domingo, 20 de fevereiro de 2011

9269 - OCEANO ÍNDICO

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A Vida Nos Mares: Oceano Índico
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Ao dobrar o Cabo das Tormentas, Vasco da Gama deparou-se com o mais cálido dos oceanos...

O oceano Índico começou a formar-se após a desagregação do super-continente Gondwana e apresenta o aspecto actual há cerca de 36 milhões de anos.
É o terceiro maior oceano, a seguir ao Pacífico e Atlântico, ocupando uma área aproximada de 73.600.000 km2.

Comparado com estes dois oceanos, é o mais recente e aquele que possui menor número de mares adjacentes. Entre estes, encontram-se o Mar Vermelho, o Mar da Arábia e o Mar de Andaman.

Um Nascimento Difícil
Apesar da formação do Oceano Índico se ter iniciado há 125 milhões de anos, a sua configuração actual só ficou estabelecida 90 milhões de anos mais tarde. Em termos geológicos, este oceano é o mais recente de todos.

À semelhança do Oceano Atlântico, o Índico encontra-se dividido por uma crista média oceânica com a forma de um Y invertido. Esta dorsal, chamada de Crista Média do Índico, divide-se em duas na sua parte austral, uma contorna África e liga-se à Crista Média Atlântica, enquanto o outro braço prolonga-se pelo Sul da Austrália onde se junta à Crista do Pacífico Oriental. A parte Norte da Crista Média do Índico deu origem ao Mar Vermelho.
Esta zona de clivagem entre África e a Península Arábica faz com que estas porções de terra estejam a afastar-se, aumentando a área do Mar Vermelho. Daqui a milhões de anos este mar atingirá as dimensões actuais do Oceano Atlântico.

Outra característica do Índico é a Crista Noventa Este, localizada sobre o meridiano de 90ºE, que constitui a maior cadeia montanhosa linear com mais de 4.500 Km extensão.

As Monções
O Oceano Índico difere do Atlântico e Pacífico pelo facto de estar rodeado de terra a Norte, a uma latitude ligeiramente acima do Trópico de Caranguejo. Deste modo, devido à proximidade do Antárctico a zona Sul do Índico é fria, enquanto o Norte é quente e sofre influência das monções.

As monções são ventos que mudam de direcção sazonalmente, devido às diferenças de temperatura entre o oceano e os continentes.
Durante o Verão do Hemisfério Norte a terra aquece, provocando uma subida de ar sobre o continente asiático. Este fenómeno faz então soprar ventos do mar, com direcção de Sudoeste (Monção de Verão ou de Sudoeste), dando origem à época das chuvas.
No Inverno o processo é inverso, o Índico é mais quente do que a terra, o que provoca ventos frios e secos de Nordeste (Monção de Inverno ou de Nordeste).

Um Oceano Complexo
As monções originam um complexo sistema de correntes no Oceano Índico. A principal característica que distingue este oceano dos restantes, é a mudança de direcção das correntes superficiais, na zona sujeita às monções.

Durante esses períodos, o sentido das correntes é dominado pela direcção do vento. A fase de transição de uma monção para outra é bastante rápida, ocorrendo num intervalo de 4 a 6 semanas, em Abril e Outubro.
Como o vento muda mais rapidamente do que as correntes marinhas, formam-se, durante estes períodos, vários vórtices quentes e frios, antes da adaptação ao novo regime de ventos.

Circulação de Inverno
Durante a Monção de Nordeste (Novembro a Março), a Corrente Equatorial Norte desloca-se até à costa africana onde, ao nível do equador, flecte para a esquerda e origina a Contracorrente Equatorial, que se desloca para Leste, completando um giro com o sentido oposto ao dos ponteiros do relógio.

No Hemisfério Sul, a Corrente Equatorial Sul continua, junto ao continente africano, como Corrente das Agulhas. Esta corrente, de água quente, banha as costas orientais do Sul de África, até flectir para a esquerda, altura em que se junta à Corrente Circumpolar Antárctica.

Circulação de Verão
Na monção de Sudoeste (Maio a Setembro), a Corrente Equatorial Norte muda de sentido e, juntamente com a Contracorrente Equatorial, originam a Corrente de Monção.
Por sua vez, a Corrente Equatorial Sul origina a Corrente da Somália, que atravessa o Equador e desloca-se para Norte, formando um giro no sentido do ponteiro do relógio, até se juntar à Corrente de Monção.

A Corrente Equatorial Sul, a Corrente da Somália e a Corrente de Monção, formam um giro provocado pelos ventos dominantes. Este facto origina um fenómeno exclusivo do Oceano Índico que consiste na existência de afloramento costeiro na costa oriental de um continente, neste caso nas costas da Somália e da Arábia.

Habitat do Índico
O habitat do Índico corresponde, em termos climáticos, a uma zona conhecida como Índico Tropical. A temperatura do ar ronda os 25ºC e a humidade é elevada, ocorrendo várias tempestades tropicais. Este fenómeno é fielmente reproduzido através de sons de trovões e de artefactos, como o vento e a chuva.

A temperatura da água neste habitat tropical está acima dos 20ºC, durante todo o ano, propiciando a construção de recifes de coral. Na verdade, corais existem em todos os oceanos mas apenas na zona tropical constróem recifes.

Assim, o Índico é caracterizado pela existência de várias ilhas coralinas, estando neste habitat representado, do ponto de vista geológico, as Seychelles. As praias arenosas, cobertas de vegetação luxuriante, escondem uma enorme variedade de aves, que se advinham pelos sons perfeitamente audíveis.

Recifes de Coral
Os recifes de coral são estruturas complexas, formadas principalmente por corais (cnidários), mas com a contribuição de algas coralinas, moluscos e outros organismos que secretem esqueletos de carbonato de cálcio.

Os corais que formam recifes diferem dos restantes por possuírem, no seu interior, algas fotossintéticas que fornecem energia essencial para o crescimento do animal. É por esta razão que estas estruturas estão confinadas às zonas tropicais, com temperaturas médias anuais acima dos 18ºC.

Pela mesma razão, os recifes estão limitados aos primeiros metros de água, pois a profundidades superiores a 50 m a fraca luz não permite o seu crescimento.




Oásis no Deserto Aquático
Os recifes de coral caracterizam-se pela grande diversidade de formas de vida. Embora apenas representem menos de 0.1% da superfície do planeta, albergam cerca de 1/3 das espécies descritas. Num único recife da Grande Barreira de Coral, a maior estrutura construída por seres vivos, foram recenseadas cerca de 500 espécies de peixes.

A elevada biodiversidade deve-se à protecção que o recife proporciona e à quantidade de alimento existente nestes locais, quando comparadas com as águas circundantes. A produtividade primária de um recife de coral pode ser 100 vezes superior à das águas oceânicas, pois a zona tropical é pobre em nutrientes. Assim, os animais que vivem num recife possuem uma grande especialidade trófica, o que permite a regeneração eficaz de todos os nutrientes.

A transparência da água nesta zona, como consequência da falta de nutrientes, contrasta com a exuberância de cores dos habitantes do recife, tornando estes locais dos mais belos do planeta, mas também dos mais sensíveis e ameaçados.

Floresta de Mangal
Os mangais são comunidades constituídas por angiospérmicas, adaptadas a viverem em água salobra ou salgada, que em comum partilham a tolerância ao sal. Este tipo de vegetação domina a maior parte da zona costeira tropical e sub-tropical, representando cerca de 0,6% da vegetação terrestre total. A sua designação abarca cerca de 75 espécies, que se traduz numa grande diversidade de formas, desde de pequenos arbustos, a árvores de 40 m de altura.

O peculiar sistema de raízes dos mangais, proporciona-lhes um conjunto de vantajosas adaptações para suportarem o sal e a falta de oxigénio existente no lodo onde se fixam. Contém raízes aéreas, com poros "respiratórios", que através de tecidos especiais, permitem a difusão de oxigénio para as raízes subterrâneas.

Algumas espécies possuem um sistema de raízes que, através de membranas especiais, consegue filtrar o sal. Este processo é tão eficaz que permite uma pessoa beber água doce de uma planta, apesar de estar num solo salino. Outras árvores de mangal, em vez de filtrar o sal antes de entrar em circulação, excretam-no através de glândulas localizadas nas folhas, nos ramos e nas raízes.

As florestas de mangal têm uma grande diversidade biológica com a particularidade da mesma árvore albergar uma comunidade tipicamente terrestre e outra tipicamente marinha. Nas copas vivem macacos, cobras e aves, enquanto que nas raízes podemos observar peixes, caranguejos, tartarugas e manatins.

Os mangais prestam vários serviços, pois a forma das suas raízes servem como armadilhas de sedimentos, que protegem a costa contra a erosão provocada por tempestades e rebentação das ondas. Ao mesmo tempo, evitam que estes sedimentos cubram os recifes de coral e pradarias de ervas-marinhas. De salientar que este sistema de raízes também propicia uma zona de águas abrigadas, que muitas espécies de peixes de coral escolhem como maternidade.

As plantas de mangal desenvolveram estratégias reprodutivas que lhes garatem maior probabilidade de sobrevivência e facilitam a dispersão. As sementes germinam na árvore progenitora, acumulando nesse período substâncias energéticas. Posteriormente, as sementes caem dispersando-se pelo oceano. A semente é bastante resistente, aguenta longos períodos no mar, que podem chegar a um ano e continuar viável. No caso da Rhizophora, a semente tem uma forma especial que lhe permite flutuar virada para cima. Assim, quando as raízes tocam no solo, a planta fixa-se e começa a crescer.

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