segunda-feira, 7 de junho de 2010

627 - AS REBELIÕES JUDAICAS

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Cristo nasceu, viveu e foi morto durante a mesma ebulição que deu origem a Massada
Entenda a origem das revoltas judaicas que marcaram os primeiros séculos de nossa Era e acompanhe as coincidências com os primeiros desenvolvimentos do Cristianismo

Leão Serva, Editor do Último Segundo, em Massada

reprodução

Visto do alto da montanha, o perfil do palácio de Herodes, que continha cômodos luxuosos e colunas em estilo romano feitas de terra mas pintadas de branco, parecendo mármore
A história de Massada se confunde com os primeiros anos da era Cristã, quando os cristãos ainda eram uma seita judaica que acreditava que o Messias, o filho de Deus prometido nas profecias antigas, já tinha vindo à Terra e sido morto por seu próprio povo. Outras seitas disputavam a supremacia entre os judeus enquanto fervia no povo a indignação pela condição de colônia do Império Romano.

Os judeus já tinham se espalhado por vários cantos do mundo: antes mesmo de Cristo nascer, uma colônia numerosa habitava a Espanha (sefarad, como chamavam a península); muitos não tinham deixado a Babilônia no fim do exílio da maioria do povo e, portanto, onde hoje está o Iraque havia uma outra grande colônia. No Egito, outros; na Grécia também e em todas as grandes cidades do Mediterrâneo, inclusive em Roma.

Nessas fronteiras, o povo de Israel vivia a condição ambígua de ter poder, por ser uma multidão presente em cada canto do mundo de então, e de não ter, pois todos se encontravam numa espécie de exílio na casa dos outros. A conquista pelos romanos (em 63 a.C) tinha levado essa ambigüidade até mesmo à Terra Prometida.

Os romanos governavam com discrição para não ferir as suscetibilidades do povo da terra: seus governadores (como o Pôncio Pilatos da Bíblia) administravam os interesses do império enquanto funcionava uma monarquia judaica que cuidava das questões locais e da política doméstica. É esse o caso de Herodes, que aparece na Bíblia sentindo-se ameaçado pelo nascimento de um "rei dos Judeus" e que por isso manda matar todas as crianças nascidas naquele período.

Foi em um clima de revolta por explodir que nasceu e foi morto Jesus, numa época em que muitos judeus questionavam essa dualidade, expressa por exemplo, por Cristo quando diz que os judeus deveriam pagar os impostos e usar a moeda de Roma, dando "a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".

Herodes foi um grande construtor. Fez o porto de Cesaréia, ergueu muitos palácios e obras em toda a região e, por isso, é chamado de O Grande Construtor. Entre outras muitas obras, decidiu construir um luxuoso palácio no alto da montanha de Massada, onde há vários séculos havia uma fortaleza militar que vigiava a margem oeste do Mar Morto. Depois de sua morte, seus filhos governaram por certo tempo e depois os romanos encerraram a ambigüidade e passaram a exercer o poder diretamente.

A revolta então se acentuou. Duas grandes rebeliões ocorreram em Israel durante esse período histórico. A Primeira Guerra Judaica começou no ano 66 d.C e durou cerca de quatro anos. Quando terminou, os romanos conquistaram Jerusalém e destruíram o Templo, construído originalmente por Salomão. Só o que restou foi um pedaço do muro, que é hoje o Muro das Lamentações. Uns mil revoltosos, fugindo da derrota em Jerusalém, conseguem tomar a fortaleza de Massada e se instalam ali por três anos. Cerca de dois anos depois, quando sentiram que já dominavam o resto do território, os romanos enviaram um exército de 15 mil homens para dizimar aqueles últimos rebeldes, o que só conseguiram depois de quase um ano de sítio.

Uma Segunda Guerra Judaica eclodiu em 132 d.C e durou mais três anos. Ao final, o imperador Adriano mandou trocar o nome de Jerusalém para Aelia Capitolina, proibiu a entrada de judeus na nova cidade, dissolveu todas as comunidades judaicas no país e as expulsou, dando início à chamada Diáspora.

Os judeus foram obrigados a se espalhar pelo mundo, buscando principalmente aqueles lugares onde já estavam instaladas comunidades judaicas (na Espanha, em Roma, no Egito, nas cidades gregas, na Mesopotâmia).

É nessas regiões que vão pregar os apóstolos de Cristo e seus seguidores, falando primeiro às comunidades judaicas. No entanto, eles constatam que muitos dos habitantes das outras comunidades e religiões se convertem a nova seita. E é nesses lugares, onde os judeus viviam exilados, que o cristianismo vai crescer, não tanto entre os judeus, mas entre gregos, romanos, egípcios etc.

Por isso, Paulo obtém dos outros apóstolos autorização para não exigir a conversão ao judaísmo (a circuncisão e observância de todos os ritos específicos) daqueles estrangeiros que queriam ser batizados no cristianismo.

Em poucos anos, a nova religião seria uma religião "católica" (que em grego, a língua franca daquele tempo, quer dizer universal), com mais adeptos fora do que dentro das comunidades judaicas. E que, por não seguir os ritos judaicos, se afasta da origem.
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