sexta-feira, 22 de junho de 2012
AS PRIMEIRAS UNIVERSIDADES NO BRASIL
BRASIL: O ENSINO SUPERIOR ÀS PRIMEIRAS UNIVERSIDADES
COLÔNIA – IMPÉRIO – PRIMEIRA REPÚBLICA
Tânia Regina Broeitti Mendonça1
INTRODUÇÃO: Os espanhóis fundaram universidades em seus territórios na América
desde o século XVI. No Brasil, só teve início a criação de instituições de ensino superior
a partir dos meados do século XIX. Só no próximo século, em 1920 é que foi criada a
Universidade no Brasil.
Em relação aos espanhóis, os portugueses tomaram atitudes diferentes no que se refere à
implantação das universidades no Brasil e em terras colonizadas por eles. Encontramos
em estudos realizados fatores de relevância que contribuíram para o lento avanço das
universidades, desde o período da Colônia até a Primeira República. Demonstrando
dentro das questões de ordem política-religiosa, a preocupação de estabelecer um ensino
que atendesse aos interesses da elite colonial portuguesa, filhos de portugueses nascidos
no Brasil.
OBJETIVOS: Diagnosticar as causas que levaram à tardia implantação das
Universidades brasileiras.
METODOLOGIA: Nos primórdios a educação no Brasil esteve a cargo da Companhia
de Jesus. Nos colégios jesuítas havia quatro graus de ensino: o curso de artes e o curso
de teologia. Foi no seminário de Nossa Senhora da Boa Morte em Mariana no ano de
1750 o último dos cursos superiores criados por jesuítas.
Com a reforma pombalina os jesuítas são expulsos do Brasil desmontando o sistema de
ensino implantado até então.
Em 1808 com a vinda da família real para o Brasil inicia-se o Império, e mudanças
alteram o setor cultural e político colonial.
1 Aluna especial no curso de Mestrado em Educação, da Universidade Estadual de Maringá, Rua Urutau
nº 272, Vila Cascata, Arapongas – PR, (43) 3252 2115, maestra_tania@hotmail.com.
O ensino público é estatal e religioso, continuando como o do sistema colonial,
favorecendo a elite brasileira. Foi um período de grande resistência à criação da
universidade brasileira.
Pela Constituinte a religião católica era a religião do estado. Este fator não significa que
o ensino no império fosse secularizado. Depois da independência, formaram-se dois
setores, o do ensino estatal (secular) e o ensino particular (religiosos e secular).
No Rio de Janeiro, em 1837, foi criado, o Colégio Pedro II para ministrar o ensino
secundário. Era referência na esfera nacional e considerado adequado para seus exalunos
se matricularem em qualquer curso superior do Império.
Valorizavam-se primeiro os bacharéis de Direito. Em seguida vinham os engenheiros,
imprescindíveis para o desenvolvimento dos empreendimentos estatais ou privados
relativos aos transporte, à mineração e aos grandes desafios da urbanização que
processava, particularmente, particularmente no sudeste do país. Depois a medicina,
seus formandos se encontravam no topo do prestígio em matéria de escolaridade.
Foi um período de grande resistência à criação da universidade brasileira.
Na República Velha (1889-1930), se produziram acontecimentos importantes para a
vida nacional, o inicio da expansão, se estabeleceu uma política imigratória, se aboliu a
escravidão, iniciou-se a organização do trabalho livre e se inaugurou, com a queda do
Império, a experiência de um novo regime político.
Apesar da resistência dos positivistas que viam na universidade uma instituição
medieval e ligada estritamente a igreja católica e a influência positivista no grupo de
oficiais que proclamou a República, foi um fator que contribuiu para o atraso na criação
de universidades no Brasil. No período que vai de 1891 a 1910 foram criadas 27 escolas
superiores, algumas delas futuras universidades.
Muitas reformas educacionais ocorreram neste período. Em 1911, a Reforma Rivadávia,
baseada nas teses positivistas, assegurava autonomia e liberdade de ensino às escolas
superiores. Em 1915, a Reforma Carlos Maximiliano reintroduziu o controle já
utilizado. A conseqüência destas reformas é que as instituições, principalmente as
mantidas por poder político regional, assumiam as formas legais mais convenientes.
Associou-se a essa questão a defasagem na “tecnologia administrativa”, que não
conseguiu se modernizar, continuando a dotar procedimentos tradicionais.
Nenhuma das reformas até 1930 procurou resolver o grande problema desta época que
foi a inexistência de escolas preparadoras de formação de professores, quase todos
autodidatas ou recrutados do Império. A falta de um corpo de professores de carreira,
formados sob orientação uniforme, em escolas de alto nível, é que se podem buscar as
origens de muitas das dificuldades em que se esbarravam, na sua execução, os esforços
de reorganização do ensino secundário.
Apesar dos esforços e das varias reformas em alguns momentos seguindo os princípios
positivistas e em outros momentos deixando de utiliza-los, não se modificou
sensivelmente à situação anormal que nos deixara o Império e nos manteve a República,
a julgar pelos dados sobre a percentagem de analfabetos que consta em 66,4 em 1872 , à
60,1 em 1920, isto 30 anos após a instituição do regime republicano.
Foi neste período que surgiram os primeiros estabelecimentos de ensino superior do
Brasil denominadas universidades. Algumas delas tiveram um curto tempo de duração
chamadas passageiras, e as sucedidas foram as universidades que sobreviveram.
Foram criadas entre 1909 à 1912, três universidades consideradas universidades
passageiras: Universidade de Manaus, fundada em 1909, sobreviveu onze anos.A
Universidade de São Paulo, crida em 19 de novembro de 1911, durou até 1917.E a
Universidade do Paraná, fundada em 19 de dezembro de 1912, extinguida antes da
reforma de Carlos Maximiliano – 1915.
As duas instituições de ensino superior que implantadas sobreviveram foram:
Universidade do Rio de Janeiro, criada em 7 de setembro de 1920 pelo presidente
Epitácio Pessoa. Foram 30 tentativas para a sua definitiva criação. E a Universidade de
Minas Gerais, criada em 7 de setembro de 1927 pelo presidente do Estado de Minas
Gerais, Antonio Carlos de Andrade e seu secretário do interior Francisco Luis da silva
Campo, com sede em Belo Horizonte.
CONCLUSÃO: Com interesse de formar sua elite no Brasil Colônia só existiam
alguns cursos superiores, em geral literários e retóricos, ligados principalmente à
formação de sacerdotes; a maior parte dos jovens completava sua formação na
metrópole .
Com a vinda da corte, passaram a se diversificar mais no sentido de formar os
profissionais considerados necessários para a elite assumir posições de destaque.
Durante o Império e o início da República, diz respeito ao controle do governo sobre o
ensino, escolhiam desde a disciplina até os locais, época e horário em que tudo devia
fazer-se. Até mesmo à escolha dos professores “lentes proprietários”, depois
catedráticos, eram rigorosamente escolhidos.
Nos moldes aos quais foram implantadas as instituições de ensino superior se pode
observar que não havia em plano para a educação e as instituições foram criadas para
atender a uma elite aristocrática.
As universidades foram criadas no inicio do século XX, a partir do agrupamento de
escolas já existentes.
Nos primeiros anos de vida universitária, sob a influência de diferentes linhas de
pensamento, permite-se que diferentes instituições se constituam de maneira
diversificada quanto às finalidades e tipo de ensino.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
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BATISTA, Maria Todescan Dias da Silva. Identidade e Transformação: O professor
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CUNHA, Luis Antonio. A Universidade Temporã: O Ensino Superior da Colônia à Era
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ROSSATO, Ricardo. Universidade: Nove Séculos de História. Passo Fundo: Edupf,
1998.
SOARES, Maria S. A. (Coord.). A Educação Superior no Brasil. CAPES, 2002.
TEIXEIRA, Anísio. Ensino Superior no Brasil: Análise e Interpretação de sua
evolução até 1969. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1989.
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