quarta-feira, 2 de junho de 2010

126 - OS FENÍCIOS

Os fenícios eram uma antiga civilização que se estabeleceu onde hoje ficam o Líbano e partes da Síria e de Israel. Calcula-se que eles chegaram a essa região por volta do século 30 a.C., mas os historiadores ainda não conseguiram precisar de onde eles teriam partido - especula-se apenas que de algum ponto do golfo Pérsico.

Ao longo da costa do mar Mediterrâneo e em ilhas da região, os fenícios montaram várias cidades-estados independentes, como Biblos, Tiro e Trípolis. Tais cidades atingiram o auge por volta do século 12 a.C., quando antigas potências que dominavam essa parte do Oriente Médio - como os impérios egípcio e hitita - estavam enfraquecidos. Aproveitando a oportunidade, os fenícios transformaram suas cidades em importantes pólos comerciais. Como não eram grandes produtores de mercadorias, eles atuavam como uma espécie de importadores e exportadores da Antiguidade. Ou seja, compravam vinho de uma região e vendiam para outra, que por sua vez produzia óleo e assim por diante. Para fazer tantos negócios, os fenícios se especializaram em longas viagens marítimas.

Graças a esse espírito comerciante-aventureiro estabeleceram pontos de colonização - que mais pareciam grandes mercados - em várias áreas do mar Mediterrâneo, como no norte da África e na costa da Itália e da Espanha. A partir do século 9° a.C., porém, esse poderio foi se esfacelando aos poucos diante da expansão de outras civilizações do Oriente Médio, como a dos assírios (no atual Iraque) e a dos persas (no Irã). No século 4 a.C., as cidades fenícias perderam de vez sua importância comercial após serem invadidas pelo império de Alexandre, o Grande.

Essa antiga civilização criou a base do alfabeto que usamos até hoje. Em vez de usar a escrita cuneiforme - empregada por outras civilizações da Mesopotâmia e que tinha sinais em forma de cunha, os fenícios criaram seu próprio alfabeto. Formado por 22 letras, ele já era usado no século 15 a.C. Esse método de escrita foi adotado mais tarde pelos gregos, tornando-se o ancestral do alfabeto romano, que usamos hoje em dia.

Movidos pelo comércio externo, os fenícios mergulharam fundo nas viagens marítimas e por isso se tornaram grandes construtores navais, deixando uma importante herança nesse setor. Suas embarcações eram tão eficientes que rumores não comprovados dizem que eles teriam se aventurado pelo oceano Atlântico e chegado até o Brasil.

Os fenícios produziam peças artesanais usando com muita originalidade o ouro e outros metais e tinham avançadas técnicas de tingimento de tecidos - com cores obtidas até com o uso de uma espécie de caramujo marinho!

Além disso, aparentemente foram eles que descobriram o método para produzir vidro transparente.

Os fenícios, tal como os hebreus, eram um povo de origem semita. Por volta de 3.000 a.C., estabeleceram-se numa estreita faixa de terra com cerca de 35 km de largura, situada entre as montanhas do Líbano e o mar Mediterrâneo.

Com 200 km de extensão, corresponde à maior parte do litoral do atual Líbano e uma pequena parte da Síria.

Por habitarem uma região montanhosa, com poucas terras férteis, os fenícios voltaram-se para o mar, dedicando-se à pesca e ao comércio marítimo.

A Fenícia era, na verdade, um conjunto de cidades independentes entre si. Cada uma delas constituía numa Cidade-estado.

Algumas dessas cidades adotavam a Monarquia Hereditária; outras eram governadas por um Conselho de Anciãos, formados por grandes comerciantes, donos de terras e armadores.

As cidades fenícias disputavam entre si e com outros povos o controle das principais rotas de comércio. Entre o ano de 1000 a.C. e 700 a.C., a cidade de Tiro destacou-se das demais por sua riqueza.

Inicialmente, os fenícios viviam da pesca e da agricultura. Mas, como a produção de alimentos não acompanhava o crescimento da população, logo passaram a dedicar-se também a outras atividades, como o artesanato e o comércio.

Para vender o que produziam e obter as matérias-primas de que necessitavam, os fenícios foram se voltando cada vez mais para o comércio marítimo, que logo se transformou na principal atividade econômico.

Os fenícios guardavam a sete chaves os segredos das técnicas de construção naval e de suas rotas de comércio.

Para consolidar e expandir suas relações comerciais, os fenícios fundaram inúmeras colônias. Muitas alcançaram enorme progresso.

O que levou os fenícios a criar o alfabeto foi justamente a necessidade de controlar e facilitar o comércio. O alfabeto fenício possuía 22 letras e era, portanto muito mais simples do que a escrita cuneiforme e a hieroglífica.

O alfabeto fenício serviu de base para o alfabeto grego. Este deu origem ao alfabeto latino, que, por sua vez, gerou o alfabeto utilizado atualmente no Brasil.

No princípio, todas as letras do alfabeto eram consoantes. Mais tarde, os gregos acrescentaram a elas as cinco vogais.

Enquanto Egito e Mesopotâmia colocam-se como grandes impérios que se fundam na Antigüidade, tendemos a nos esquecer de outros povos que hoje, talvez, suas permanências sejam muito mais presentes na nossa própria vida.

A Fenícia, cujo território hoje corresponde ao Líbano, deixou-nos o alfabeto fonético, criado por volta do ano 1.000 a.C., como grande herança.

A importância desse alfabeto reside justamente no fato de se constituir na base do alfabeto grego e, posteriormente, do latino. Outro fato que convém lembrar é que não se trata apenas de um alfabeto, mas de idioma possível de ser aprendido e pronunciado por outros povos.

O período de apogeu dos fenícios, povo descendente dos cananeus, foi entre 1.200 a.C. e 800 a.C., quando fundaram várias cidades-Estado, entre as quais Arad, Biblos, Ugarit, Sidon e Tiro – essas duas últimas muito citadas no Antigo Testamento da Bíblia. Após esse período entraram em declínio e no século VI a.C. caíram sob domínio dos persas.

Notabilizaram-se pela produção de um artesanato de luxo - jóias, estatuetas, caixas de marfim etc. - vinculado ao seu comércio, aliás sua principal atividade econômica.

O último baluarte fenício, Cartago, caiu sob o domínio de Roma, vitoriosa nas Guerras Púnicas.



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