segunda-feira, 7 de junho de 2010

634 - QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO

O que a Wikipédia não é?A História do Declínio e Queda do Império Romano
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa

Edward Gibbon,
por Henry Walton[1]A História do Declínio e Queda do Império Romano (no original em inglês The History of the Decline and Fall of the Roman Empire) é uma obra monumental de Edward Gibbon. É considerada um marco no campo da história e é frequentemente considerada a primeira obra "moderna" de história. Foi publicado em seis volumes. O primeiro volume foi publicado em 1776 e o último volume em 1788. Gibbon devotou grande parte da sua vida a esta obra.

Gibbon, como muitos historiadores antes do estabelecimento da ciência da arqueologia, dependia de fontes literárias. Ele recorreu muito raramente a fontes secundárias de historiadores ou literatos já falecidos, preferindo recorrer a contemporâneos ou quase-contemporâneos. Uma razão importante para que a obra de Gibbon tenha prevalecido no tempo foi o seu julgamento prudente e esclarecido quanto à fidelidade das fontes e ainda o seu esforço diligente na sistematização das afirmações de outros historiadores.

A obra é considerada a primeira da história "moderna" porque procura explicações para eventos históricos em termos de sociedade, cultura e política, em vez de seguir uma lógica de um plano divino. Autores cristãos prévios quase sempre explicaram acontecimentos em termos religiosos e não procuraram as explicações "neste mundo". Gibbbon manteve-se fiel a um cepticismo crítico e escreveu uma versão bem diferente da história.

Após a sua publicação inicial, provocou uma considerável controvérsia. Não apenas rejeitou a atribuição do curso da história a um plano divino, mas também escreveu extensivamente sobre a cristandade no seu início, em termos que apesar de serem historicamente precisos e detalhados, nem sempre são favoráveis aos cristãos da antiguidade.

Índice [esconder]
1 Controvérsia: capítulos XV, XVI
2 Ver também
3 Referências
4 Bibliografia
5 Ligações externas


[editar] Controvérsia: capítulos XV, XVI
O volume I foi originalmente publicado em seções, como era comum para grandes trabalhos na época. As duas primeiras foram bem recebidas e muito elogiadas. A quarta seção do volume I, especialmente os capítulos XV e XVI, foram altamente controversos, e Gibbon foi atacado como "pagão". Gibbon desafiou a história ao estimar números de mártires cristãos bem menores do que tradicionalmente aceito. Devido ao fato de que a Igreja Católica tinha o virtual monopólio e suas próprias interpretações latinas eram consideradas sacrossantas, o resultado foi que os escritos da Igreja raramente foram questionados antes. Para Gibbon, porém, os escritos da Igreja eram fontes secundárias, e ele as preteriu em favor de fontes primárias contemporâneas do período estudado. Esta é a razão de Gibbon ser considerado o "primeiro historiador moderno".

Ele comparou o reinado de Diocleciano (284–305), e Carlos V (1519–1556) e o eleitorado do Sacro Império Romano-Germânico, construindo o argumento de que os dois eram surprendentemente similares. Ambos imperadores foram assolados por guerras contínuas e taxação excessiva; ambos escolheram abdicar como imperadores aproximadamente com a mesma idade; e ambos escolheram uma vida tranquila após a aposentadoria.

O excerto que se segue, do capítulo XV, é o último parágrafo do volume I. Este excelente exemplo demonstra o estilo da escrita de Gibbon, o seu uso da ironia e de humor e o seu cepticismo acerca da história da cristandade num parágrafo:

"Mas como deveremos perdoar a negligência indiferente do mundo pagão e filosófico que foram apresentadas, não para seu julgamento mas para os seus sentidos? Durante a época de Cristo e seus apóstolos, e dos seus primeiros discípulos, a doutrina que eles professavam era confirmada por inúmeros prodígios. Os coxos caminhavam, os cegos viam, os doentes eram curados, os mortos ressuscitavam, demónios eram esconjurados e as leis da Natureza eram frequentemente suspensas em benefício da igreja. Mas os sábios de Roma e da Grécia desinteressaram-se deste horrível espetáculo e, prosseguindo as suas ocupações normais da vida e do estudo, pareciam inconscientes de quaisquer alterações na moral e no governo material do mundo. Sob o reinado de Tibério, o mundo inteiro, ou pelo menos a celebrada província do Império Romano, estava envolvido na obscuridão sobrenatural. Mesmo este evento miraculoso, que deve ter apelado à curiosidade e devoção da humanidade, passou sem grande notícia numa época de ciência e de história. Aconteceu durante a vida de Séneca e de Plínio o Velho, que devem ter experimentado os efeitos imediatos ou recebido a informação mais privilegiada do prodígio. Qualquer um destes filósofos recolheu detalhadamente os fenómenos da natureza, tremores de terra, cometas e eclipses que a curiosidade infatigável pode recolher. Quer um quer outro omitiram uma menção ao maior fenómeno que algum mortal testemunhou desde a criação do globo."
Apesar da surpresa professada em ver que os contemporâneos de Cristo ignoraram tal evento, é óbvio que a intenção de Gibbon foi a de mostrar que não há evidência histórica de que os eventos recordados no Novo Testamento mencionando a ressurreição de Cristo tenham verdadeiramente acontecido. No seu tempo, uma tal afirmação não seria bem recebida, para dizer o mínimo. Mesmo Edward Gibbon terá sentido a necessidade de obscurecer esta declaração em ironia. Deve-se observar que 380 d.C., a religião cristã tinha sido tornada a religião oficial do Império Romano por Teodósio I.

A data de 476 d.C., ano da deposição do último imperador de Roma (Rômulo Augusto) pelo hérulo Odoacro é apontada como Edward Gibbon como o ano da queda do Queda do Império Romano do Ocidente, o que é convencionalmente aceite e considerado como o fim da Antiguidade e início da Idade Média.

[editar] Ver também
Império Romano
Constantino I (272-337) - Primeiro imperador romano a reconhecer o cristianismo
Édito de Milão (313) - Documento histórico. O cristianismo deixa de ser perseguido
Primeiro Concílio de Niceia (325) - Primeira conferência dos bispos da igreja com a tolerância (e mesmo o apoio) do imperador romano
Santo Jerónimo (340-420)- Tradutor da Bíblia para o Latim. Um passo importante na expansão da religião cristã no Império Romano, imediatamente antes do colapso deste
Cristianismo
Referências
↑ National Portrait Galery (em inglês). National Portrait Galery - Edward Gibbon (2009). Página visitada em 07 de janeiro de 2010.
[editar] Bibliografia
GIBBON, Edward. Declínio e queda do Império Romano. Edição abreviada. São Paulo: Companhia da Letras: Círculo do Livro, 1989.
[editar] Ligações externas
A história do declínio e queda do império romano - Projeto Gutemberg. Baseado no Rev. H.H. Milman – Edição de 1845. Consultado em 11 de Março de 2008. (em inglês)
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Hist%C3%B3ria_do_Decl%C3%ADnio_e_Queda_do_Imp%C3%A9rio_Romano"
Categorias: Livros críticos de religião | Livros de 1776 | Livros de 1781 | Livros de 1788 | Livros do Reino Unido | Império RomanoVistasArtigo Discussão Editar Histórico Ferramentas pessoaisExperimente o Beta Entrar / criar conta Busca
Navegação
Página principal
Conteúdo destacado
Eventos atuais
Esplanada
Página aleatória
Portais
colaboração
Boas-vindas
Ajuda
Página de testes
Portal comunitário
Mudanças recentes
Estaleiro
Criar página
Páginas novas
Contato
Donativos
Imprimir/exportar
Criar um livro
Descarregar como PDF
Versão para impressão
Ferramentas
Páginas afluentes
Alterações relacionadas
Carregar ficheiro
Páginas especiais
Link permanente
Citar esta página
Noutras línguas
Български
Català
Deutsch
English
Español
Français
עברית
Italiano
日本語
한국어
Nederlands
Türkçe
中文

Esta página foi modificada pela última vez às 00h32min de 6 de junho de 2010. Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-Compartilhamento pela mesma Licença 3.0 Unported (CC-BY-SA); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as Condições de Uso para mais detalhes. Política de privacidade Sobre a Wikipédia Avisos gerais


COPYRIGHT DEVIDO A WIKYPEDIA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas