segunda-feira, 7 de junho de 2010

601 - IMPÉRIO ROMANO

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Escultura representando o tetrarcas de Roma

A rejeição do exército romano a Carino, culminou na eleição de Diocles, oficial do Estado-Maior, que assumindo a púrpura imperial, assassinou Aper pessoalmente. Esse mesmo Diocles passou à História como o imperador Diocleciano. Em 285, Carino foi morto em combate perto de Belgrado e Diocleciano passou a controlar todo o império.

Na Roma de então, o poder autocrático era incompetente para governar e defender o imenso império e várias províncias tentavam se libertar e viver sob o governo de imperadores próprios. Dada a complexidade dos problemas políticos e administrativos decorrentes da vastidão do Império Romano, bem como a necessidade de um sistema organizado para a sucessão dos imperadores, julgou Diocleciano que a forma de resolver essas questões seria dividir de facto (juridicamente ele continuava uno) o Império Romano em pars Orientis e pars Occidentis.

Partilhou o poder com Maximiano (um general de sua confiança), que foi proclamado César em 285. Em 286, no entanto, diante da revolta de Caráusio, que pretendia ver reconhecida sua autoridade sobre a Britânia e a costa do Canal da Mancha, Maximiano foi proclamado Augusto, ficando estabelecido que governaria o Ocidente (pars Occidentis) a partir de Milão, cabendo a Diocleciano o governo do Oriente (pars Orientis) a partir de Nicomédia, no Mar de Mármara. Diocleciano não dividiu propriamente o poder com seu companheiro de armas Maximiano (ou Maximiliano), pois, na realidade, Diocleciano estava colocado em posição superior à de Maximiano: na titulatura então desenvolvida, Diocleciano era Jovius, semelhante a Júpiter, o máximo deus romano, enquanto Maximiano era Herculius, semelhante a Hércules, o herói máximo da mitologia romana, que, no entanto, era filho e servidor de Júpiter.

A partir daí, o Império passou a ter dois Augustos, cada qual com exército, administração e capital próprios, embora Diocleciano continuasse a ser o chefe do Estado, representando a unidade do mundo romano. Esse sistema ficou conhecido como diarquia.

Em 293, cada imperador escolheu um sucessor: Diocleciano indicou Galério enquanto Maximiano indicou Constâncio Cloro. A partir de então, passaram a existir quatro imperadores, dois deles com o título de Augusto e dois com o título de César. Constâncio Cloro e Galério foram proclamados Césares. Os césares eram chefes militares capazes de governar e proteger o império, adotados como filhos pelos Augustos, a quem sucederiam em caso de morte, incapacidade provocada pela velhice ou decorridos vinte anos de seus governos. Os césares, lugar-tenente dos Augustos, também possuíam capital, exército e administração próprios. A essa organização dá-se o nome de tetrarquia, pois há dois augustos e dois césares.

O imperador Diocleciano reabilitou as velhas tradições, incentivando o culto dos deuses antigos. Perseguiu os maniqueus, hereges de origem persa. Empreendeu aquela que é conhecida por alguns historiadores eclesiásticos como a penúltima grande perseguição empreendida pelo Império Romano contra o Cristianismo: foi a era dos mártires.

Para uma personalidade tão tradicionalista quanto a Diocleciano, o abandono dos rituais do paganismo antigo em favor de uma religião de origem estrangeira só podia ser tido como algo inquietante, e o Augusto parece ter cedido às insistentes propostas de seu César, Galério, homem de origens humildes e também, como soldado, adepto do paganismo, que considerava que a presença de funcionários cristãos na corte retirava aos sacrifícios e outras práticas rituais sua eficácia. Exatamente por isso, o pretexto que desencadeou a perseguição teria sido um sacrifício no palácio imperial de Nicomédia, oficiado por Diocleciano, em que os cristãos presentes haviam acintosamente feito gestos para desviar a presença do que, para eles, eram demônios idólatras. Em fevereiro de 303, um primeiro edito imperial ordenava a destruição geral de igrejas, objetos de culto cristãos, e a destituição de funcionários que fossem adeptos da “nova” religião; um segundo edito ordenou a prisão geral do clero. Um terceiro previa a libertação dos cristãos em caso de apostasia, e o quarto e último, de 304, ordenava toda a população do Império a sacrificar aos deuses sob pena de morte ou trabalhos forçados em minas.

A última, a mais sistemática e a mais terrível de todas as perseguições deu-se neste governo. Em uma série de editos determinou que :

Todos os exemplares da Bíblia fossem queimados;

Todos os templos construídos em todo o império durante meio século, fossem destruídos;

Todos os pertencentes as ordens clericais fossem presos;

Ninguém seria solto sem negar o Cristianismo;

Pena de morte para quem não adorasse aos deuses;

Prendiam os cristãos dentro dos templos e depois ateavam fogo;

Consta que o imperador erigiu um monumento com a inscrição: ” Em honra ao extermínio da superstição cristã”.

As perseguições de Diocleciano, esbarraram, no entanto, na falta de entusiasmo de uma população já bastante cristianizada, especialmente no Oriente, onde Diocleciano e Galério governavam diretamente. Na parte do Ocidente, sob sua administração, o César Constâncio Cloro limitou-se a aplicar o primeiro edito, também sem muito entusiasmo. O zelo administrativo dos funcionários, no entanto, foi suficiente para garantir perseguições violentas tanto no Oriente como na parte do Ocidente governada por Maximiano (Itália e África), que só arrefeceriam em 311, quando Galério, moribundo, emitiu um édito de descriminalização do Cristianismo junto com seu César Licínio e pediu orações aos cristãos pelo seu restabelecimento. O édito de tolerância de Galério abriria caminho ao Édito de Milão de 313, editado por Licínio e Constantino I que não apenas toleraria o Cristianismo, mas o reconheceria primeiro como uma das religiões oficiais, e, finalmente, como a única religião do império.

Diocleciano impôs o uso do latim como língua administrativa nas províncias de língua grega do Oriente. Prestigiou as leis romanas. Dividiu o império em 101 províncias, agrupadas em doze dioceses reunidas em quatro prefeituras.

Satisfeito por ver o sistema tetrárquico assegurado com a proclamação de Constâncio e Galério como imperadores, abdicou, juntamente com Maximiano, em 305, conforme havia estabelecido, e retirou-se para ‘Salona (atual Solin, na Croácia).

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