SOLDADOS DA BORRACHA NA AMAZôNIA

Página Inicial Política Cidades Polícia Cotidiano Brasil Esportes Todas as Notícias SOLDADOS DA BORRACHA Sindicatos dos Soldados da Borracha de Rondônia e do Acre se organizam para ação conjunta na campanha que teve início em Porto Velho Além do governo dos Estados Unidos repassar dinheiro ao governo brasileiro, muitos soldados da borracha assinaram contratos diretamente com empresas norte-americanas 20/04/2010 | 17:02:06 | VOZDERONDONIA A Campanha da Indenização dos Soldados da Borracha avança para os Estados do Acre e do Amazonas com a mobilização dos Sindicatos destes Estados onde também se ingressará com a ação em defesa dos quase 09 mil soldados da borracha ainda vivos, sendo que mais de 4.800 deles estão em território acriano. O advogado que pede a indenização para cada um deles por danos morais foi à Rio Branco para conhecer a Deputada Federal Perpétua Almeida (PCdoB/AC) relatora da PEC do Soldado da Borracha 556/2002, acompanhado de representante do Deputado Eduardo Valverde (PT/RO) Rondônia (Carioca), diretores e do Presidente do Sindicato de Rondônia Claudionor Ferreira Lima, com objetivo de elaborarem juntos estratégias de luta em defesa dos soldados da borracha ainda vivos nos três Estados. Na reunião realizada na cidade de Rio Branco foi saudada a decisão da Juíza Federal Carmen Elizângela Dias Moreira de Resende, da 2ª Vara da Justiça Federal em Rondônia que intimou o governo norte-americano e a União Federal a responderem por violação dos Direitos Humanos e na oportunidade a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB/AC), que luta pela aprovação da PEC do Soldado da Borracha que eleva a aposentadoria deles para sete (7) salários mínimos afirmou a importância de fazer uma manifestação no Congresso Nacional no início de maio. Com a adesão dos três Estados da Amazônia onde mais se concentram os seringueiros da segunda guerra mundial, decidiu-se pela formação das comitivas de soldados da borracha do Acre e a do Amazonas sendo que estas se juntarão à de Rondônia, em Porto Velho, e daqui deverão sai no dia 08 de maio, todos juntos, rumo à capital federal com a estratégia de promover a maior campanha já realizada em prol desta causa que está na raiz da formação de nosso povo amazônico. A ação impetrada pelo advogado do sindicato dos soldados da borracha de Rondônia Irlan Silva, e que será também ajuizada no Acre e no Amazonas está fundamentada em um relatório da ONU que aponta a situação dos soldados da borracha como um exemplo de trabalho escravo mantido pela inércia do Estado brasileiro. “Os Estados Unidos além de ser o maior interessado na produção de borracha amazônica, repassou dinheiro ao governo brasileiro para a contratação e o transporte dos nordestinos para a Amazônia, como comprova farta documentação, inclusive contratos de soldados da borracha por empresas norte-americanas. Temos esses documentos que comprovam os fatos. Acusamos os governos do Estados Unidos e do Brasil de violação dos Direitos Humanos porque entendemos que os Soldados da Borracha foram jogados na Amazônia na condição análoga a de escravos e que a própria morte deles já fazia parte dos planos de guerra. Uma vez cumprida a função de abastecer as indústrias estavam descartados. Isso pode ser considerado crime de guerra”, explicou o advogado Irlan Silva. Além do governo dos Estados Unidos repassar dinheiro ao governo brasileiro, muitos soldados da borracha assinaram contratos diretamente com empresas norte-americanas. Claudionor Ferreira de Lima de 84 anos de idade é um desses. O contrato dele assinado por uma empresa norte-americana também foi anexado ao processo. “Eles se comprometeram a nos indenizar e facilitar nosso retorno para o nordeste assim que terminasse a guerra. Nunca nos pagaram um tostão e nunca conseguimos voltar para casa. Muitos de nós nunca viram as famílias que foram deixadas no nordeste. Temos as provas”, garante o soldado da borracha. “Vai ser muito engraçado, os velhinhos vão sacudir o Congresso”, comemorou entre risos o soldado da borracha Claudionor Lima. A animação contagiou até a cautelosa parlamentar acriana. “Eu tenho receio de divulgar esse assunto, porque temo criar expectativa, mas confesso que agora também estou com muita esperança. Acho que quando o presidente da Câmara e os outros deputados virem os nossos velhinhos e ainda mais correndo o risco da União ser condenada por omissão, vão se apressar a votar. Se tudo der certo como esperamos a PEC será aprovada ainda este ano”, destacou a deputada Perpétua Almeida. ENTENDA O CASO 1941- Ataque japonês a Pearl Harbor fez os Estados Unidos entrar na guerra o que pôs fim à ambigüidade da política externa do governo de Getúlio Vargas. 1942, o Brasil assinou, em Washington, uma série de acordos sobre matérias-primas estratégicas, entre as quais a borracha necessária à indústria de guerra norte-americana. Com o trabalho dos Soldados da Borracha na selva amazônica a produção pulou de 16 kg por pessoa para 98 kg por pessoa. Milhares de nordestinos sucumbiram a doenças e falta de assistência. Jornais Ingleses e Franceses davam como desaparecidos mais de 40 mil Soldados da Borracha dentro da floresta. 1946- Instalada uma CPI para apurar condições de contrato e morte dos Soldados da Borracha que após a guerra continuaram abandonados na selva. O Relatório da CPI concluiu pela urgência de amparo imediato aos Soldados da Borracha e às famílias que haviam ficado no nordeste. 1988- Soldados da Borracha começaram a receber pensão vitalícia no valor de dois salários mínimos. 2002- Apresentada PEC para igualar salário dos Soldados da Borracha ao dos ex combatentes da 2ª Guerra, de autoria deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). 2009- Deputada Federal Perpétua Almeida (PCdoB-Ac), apresentou substitutivo aumentando o valor da pensão dos Soldados da Borracha de dois para sete salários mínimos, com o objetivo de dar celeridade ao processo. 2010- Justiça Federal de Rondônia na ação de indenização citou os governos do Brasil e dos Estados Unidos por violação dos Direitos Humanos, o equivalente a crime de guerra. Atualmente existem 8.460 Soldados da Borracha vivos. 4.860 deles no Estado do Acre e os demais em Rondônia, Amazonas, Pará e Roraima. Assessoria Voz de RondôniaBuscaokSEÇÕES Página Inicial Política Cidades Polícia Cotidiano Brasil Esportes Todas as Notícias Fale Conosco BLOGS Blog do Pinheiro Caderno Destaque Blog do Terceiro Roberto Kuppê . COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO