terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

9370 - HISTÓRIA DO TRANSPORTTE DE TRAÇÃO ANIMAL NO BRASIL

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TRANSPORTES DE TRAÇÃO ANIMAL
DO RIO GRANDE DO SUL
Pesquisa:
Delizabete Seggiaro
Eliane Bica
Terson Praxedes
Observação: o presente trabalho não esta concluído podendo sofrer
alterações de forma e conteúdo.
De Mercadorias e Pessoas
Vista panorâmica Doca do Cais do Porto
Carreta
Origem
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A carreta no Rio Grande do Sul tem a sua origem no Plaustrum carro típico, e primitivo da Itália, era um pesado e
grosseiro transporte agrícola usados pelos lavradores romanos em suas colheitas, sendo composto de duas partes:
rodado e mesa.
O rodado era composto de duas rodas ligadas por um eixo, podendo ser maciças (com perfuração no centro onde se
embutia o eixo) ou feitas de tabuas de madeira ligadas entre si; o eixo era de madeira e girava junto com as rodas.
A mesa era um lastro de tabuas do qual partia o cabeçalho para a atrelagem dos bois e sobre esta mesa eram
colocadas as cargas a serem transportadas.
A introdução da carreta no estado deu-se através dos imigrantes portugueses.
Carreta é o nome dado ao veículo rural tirado por bois no Rio Grande do Sul, quer se trate do velho carro de origem lusa,
crismado de carreta portuguesa, quer do carro modificado, de rodas raiadas e eixo fixo à mesa ou caixa .
Carreta no RS – veiculo tosco, pesado, de duas rodas com ou sem toldo puxado por juntas de bois e pode
ser classificada por:
Tamanho: Carreta Inteira, Carretas de Três Quartos, Meia-Carreta, Carreta de um quarto,
carretinhas e Carretilhas.
Roda: de roda raiada e roda cheia que é chamada de Carro Macho.
- Carro Macho: Este tipo de carreta foi muito usada na região litorânea pois sua rodas não atolavam com a
mesma facilidade que as rodas raiadas .O carro Macho é uma carreta de roda cheia que se compõe de mesa,
rodado e cabeçalho. A característica do Carro Macho é que o eixo é fixo nas rodas, girando junto com as mesmas,
isso causa um atrito que ao girar faz um ruído forte e por causa deste o carro macho é também chamado de
“cantador”.
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- Carreta inteira: pesa aproximadamente 450 quilos, tem uma capacidade de carga ate 1.500 quilos, tem
mais ou menos 16 palmos de comprimento, por seis de largura e dez de altura; suas rodas têm oito palmos de
diâmetro, por vinte e seis de circunferência.
- Carreta três quartos: também chamada por carretão, a mais usada pesando mais ou menos 375 quilos e
tem uma capacidade de carga até 1050 quilos; tem aproximadamente 14 palmos de comprimento, seis de largura e
nove de altura; suas rodas têm sete palmos e meio de diâmetro.
- Carreta de três quartos ou Carretão sem toldo.
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- Meia carreta: Com aproximadamente 300 quilos e pode carregar até 750 quilos; tem mais ou menos 12
palmos de comprimento, cinco de largura e cinco de altura; o diâmetro das rodas é de seis e meio palmos.
- Carreta um quarto: Pesa entre 200 a 25 quilos e pode carregar até 450 quilos; tem mais ou menos dez
palmos de comprimento, por cinco de largura e cinco de altura; o diâmetro das rodas é de cinco e meio a seis
palmos.
Obs: duas Carretas de Um quarto ao lado de uma Meia Carreta
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Tipos de Toldos:
- Carretinha: É uma carreta pequena, de regra puxada por uma só junta de bois, dirigidos por meio de rédeas
denominadas rejeiras ou seja sovéus de couro torcido com ou sem pêlo, amarrados em volta de uma aspa e da
orelha externa dos animais. Estas carretinha são freqüentes nas vilas e povoados para o transporte de lenha, carvão,
legumes e etc..tendo, neste caso, uma caixa de tábuas de pinho.
- Carretão: Ao contrário do aumentativo (ão), é uma carreta curta, pequena, sem tolda muito usada no serviço
doméstico das estâncias, puxada por uma única junta de bois, com ou sem caixa.
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- Carretilha: Carreta toldada, coberta de palha, madeira ou zinco, fechada nos quatros lados por tábuas bem
aparadas, nas quais se abrem lateralmente e na dianteira,pequenas janelas corrediças para a entrada de ar e luz,
em regra eram bem pintadas de azul ou vermelho, algumas com desenhos ornando as paredes e puxada por uma
só junta de animais, e que representavam um pequeno aposento fechado, que servia para a condução de famílias ou
pessoas enfermas.
- Carreta tipo carretilha: utilizada para transporte de cargas sendo uma carreta toldada, coberta com
zinco, fechada nos quatros lados por tábuas bem aparadas, nas quais se abrem lateralmente, pequenas escotilhas
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para arejar seu interior e portas na parte dianteira e traseira, com escadas , muito bem acabadas e pintadas ,
puxadas por mais de uma junta de bois, muito utilizada pelo exercito.
- Carreta Pipa D’água: Também chamada em algumas regiões de “pipeira”, é utilizada para carregar
água. Esta carreta pode ser composta por barris de diversos tamanhos que é colocado sobre a mesa de uma
carretinha em que o recavem dianteiro e traseiro tem o formato de meia lua , sobre os eixos, com duas rodas
raiadas No Rio Grande do Sul a profissão de aguadeiros teve o inicio do seu declino até o seu desaparecimento a
partir de dezembro de 1965 quando foi criada a Companhia Riograndense de Saneamento ( Corsan )
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- Zorra: No Rio Grande do Sul é mais propriamente um veículo de arrasto sem rodas para diversos tipos de
transporte, utilizadas onde as carretas e os carretões não têm acesso.
Ela podia ser apenas um conjunto de dois troncos e dois galhos atravessados e presos a este, ou um pedaço de
tronco bifurcado (tipo forquilha). medindo de um a um metro meio de comprimento
Em ambos os casos o tronco é preso a uma tiradeira, que é uma corrente, que liga a zorra a canga de bois, e serve
para transportar diversos materiais tais, como pedras, troncos de arvores, cana de açúcar, pipas d’água etc... .
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- Arrastão: Veículo deslizante montado sobre dois troncos de arvores leves, com mesa e amparos dianteiros e
traseiros,com laterais abertas ou fechadas, sendo que suas dimensões variam de acordo com o tipo e tamanho da
carga a ser transportada e o número de bois para puxá-lo dependia desta, podendo ser, de um boi até três juntas e
em algumas regiões esse trabalho era feito por cavalos, burros ou mulas.
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Slita: Nome dada para a Zorra pelos imigrantes italianos, que traduzido para o português significa Trenó, é muito
usada para transporte de uvas na época das colheitas, pastos para os animais e outros serviços. É constituída de
duas toras de madeira de aproximadamente de 1.00 a 1,30 metro de comprimento e de 0,60 a 0,80 cm de largura e
sobre estas duas toras é feito uma mesa plana de tábuas,sendo mais estreita na parte da frente (em forma de cone)
e com uma moldura em sua volta, feita com sarrafos, onde são colocados os materiais a serem transportados.
A slita é presa ao selim ( peça de madeira que é colocada no pescoço do animal ) por duas correntes ou cordas
parem serem puxadas.
Carroças
- Carroça com Boléia ou Gaiota: Com ou sem tolda, compõe-se de 2 varais, 2 rodas eixos, boléia
,caixa e piso. Utilizada pelos distribuidores de pão, leite, etc.
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Carroção ou carreta de Quatro Rodas
- Carroção ou Carreta de 4 rodas: Na Campanha e Missões, este tipo de transporte é chamado de
carroção. Nas zonas de colonização alemã e italiana denomina-se carreta de 4 rodas ou carroção colonial. Pode ser
tracionada por cavalo, mula ou boi. Neste ultimo caso, um cabeçalho é preso à lança.
A carreta de 4 rodas compõe-se de: 2 jogos de tesouras, lança ou guia, eixos, sobre-eixos, 2 rodas grandes e 2
menores, travessa, segurança da lança, sarangão, 2 gastalhos, caixa e breque. Pode ter cobertura.
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- Carroça bandeja: A carroça bandeja foi introduzida no oeste do Estado, nos municípios de Itaqui e de São
Borja por colonos russos, cultivadores de linhaça, vindos da argentina em 1915. É uma carroça de quatro rodas, com
trava, tendo a caixa de secção trapezoidal muito mais rasa do que a de colono e disposta muito mais alta, sobre as
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molas. As rodas dianteiras, menores, passam por debaixo da mesa. As maiores comportam carga até uma tonelada
e meia. Muito utilizadas para carregar linho em rama para as medas ou para as trilhas.
Carroção Jardineira
- Carroção jardineira com tolda: Encontramos no Rio Grande do Sul mais especificamente na região
da fronteira em Bagé e Uruguaiana um misto de Carroção e Jardineira com tolda que servia tanto para transporte de
cargas como de pessoas.
Jardineira
- Jardineira: Carro de quatro rodas geralmente para transporte de pessoas tendo os bancos laterais com três
lugares.
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Existem variantes de jardineiras, de dois bancos: que podem estar dispostos frente a frente ou em fila, de uma a
três pessoas, com ou sem cobertura.
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Em algumas regiões do Estado, encontramos Jardineiras sendo usadas para o trabalho diário como o transporte do
Leite:
Charrete
- Charrete: É uma carruagem, de origem inglesa, com dois ou quatro assentos, montados nas molas de
suspensão, unidas à caixa, que tem formato curvado. Tem um pedal (estribo) na parte dianteira e na parte traseira
serve de tampa para caixa que é levantada e suspensa por duas correntes.
Utilizada para transporte exclusivamente de pessoas.
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Aranha
- Aranha : Têm 2 varais, 2 rodas grandes, eixo, boléia e mala traseira (caixa pequena), piso e varilho na
frente.Transporte misto, para três passageiros.
Carruagem
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- Carruagem: Carro de caixa sobre molas, com 4 rodas raiadas (as traseiras maiores que as dianteiras), 1
varal central, boléia, 2 assentos na parte toldada, puxada por dois eqüinos.
Bonde Tração Animal
É um veículo de transporte coletivo, que corre sobre trilhos urbanos assentados rentes e sem saliências no leito das
ruas. Este veículo de transporte nasceu na renascença.
ETIMOLOGIA DA PALAVRA BONDE. A palavra bonde surgiu em 1879, sua origem se deve ao fato de que na
época a passagem do CARRIL DE FERRO (RJ) custava 200 Reis, mas não existiam moedas ou cédulas deste
valor em circulação. Em vista disso, a empresa teve a idéia de emitir pequenos cupons (bilhetes), em cartelas com
cinco unidades, ao preço de um mil reis, cuja cédula circulava em grande quantidade. Os bilhetes (ricamente
ilustrados) impressos nos Estados Unidos, foram logo denominados pela população como Bonds (Bônus,
Ação). A própria empresa denominava bond aos cupons, por entender que realmente representavam o
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compromisso assumido de em troca, transportar o portador em um de seus veículos. Os bilhetes também eram
utilizados como troco, e podiam ser convertidos em moeda corrente nos escritórios da empresa, ou ser utilizados
em futuras viagens.
Na mesma época o Governo havia emitido e vendido na europa ações ricamente ilustradas, conhecidos no
exterior como bonds. A imprensa noticiou a emissão destes bonds como um escandalo, os jornais criticavam os
bonds em manchetes, o fato foi muito contestado pela imprensa. O povo associou os bonds aos bilhetes dos
Carris de férro. E passou a denominar os bilhetes, e ao veiculo do carril de ferro urbano como bond,
designação que se consagrou com o neologismo "Bonde".
Em 1872, Porto Alegre completava 100 anos. Uma cidade ainda jovem, mas que já contava com uma população de
44 mil habitantes circulando pelas ruas ainda precárias. Uma viagem de ida e volta dos arraiais mais distantes até o
centro poderia levar um dia inteiro. Um tipo de gôndola apelidada de “maxambomba” circulou por volta de 1865, mas
não teve muito sucesso e logo caiu em desuso.
No dia 19 de junho de 1872, porem, um decreto assinado por Dom Pedro II alteraria de forma significativa o cotidiano
da cidade: é concedida “à companhia – Carris de Ferro Porto-Alegrense, - autorização para funcionar” (decreto n.
4985). A partir daí, o transporte coletivo da cidade foi evoluindo, dinamizando o contexto urbano e alterando o
aspecto das ruas e até mesmo dos futuros bairros.
Inicialmente, a Carris operou bondes tracionados por mulas. Em quatro de janeiro de 1873, a inauguração da
primeira linha, a Menino Deus, foi motivo de festa com muita pompa e uma parelha de cavalos brancos no lugar das
mulas. No dia seguinte, as mulas já pegaram no pesado.
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Júlio de Castilhos (ao centro, de chapéu branco), governador do Estado do RS no final do século XIX, em
passeio oficial com
autoridades num bonde da Carris puxado a mula

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