segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

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Claude Debussy
Belle époque persegue revolução
Colaboração para a Folha Online

Assíduo freqüentador da belle époque parisiense, Achille-Claude Debussy se tornaria um dos principais articuladores da revolução artística no final do século 19. Nascido em Saint Geman en Laye, cidade próxima a Paris, no dia 22 de agosto de 1862, era o primogênito do casal Victorine Josephine Sophie Manoury e Manuel Achille Debussy. Após a falência dos negócios de seu pai, que comercializava porcelanas, mudou-se com a família para a capital francesa, onde iniciou seus estudos musicais aos 9 anos de idade.

A primeira professora e incentivadora foi Madame Mauté de Fleurville, uma exímia pianista que havia sido aluna de Chopin e sogra do poeta Paul Verlaine. Aos 11 anos, Debussy já freqüentava o Conservatório Superior de Paris, onde chamou a atenção de seus mestres, Ernest Giraud e Albert Lavignac, pela criatividade.

O talento promissor de Debussy chegou aos ouvidos da milionária russa Nadezhda von Meck, conhecida por ser protetora de Tchaikovsky. Em 1879, aos 17 anos, o jovem músico foi convidado por ela a integrar, como pianista, o trio musical que apadrinhava.

Debussy excursionou por toda a Europa. Adquiriu experiência profissional e teve a oportunidade de conhecer grandes nomes como Wagner e Liszt. Após essa turnê, voltou ao conservatório francês com o objetivo de estudar composições e concorrer ao Grande Prêmio de Música de Roma, considerado um dos mais importantes concursos europeus da época. A vitória veio em 1884, com a cantata O filho pródigo. Como prêmio, recebeu a cobiçada bolsa de estudos na capital italiana.

Durante três anos, Debussy viveu na Itália, freqüentou a alta sociedade na Vila Médici e usufruiu da vasta biblioteca que a academia oferecia. Voltou à França em 1887, com novas perspectivas e maior refinamento musical.

Debussy tornou-se inimigo das grandes orquestras, passando a dar mais importância aos acordes isolados, timbres, pausas e ao contraste entre registros. Queria compor com liberdade, fora das regras tradicionais. Apesar de classificar Wagner como extravagante, sofreu grande influência do compositor alemão, principalmente na sua concepção do drama lírico. Este traço é marcante nas cantatas La demoiselle élue (1888), Musique javanese à Paris (1889) e Cinq poemes Baudelaire (1889).

Debussy casou-se em 1899, com a costureira Rosalie Texier. O relacionamento durou apenas cinco anos. Em meio a um tumultuado divórcio, Rosalie tentou o suicídio ao saber que o ex-marido tinha outra mulher, a rica e sofisticada Emma Bardac.

O reconhecimento de Debussy como compositor só aconteceu em 1902, com a estréia da ópera Pélleas et Mélisande, em Paris. Casou-se então pela segunda vez, com Bardac, com quem teve uma filha, Claude-Emma, em 1905. No mesmo ano, escreveu sua mais famosa obra sinfônica, La Mer, que é a impressão musical da imagem e do som do oceano. Em homenagem à filha, produziu também a suíte Children's corner (1906-1908), para piano.

Os anos finais de sua vida foram em Paris, marcados pelo aparecimento de um câncer, que o levou à morte no dia 25 de março de 1918.

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