sábado, 5 de junho de 2010

439 - OS ROMANOS

Wiki: Terceira guerra judaico-romana
Pesquisar na Wikipédia!



Terceira guerra judaico-romana, também chamada de Revolta de Bar Kokhba, foi uma rebelião de judeus contra o Império Romano, que explodiu na Judeia, em 132. Para os historiadores que não incluem a Guerra de Kitos entre as guerras judaico-romanas, esta teria sido a segunda guerra dos judeus contra o domínio romano.



Vestígios de Aelia Capitolina.
Índice:
1. Origens
2. A Revolta
3. Depois
4. Referências
5. Bibliografia
6. Ver também


1. Origens
Há muita incerteza acerca da causa imediata dessa revolta, pois dela só possuímos documentação esparsa e não-contemporânea (Dião Cássio [1] e Eusébio) [2], além de algumas descobertas arqueológicas nas grutas dos desertos da Judéia.

O que se sabe é que ela ocorreu após a viagem do imperador romano Adriano pelo Oriente, entre os anos 130 e 131, ocasião em que ele deixou claro seu propósito de revitalizar o helenismo enquanto esteio cultural do Império Romano, naquela região. Entre seus planos estava a reconstrução de Jerusalém como uma cidade helenística e onde, sobre o monte do templo, seria erguido um santuário dedicado a Júpiter Capitolino, decisão que feriu os sentimentos religiosos dos judeus.

Este parece ter sido o estopim da revolta na Judeia. [3], embora Dião Cássio afirme que ela já vinha sendo preparada, a partir das comunidades da Diáspora, desde o levante de 115 d.C. (Segunda guerra judaico-romana).

2. A Revolta
Quando a revolta começou, os romanos foram apanhados de surpresa. Grupos de judeus armados emboscaram coortes Legio X Fretensis, inflingindo-lhes pesadas perdas. Ato contínuo, a fortaleza romana em Cesareia foi atacada e parcialmente destruída.

Como um rastilho de pólvora, a revolta se espalhou por toda a província, com os rebeldes fabricando e reunindo armas, e fortificando cidades.

O legado imperial, Quinto Tineio Rufo, que governava a Judeia, mostrou-se incapaz de sufocar o levante, e mesmo quando o governador da Síria, Gaio Publio Marcellus, recebeu ordens para ajudá-lo, e deslocou a Legio II Traiana Fortis e a Legio VI Ferrata para a Judeia, mas não foi possível impedir que os amotinados tomassem Jerusalém.

A essa altura, evidenciou-se, entre os combatentes judeus, a liderança de um jovem comandante, Simão bar Koziba, em quem o Rabi Akiva reconheceu o "Mashiach" (Messias) davídico, aguardado ansiosamente, e lhe trocou o nome para "bar Kokhba" (filho da estrela). À frente de seus comandados, Simão entrou em Jerusalém, foi saudado como "Príncipe de Israel", e proclamou a independência do estado judeu. Moedas são cunhadas com os dizeres "Primeiro ano da libertação de Jerusalém" e "Primeiro ano da redenção de Israel".

Pelas cartas e outros vestígios arqueológicos descobertos nos desertos a oeste do Mar Morto, têm-se uma ideia do tipo de guerra que os rebeldes empreenderam contra os romanos, atuando em pequenos grupos, atacando o inimigo de emboscada e refugiando-se em cavernas. "Em cada penhasco, em cada rochedo, ocultava-se um guerrilheiro judeu, impiedoso e desesperado, que não tinha nem esperava misericórdia" [4]. Comunidades de gentios desprotegidas, tais como os descendentes dos veteranos da Legio XV Apollinaris, que se tinham estabelecido em Emaús, em 71, foram atacadas e dizimadas sem piedade. Por cerca de três anos e meio, esses guerrilheiros atacaram os legionários.

Essas cartas também mostram o controle que Simão exercia sobre o povo das aldeias: confisco de cereais, recrutamento compulsório e outras medidas coercitivas [5], a exemplo das praticadas por Simão bar Giora, na Primeira Revolta Judaica.

A situação estava tão séria que Adriano despachou para a Judeia seu melhor general, Sexto Júlio Severo, que estava governando a Britânia. Contando com dez legiões, além de tropas auxiliares (ao todo, cerca de cem mil homens), Severo usou a mesma tática dos guerrilheiros judeus: divide sua forças em grupos de pequenas unidades móveis, comandadas por tribunos e centuriões, grupos de reação rápida que podem responder prontamente, sempre que chegavam relatórios de atividades de guerrilha. Além disso, localizou e cercou os redutos rebeldes, obrigando-os à rendição ou à morte por fome.

Dião Cássio nos diz que cerca de 50 esconderijos dos rebeldes foram localizados e eliminados. Diz também que 985 vilas judias foram destruídas na campanha e 580 mil judeus mortos pela espada (além dos que morreram por fome). [6].

Até que, em 135, Severo finalmente encurralou bar Kokhba em Betar, 6 milhas a sudoeste de Jerusalém. [7] Apesar da tenacidade de seus defensores, o reduto foi invadido e os romanos massacraram todos os que nele encontraram. Foi o fim do "Filho da Estrela" e da terceira revolta judaica.

3. Depois
Terminada a guerra, a Judéia está devastada. Dião Cássio descreve a província da Judeia como "quase um deserto". Centenas de milhares de judeus morreram lutando, de fome ou por doenças. Prisioneiros judeus abarrotavam os mercados de escravos, aviltando os preços dos cativos (Um escravo torna-se mais barato do que um cavalo [8]). Os inaptos ao trabalho eram enviados aos circos, para servir de entretenimento a plateias sanguinárias, que apreciam vê-los ser retalhados pelas lâminas dos gladiadores ou dilacerados pelas presas de animais selvagens.

Os romanos também sofreram perdas consideráveis. No relatório de 135, ao Senado, informando-o sobre o fim da guerra, o imperador prefere omitir a fórmula habitual: "Eu e as legiões estamos bem".

Jerusalém foi reconstruída de acordo com o projeto de Adriano, recebendo o nome de Aelia Capitolina [9], onde os judeus ficam proibidos de entrar, sob pena de morte, enquanto o nome da província é mudado de Judeia para Síria Palestina (Syria Palaestina).

Além disso, um édito imperial que combate a prática da mutilação, equipara a circuncisão à castração, proibindo os judeus de praticá-la. E como os recalcitrantes se valem de argumentos religiosos, ficam também proibidos o ensinamento da Torah e a ordenação de novos Rabinos. Rabi Akiva nega-se a obedecer e continua a dirigir o povo judaico. Surpreendido ensinando a Torah, paga com a vida sua fidelidade à Lei Mosaica.

4. Referências

Dion Cassio I xis 12-14
Eusébio. Historia Ecclesiae iv, 6,8.
De acordo com Eusébio, os excessos do governador romano (massacres, confisco de bens, etc), em muito contribuíram para aguçar o clima de revolta.
Allegro, John. The Chose People. London. Hodder and Stoughton Ltd, 1971. P.234
Allegro, John. The Chose People. London. Hodder and Stoughton Ltd, 1971.
Dion Cassio I xis 14
Restos da muralha circundante romana, desenterrados por arqueólogos, podem ainda ser vistos no local.
Borger, Hans. Uma história do povo judeu, vol.1. São Paulo. Ed. Sefer, 199
"Aelia" refere-se ao imperador, cujo nome gentílico era Aelius
5. Bibliografia
Bowder, Diana - Quem foi quem na Roma Antiga, São Paulo, Art Editora/Círculo do Livro S/A,s/d
Allegro, John - The Chose People, London, Hodder and Stoughton Ltd, 1971.
Borger, Hans - Uma história do povo judeu, vol.1, São Paulo, Ed. Sefer, 1999.
6. Ver também
História judaica
Primeira guerra judaico-romana
Segunda guerra judaico-romana
Massada

Revoltas judaicas contra Roma
Grande Revolta Judaica | Revolta de Bar Kokhba | Guerra de Kitos


Categorias: !Esboços sobre História de Israel, História judaica
Outras línguas: English, Español, Deutsch, Italiano, Français, 日本語, Polski, Nederlands, Català, Bahasa Indonesia, Magyar, Mais...
Este artigo "Terceira guerra judaico-romana" faz parte da Enciclopédioa Wikipédia. Esta licenciado sujeito aos termos do Creative Commons Attribution/Share-Alike License.
"Terceira guerra judaico-romana" no website Wikipedia
Histórico
Discutir esta página
Editar
modificado: 2010-03-28 21:53:27
Página Inicial
Wapédia: Para usar a Wikipédia em telemóveis


COPYRIGHT A WAPÉDIA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas