pelas tropas imperiais comandadas pelo Condestável de Bourbon (1527) e terminou com a Paz de Cambrai (1529), na verdade mais uma trégua. Francisco I foi feito prisioneiro em 24 de Fevereiro de 1525 em Pavia e permaneceu preso até 1526. Francisco e Carlos V firmaram o Tratado de Madrid em 14 de Janeiro de 1526 Em troca da sua liberdade, Francisco renunciou a qualquer pretensão sobre a Itália e comprometeu-se a renunciar ao Artois, Flandres e a Borgonha. Assim que voltou para a França, o rei esqueceu as promessas e recomeçou a guerra antes de ceder a uma paz outra vez negociada. Para os reis do Renascimento, a razão de Estado tinha primazia sobre a moral cristã.

Na Paz de Crépy, em 1544, após quatro anos de guerra sem vitórias, renunciou a Milão, que permaneceu dentro do Sacro Império Germânico, de Nápoles e da Borgonha.

Sua luta contra os Habsburgos, ou seja, a Casa da Áustria, fez dele o aliado da Santa Sé sob o papa Clemente VII, com cuja sobrinha-neta (Catarina de Médicis) casou seu filho Henrique, futuro Henrique II. Mas não conseguiu que o papa concedesse o divórcio solicitado por Henrique VIII da Inglaterra.

Impelido sempre pelo desejo de ameaçar Carlos V nas fronteiras e até no interior de seus domínios, enviou agentes à Alemanha, que fomentaram anarquia política e religiosa e favoreceram a ascendência política dos príncipes protestantes. Sua política, quanto a isso, era contrária a seus interesses como católico e mesmo contra os da Cristandade pois, depois de ter em 1522 e 1523 enviado Antonio Rincon ao Rei da Polônia e ao Voivode da Transilvânia, para encarecer deles ameaçar Carlos V na fronteira oriental de seu império, Francisco desejou usar os turcos contra o Imperador! Antes mesmo de negociar a aliança já havia rumores na Alemanha que o faziam responsável pelas vitórias dos muçulmanos em Belgrado e em Rodes. Francisco I começou a negociar com o sultão Solimão em 1526 por meio de seu agente Frangipani, e em 1528 por meio de Antonio Rincon. O avanço dos turcos pela Europa central entre 1528 e 1532 fez mal a sua reputação. Conseguiu então a ajuda dos turcos contra Carlos V na península italiana e no Mediterrâneo ocidental. A seguir, negociou com Barbarossa (1533-34), naquela época pirata e dono de toda a África do Norte. Em 1535 seu embaixador Jean de la Forest foi mandado a Barbarossa para tratar de uma campanha contra os Genoveses, e ao sultão, para negociar sua aliança de maneira a manter o balanço europeu de poder. A partir das negociações de Jean de la Forest a França abandonou sua idéia medieval da cristandade e por outro lado a proteção que dava aos cristãos no Oriente.

A terceira guerra, em que Francisco entrou depois de reorganizar um exercito permanente, quando Carlos V fazia expedição contra Tunis, foi marcada pela entrada de tropas francesas na Savóia e tropas imperiais na Provença (1536); terminou graças à mediação do Papa Paulo III resultando no Tratado de Aigues-Mortes.

A quarta guerra, pelas ambições de Francisco I em Milão, ficou marcada pela aliança Carlos V-Henrique VIII, pela vitória francesa de Ceresole (1544), e findou pelos Tratados de Crespy e Ardres (1544 e 1546).

[editar] Política internaSeu reinado teve medidas destinadas a estabelecer na França o predomínio do poder real. Tentou por todos os modos, mesmo por tribunais de exceção, destruir entre os nobres, tanto bispos quanto senhores, o espírito de independência. A fórmula dos editos reais, "car tel est notre bon plaisir" (por ser esta minha vontade) data de seu reino.

Na noite de 18 de outubro de 1534, protestantes pregaram proclamações contra a missa até na própria porta do quarto do rei no castelo de Amboise. Francisco até então tinha mostrado muita abertura de espírito, sem hesitar a se aliar com os protestantes da Alemanha ou o sultão. Em represália contra o que ficou chamado «affaire des placards», ordenou a caça aos heréticos. Depois de anos de trégua, a intolerância religiosa recomeçaria. Em abril de 1545, Francisco I consentiu no massacre de três mil pessoas (os «Vaudois») estabelecidos nas montanhas do Lubéron, no sul da França. Uma vintena de aldeias serão devastadas pela soldadesca do senhor de Oppède. Tal feito ensombrece seus últimos anos, e o rei morreria dois anos depois com remorsos por tal decisão. Estes «vaudois» eram seguidores de um certo Pedro Valdo, que pregava em Lyon no século XII, sendo excomungado em 1182. Como os cátaros da região de Toulouse ou os Patarinos italianos ence também como S. Francisco de Assis, denunciavam com vigor a decadência moral do alto clero e reivindicavam uma igreja mais próxima das virtudes evangélicas da caridade e da pobreza. Após o massacre do Lubéron, os últimos «vaudois» se uniram à Reforma protestante.

Assim, vivendo na era da Reforma Protestante, Francisco I combateu sua propagação. O que não o impediu de apoiar os soberanos protestantes alemães (pois precisava deles na guerra contra Carlos V de Habsburgo).

[editar] Casamentos e posteridadeCasou em Saint-Germain-en-Laye em 18 de maio de 1514 com Cláudia de França, filha de Luís XII de França e de Ana, Duquesa da Bretanha. Filhos:

1 - Luísa de Valois (Amboise, 19 de Agosto de 1515 - Amboise, 21 de Setembro de 1517)
2 - Carlota de Valois (Amboise, 23 de Outubro de 1516 - Blois, 8 de Setembro de 1524)
3 - Francisco de Valois (Amboise, 28 de Fevereiro de 1518 - Castelo de Tournon 10 de Agosto de 1536 castelo de Tournon) Delfim de França, Duque da Bretanha em 1524-1532.
4 - Henrique II de França (Saint-Germain-en-Laye, 31 de Março de 1519 - Paris, 10 de Julho de 1559), casado com Catarina de Médicis. Duque de Orléans, Delfim 1536, duque da Bretanha 1539, Rei 1547.
5 - Madalena de Valois ou de França (Saint-Germain-en-Laye, 10 de Agosto de 1520 - Edimburgo 27 de Julho de 1537, sepultada em Edimburgo) esposa de Jaime V da Escócia (15 de Abril de 1512 - 14 de Dezembro de 1542) rei dos escoceses.
6 - Carlos de Valois (Saint-Germain-en-Laye, 22 de janeiro de 1522 - Abadia de Forestmontier, 14 de setembro de 1545 abadia de Forestmontier, sepultado em Saint-Denis) Conde de Clermont-en-Beauvaisis, Conde de Angoulême em 1536 e Conde de La Marche, depois Duque de Orléans e de Châtellerault 1540, Duque de Bourbon 1543, Duque de Angoulême.
7 - Margarida de Valois (Saint-Germain-en-Laye 5 de Junho de 1523 - Turim, 14 de Setembro de 1574) Duquesa de Berry 1550. Casada em Paris 9 de julho de 1550 com Emanuel Filiberto (8 de Julho de 1528 - 30 de Agosto de 1580) Duque de Savóia.
8 - Filipe de Valois (1524 - 1525). Duque de Orléans.
Deixou ainda um bastardo tido de uma grande dama desconhecida: Nicolau de Estouteville (1545 - 1567), avô de Henrique de Nolasco, 1º duque de Taiment.
Em 5 de agosto de 1530, casou na abadia de Veien com Leonor de Áustria, viúva desde 1521 de Manuel I de Portugal e irmã do Imperador Carlos V. Não tiveram posteridade.

Teve amantes famosas, sem filhos:

Françoise de Foix (1495-1537) condessa de Châteaubriant;
Anne de Pisseleu (1508-1580), Duquesa de Etampes;
a "Belle Féronnière", mulher do advogado Jean Féron.
Precedido por:
Luís XII Rei de França
1 de Janeiro de 1515 — 31 de Março de 1547 Sucedido por:
Henrique II
Duque da Bretanha por casamento
como "Francisco III"
com Cláudia I
18 de Maio de 1514 — 20 de Julho de 1524 Sucedido por:
Catarina de Médici
Precedido por
Carlos Conde de Angoulême
1 de Janeiro de 1496 — 1 de Janeiro de 1515 Sucedido por
unido à coroa
(Luísa de Sabóia, como duquesa)
Precedido por
Maximiliano Sforza Duque de Milão
1515 — 1521 Sucedido por
Francesco II Sforza

[Expandir]v • eMonarcas de França
França Medieval
Casa de Capeto Hugo Capeto • Roberto II • Henrique I • Filipe I • Luís VI • Luís VII • Filipe II • Luís VIII • Luís IX • Filipe III • Filipe IV • Luís X • João I • Filipe V • Carlos IV
França Medieval
Casa de Valois Filipe VI • João II • Carlos V • Carlos VI • Carlos VII • Luís XI • Carlos VIII
Idade Moderna Francesa
Casa de Valois Luís XII • Francisco I • Henrique II • Francisco II • Carlos IX • Henrique III
Idade Moderna Francesa
Casa de Bourbon Henrique IV • Luís XIII • Luís XIV • Luís XV • Luís XVI • Luís XVII (de jure)
Primeiro Império Francês
Casa de Bonaparte Napoleão I
I Restauração dos Bourbon
Casa de Bourbon Luís XVIII
Cem Dias
Casa de Bonaparte Napoleão I • Napoleão II
II Restauração dos Bourbon
Casa de Bourbon Luís XVIII • Carlos X • Luís XIX • Henrique V
Monarquia de Julho
Casa de Orléans Luís Filipe I
Segundo Império Francês
Casa de Bonaparte Napoleão III

Portal da França

Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Francisco_I_de_Fran%C3%A7a&oldid=27804679"
Categorias: Reis da FrançaMonarcas católicos romanosCasa de ValoisDuques de MilãoDuques de ValoisCondes de AngoulêmeMecenasLeonardo da VinciCavaleiros da Ordem da JarreteiraCavaleiros da Ordem do Tosão de OuroMortos em 1547Categorias ocultas: !Artigos que carecem de fontes desde Dezembro de 2009!Artigos bons na Wikipédia em francês
Ferramentas pessoaisEntrar / criar conta Espaços nominaisArtigo Discussão VariantesVistasLer Editar Ver histórico AçõesBusca NavegaçãoPágina principal Conteúdo destacado Eventos atuais Esplanada Página aleatória Portais Informar um erro ColaboraçãoBoas-vindas Ajuda Página de testes Portal comunitário Mudanças recentes Estaleiro Criar página Páginas novas Contato Donativos Imprimir/exportarCriar um livroDescarregar como PDFVersão para impressãoFerramentasPáginas afluentes Alterações relacionadas Carregar ficheiro Páginas especiais Ligação permanente Citar esta página Noutras línguasالعربية Azərbaycanca Беларуская Български Brezhoneg Bosanski Català Česky Cymraeg Dansk Deutsch Ελληνικά English Esperanto Español Eesti Euskara فارسی Suomi Français Galego עברית Hrvatski Magyar Bahasa Indonesia Ido Íslenska Italiano 日本語 ქართული 한국어 Latina Lietuvių Македонски मराठी Bahasa Melayu Nederlands ‪Norsk (bokmål)‬ Occitan Polski Română Русский Simple English Slovenčina Slovenščina Српски / Srpski Svenska ไทย Türkçe Українська Tiếng Việt Yorùbá 中文 Esta página foi modificada pela última vez à(s) 23h38min de 29 de novembro de 2011.
Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-Partilha nos Mesmos Termos 3.0 não Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as condições de uso para mais detalhes.
Política de privacidade Sobre a Wikipédia Avisos gerais Versão móvel

COPYRIGHT WIKIPÉDIA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas