sábado, 5 de junho de 2010

452 - OS ROMANOS

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Antiga Roma
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[[Imagem:Roman Empire map.gif|thumb|300px|Expansão do domínio romano:
República romana

Império romano

Império romano de ocidente
{{Lenda|#bc4|[[Império romano de oriente Lenda|#5cc45e|Estados herdeiros do Império bizantino}} ]] Antiga Roma designa ao Estado surgido da expansão da cidade de Roma, que em sua época de apogeo, chegou a abarcar desde Grã-Bretanha ao deserto do Sahara e desde a Península Ibéria ao Éufrates, provocando um importante florecimiento cultural na cada lugar no que governou.

REDIRECT Plantilla:Cita requerida Em um princípio, depois de sua fundação (segundo a tradição em 753 a. C.) Roma foi uma monarquia etrusca. Mais tarde (509 a. C.) foi uma república latina, e em 27 a. C. converteu-se em um império. Ao período de maior esplendor conhece-se-lhe como Paz romana, devido ao relativo estado de harmonia que prevaleceu nas regiões que estavam baixo o domínio romano, um período de ordem e prosperidade que conheceu o Império baixo a dinastía dos Antoninos (96-192) e, em menor medida, baixo a dos Severos (193-235). Marcou a idade de ouro de Occidente e o acordar de Oriente.
Tabela de conteúdo
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1 A fundação segundo a lenda
1.1 Primeira parte
1.2 Segunda parte
1.3 Morte
2 A fundação segundo a historiografía
2.1 Monarquia
2.2 República romana
2.3 Império romano
2.4 Queda do império
3 Estrutura social e política
3.1 A cidade
3.1.1 Cidades dependentes de Roma
3.2 O rei
3.3 O senado
3.4 Divisões da população romana: as gens e as curias
3.5 As eleições
3.6 Cidadãos plenos, honorarios e clientes
3.7 O exército
3.7.1 Instrução e treinamento
3.7.2 Os Efectivos
3.8 Classes sociais
3.8.1 Na Monarquia
3.8.2 Na República
3.8.3 No Principado
3.8.4 No Dominado
4 A constituição de Servio Tulio e as novas divisões de população
4.1 As tribos
4.2 O censo
4.3 A justiça
4.4 A propriedade e os contratos
5 Cultura
6 Situação da mulher
7 Províncias romanas
8 Veja-se também
9 Referências
10 Bibliografía
11 Enlaces externos


A fundação segundo a lenda
Segundo a tradição romana, Rómulo (c. 771 a. C.[1] – c. 717 a. C.) e seu irmão gémeo Remo (c. 771 a. C. – c. 753 a. C.) foram os fundadores de Roma e do Senado romano. A historiografía actual considera falsa esta tradição, fixando a origem da cidade no final do século VII a. C.[2]

Primeira parte
Numitor era o rei de uma cidade de Lacio chamada Alva Longa]]. Foi destronado por seu irmão Amulio, quem expulsou-o da cidade, e procedeu a matar a todos seus filhos varões excepto a sua única filha Rea Silvia. Como não queria que Rea Silvia tivesse filhos a obrigou a dedicar ao culto de Vesta assegurando desta forma de que ia permanecer virgen. Rea Silvia encontrava-se dormindo na orla de um rio e o deus Marte ficou prendado dela, a possuiu e a deixou grávida. Como consequência desta união, Silvia, teve dois gémeos aos que posteriormente chamou Rómulo e Remo. Dantes de que o rei Amulio se inteirasse do acontecimento, colocou a seus filhos em uma cesta no rio Tíber para que não sofressem o mesmo caminho que seus tios. A cesta embarrancó. Os pequenos foram amamantados por uma loba, Luperca, e mais tarde recolhidos pelo pastor Fáustulo e cuidados por sua mulher, Aca Larentia. Dizia-se que tinham sido educados em Gabio, localidade do Lacio; mais tarde dedicaram-se ao bandolerismo.

Segunda parte
Quando cresceram, descobriram sua origem, pelo que regressaram a Alva Longa, mataram a Amulio e repuseram a seu avô Numitor no trono. Este lhes entregou territórios ao noroeste do Lacio. No 753 a. C. os dois irmãos decidiram fundar uma cidade nesse território em uma planície do rio Tíber, segundo o rito etrusco, no preciso lugar em onde embarrancó a cesta. Delimitaron o recinto da cidade (pomoerium) com um arado que seria a suposta Roma quadrata do Palatino. Rómulo jurou matar a todo aquele que traspassasse os limites sem permissão.

Discutindo sobre o nome da cidade decidiram que elegê-lo-ia aquele que avistase mais pássaros, prova que superou Rómulo e outorgou à cidade o nome de Roma (muito similar a seu nome e em parte baseado na heroína Roma). Remo, enojado, discutiu com Rómulo e apagou o surco dos limites da futura cidade. Cumprindo o juramento, Rómulo matou-o.

A cidade foi levantada no pomoerium palatino, e Rómulo ficou como único soberano. Criou o senado, composto por cem membros (patres) cujos descendentes foram chamados patricios e dividiu a população em 30 curias. Para povoar a cidade, Rómulo aceitou todo o tipo de gente (asylum): refugiados, libertos, escravos, prófugos, etc.

Morte
Rómulo morrerá em 717 a. C. Existem várias versões de sua morte, já arrebatado pelos céus no meio de uma tempestade provocada por seu pai Marte ou bem assassinado por uns senadores discrepantes. Em honra à data de seu desaparecimento celebravam-se as festas Nonas Caprotinas. Acabará divinizado e adorado baixo a advocación de Quirino.

Depois de sua morte produzir-se-á em um ano de interregnum até que o senado elege como rei a Numa Pompilio.

Na cronología actual a data da fundação de Roma fixou-se o 21 de abril de 753 a. C. Esta data era o ano 0 para o Império romano, já que tomava-lha como ponto de referência para datar eventos no mundo romano. Aludia-lho como o Nascimento de Roma (200 aUC: Anno 200 ab Urbe Condita: «No ano 200 desde a Fundação da Urbe ou do Nascimento de Roma»).

Recentemente, em novembro de 2007, produziu-se o achado da gruta que na antigüedad era reverenciada como o lugar onde se achava que tinham sido amamantados os gémeos Rómulo e Remo.

A fundação segundo a historiografía
O Império romano durante o governo de Trajano.Artigo principal: Fundação de Roma
A cidade de Roma surgiu dos assentamentos de tribos latinas, sabinas e etruscas, sendo os primeiros habitantes de Roma nas sete colinas, na confluencia entre o rio Tíber e a Via Salaria, a 28 km do mar Tirreno. Neste lugar o Tíber tem uma ilha onde o rio pode ser atravessado. Devido à proximidade do rio e do vau, Roma estava em uma encrucijada de tráfico e comércio.

Ao redor do século VIII a. C. os assentamentos unificaram-se baixo o nome de Roma Quadrata. A lenda, conta que Roma foi fundada por Rómulo o 21 de abril de 753 a. C. Rómulo, cujo nome se diz teria inspirado o nome da cidade, foi o primeiro dos sete Reis de Roma em ter sido elegido. Os historiadores romanos dataram a fundação no 753 a. C., e desde essa data contaram sua idade ou calendário particular. Assim mesmo, também existe uma teoria crítica da fundação de Roma, aparte da teoria legendaria. A teoria crítica, sustentada por muitos autores vem a dizer que Roma surge a partir do forum romanum.

Veja-se também: Calendário romano e Ab urbe condita
Monarquia
Artigo principal: Monarquia romana
A naciente cidade-estado é governada por um rei (rex) elegido por um conselho de idosos (senatus). Os reis míticos ou semi-míticos são (em ordem cronológico): Rómulo, Numa Pompilio, Tulio Hostilio, Anco Marcio, Lucio Tarquinio Prisco, Servio Tulio e Lucio Tarquinio o Soberbio. O último deles, Lucio Tarquinio o Soberbio, foi derrocado no ano 509 a. C. quando a República Romana foi estabelecida.

República romana
Artigo principal: Antiga república romana
A República romana foi estabelecida no ano 509 a. C., segundo os últimos escritos de Tito Livio, quando o rei foi desterrado, e um sistema de cónsules foi colocado em seu lugar. Os cónsules, ao princípio patricios mas mais tarde plebeus também, eram oficiais eleitos que exerciam a autoridade executiva, mas tiveram que lutar contra o senado romano, que cresceu em tamanho e poder com o estabelecimento da República. Neste período se fraguarían suas instituições mais características: o senado, as diversas magistraturas, e o exército.

Os romanos submeteram gradualmente aos ocupantes da península itálica, a maioria emparentadas com as tribos itálicas (de origem indo-europeu; como os samnitas) mas também etruscos. A última ameaça à hegemonía de Roma na Itália chegou quando Tarento, uma grande colónia grega, ajudou a Pirro de Epiro em 282 a. C.

Na última metade do século III a. C., Roma enfrentou-se com Cartago nas duas primeiras Guerras Púnicas, conquistando Sicília e Iberia. Após derrotar a Macedonia e a Dinastía Seléucida no século II a. C., o naciente estado consegue uma enorme expansão tanto política como económica, se estendendo por todo o Mediterráneo.

Enquanto, os conflitos entre patricios e plebeus caracterizaram a pugna política interna (ver Secessio plebis) durante todo o período republicano, só paulatinamente conseguirão os plebeus a plena equiparación política (ainda que não social).

A expansão traz consigo profundas mudanças na sociedade romana. A inadecuada organização política (pensada para uma pequena cidade-estado e não para o grande território que é já Roma) se faz patente para alguns, mas todas as tentativas de mudança são bloqueados pela ultraconservadora elite senatorial. O confronto entre as diversas facções produz no século I a. C. uma crise institucional, que conduzirá a diversas revoltas, revoluções e guerras civis.

Império romano
Artigo principal: Império romano
Ficheiro:Roman Empire.png Posses do Império romano em 133 a. C. (vermelho), 44 a. C. (anaranjado), 14 d. C. (amarelo), e 117 d. C. (verde).O vencedor ulterior de todas estas guerras civis, César Augusto, abolirá de facto a república e consolidará um governo individual e centralizado de todo o território, conhecido como Império Romano. A partir deste momento, a estabilidade política do império ficará unida ao carácter dos imperadores que sucederão a Augusto, alternándose os períodos de paz e prosperidade com as épocas de crise.

Augusto, que inaugura a dinastía Julio-Claudia, representa o período de máximo esplendor do império. A esta dinastía, terminada no ano 68 pelo infausto Nerón seguir-lhe-á o período de instabilidade conhecido como no ano dos quatro imperadores, onde impor-se-á Vespasiano, que inaugurará a dinastía Flavia, de origem não patricio. Seguir-lhes-ão do ano 96 ao 180 os chamados "cinco imperadores bons" (Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pío e Marco Aurelio), na considerada "idade de prata" do Império.

Septimio Severo começa o período de monarquia militar, e o fim de sua estirpe levará ao período conhecido como anarquía militar, que se prolonga durante o resto do século III, até a chegada de Diocleciano, um longo período de lutas intestinas pelo poder onde os imperadores, nomeados por seus legiones, se sucedem ininterruptamente.

Veja-se também: Imperador romano
Mapa da cidade de Roma durante o Império Romano


Queda do império
Artigo principal: Queda do Império Romano
Diocleciano (284 - 305) empreenderá uma grande reorganización do Império, instituindo a Tetrarquía. Seu sucessor Constantino I o Grande será o último imperador do império unificado. Pouco depois, o imperador Teodosio divide o Império entre seus dois filhos, Arcadio e Honorio. Este dividir-se-ia no Império Romano de Oriente —com sede em Constantinopla— e Império Romano de Occidente.

O Império Romano de Oriente foi muito rico e avançado culturalmente e sobreviveu durante aproximadamente mais mil anos.

Constantino também institucionalizará o cristianismo, ao o fazer religião oficial do Império.

As invasões bárbaras porão a puntilla a um moribundo Império Ocidental, dando passo à Idade Média. O último imperador de Occidente, Rómulo Augústulo, será deposto no 476 por Odoacro, um godo. O Império de Oriente (Posteriormente denominado Império Bizantino]] pelo historiador Hieronymus Wolf no século XVI) prosseguirá sua existência até a queda de Constantinopla no ano 1453.

Estrutura social e política
A primeira estrutura social e política dos latinos foi a família: o pai (pater famílias), a esposa (unida ao pai de família pelo rito sagrado da torta), os filhos, as esposas dos filhos, os filhos dos filhos, e as filhas não casadas. Do agrupamento de algumas famílias do mesmo tronco, surgiram as gens, e de um conjunto de famílias surgiram a tribos.

A família está formada pelos mais próximos (agnados) mas, à medida que a família estende-se, forma-se a gens ou raça de um tronco comum, integrada pela família completa propriamente dita (adnati) e pelos gentiles, todos aqueles procedentes do mesmo antepassado.

Como se produz a união dos diversos grupos, seja de gens ou de tribo]]s? A cada grupo tem um ponto comum de encontro, geralmente para o culto religioso (ainda que não exclusivamente para tal fim), ponto que constitui o embrião das cívitas (cidades).

A cidade
A fundação de Roma atribui-se a três tribos: os Ramnes, os Ticios e os Lúceres. Estes três grupos fundaram o telefonema Roma Quadrata no Monte Palatino. Outra cidade fundada por outro ou outros grupos no Quirinal, se uniu à Roma Quadrata, surgindo assim a civitas ('cidade') chamada Roma.

Aos primeiros cidadãos romanos chama-se-lhes patricios (ou patres), porque ou bem são pais de família (páter famílias) ou bem são filhos de pais de família vinculados à obediência paterna (os filhos varões não atingiam a condição de pai de família até que o pai morria e se independizaban, mas se dava por certo que atingiriam esta condição).

Os filhos dos patricios, ao cumprir 17 anos (mais tarde a idade foi rebajándose até os 14 anos) adquiriam a condição de cidadão]]s plenos (com tal motivo celebravam uma festividade em que deixavam de vestir a toga praetexta própria dos rapazs e se colocavam a toga virilis, própria dos homens), mas continuavam sujeitos à potestade do pai até que este morria.

Aos patricios corresponde o direito pleno de cidadania: formam o povo e são dentre os habitantes os de classe social mais elevada. Seus direitos eram: o sufragio, o desempenho de cargos públicos políticos ou religiosos, o direito a asignación de terras públicas, os direitos civis próprios das gens (tutela, sucessão, potestade, etc.), o direito de contrair casal]] com outros membros das gens, o direito de patronato, o direito de contratação (o único que se estendia também aos não patricios livres) e o direito a fazer testamento (o conjunto destes direitos constituía o ius qüiritium ou ius cívitatis). Como obrigações citaremos: o serviço militar, e o dever de contribuir com certo impostos ao sostenimiento do Estado.

Cidades dependentes de Roma
O foro romano foi o centro a partir do qual a Roma antiga se desenvolveu, e o ponto de referência da vida quotidiana em Roma.Iniciada a expansão territorial romana muitas cidades passaram a depender de Roma. Quando uma cidade se submetia a Roma a discreción, seus cidadãos combinavam com o estatuto jurídico de Dediticios (Dediticius).

Ainda que a maioria das cidades submetidas a discreción foram-no após a primeira guerra púnica, provavelmente a instituição é anterior.

Roma reservava-se a soberania eminente sobre estas cidades, mas devolvia-lhes o usufructo, com excepção do ager publicus. Roma reconheceu a autonomia de alguma destas cidades mas suas terras ficaram submetidas ao diezmo da colheita, e em caso de isenções, estas se davam a título pessoal (por exemplo aos habitantes de uma cidade ainda que cultivaran terras em outra cidade). O diezmo pagava-se geralmente em espécie e o benefício permitido ao recaudador era limitado.

As cidades submetidas a Roma, com seu território rural incluído, não tinham direito a declarar a guerra por sua conta, mas deviam declarar a guerra forçadamente em caso que Roma o fizesse. Também tinham proibido fazer convênios de nenhum tipo com outros Estados ou Cidades. Ademais não podiam acuñar moeda e eram as moedas romanas as que tinham curso legal em todas estas cidades.

Tinha vários tipos de cidades vinculadas a Roma:

Cidades de direito romano. Algumas cidades receberam o direito completo de cidadania romana (civitas óptimo jure), especialmente as antigas cidades aliadas de une-a Latina, as cidades Sabinas e grande parte das do País Volsco. Junto a elas estavam as colónias que desfrutavam do direito de cidadania.
Cidades latinas. As cidades sujeitas telefonemas Latinos eram as outras cidades de une-a Latina que não tinham recebido o direito de cidadania, e as colónias de direito latino (isto é as colónias que não tinham direito de cidadania). Os latinos e os romanos eram iguais em suas relações privadas, nos negócios, o comércio e as sucessões.
Cidades sem voto. Estavam em terceiro lugar as cidades com direito de civitas mas sem voto (civitas sine suffragio), que ainda que podiam se chamar cidadãos, deviam suportar todos o ónus cívicas (reclutamiento militar, impostos ordinários, serviços e contribuições especiais) sem compensação (sem direito a votar). Estas cidades estavam administradas para os assuntos judiciais por um Prefecto anual designado pelo Pretor de Roma. Sua administração civil estava em mãos de seus próprios magistrados locais, geralmente da aristocracia.
Cidades confederadas não latinas. Finalmente estavam as cidades confederadas não latinas, cujos direitos ficavam estabelecidos pelos tratados particulares marcadas com a cada uma delas. Estas cidades fornecem contingentes ao exército em quantia prefixada de antemão, sendo o equipamento do contingente a cargo da cidade. Igualmente estas cidades estavam governadas por magistrados locais surgidos da aristocracia.
O rei
Governa Roma um rei, representante da instituição monárquica, ao que corresponde todo o poder (imperium) e dita as ordens (ditador), o qual era eleito entre o povo como chefe de uma grande família política (mágister pópuli).

Auxilian ao rei os líctores, alguaciles que lhe precediam em suas actuações com o machado e as varas. Em sua ausência os poderes administrativos correspondiam a um delegado (praefectus urbis). Se o rei não designava sucessor os cidadãos designavam no interregno, por um período de cinco dias, a um ínter rex, e depois se elegia um novo rei, ou bem se designava um novo ínter rex por outros cinco dias com faculdade de designar novo chefe.

O senado
Em frente ao rei se erige a instituição do Conselho de Idosos (senatus) para contrabalancear à instituição real.

Os primeiros senadores são os representantes designados pela cada gens. Têm carácter vitalicio. Como o número de gens é invariable (as sucessivas famílias surgem sempre de um tronco comum e por tanto se integra em alguma das gens existentes) também é invariable o número de senadores.

Não obstante tinha uma excepção: quando um senador morria o rei estava facultado para nomear um sustituto temporário (até a designação do sustituto designado pela gens). O costume da nomeação real acabou concedendo ao rei a eleição do senadoré.

O senado era um órgão meramente consultivo, mas sendo emanado do povo, o rei convocava-o com freqüência e considerava suas propostas. Suas reuniões celebravam-se no comitium (foro) em uma sala chamada bule. Mais adiante tinha um grupo de gente que decidia quem ia enfrentar ao rei e quem manejaria as entradas de prata.

Divisões da população romana: as gens e as curias
A divisão da população fazia-se desde as gens:

10 gens constituíam uma curia.
10 curias constituíam uma tribo.
10 "tribos" constituíam uma "civita".
O sistema decimal está presente a outros aspectos da sociedade romana:

A cada gens contribuía com dez soldados de infantería (milhares ou milícia), um de caballería (eqües) e um senador.
Nas cidades submetidas por Roma estabelecia-se um Conselho de Cem Idosos (céntum-viri), a cada um dos quais era a cabeça de dez casas (dez casas = uma gens), de onde surge a denominación de decuriones.
O sistema decimal pois rege na sociedade romana, ainda que, conquanto ao princípio deveram responder a uma realidade, com o tempo derivaram em uma mera divisão teórica: cedo foi inexacto falar de curias com dez gens ao introduzir-se novas famílias, que aumentavam o número de gens das curias existentes e mais tarde o número de curias. Também não correspondia à cada decurión o comando sobre dez casas. Em mudança a contribuição ao exército mantém-se basicamente. Por conseguinte, ao passar nos anos, os números primitivos deixam de corresponder com a realidade mas mantém-se a tradição e assim as gens e famílias são aumentadas ou divididas por decreto, mas a realidade se impõe e a divisão deixa de ser geométrica e inflexível.

Assim, quando o número de senadores ficou fixado em trezentos, não queria dizer que existissem só trezentas gens, senão que entre todas as existentes (cujo número podia ser maior ou menor) se designavam unicamente trezentos senadores. As curias deixaram de ser dez para passar a um número indeterminado (até 30), cujo conjunto formava a cidade. Também os 3000 infantes e 300 caballeros que formavam o exército saíam do conjunto, e não considerando a cada gens (assim uns contribuíam mais e outros menos). A mesma situação reproduziu-se nas cidades submetidas a Roma.

As curias (dez gens) constituíram muito cedo a base da cidade. As curias reuniam-se em uma assembleia dirigida pelo curio, e em presença de um sacerdote (flamen curialis). O reclutamiento e os impostos fez-se desde muito cedo sobre a base das curias.

Os membros das curias eram os cidadãos que votavam, e às votações lhas chamava "eleições curiales", celebrando-se as votações por separado na cada curia. Normalmente celebravam-se eleições o 24 de março e 24 de maio da cada ano.

As eleições
As decisões em Roma adoptavam-se nas eleições, isto é nas votações das assembleias.

As eleições mais antigas são os comitia calata, convocados pelo rei para solemnizar certos actos religiosos.

As eleições políticas eram aqueles nos que votava a população organizada em curias (inicialmente uma curia eram dez gens). Convocavam-se o 24 de março e 24 de maio e quando o rei o considerava conveniente. Decidiam sobre a eleição de monarca]], assuntos políticos importantes e a concessão do direito de cidadania. O convocante apresentava uma proposta e os cidadãos da curia com direito (provavelmente um voto pela cada pai de família) votavam-na. A cada curia era um voto e precisava-se o de 16 curias (de um total de 30) para a aprovação.

Cidadãos plenos, honorarios e clientes
Junto aos cidadãos plenos ou patricios —entendendo-se como tais a cabeça de família (páter famílias) e seus filhos varões— estavam os cidadãos “honorarios”, convidados de outras cidades que renunciavam a sua antiga cidadania e aceitavam a cidadania honoraria romana. Também estavam os clientes dos patricios e os escravos.

O grupo dos clientes estava formado basicamente por escravos libertados por seus amos patricios, e que após sua libertação permaneciam vinculados (eles e seus descendentes) a seu antigo amo (e a seus herdeiros), quem exercia sobre eles certa tutela e proteccionismo paternalista, a mudança de certos serviços e lealdades. Neste grupo integraram-se também alguns estrangeiros (habitantes de cidades derrotadas aos que não se permitia residir em sua cidade mas também não tinham sido declarados escravos, e que constituíam como um grupo cliente de toda a cidade de Roma) e exilados sujeitos ao patronazgo de um patricio.

O exército
Instrução e treinamento
Durante quatro meses os novos [[recruta s eram submetidos a um treinamento implacable. Ao concluir este período os sobreviventes já podiam se chamar [[soldado s -milites-. Os que não podiam resistir o treinamento eram recusados.

Primeiro ensinava-se-lhes a desfilar marcando o passo. Depois levava-se-lhes de marcha, forçando-os ao máximo até que fossem capazes de percorrer 20 milhas romanas -30 km- em cinco horas. Depois teriam que percorrer a mesma distância carregados com toda sua equipa, que incluía [[arma s e armaduras, utensilios de cozinha, estacas para a empalizada, instrumentos para cavar e provisões para vários dias, pois ao final da cada marcha tinham que levantar um acampamento com terraplenes e fossos de defesa.

Ficheiro:Roman legion at attack.jpg Soldados romanos do 70 a. C. em ataque. O fundo não se corresponde com uma fortaleza romana real. Trata-se de uma simulación.O treinamento continuava até que eram capazes de percorrer 24 milhas -36 km- em cinco horas. Em um princípio os legionarios utilizaram bestas de ónus e carroças para transportar a equipa. Mas o célebre general Cayo Mario impulsor de grandes reformas no exército, obrigou-lhes a transportar pessoalmente quase toda a impedimenta necessária para reduzir o tamanho das caravanas de intendencia (os chamavam "as mulas de Mario"). A equipa completa devia pesar pelo menos 30 kg, e as armas e armaduras mais de 20.

Os legionarios realizavam marchas três vezes ao mês durante 25 anos. Este treinamento e capacidade de deslocação foi uma das causas pela que o exército romano fosse tão superior a outros exércitos. Isto era só parte da instrução, já que o programa de treinamento também incluía carreiras, saltos, equitación e natación. Quando se considerava que se encontrava em boa forma física começava a instrução no manejo das armas.

Recruta-los aprendiam a atacar a uma gruesa estaca fincada no solo com uma pesada espada de madeira e um escudo de mimbre que pesava o duplo que um escudo normal. Insistia-se-lhes que golpeassem de frente, sem descrever arcos com a espada, que podem se evitar com mais facilidade. Também se lhes treinava no lançamento de pesadas jabalinas de madeira contra as estacas.

Uma vez superado este passo, considerava-se-lhes dignos de empuñar armas autênticas forradas de couro]] para evitar acidentes, que parecer-lhes-iam ligerísimos em comparação com as pesadas armas de madeira.

Os Efectivos
Uma legión estava formada por dez cohortes ((a não ser que fosse um corte de assalto ou invasion que estavam formadas pos uns 20 ou 30 homens)) de 480 homens a cada uma o que dá a cifra de 4,800 homens ao todo; isso em teoria, já que não parece seguro que as legiones tenham estado com seus quadros completos, nem muito menos.

Normalmente a cada centuria formava como um quadro de 10 x 8 homens. Como a segunda centuria da cada manípulo baixava para fechar o oco, a profundidade da linha de combate da legión era de 8 homens. Já que três eram as linhas que uma legión podia apresentar, a frente de combate ficava estructurado como uma sucessão de linhas com 8 homens de profundidade. Recordemos que em Cannas os manípulos formaram com sua profundidade dobrada, isto é, com 16 homens; um experimento que custou aos romanos 50.000 mortos. Já que o segredo táctico da legión não era outro que sua flexibilidade, a linha de combate com 8 homens de profundidade era a mais racional e a que melhor se adaptava a essa característica essencial. Mas se tinha que reduzir a profundidade, essa mesma flexibilidade operava o milagre de permitir "emagrecer" as linhas.

Classes sociais
A sociedade romana, como muitas outras sociedades antigas, se baseava na desigualdade, e, como em toda a sociedade desigual, a tensão entre as classes e sua dialéctica é o motor de sua história e sua principal característica.

As classes que se distinguiram foram cinco: patricios, plebeus, escravos, clientes e libertos. A tensão entre patricios e plebeus e as rebeliões dos escravos foram as mais importantes notícias políticas; as três primeiras foram as classes com maior actividade política; as outras duas, menos.

Esta organização social não foi estática durante toda a história da antiga Roma. Teve tensões, mudanças, evolução.

Veja-se também: Escravatura na Roma Antiga
Na Monarquia
Nos primeiros tempos a desigualdade social baseava-se no nascimento e na religião. A sociedade romana apresentava dois grandes tipos de cidadãos: os livres e os não livres (o escravos, lat. servi).

Os cidadãos livres, a sua vez, dividiam-se em privilegiados (os patricios, em lat. patricii) e em não privilegiados.

Os cidadãos não privilegiados podiam ser independentes (o plebeus, em lat. plebeii) ou dependentes (a clientes e liberto-os]]s, em lat. liberti).

Patricios
Eram as primeiras famílias assentadas em Roma e seus descendentes. A cada uma pretende descer de um antepassado mais ou menos divinizado (pater). Os que têm um mesmo pater formam uma gens, levam o mesmo apellido (nomen gentilicium) e celebram um mesmo culto (sacra gentilicia).

Desde o princípio de Roma, os patricios e suas famílias constituem o primeiro eslabón social. Estes patricios possuíam escravos, provavelmente muitas vezes em grande número. Os patricios estão na base da fundação de Roma e, por tanto, são cidadãos romanos. Tem a exclusiva dos cargos públicos, e dirigem a vida de Roma.

Mais tarde o direito de cidadania estende-se aos telefonemas minores gentes, isto é aos que procedentes de outras cidades ou dentro da mesma cidade sem ser patricios, adquiriram a cidadania romana. Os patricios diziam que eram os parentes dos fundadores de Roma. (Rómulo foi o fundador e primeiro rei de Roma)

Clientes
Os clientes eram os estrangeiros ou refugiados pobres, sujeitos a patronazgo de um patricio, o qual lhe brindava ajuda económica, o defendia ante a lei, e o deixava participar das cerimónias religiosas a mudança de que este o acompanhe na guerra e o ajude em todos os trabalhos no que o patricio o solicitasse. Os patricios orgulhavam-se de ter freguesia grande ou importante

Plebeus
Constituem a maior parte da população (a multidão), composta também com estrangeiros, refugiados pobres ou clientes que se tinham inimizado com seus "patronos". Eram considerados homens livres, pelo que não podiam participar no político nem no religioso.

Escravos
É o destino normal do presos de guerra]]. Legalmente, careciam de todo o direito]]: eram instrumentum vocale ("ferramenta que fala"). Faziam grátis os piores trabalhos e de por vida. O trato dependia do carácter pessoal do amo. Chegaram a ser numerosísimos com a expansão de Roma.

Na República
Nesta etapa (509-27 a. C.) teve fortes tensões sociais. Pode que de começos da mesma seja uma reforma social (atribuída pelos historiadores antigos ao rei Servio Tulio) consistente em fundar a hierarquia social não no nascimento nem na religião, senão no dinheiro e na demarcación territorial.

A plebe logicamente crescia mais que o patriciado, porque nela entravam as populações anexadas por Roma e os estrangeiros que vinham a viver à Urbe. Mas tão grande número de habitantes não se resignaba a estar na vida pública de comparsa; e também não era rentable que nem pagassem impostos nem fossem ao serviço militar por não ser cives (cidadãos). Os plebeus lutaram muito por seu equiparación política com os patricios. Alguns dos passos que tiveram de dar foram os seguintes:

Luta dos plebeus para conseguir a igualdade de direitos:
ano 494. Greve geral. Os plebeus marcham-se de Roma, ao Monte Sacro, ante a negativa dos patricios à igualdade política. Roma ficou colapsada. Os patricios tiveram que ceder e pactuar. Os plebeus regressaram com este pacto:
não perder-se-á a liberdade por impago de conta por pagar dívidas]];
aceitam-se como magistrados ordinários dois 'tribunos da plebe' (tribuni plebis) com direito de veto a qualquer actuação do Senado, ou dos outros magistrados, que prejudique à plebe, e com capacidade de ir legalmente a qualquer plebeu em apuros. Os tribunos serão depois os líderes de todo o movimento reivindicativo;
aceita-se a legalidade de uma assembleia exclusivamente plebéia (concilium plebis).
anos 451-449. Lei escrita. Até este momento em Roma, os patricios julgavam a cada conflito conforme ao costume e à tradição oral, o que dava lugar a muitas irregularidades, porque não tinha lei escrita. Nesta época redige-se o primeiro código que ocupa 12 tabelas (lex XII tabularum) e se promulga apesar da resistência inicial dos patricios. De aqui arrancará a obra jurídica dos romanos que será um de seus mais importantes legados culturais para a humanidade.
ano 448. Canuleio consegue os dois cónsules alternen ano a ano com dois tribuni militum consulari potestate dos que um já pode ser plebeu, ainda que este cargo não dá a consideração de consularis (para poder aceder ao Senado).
anos 440. Casal legal. A lex Canuleia sanciona o direito ao casamento entre patricios e plebeus, que até o momento estava rigorosamente proibido por orgulho de casta e para vetar o acesso dos plebeus à vida política.
ano 409. Cuestura. Neste ano os plebeus acedem pela primeira vez à magistratura.
ano 367. Consulado. Neste ano a Lei Licinia admitirá o princípio, e no 342 pela primeira vez os dois cónsules serão plebeus.
anos 356, 337 e 300. Sucedem-se a ditadura, a censura, a pretura e o pontificado (último reduto do patriciado).
anos 287. O Senado reconhece força de lei às decisões das assembleias da plebe, e admite que estas prevaleçam sobre suas decisões.
Chegado este momento, pode-se dizer que plebeus e patricios têm igualdade de direitos. Mas ficam as diferenças económicas e religiosas. Patricios e plebeus ricos vão entender-se entre eles em prejuízo dos plebeus pobres, os proletarii (cuja única riqueza é sua prole, os filhos). A reforma social, que tentaram Tiberio e Cayo Graco e pela que foram assassinados, tentava ajudar a estes homens que tinham todos os direitos políticos mas careciam de comida.

Classes sociais na época republicana depois do anterior:
Cives (cidadãos): patricii (patricios) e plebeii (plebeus)
Non cives: liberti (libertos) e servi (servos)
A cidadania romana:
Durante séculos é o título mais desejado. Consiste em uns direitos (iura) e umas obrigações (munera). Nesta época abarca:

ivra pvblica (direitos políticos): ius sufragii (direito de voto); ius honorum (direito de ser elegible); ius sacrorum (direito a ter religião ou ser elegible para funções sacerdotales); ius provocationis (direito de apelação ao povo em processos criminosos).
ivra privata (direitos civis): ius commercii (direito de propriedade: comprar, vender, declarar...); ius connubii (direito a contrair casal legal); ius legis actionis (direito a exercer acções judiciais).
mvnera (obrigações): census (obrigação de inscrever no censo periodicamente); militia (obrigação de servir no exército durante o tempo previsto); tributum (obrigação de pagar os impostos; até o 167 a. C.).
Aquisição do direito de cidadania (civitas)
por nascimento: nascendo de casal legítimo (iustae nuptiae) de um civis; sendo filho de liberto ou estrangeiro favorecido com a concessão da cidadania (civitatis donatio);
por concessão legal: v.gr.: por fazer uma casa em Roma, ou construir um barco capaz para 10000 modios de grão, ou por fazer condenar a um magistrado;
por concessão do estado, representado, para o caso, pela eleiçãos, o geral vencedor, as comissões encarregadas de fundar uma colónia romana ou o imperador.
Perda do direito de cidadania (civitas)
perdendo o status libertatis: por condenação penal (venda pública trans Tiberim) por insolvencia, cedo suprimida; por privação de água e luz (interdictio aquae et ignis) ou deportação; ou por negar ao Censo de população|censo]], ao serviço militar, por desertar, por cair preso em uma guerra, ou por violar os direitos de gentes;
perdendo o status civitatis: renúncia à cidadania (reiecto civitatis) ou por fazer-se civis de outra cidade.
Os caballeros (equites) e a nobreza senatorial (nobilitas)
A caballería do exército romano estava formada por ricos que traziam o cavalo ou que utilizavam cavalos do estado. Formavam um grupo social distinto (caracterizados por um anel de ouro e uma túnica bordada de púrpura), mas cedo foram insuficientes e teve que os substituir com soldados pagos. Ficaram bem como uma burguesía dedicada não tanto à compra e exploração de terras, como aos negócios bancários. Raras vezes dedicaram-se à política, onde os consideravam depreciativamente homines novi (sem antepassados ilustres). Em frente a este ordo equester, está a nobilitas ou ordo senatorius, formado por patricios e plebeus que tiveram algum antepassado que desempenhasse em seu tempo alguan magistratura curul (cónsul, pretor, censor ou edil). Esta nobreza senatorial é diferente da nobreza patricia, e vai confundir-se no Senado.

Clientes, libertos e escravos
A clientes que foram absorvidos pela plebe, chegaram a desaparecer ao começo da república, mas depois reaparecieron ao se arruinar a classe média com as guerras e com os produtos que grátis mandavam a Roma os povos submetidos. Muitos não chegam a ter laço jurídico com um patronus e andam por Roma sem rumo, por trás do rico ou do político que mais lhes ofereça.

O escravos, em mudança, protagonizam nesta época importantes rebeliões.

No Principado
Com Augusto modifica-se algo a hierarquia, mas segue estando baseada na riqueza.

Distingue-se entre cives e não cives. Os cives, a sua vez, podem ser honestiores (os ricos) ou humiliores (os pobres). Dentro dos honestiores, encontram-se os clarissimi ou pertencentes ao ordo senatorius, e os egregii ou pertencentes ao ordo equester. Os não cives, por último, são os liberti e os servi.

O ius civitatis que já no 88 a. C. tinha-se concedido aos itálicos, no 212 d. C. vai ampliar-se a todos os livres do império, para resolver problemas fiscais e militares que tinha Roma. Ser cidadão deixa de ser importante e, de passagem, desaparece a posição privilegiada de Roma e da Itália]] no Império.
Augusto reforma os ordines, colocando no senatorius aos cidadãos com mais de um milhão de sestercios (desempenham as magistraturas republicanas e terão sandalias vermelhas, túnica laticlavia e, desde Marco Aurelio -161-180-, título de clarissimi); e no equester coloca a quem tenha 400000 (desempenharão cargos novos: prefecto, procurador; levam túnica angusticiavia e anel de ouro; desde Aurelio terão título de egregii).
Os escravos aumentaram muito em número. Diz-se que algumas famílias tinham mais de 500 e que em Roma tinha uns 250000. O trato vai-se suavizando por influência estoica e cristã. Adriano e Antonino Pío legislan contra o mau trato.
Os libertos aumentaram porque teve muitas manumisiones. Augusto chegou a proibir libertar por testamento a mais de 100. Alguns jogaram importante papel político.
Os clientes seguem existindo, no sentido de que todo mundo é cliente de alguém mais importante. O imperador tem como clientes aos 150000 proletarios inscritos na lista de precisados para a partilha gratuita de alimentos a cada mês (annona).
No Dominado
Se na República e no Principado tinha sozinho duas categorias (livres e escravos), no Dominado aparecerá uma classe social nova, intermedia entre livres e escravos: o colonos. A jerarquización faz-se mais forte e estanca: quase um sistema de castas. Os cives, então, podiam ser livres ou colonos, geralmente pobres. Os cives livres abarcavam à família imperial (nobilissimi), aos senadores (clarissimi, spectabiles), aos caballeros (egregii, perfectissimi) e à gente corrente, pobre a diferença dos outros três. Os não cives, por sua vez, eram os escravos e os libertos, em ocasiões muito ricos.

As novidades desta época são:

equivalencia do ordo senatorius e do equester (estes entram no Senado);
os humiliores ficam desde o IV fixados hereditariamente a sua profissão (gremios);
a escravatura diminui porque as novas formas de produção já não a fazem indispensável; muitos fogem e fazem-se salteadores;
os colonos são pobres e livres, mas ficam sujeitos à terra do amo que eles trabalham: têm que cultivarla perpetuamente, não podem a deixar nem em um dia; não podem se ir casar fosse do domínio; os filhos seguem a condição dos pais. Está a nascer assim um novo sistema: o feudal.
A constituição de Servio Tulio e as novas divisões de população
As tribos
O rei Servio Tulio estabeleceu que o serviço ao exército e o pagamento do tributum (quando por razões de urgência se impuser) não afectaria só aos cidadãos pessoalmente, senão que ter-se-ia em conta suas propriedades: todos os cidadãos que cultivaran um domínio (adsidui) ou o possuem (locupletes), sejam ou não cidadãos romanos, estão obrigados à prestação do serviço militar. Os designados para cumprir as tarefas militares eleger-se-iam entre uma nova divisão por propriedades. Assim os soldados (entre 20 e 60 anos) seriam distribuídos em cinco classes (classes):

1ª classe: Os que por suas posses contribuíam uma armadura (clássici). Correspondia esta classe aos que possuíam um heredium em pleno domínio (a metade das terras romanas correspondiam aos heredia possuídos em pleno domínio, enquanto a outra metade se tinha ido fraccionando por sucessivas particiones hereditarias ou por vendas; um heredium era uma finca rústica cuja extensão mínima era de vinte yugadas, isto é 5,4 tem, ou seja que a medida romana da yugada era equivalente a 2.700 metros quadrados). Iam armados com lança (até), elmo (galea), coraza (lórica), escudo redondo (clípeus) e polainas (ócreae). Esta primeira classe devia comprar e manter um cavalo de onde foram chamados éqüite, isto é caballeros.
2ª classe: Os que possuíam três quartos de um heredium (ou seja ao menos 40.500 metros quadrados).
3ª classe: Os que possuíam a metade de um heredium (ao menos 27.000 m²).
4ª classe: Os que possuíam um quarto de heredium (ao menos 13.500 m²).
5ª classe: Os que possuíam um oitavo de heredium (ao menos 6.750 m²).
O armamento das classes sucessivas era a cada vez mais ligeiro. Depois das cinco classes estavam os que não possuíam nada (cápite censi) que colaboravam na milícia como carpinteros, ferreiros, músicos, etcétera. Pela cada 80 soldados de 1ª classe, deviam sair 20 de classe 2ª, 20 de classe 3ª, 20 de classe 4ª e 28 de classe 5ª. Os soldados eram mobilizados para a campanha, e terminada esta eram licenciados. Em mudança os caballeros permaneciam no exército de forma continuada, e seus integrantes saíam das famílias de cidadãos com maior riqueza.

As diversas classes formavam a população susceptível de actuar militarmente e reuniam-se em assembleia, nas chamadas eleições centuriados (comitia centuriata). A fim de facilitar as levas a constituição de Servio Tulio dividiu a cidade em quatro circunscrições territoriais chamadas tribos, a cada uma com uma população similar. Os soldados foram divididos em duas categorias: os jovens (iúniores) entre 16 e 25 anos; e os veteranos (séniores), a mais de 25 anos.

Se estructuraban em Legiones, formando uma legión 3.000 soldados (classes) e 1.200 auxiliares (vélites). As legiones operavam em formações constituídas por bichas de soldados: as quatro primeiras bichas estavam integradas por soldados com armadura completa (hóplites ou hoplitas). Uma legión (4.200 homens) dividia-se em centurias (até um total de 42). Quase a metade dos homens de uma legión dispunham de armadura completa (o número de hoplitas era de 2.000 pela cada legión). Outros mil homens eram soldados de 2ª e 3ª classe. O resto, os auxiliares (velites) eram soldados de 4ª classe (em número de 500) e de 5ª classe (em número de 700). Em uma legión tinha 1.050 homens da cada uma das quatro tribos em que se dividia a cidade; e nas centurias, a cada tribo contribuía 25 homens.

Nesta época Roma dispunha normalmente de quatro legiones (duas delas em campanha e duas de guarnición). A cada legión contava com trezentos caballeros. Todo o que os soldados ganhassem na luta, fossem muebles ou inmuebles, passava ao Estado romano.

O censo
Este sistema de reclutamiento em razão dos bens possuídos, fez necessário estabelecer um censo de propriedades e transmissões, que se revisava a cada quatro anos. Um efeito imediato foi o de dividir à sociedade romana: à divisão já existente entre patricios e plebeus, se acrescentava agora a divisão entre proprietários (os que têm terra, sejam cidadãos ou não) e proletarios (isto é os que crían filhos, maioritariamente plebeus, mas também com alguns cidadãos arruinados ou desposeídos por sucessivas particiones). O censo fazia-se a cada quatro anos. Ao ano seguinte faziam-se sacrifícios (lustrum) e os encarregados do censo ou censores renunciavam a seus cargos.

A justiça
O censo criou-se no ano 212 a. C.

A jurisdição concentra-se na cidade, e na fase monárquica no Rei, que tem seu “tribunal” e ordena (jus ou ius) nos dias estabelecidos (díes fasti) sentando no telefonema "cadeira curul" (sella curulis) auxiliado pelos alguaciles (líctores), e em frente às partes litigantes (rei).

Alguns delitos têm juízes especiais:

Os duoviri perduellionis para a insurrección.
Os quaestores paricidii para o assassinato.
Uns servidores públicos especiais, chamados os três viri nocturni ocupam-se das questões relacionadas com incêndios nocturnos, polícia de segurança e vigilância de execuções.
A tortura só pode aplicar aos escravos.

A detenção preventiva é a norma geral.

A pena capital era aplicable a quem alterasse a paz pública, e por outros delitos. Tinha várias formas:

Às testemunhas falsas arrojava-se-lhes desde uma altura (A Rocha Tarpeya) era o destino dos traidores.
Aos ladrões de miesé pendurava-se-lhes.
Aos incendiarios queimava-se-lhes vivos.
Existia o direito de recurso (provocatio). O indulto correspondia ao povo.

Davam-se ademais alguns tipos especiais de indultos:

O que se ajoelhava ante um sacerdote de Júpiter não podia ser apaleado em vinte e quatro horas.
O que entrava encadeado em sua própria casa devia ser desatado.
O criminoso que ao dirigir a uma execução se tropeçava com uma vestal (virgen, espécie de sacerdotisa), era perdoado.
As penas aplicadas mais frequentemente eram a multas (pagas com a entrega de boi]]é ou ovelhas) e o apaleamiento.

Os julgamentos civis eram julgados pelo rei ou por um comissário designado por este. O reparo verificava-se com freqüência por via de transacção, e se não tinha acordo a pena (poena) era fixada pelo juzgador.

Em caso de roubo o ladrão podia pagar um reparo satisfatório. Se não podia ou era irreparable o ladrão se convertia em escravo]] do roubado. Nos casos de injurias marcava-se uma indemnização. Nos casos de lesões podia reclamar-se o Talión (isto é provocar o mesmo dano).

A propriedade e os contratos
Segundo o dedepósito era adjudicado ao sacerdotes para sacrifícios públicos. A parte perdedora tinha trinta dias para o pagamento da prestação ou da dívida reclamada; se não o fazia, passava à via de execução e se lhe obrigava a pagar salvo que contribuísse novas testemunhas que justificassem seu direito (víndex).

Se obstinava-se em não pagar ou não podia o fazer, se convertia em escravo]], mas durante um período de sessenta dias a sentença ficava em suspenso por se alguém se compadecía dele e pagava a dívida, em cujo caso ficava livre. Se ninguém se compadecía e pagava, o vencedor do julgamento o recebia em propriedade, e podia o matar, o vender como escravo no estrangeiro ou o guardar para si (em tal caso, ao passar a ser escravo, esta condição se transmitia a seus descendentes), mas sempre para o usar fora dos muros de Roma. Mais tarde desapareceu o passo à escravatura em favor do credor, e aquele que não podia ou não queria pagar era encarcerado nos telefonemas lautúmiae ('cárceres').

O Estado exercia a tutela dos menores e dos incapazes.

Os escravos podiam ser manumitidos, isto é libertos. A libertação podia ser privada (em cujo caso o amo tinha direito a retractarse e recobrar ao escravo), ou pública (em cujo caso era perpétua e irrevocable).

Cultura
Artigo principal: Cultura da Antiga Roma
Esta foi o resultado de um importante intercâmbio entre civilizações diferentes: a cultura grega e as culturas desenvolvidas em Oriente (Mesopotamia e Egipto, sobretudo) contribuíram a formar a cultura e a arte dos romanos. Um dos veículos que mais contribuiu à universalización da cultura romana, que cedo foi a de todo o império, foi o uso do latín como língua comum de todos os povos submetidos a Roma. Nos dois séculos que seguiram à guerra de Augusto, o império atingiu sua maior extensão e realizou um intenso labor civilizadora. A cultura romana já não ficou limitada a Roma e Itália, senão que se estendeu até as mais longínquas províncias fronteiriças.

Destacaram-se na tecnologia, os edictos do os pretores, as disposições do senado, da assembleia popular e dos imperadores e as opiniões dos jurisconsultos romanos. Os princípios fundamentais incorporaram-se à legislação de todos os povos civilizados por Roma.

Situação da mulher
Nas famílias ricas, a mulher devia levar uma vida de obediência. O trabalho era-lhe alheio, excepto o hilar e tecer. Como dona-de-casa devia supervisionar as tarefas domésticas, cumpridas pelos escravos. Para os romanos, o crime maior que podia cometer uma mulher era o adultério, considerado não só um crime de carácter moral, senão uma traição para os deuses tutelares.

Províncias romanas
Todo território anexado se convertia em província e era confiado a um pretor ou a um promagistrado.
Sicília (227 a. C.).
Córcega-Cerdeña (227 a. C.).
África : África Vetus ou Proconsular (146 a. C.). África Nova (46 a. C.).
Hispania: (Citerior e Ulterior) (197 a. C.).
Galia: (Galia Narbonense (120 a. C.) e Comata (50 a. C.)).
Grécia: (Macedonia (148 a. C.) e Iliria (60 a. C.)).
Ásia: (Ásia (129 a. C.), Cilicia (101 a. C.), Bitinia (74 a. C.), Ponto (63 a. C.), Síria (63), Chipre (58 a. C.).
Cirenaica - (74 a. C.).
Egipto - (30 a. C.).
Veja-se também
Latinos
Cronología de Roma Antiga
Medidas e pesos na Antiga Roma
Indumentaria (Roma antiga)
Graco
Cayo Sempronio Graco
Período dos Gracos
Censor romano
Moradia (antiga Roma)
Edificación pública (antiga Roma)
Direito romano
Mitología romana
Império Romano
Comércio romano
Referências
↑ A data exacta do nascimento de Rómulo e Remo resulta desconhecida. Alguns autores antigos, como Plutarco, afirmam que Rómulo tinha 53 anos no momento de sua morte, em 717 a. C. De ser verdadeiro, Rómulo e Remo teriam nascido no ano 771 a. C., e teriam fundado Roma aos dezoito anos.
↑ Bravo Castañeda, Gonzalo. História da Roma antiga. Capítulo 1.
Bibliografía
A Luta por Roma, feito pela BBC pára Discovery Channel.
Enlaces externos
Commons

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história/contextos/cont3.htm Antiga Roma em Artehistoria.com.
Os espectáculos na antiga Roma
A leitura no mundo romano
História de Roma
The Roman Law Library by Yves Lassard and Alexandr Koptev.






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