sábado, 5 de fevereiro de 2011

8598 - HISTÓRIA DA LINGUSITICA

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Uma Breve História do Começo da Linguística
27 / janeiro / 2008 por Bia Moreira

Os seres humanos se comunicam provavelmente desde que nós existimos, mas foi apenas há 3.000 anos atrás que alguém ficou curioso sobre a língua e começou a examina-la. Isso aconteceu em dois lugares.

Análise gramática evoluiu bem cedo na Índia antiga. Uma descrição de gramática também apareceu entre os gregos antigos.

A vida do Panini¹, um linguista índio, é desconhecida, mas seu trabalho, a Astadhyayi, é a culminação de estudos mais antigos na fonologia e gramática.

Na visão de Panini sobre gramática, os pedaços das palavras deveriam primeiramente colados juntos numa ordem. Regras, então, deveriam ser aplicadas para converter essas frases em formas corretas. Panini trabalhou com sânscrito, mas nós podemos ilustrar seu método muito bem em português. Considere o verbo:

Penetrar, e seu adjetivo impenetrável, significando “não capaz de se penetrar”. Isso consiste por causa do prefixo negativo, “in” (como insano). A base penetrar e o sufixo “vel” forma a palavra in-penetrar-vel. Agora as regras deveriam ser aplicadas para formar a palavra impenetrável

O estilo da análise formal da fonologia do Panini influenciou Noam Chomsky 2.000 anos pra frente, e ele paga tributo para esse linguista.

Embora a tradição indiana era muito mais sofisticada, foram os gregos que fundaram a tradição europeia. Aristóteles deu o primeiro passo. Ele dividiu a frase em duas partes chamadas sujeito e predicado.

O rei da Pérsia(sujeito)foi para Grécia(predicado).

O Aristóteles parou por aí, mas essa divisão é ainda reconhecida hoje como uma parte fundamental para analisar uma frase.O trabalho grego aumentou com Apolônio Díscolo² e Dionísio Trace. Foi o Trace (thrax) quem produziu a primeira gramática completa dos gregos.

O Grego antigo era uma língua na qual a maioria das palavras poderiam pegar vários finais diferentes para propósitos gramaticais. Observando o comportamento das palavras gregas, e especificamente desses finais, Trace concluiu que as palavras gregas caiam em oito classes: Substantivo, verbo, artigo, pronome, preposição, conjunção, advérbio e particípio. (Morfologia).

Essa descrição se tornou a base para todas as outras descrições gramaticais na Europa até o século vinte, por mais que essas oito classes tenham sido modificadas. Depois que os romanos conquistaram a Grécia, os romanos começaram a aplicar as mesmas análises na sua própria língua, o que não foi ruim pois a estrutura do latim é parecida com a do grego.

A tradição greco-latina foi sintetizada no trabalho do gramático romano mais importante, Prisciano (Priscian), a sua descrição de latim é ainda o que se encontra na maioria dos livros escolares de latim até hoje.

Quando os europeus finalmente começaram a se interessar na suas próprias línguas no século 14 e 15, eles tentaram impor a explicação do Prisciano nas suas línguas.

Porém, no século 17, estudantes franceses, conhecidos como Port-Royal³, escreveram uma gramática nova e “universal” do Francês, uma que de desprendeu da tradição Prisciana. Aqui está um exemplo típico dessa análise:

O Deus invisível criou o mundo visível.

Essa frase pode ser analisada como…

Deus, que é invisível, criou o mundo, que é visível.…

Que pode ser dividida em…

Deus é invisível

Deus criou o mundo

O mundo é visível

No final do século 18 linguistas descobriram que todas as línguas tem conexões e vem de um mesmo ancestral, a partir daí começou o estudo das mudanças na língua e línguas pré-históricas, que é chamado de linguística histórica4. Com o resultado dessas descobertas as outras análises foram sendo descartadas. Depois disso começou a linguística moderna e geral.

¹ Mais informações sobre Panini:

http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C4%81nini

² Mais informações sobre Díscolo:

http://www.paratexto.com.br/document.php?id=746

³ Mais informações sobre Port-Royal:

http://www.filologia.org.br/hilmaranauro/olegadodejeronimo.html

4 Mais informações sobre linguística histórica:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ling%C3%BC%C3%ADstica_hist%C3%B3rico-comparativa

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Publicado em Lingüística | 7 Comentários

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7 Respostas
em 27 / janeiro / 2008 às 11:55 pm | Responder Adriano Senkevics
Oi Bia,

Interessante o post. Linguística é um assunto com o qual temos pouco contato, embore usemos, para tudo, da nossa querida língua.

Obrigado por nos informar sobre este tema,

Beijos



em 29 / janeiro / 2008 às 6:47 pm | Responder pilequehomerico
Como sempre… adorei o texto!

Geralmente quando falamos em linguística, as pessoas se dividem entre aqueles que se assombram e aqueles que ridicularizam…tudo porque não conhecem.

Beijos



em 01 / abril / 2008 às 11:13 am | Responder Lissa
Olá, Bia!!

A lingua é vivida por todos, mas sua história é conhecida por poucos. Parabéns por esse trabalho maravilhoso.

bjus!



em 05 / setembro / 2008 às 2:58 pm | Responder Laura
…Ei Bia! Precisava encontrar algum artigo sobre esse assunto, história da lingüística, para um trabalho. Você me ajudou muito. Obrigada.Beijos…



em 19 / novembro / 2008 às 2:39 pm | Responder Carina
Gostei muito desse site pois estou fazendo um trabalho sobre esse tema, gostaria de parabenizar a quem teve essa idéia tão legal.



em 09 / março / 2009 às 9:54 pm | Responder sebastião Bento da Silva
O que pude entender é que panini de interessar pela linguistica, também percebeu a necessidade da organização gramatical para que se pudesse ter língua entendida perfeitamente.



em 27 / setembro / 2009 às 11:00 pm | Responder DAMIAO ALFREDO DE PAULA DOS SANTOS
GOSTARIA DE SABER MAIS SE A DUPLA ARTICULAÇÃO É UM FATOR DE ECONOMIA LINGUISTICA!

NA FRASE: AS MENINAS LEVADAS BRINCAVAM COM SUAS BONECAS NOVAS.

ONDE ESTÁ?

AGRADEÇO





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