terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

9372 - HISTÓRIA DO TRANSPORTE DE TRAÇÃO ANIMAL NO BRASIL

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História do Ônibus no Brasil
Estacionamento de carruagens e tilburys no Largo da Sé, ao lado da igreja antiga. Foto de 1910.

Em 1925 foi comemorado, com grandes festividades na Europa, o centenário da existência do ônibus. Estes, logicamente, ao longo do tempo, foram sofrendo radicais transformações em todos os seus aspectos, seja na aparência, na tração, etc., tanto é assim que se pode dizer que os ônibus atuais em nada se assemelham aqueles seus antepassados.
Mas parece que a origem do ônibus vem ainda de mais longe. Para alguns pesquisadores, os romanos foram os primeiros a criar serviços regulares de veículos com tração animal para o transporte de passageiros através das estradas que o império estendeu ao longo de seus domínios. Esses veículos – chamados carpentum – entraram em declínio após a queda do Império Romano.
Sabe-se ainda que Pascal(1), na França, foi quem concebeu a idéia dos ônibus (ainda sem esse nome), por volta de 1661. Mas tem-se notícias que antes, em 1627, algumas viaturas públicas circulavam em Paris, porém não tiveram êxito, pois o público não as aceitou e a empresa fechou.
O Duque de Roaunez, por sugestão de Pascal, obteve um privilégio, em 1661, para a exploração de carruagens públicas, que circulariam em Paris, seguindo um itinerário, horário e tarifas preestabelecidos. A autorização foi concedida pelo Rei Luís XIV em 27 de fevereiro de 1662.
As primeiras carruagens públicas de Paris começaram a circular a 18 de março de 1662, entre Luxembourg e a Porte de Saint Antoine, tornando-se conhecidas do povo como carroces à cinc sous.Elas tinham lugar para oito passageiros e o cocheiro e seu ajudante vestiam casacas azuis, cujos enfeites variavam nas suas cores de acordo com o itinerário da linha.
Talvez não se tratasse de um ônibus como nossos antepassados conheceram, mas simples carroças, pesadas, sem molejo, trafegando em ruas pessimamente calçadas e com preços inacessíveis para a época. Por alguns motivos a idéia não foi avante e o transporte coletivo por este meio caiu no esquecimento, tendo sido abandonado antes mesmo de terminar o ano de 1678.
Outra tentativa, efetuada em 1672, também na França, não obteve resultados práticos.
Somente em 1819 retomou-se a locomoção por meio de veículos coletivos, quando o Sr. M. Godot, em Paris, solicita ao Prefeito da Polícia autorização para pô-la em prática nos boulevards da “cidade luz”.
Infelizmente viu indeferido o seu pedido, sob a alegação de que tais veículos, parando constantemente na via pública, trariam um sério embaraço ao trânsito em geral... E tal se repetiu a quantos peticionários se apresentaram, o que fez com que os mais tenazes se voltassem para as províncias.
Foi o que aconteceu em 1825. O Sr. S. Baudry, concessionário de uma casa de banhos localizada a cerca de dois quilômetros de Nantes, notando a escassez de fregueses, devido à distância, lembrou-se de oferecer condução aos moradores e usuários de seu estabelecimento. Colocou em tráfego um carro comprido, com dois bancos paralelos, puxado a cavalo, cujo percurso ia do centro da cidade de Nantes até a casa de banhos.
Essa invenção fez tanto sucesso que em pouco tempo a maior parte dos passageiros a utilizava apenas para se locomover de um lugar a outro, sem intenção de usar a casa de banhos. Isso levou o concessionário a fecha-la e manter apenas o carro, mediante cobrança de passagens.
Diz-se que por essa época existia em Nantes um negociante de chapéus chamado Omnes, muito procurado na cidade. Naquele tempo as casas não possuíam números e o comércio usava, para o conhecimento de seus fregueses, tabuletas mais ou menos engenhosas. Assim, o Sr. Omnes, para atrair a freguesia, mandou escrever estas palavras na frente de seu estabelecimento: “OMNES – OMNIBUS”, ou seja OMNES PARA TODOS.
Como as viaturas do Sr. Bandry saíam da frente desse estabelecimento, o povo associou a palavra omnibus a elas e o nome pegou.
Animado com o resultado de seu comércio de transportes, Bandry melhorou o tipo de seus carros – que eram três – e, associando-se em seguida com capitalistas, estabeleceu em Bordeoux um serviço semelhante. Pouco depois, em 1828, Bandry entrou em Paris com as credenciais de suas experiências e ali fundou e inaugurou a Empresa Geral de Viaturas, escrevendo em seus veículos o nome já consagrado. Por serem pintados de branco, estes ônibus – que faziam o trajeto de Madeleine à Porte Saint Martin – tornou-se conhecidos pelos apelidos de “damas brancas”, em homenagem a uma ópera de Boildieu que tinha grande êxito na época. Com o tempo, porém, esse apelido foi desaparecendo e o primitivo nome de omnibus voltou a ser usado. A tarifa então cobrada era de três a cinco sous. Com a sua difusão e aceitação, procurou-se aumentar o mais possível a sua lotação.
Em 1828 surgiram os primeiros ônibus fechados, tracionados por três cavalos, isto durante o reinado de Carlos X. Pouco mais tarde, a companhia Entreprise des Omnibus colocou em circulação um veículo com dois pavimentos a Entreprise des Trycicles fazia trafegar um carroção fechado, com janelinhas laterais em linha, como a de Palais Royal.
Ainda nessa época foi lançado, em Paris, um pequeno ônibus para famílias, proliferando, depois, a circulação de veículos coletivos na capital francesa.
Na Inglaterra, o sistema de transporte foi iniciado na primavera de 1829, em Stratford, quando a primeira viatura circulou, equipada com dois cilindros oscillantes, agindo diretamente sobre as rodas. Apesar de ser um modelo experimental, chegou a circular centenas de milhas entre Londres e Stratford.
Também nesse ano de 1829, aparecem os primeiros veículos coletivos nos Estados Unidos, alojando-se os passageiros até no tejadilho. Com o lançamento do ônibus de dois pavimentos na França, este ficou conhecido como “Imperial”, a parte superior do ônibus.




Enfim, chega o motor

Os estudos e aplicações do motor para movimentar ônibus não são recentes e se igualam com o surgimento do ônibus a tração animal.
Os inventores prosseguiram durante o século XIX construindo ônibus a vapor, enquanto a indústria química aprendia a vulcanizar a borracha para revestimento de rodas e a siderurgia aperfeiçoava as técnicas de fabricação de peças fundidas e forjadas.
Sabe-se que em 1833, na Inglaterra, um certo Dr. Church inventou um veículo a vapor, com o qual se locomoveu de Londres a Birmingham. Era um veículo de grande tamanho, com carroceria alta e aberta, com boléia semelhante à das diligências da época, onde cabiam o motorista e alguns passageiros. Na parte interna da carroceria viajavam os demais passageiros.
Também na França, por essa mesma época, Jean Chretien Dietz, junto com seus dois filho efetuou várias experiências com veículos a vapor em estradas. Em 26 de setembro de 1834, o filho mais velho de Jean, Charles Dietz, fez a primeira viagem oficial com um desses carros, entre o Champs-Elysées e o Parc Saint German.
Em 1834 começa na Inglaterra a primeira linha de transporte coletivo motorizado, que ligava Glasgow a Paisley. O seu proprietário e construtor dos veículos era John Scott Russel. O seu melhor carro, levando 40 passageiros, chegava a fazer 27 km/h, na estrada. Talvez o primeiro acidente de ônibus deu-se com um desses veículos, provocado por cocheiros que, temendo a concorrência desse novo meio de transporte, colocaram obstáculos na estrada, e o ônibus, apesar de pouca velocidade, não possuía freios perfeitos, o que motivou a quebra da roda do carro e a caldeira, sobrecarregada de pressão, explodiu, fazendo várias vítimas.
Também nesse ano de 1834, inaugura-se na França a primeira linha regular de ônibus a vapor entre Paris e Versalhes, também instalada por Charles Dietz. Dois anos depois, sabe-se que circulavam na Inglaterra cerca de 20 ônibus a vapor, convivendo com veículos à tração animal.
Em seguida, novamente Charles Dietz, na França, inaugura a primeira linha intermunicipal de ônibus a vapor, ligando Bordeaux a Libourne. Ainda assim, esses veículos não eram práticos, assemelhando-se mais a uma locomotiva, muito pesados e com pouca maleabilidade e autonomia.
Foi Amedée Bollée quem idealizou o veículo coletivo com formas mais elegantes, do qual se originam os ônibus e automóveis do princípio do século XX. Ele construiu o “Obeissante”, um carro original e eficiente, com doze lugares, movido por dois motores a vapor, com dois cilindros em V. Tinha também mudança de velocidade por engrenagens e suspensão independente nas rodas dianteiras. Pesava cerca de cinco toneladas e atingia a velocidade máxima de 40 km/h, um recorde para a época, só superada pelos trens rápidos... Com 15 HP, em outubro de 1875 ele fez uma exibição em Paris, cobrindo o percurso de 230 quilômetros em 18 horas, incluindo paradas para abastecimento e refeição.
Modestamente, outros tipos de motores tentavam superar o vapor. O que ocorreu em 1860, quando aparece o motor Lenoir, que funcionava usando o gás de iluminação, um acionamento capaz de substituir o vapor, em aplicação de baixa potência.
Era um motor que trabalhava sem compressão e em seu aperfeiçoamento muitos inventores deram a sua colaboração. Um deles foi o técnico alemão Nikolaus August Otto, que desenvolveu um motor de melhor desempenho. Formando uma sociedade com Eugen Lang, Otto funda, em 1872, a fábrica de motores a gás Deutz. Essa fábrica produziu motores para uso industrial, sendo seu principal técnico um engenheiro alemão chamado Gottlieb Daimler.
Porém, em vista do alto custo do gás de iluminação, procurou-se por volta de 1875 outros combustíveis alternativos, como a benzina, um derivado do petróleo, e o gás de Ligroin.
Foi então que Otto, para melhorar o desempenho de seus motores, idealizou o princípio de quatro tempos, patenteando-o em 1877.
Daimler Propõe criar um engenho para motorizar os mais diversos tipos de carruagens, mas a diretoria da fábrica de motores a gás Deutz não aceita sua proposta. Desgostoso, afasta-se da empresa em 1882, criando sua própria indústria, e em 1889 ele atravessa a ponte de Westminster, em Londres, com o primeiro ônibus a gasolina, com rodas.
Por essa época, em 1879, em Mannheim, na Alemanha, Karl Benz consegue fabricar um motor no qual a alimentação de mistura de combustível, ar e gás é feita por bomba. Para industrializa-lo, funda, em 1883, a Benz & Cia. Fábrica de Motores a Gás do Reno.
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(1) Blaise Pascal, geômetra, físico, filósofo e escritor francês nascido em Clermont Ferrand, em 1623, e falecido em Paris em 1662.

Fonte
Ônibus: uma história do transporte coletivo e do desenvolvimento urbano no Brasil
Autor Waldemar Corrêa Stiel
São Paulo: Comdesenho Estúdio e Editora, 2001







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