quinta-feira, 10 de junho de 2010

851 - HISTÓRIA DOS POVOS CELTAS

Notou algo diferente? Fizemos algumas melhorias na Wikipédia. Saiba mais. [Esconder]

Povos ibéricos pré-romanos
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa

Mapa Étnico-Linguístico da Península Ibérica cerca de 200 AC[2]


Série
História da Península Ibérica
Portugal Espanha
Pré-História
Período pré-Romano
Invasão romana
Hispânia: Citerior e Ulterior
Bética; Cartaginense; Galécia; Lusitânia e Tarraconense
Invasões bárbaras: Suevos e Visigodos
Invasão e domínio árabe
Período das Taifas
A Reconquista e o Reino das Astúrias
Reino de Leão
Portucale Aragão; Castela-Leão e Navarra
Os geógrafos gregos deram o nome de Ibéria, provavelmente derivado do rio Ebro (Iberus), a todas as tribos instaladas na costa sueste. Rufo Avieno no seu poema Ode Marítima (século IV d.C.) relata as aventuras de um navegador grego nos finais do século VI a.C., que descreve a existência de várias etnias na costa meridional atlântica que já praticavam a cultura megalítica e seriam, provavelmente, os responsáveis pelo comércio com o atlântico norte — os Estrímnios e os Cinetes (ou Cónios).

Pensa-se que a Península Ibérica foi habitada primordialmente por povos autóctones que vieram a ser conhecidos como Iberos, entre eles estão os Tartessos. Posteriormente, cerca de 1000 a.C. ou antes, chegaram à região povos Indo-Europeus de origem Celta que coexistiram com os povos Iberos, habitando regiões distintas na Península Ibérica: os Celtas viviam principalmente na zona Norte e Ocidental da Peninsula enquanto que os Iberos viviam na zona Sul e Leste da mesma. Na meseta Central, os povos Celtas mesclaram-se com os povos Iberos dando origem aos Celtiberos, que não se devem confundir com os Celtas Ibéricos (Celtas da Península Ibérica) que em Inglês se denominam de Celtiberians.

Entre os vários povos que habitavam a Península Ibérica encontravam-se: os Lusitanos, os Calaicos ou Gallaeci e os Cónios, entre outras menos significativas, tais como os Brácaros, Célticos, Coelernos, Equesos, Gróvios, Interamicos, Leunos, Luancos, Límicos, Narbasos, Nemetatos, Gigurri, Pésures, Quaquernos, Seurbos, Tamagani, Taporos, Zoelas, Turodos.

Gregos e Fenícios-Cartagineses também habitaram a península, estabelecendo pequenas colónias-feitorias comerciais costeiras semi-permanentes de grande importância estratégica. Contudo estes últimos dois povos terão exercido influências mínimas para a ascendência dos povos da Península, contribuindo apenas culturalmente, por exemplo com o alfabeto greco-ibérico para as escritas paleohispânicas.

Índice [esconder]
1 Iberos
2 Tartessos
3 Cónios
4 Celtas
5 Notas
6 Bibliografia
7 Ligações externas
8 Ver também


[editar] Iberos
Ver artigo principal: Iberos e Pré-história da Península Ibérica

Ocupação dos Iberos na Península Ibérica.
A célebre "Dama de Elche", século IV a.C. com características que mostram forte influência clássica grega.
Placa de chumbo com inscrição ibérica encontrada em Penya del MoroOs Iberos eram povos autóctones que habitaram o Sul e o Este da Península Ibérica na antiguidade. A respeito da sua origem, há várias teorias: a primeira considera que os Iberos são os habitantes originais da Europa Ocidental e os criadores da grande cultura megalítica que teve início em Portugal. Outra teoria sugere que eram povos originários do Norte da África, de onde emigraram provavelmente no século VI a.C. para a Península Ibérica, onde ocuparam uma faixa de terra entre a Andaluzia e o Languedoc (na França). Segundo outra teoria, os Iberos seriam de origem caucasiana, e teriam construído oppida muito semelhantes às mesmas construções encontradas na Escócia. Essa teoria está apoiada em evidências arqueológicas, genéticas e linguísticas.

Quando as primeiras migrações celtas chegaram ao ocidente europeu, os íberos já estavam estabelecidos alguns milênios antes, principalmente no este da península ibérica. Foram parceiros comerciais dos Fenícios, os quais fundaram dentro do território dos Iberos várias colônias comerciais, como Cádiz, Eivíssia e Empúrias. Contra os romanos a aliança entre Iberos e Celtas tornou-se mais forte e a partir do no século I a.C. formaram o povo conhecido como Celtiberos.

Na costa este, as tribos Iberas parecem ter estado agrupadas em cidades-estado independentes. No sul houve monarquias, e o tesouro de El Carambolo, perto de Sevilha, parece ter estado na origem da lenda de Tartessos. Em santuários religiosos encontraram-se estatuetas de bronze e terra-cota, especialmente nas regiões montanhosas. Há uma grande variedade de cerâmica de distintos estilos ibéricos.

A economia Ibérica tinha uma agricultura rica, forte exploração mineira e uma metalurgia desenvolvida. A língua Ibérica, uma língua não Indo-europeia continuou a ser falada durante a ocupação romana. Ao longo da costa Este, utilizou-se uma escrita Ibérica, um sistema de 28 sílabas e caracteres alfabéticos, alguns derivados dos sistemas fenício e grego, mas de origem desconhecida. Ainda sobrevivem muitas inscrições dessa escrita paleohispânica, mas poucas palavras são compreendidas, excepto alguns nomes de locais e cidades do século III, encontradas em moedas.

Tribos de Iberos:

Bastetanos
Turdetanos
[editar] Tartessos
Ver artigo principal: Tartessos

Tartessos.
Jarro tartesso de Valdegamas (M.A.N. Madrid).
Réplica do tesouro tartesso do Carambolo, Sevilha
Placa escrita da Fonte Velha (Bensafrim, Lagos)Tartessos (Τάρτησσος) era o nome pelo qual os gregos conheciam a primeira civilização do Ocidente. Herdeiros da cultura megalítica andaluza, que se desenvolveu no triângulo formado pelas actuais cidades de Huelva, Sevilha e Cádiz, os tartessos poderão ter desenvolvido uma língua e escrita distintas das dos povos vizinhos, com influências culturais de egípcios e fenícios. Estão perfeitamente documentados povoados ao longo do vale do Guadalquivir. A sua provável capital talvez fosse Turpa, no lugar que hoje ocupa o porto de Santa Maria, na desembocadura do Guadalete. Provavelmente, a cidade e a civilização já existiam antes de 1000 a.C., dedicadas ao comércio, a metalurgia e a pesca. A posterior chegada dos fenícios, talvez tenha estimulado o seu imperialismo sobre as terras e cidades ao seu redor, a intensificação da exportação das minas de cobre e prata. Os Tartessos converteram-se nos principais provedores de bronze e prata do Mediterrâneo. A sua forma de governo era a monarquia, e possuiam leis escritas em tábuas de bronze. No século VI a.C., Tartessos desaparece abruptamente da História, seguramente varrida por Cartago.

Apesar de existirem numerosos restos arqueológicos no sul da Espanha, como o tesouro do Carambolo, a cidade de Tartessos ainda não foi encontrada.

[editar] Cónios
Ver artigo principal: Cónios
Os cónios (do latim, Conii) eram os habitantes das actuais regiões do Algarve e Baixo Alentejo, no sul de Portugal, em data anterior ao séc. VIII a.C., até serem integrados na Província Romana da Lusitânia.

Para os defensores das teorias linguísticas actualmente aceites, os cónios teriam origem celta. Antes do séc. VIII a.C., a zona de influência cónia, segundo estudo de caracterização paleoetnológico da região,[1] abrangeria muito para além do sul de Portugal, desde o centro de Portugal até ao Algarve e todo o sul de Espanha até Murcia.

No Baixo Alentejo e Algarve foram descobertos vários vestígios arqueológicos que testemunham a existência de uma civilização detentora de escrita, a denominada escrita do sudoeste, anterior à chegada dos fenícios,[2] e que se teria desenvolvido entre o século VIII e o V a.C. A escrita que está presente nas lápides sepulcrais desta civilização e nas moedas de Salatia (Alcácer do Sal) e é datável na Primeira idade do Ferro, surgindo no sul de Portugal e estendendo-se até à zona de fronteira.[3]

As estelas mais antigas recuam até ao século VII a.C. e as mais recentes pertencem ao século IV. O período áureo desta civilização coincidiu com o florescimento do reino de Tartessos, algo a que não deverá ser alheio a intensa relação comercial e cultural existente entre os dois povos. Aparentemente a única escrita conhecida na região é a dos cónios, mas persiste alguma confusão em se chamar escrita tartessica à escrita cónia (vide artigos Tartessos e Cónios).

Aparentemente, antes da chegada dos romanos, os cónios eram monoteístas. O deus dos Cónios era Elohim, segundo uma estela que se encontra presentemente no Museu de Évora.

[editar] Celtas
Ver artigos principais: Celtas e Cultura castreja.

Distribuição dos celtas na Europa.
Citânia de Briteiros: casa reconstruída
Pedra Formosa de Castro das Eiras
Ruínas da Cividade de Terroso.
Reconstrução das muralhas de Numância o último bastião celtibero a resistir à invasão romana da península Ibérica.Celtas é a designação dada a um conjunto de povos, organizados em múltiplas tribos, pertencentes à família linguística indo-europeia que se espalhou pela maior parte do noroeste da Europa a partir do segundo milénio a.C., desde a península Ibérica até a Anatólia.

As origens dos povos celtas são controversas, especulando-se que entre 1900 e 1500 a.C. tenham surgido da fusão de descendentes dos agricultores danubianos neolíticos e de povos de pastores oriundos das estepes.[4] Esta incerteza deriva da complexidade e diversidade dos povos celtas, que além de englobarem grupos distintos, parecem ser a resultante da fusão sucessiva de culturas e etnias. Na península Ibérica, por exemplo, parte da população celta se misturou aos iberos, o que resultou no surgimento dos celtiberos.[5][6] Estudos defendem que as Escritas paleohispânicas encontradas em estelas no sudoeste da península Ibérica demonstram que os celtas do País de Gales vieram do sul de Portugal e do sudoeste de Espanha.[7][8]

Os celtas são considerados os introdutores da metalurgia do ferro na Europa, dando origem naquele continente à Idade do Ferro (culturas de Hallstatt e La Tène). A unidade básica de sua organização social era o clã, composto por famílias aparentadas que partilhavam um núcleo de terras agrícolas, mas que mantinham a posse individual do gado que apascentavam. A religião celta era politeísta com características animistas, sendo os seus ritos quase sempre realizados ao ar livre. O calendário anual possuía várias festas místicas, como o Imbolc e o Belthane, assim como celebrações dos equinócios e solstícios.

Mais recentemente foram apresentadas novas perspectivas sobre a celtização do Noroeste de Portugal e a identidade étnica dos Callaeci Bracari.[9] No país, os povoados castrejos do tipo citaniense apresentavam características identicos às dos povoados celtas. A citânia de Briteiros é exemplo de um povoado com características celtas, sendo, porém, necessário tomar esta designação no seu sentido lato: isto é - seria o local de habitação das numerosas tribos celtas (celtici).[10] Tongóbriga é um sítio arqueológico situado na freguesia de Freixo, também antigo povoado dos Callaeci Bracari.[11]

A maioria dos povos celtas foi integrada pelos Romanos, embora o modo de vida celta tenha, sob muitas formas, sobrevivido em grande parte do território por eles ocupado, como no norte de Portugal e a Galiza. Nestas regiões os traços linguísticos celtas sobrevivem nos topônimos, nalgumas formas linguísticas, no folclore e nas tradições. São os Celtas, os responsáveis pelos sufixos dunuum e briga em nomes de cidades, como Conímbriga (que viria a dar o nome à cidade de Coimbra), ou Miróbriga (Santiago do Cacém), Caetóbriga (Setúbal) e Lacóbriga (Lagos).

Tribos e povos celtas e de influência celta:

Brácaros
Calaicos
Celtiberos
Lusitanos
Célticos
[editar] Notas
↑ Dr. Manuel Maria da Fonseca Andrade Maia (Dissertação de Doutoramento em Pré-História e Arqueologia [1], Faculdade de Letras de Lisboa, 1987)
↑ IREA - Escritura en el so de la Peninsula Iberica
↑ Moedas de Salatia
↑ A.H.N.(1964). Celtas in "Enciclopédia Barsa". Vol. 4, p. 181-2. Rio de Janeiro, São Paulo: Encyclopaedia Britannica Editores Ltda.
↑ http://www.google.com/books?id=xh1a7SLBt2oC&pg=PA3&dq=celtici+celts+celtiberians+pure&as_brr=3&sig=EtQqMoi9rLR2y3EhJX55mIskjsQ#PPA3,M1
↑ http://www.google.com/books?id=9y0BAAAAQAAJ&pg=PA1087&dq=celtici+celts+celtiberians+pure&as_brr=3
↑ Our Celtic roots lie in Spain and Portugal - icWales (em inglês)
↑ ‘People called Keltoi, the La Tène Style, and ancient Celtic languages: the threefold Celts in the light of geography’. Aber News (em inglês)
↑ Coutinhas, J.M. Porto. 2006
↑ Cardozo, Mário. Citânia de Briteiros e Castro de Sabroso. 11.ª edição, Sociedade Martins Sarmento, Guimarães, 1990, p.13.
↑ DIAS, Lino Augusto Tavares. Tongobriga. Lisboa: IPPAR, 1997. ISBN 972-8087-36-5
[editar] Bibliografia
Atlas da História Universal (Times Books Ltds., Sociedad Comercial y Editorial Santiago Limitada, O Globo Ltda., Rio de Janeiro, 1995)
Coutinhas, J. M. - "Callaeci Bracari - aproximação à identidade etno-cultural". Porto. 2006.
Powell, T.G.E - The Celts, ed. rev. (Thames & Hudson Publishers, Inc., Londres, 1959)
(em espanhol) ABAD, L., Consideraciones en torno a Tartessos y los orígenes de la cultura ibérica, Archivo Español de Arqueología 52, 1979, págs. 175-193.
(em espanhol) BENDALA, M., Notas sobre las estelas decoradas del S. O. y los oríenes de Tartessos, Habis 8, 1977, págs. 177-205.
(em espanhol) FERNÁNDEZ JURADO, J., 1988-89: Tartessos y Huelva, Huelva Arqueológica, X-XI, vol. 3, 101-121.
(em espanhol) RUIZ MATA, D., 1994: Fenicios, tartesios y turdetanos, Huelva Arqueológica XIV, 325-367.
(em espanhol) SCHULTEN, A., Tartessos, Madrid, 1945.
(em espanhol) VIOLAT BORDONAU, F. Tartessos, Mastia y las rutas comerciales de la antigüedad, 2007.
[editar] Ligações externas
E-Keltoi. Volume 6: The Celts in the Iberian Peninsula (em inglês)
Mapa pormenorizado dos Povos Pré-Romanos da península Ibérica (200 a.C.)
Citânia de Briteiros: visita virtual
Teses sobre Tartessos (em castelhano)
Novidades sobre a investigação de Tartessos na imprensa (em castelhano)
Tartessos, Mastia e as rotas comerciais da antigüidade (em castelhano)
[editar] Ver também
Geografia romana em Portugal
Arte ibera
O Wikimedia Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Ibéria pré-romanaObtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_ib%C3%A9ricos_pr%C3%A9-romanos"
Categorias: História de Portugal | Povos ibéricos pré-romanos | Hispânia
Ferramentas pessoais
Funcionalidades novas Entrar / criar conta Espaços nominais
Página Discussão VariantesVistas
Ler Editar AçõesVer histórico
Busca

PesquisaNavegação
Página principal Conteúdo destacado Eventos atuais Esplanada Página aleatória Portais colaboração
Boas-vindas Ajuda Página de testes Portal comunitário Mudanças recentes Estaleiro Criar página Páginas novas Contato Donativos Imprimir/exportar
Criar um livroDescarregar como PDFVersão para impressãoFerramentas
Páginas afluentes Alterações relacionadas Carregar ficheiro Páginas especiais Link permanente Citar esta página Noutras línguas
English Español Nederlands Русский Esta página foi modificada pela última vez às 23h07min de 28 de abril de 2010.
Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-Compartilhamento pela mesma Licença 3.0 Unported (CC-BY-SA); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as Condições de Uso para mais detalhes.
Política de privacidade Sobre a Wikipédia Avisos gerais

COPYRIGHT DEVIDO A WIKIPÉDIA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas