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Leonard Bernstein
Com TV, regente americano se populariza
Colaboração para a Folha Online
Regente, compositor, pianista graduado, apresentador de televisão, comentarista e militante pela paz mundial. Este foi Leonard Bernstein. Como definiu seu professor de música Fritz Reiner, "Leonard é feito um giroscópio humano".
Filho dos imigrantes russos Jennie Resnick e Samuel Joseph Bernstein, o músico era norte-americano, nascido em 25 de agosto de 1918 na cidade de Lawrence, Massachussetts (EUA).
A maior incentivadora por seu interesse pela música foi sua tia Clara, que lhe deu um piano de presente quando ele completou 10 anos. Passou a ter aulas particulares com a pianista Frieda Karp, e, em 1930, foi matriculado no New England Conservatory of Music.
Um dos maiores prazeres de sua vida era estudar, tanto que seu currículo acadêmico era vasto. Formou-se na conceituada Universidade de Harvard, completou seu histórico disciplinar no Curtis Institute of Music, da Filadélfia, freqüentou diversos seminários especializados, e em 1940 esteve presente no curso de verão do Tanglewood Music Center, ministrado pelo maestro Koussevitzky.
Nessa época conheceu o compositor Aaron Copland, que viria a se tornar seu amigo inseparável. Eram cúmplices em tudo, principalmente no trabalho.
Bernstein gravou quase todas as obras de Copland para orquestra.
A grande chance que teve de mostrar ao público seu talento aconteceu por acaso em 1943, quando precisou substituir às pressas o maestro Bruno Walter numa apresentação no Carnegie Hall. Foi tão aplaudido que no dia seguinte seu nome estava na primeira página do jornal The New York Times.
Agraciado pela crítica, após dois anos assumiu o posto de Diretor Musical da Orquestra Filarmônica de Nova York.
Sua forma enérgica de reger sofria a influência de Mahler, e ainda conseguia chocar. Compôs peças nos mais diversos estilos e foi o maestro norte-americano que mais fez apresentações pelo mundo.
A primeira vez que Bernstein regeu um concerto fora dos Estados Unidos foi em 1944, na cidade de Montreal (Canadá). Após a Segunda Guerra, foi contratado para acalmar os ânimos dos ingleses, seguindo depois para a França e para Praga, onde se apresentou no Festival Internacional de Música.
Fez também inúmeros concertos em Israel, país escolhido por ele para a estréia de diversas obras, entre elas a Sinfonia nº 3 "Kaddish", estreada em 1963 na cidade de Tel Aviv.
Em 1951, Bernstein se casou com a atriz chilena Felícia Montealegre Cohn, com quem teve três filhos: Jannie Anne Maria, Alexander Serge Leonard e Nina Maria Felícia.
Ele tornou-se ainda mais popular na década de 50, quando começou a apresentar programas de televisão. Entre os mais famosos estão "Omnibus" (1954), em que ensinava música clássica para leigos, e "Young People’s Concert" (1958), na CBS.
Em 1957, chegou a ser aclamado pela estréia de seu teatro musical West side story (Amor, sublime amor). A peça, que foi exibida na Broadway, conta a história da rivalidade entre duas gangues no subúrbio americano. Anos mais tarde, a obra seria adaptada para o cinema e ganharia o Oscar de melhor trilha sonora.
Cansado das apresentações, na década de 70 passou a dedicar-se apenas às composições. Apresentou trabalhos famosos como o balé Dybbuk (1975), 1600 Pensylvania Avenue (1976) e Songfest (1977). Em 1978 enviuvou, voltou a dar aulas de música e a realizar alguns breves concertos.
Um pouco antes de falecer em Nova York, no dia 14 de outubro de 1990, vítima de uma parada cardíaca, fundou a Beta (The Bernstein Education Through the Arts Fund), uma entidade filantrópica dedicada à música.
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