segunda-feira, 25 de junho de 2012
GOVERNO MÉDICI
Emílio Garrastazu MédiciOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Emílio Garrastazu Médici
28º presidente do Brasil
Mandato 30 de outubro de 1969
a 15 de março de 1974
Vice-presidente Almirante Augusto Rademaker
Antecessor(a) Junta Governativa Provisória de 1969
Sucessor(a) Ernesto Geisel
Comandante da AMAN
Mandato 4 de março de 1963
a 8 de março de 1964
Antecessor(a) Pedro Geraldo de Almeida
Sucessor(a) Alfredo Souto Malan
Vida
Nascimento 4 de Dezembro de 1905
Bagé, Rio Grande do Sul
Falecimento 9 de outubro de 1985 (79 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Partido ARENA
Profissão Militar
Serviço militar
Serviço/ramo Exército
Graduação General de Exército
ver
Emílio Garrastazu Médici (Bagé, 4 de dezembro de 1905 — Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1985) foi um militar e político brasileiro. Foi presidente do Brasil entre 30 de outubro de 1969 e 15 de março de 1974, durante a ditadura militar.[1] Obteve a patente de General-de-Exército.
Índice [esconder]
1 Biografia
2 Mandato como presidente
3 Fim do mandato e sucessão
4 Morte
5 Ver também
6 Referências
7 Bibliografia
8 Ligações externas
[editar] BiografiaMédici era neto de um combatente maragato. Sua mãe era uma uruguaia de ascendência basca, da cidade de Paysandú, e seu pai era de origem italiana.[2]
Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre. Formou-se oficial na Escola Militar de Realengo (1924-1927). Foi a favor da Revolução de 30 e contra a posse de João Goulart em 1961.
Em abril de 1964, por ocasião do golpe militar de 1964 - ou revolução de 1964, na visão dos militares -, Médici era o comandante da Academia Militar de Agulhas Negras. Posteriormente foi nomeado adido militar nos Estados Unidos e, em 1967, sucedeu a Golbery do Couto e Silva na chefia do Serviço Nacional de Informações (SNI). No SNI, permaneceu por dois anos e apoiou o AI-5 em 1968. Em 1969, foi nomeado comandante do III Exército, com sede em Porto Alegre.
Com o afastamento definitivo do presidente Costa e Silva, assumiu a presidência da república uma junta militar por um período de um mês, a qual fez uma consulta a todos os generais do exército brasileiro, que escolheram Médici como novo presidente da república.
[editar] Mandato como presidenteMédici exigiu que, para sua posse na presidência, o Congresso Nacional fosse reaberto, e assim foi feito. Em 25 de outubro de 1969, Emílio Garrastazu Médici foi eleito presidente da república por uma sessão conjunta do Congresso Nacional, obtendo 293 votos, havendo 75 abstenções. Tomou posse no dia 30 de Outubro de 1969, prometendo restabelecer a democracia até o final da sua gestão. A guerrilha urbana e rural foi derrotada durante sua gestão, permitindo que seu sucessor Ernesto Geisel iniciasse a abertura política. As denúncias de tortura, morte e desaparecimentos de presos políticos que ocorreram na década de 1970 provocaram embaraço para o governo brasileiro no cenário internacional. O governo atribuiu as críticas a uma campanha da esquerda comunista contra o Brasil.
Médici com o presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, em dezembro de 1971.No campo político, o governo Médici foi responsável pela eliminação das guerrilhas de esquerda rurais e urbanas. A repressão às manifestações populares e às guerrilhas foi bastante pesada. Carlos Marighella, por exemplo, foi assassinado no governo Médici. Ao mesmo tempo, a rede de censura aos meios de comunicação impedia qualquer crítica ao regime.[3] Médici, ao contrário dos ditadores anteriores (Castelo Branco e Costa e Silva) e de seu sucessor Geisel, não cassou mandato eleitoral de nenhum político, conforme Delfim Neto, seu ministro da Fazenda, declarou à revista Isto É:
Quando entrou o Geisel, o problema dele era o seguinte:‘o que é que vão dizer de mim se eu fizer um governo pior que o do Médici?’. Ele tinha sempre que dizer que o carrasco era o Médici. Mas Médici nunca fechou o Congresso, nunca cassou deputado, coisa que o Geisel fez à vontade
— Delfim Neto[4]
Nas duas eleições ocorridas durante seu governo, a Arena saiu amplamente vitoriosa, fazendo, em 1970, 19 senadores contra 3 do MDB, e, em 1972, elegendo quase todos os prefeitos e vereadores do Brasil.
Os três ministros mais importantes de seu governo, e que tinham grande autonomia, eram Delfim Neto, que comandava a economia, João Leitão de Abreu, como coordenador político, e Orlando Geisel, que comandava o combate à subversão.
O seu governo também ficou marcado por um excepcional crescimento econômico que ficou conhecido como o milagre brasileiro. Houve um grande crescimento da classe média. Cresceu muito o consumo de bens duráveis e a produção de automóveis, tornando-se comum, nas residências, o televisor e a geladeira. Em 1972, passou a funcionar a televisão a cores no Brasil.
Pelo menos dois fatos fizeram de Médici um dos mais incomuns presidentes da ditadura militar inaugurada em 1964: a utilização maciça de propaganda, com gasto de milhões de cruzeiros, associando patriotismo com apoio à ditadura militar, como por exemplo, a criação do slogan "Brasil, ame-o ou deixe-o",[3] e o fato de ter feito o senador, ex-participante da Coluna Prestes e ex-chefe de Polícia do Rio de Janeiro durante o Estado Novo e a era Vargas, Filinto Müller, presidente do Congresso Nacional e da Arena.
Foi o período durante o qual o país viveu o chamado "Milagre Brasileiro": crescimento econômico recorde, inflação baixa e projetos desenvolvimentistas como o Plano de Integração Nacional (PIN), que permitiu a construção das rodovias Santarém-Cuiabá, a Perimetral Norte, a Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói, e grandes incentivos fiscais à indústria e à agricultura foram a tônica daquele período. Assim os ministros mais famosos do governo Médici foram os da Fazenda, Delfim Netto e dos Transportes, Mário Andreazza, além de Jarbas Passarinho, por causa do Mobral. Nessa época, também foram construídas casas populares através do BNH. O Milagre Econômico começou a entrar em crise, já em 1973, com a crise do petróleo de 1973. No seu governo, concluiu-se o acordo com o Paraguai para construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, à época a hidrelétrica de maior potência instalada do mundo.
No campo social, foi criado o Plano de Integração Social (PIS) e o Programa de Assistência Rural (PRORURAL), ligado ao FUNRURAL, que previa benefícios de aposentadoria e o aumento dos serviços de saúde até então concedidos aos trabalhadores rurais. Foi feita uma grande campanha de alfabetização de adultos através do MOBRAL e uma campanha para melhoria das condições de vida na Amazônia com a participação de jovens universitários chamado Projeto Rondon.[5] Esse projeto foi reativado em 19 de janeiro de 2005, durante o Governo Lula.[6]
Em 1972, foi comemorado o sesquicentenário da Independência do Brasil, sendo levados para São Paulo os restos mortais do Imperador D. Pedro I.
[editar] Fim do mandato e sucessãoAo fim de seu mandato como Presidente da República, Medici abandonou a vida pública. Declarou-se contrário à anistia política assinada pelo presidente João Figueiredo (que havia sido chefe da Casa Militar durante seu governo) qualificando-a como "prematura".
Foi sucedido, em 15 de março de 1974, pelo general Ernesto Geisel.
[editar] MorteMédici faleceu em 9 de outubro de 1985, aos 79 anos, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de insuficiência renal aguda e respiratória devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
[editar] Ver tambémMinistros do Governo Médici
Referências↑ Renato Cancian. "Milagre econômico" e a tortura oficial. UOL Educação. Página visitada em 14 de outubro de 2011.
↑ http://noticias.uol.com.br/licaodecasa/materias/ult1789u66.jhtm
↑ a b História - 1969 - Emílio Garrastazu Médici. Folha de S. Paulo. Página visitada em 17 de junho de 2012.
↑ Marco Damiani e Ricardo Grinbaum (19 de novembro de 2003). Os arquivos de Delfim. Revista Isto É. Página visitada em 17 de junho de 2012.
↑ Ministério da Defesa - Origens do Projeto Rondon
↑ Ministério da Defesa - O Projeto Rondon Hoje
[editar] BibliografiaKOIFMAN, Fábio (org.) - Presidentes do Brasil, Editora Rio, 2001.
MÉDICI, Emílio Garrastazu, O Jogo da Verdade, Departamento de Imprensa Nacional, 1970.
MÉDICI, Roberto Nogueira, O Depoimento Médici, Editora Mauad, 1995.
SCAETEZINNI, A. C., Segredos de Médici, Editora Marco Zero, 1985.
SILVA, Hélio, Emílio Médici 1969-1974 - 24º presidente do Brasil, Editora Três, 1983.
[editar] Ligações externasO Commons possui uma categoria com multimídias sobre Emílio Garrastazu MédiciO governo Médici no sítio oficial da Presidência da República do Brasil
A política econômica do governo Médici: 1970-1973 artigo publicado na revista Nova Economia.
Mensagem presidencial ao Congresso Nacional 1970
Mensagem presidencial ao Congresso Nacional 1971
Mensagem presidencial ao Congresso Nacional 1972
Mensagem presidencial ao Congresso Nacional 1973
Precedido por
Pedro Geraldo de Almeida Comandante da AMAN
1963 — 1964 Sucedido por
Alfredo Souto Malan
Precedido por
Junta Governativa Provisória de 1969 Presidente do Brasil
1969 — 1974 Sucedido por
Ernesto Geisel
[Esconder]v • ePresidentes do Brasil (1889–presente)
Presidencialismo no Brasil • Palácio do Planalto • Palácio da Alvorada • Granja do Torto • Palácio Rio Negro • Casa da Dinda • Catetinho • Palácio do Catete • Palácio do Itamaraty (Rio de Janeiro)
República Velha (1889–1930) Deodoro da Fonseca • Floriano Peixoto • Prudente de Morais • Manuel Vitorino • Campos Sales • Rodrigues Alves • Afonso Pena • Nilo Peçanha • Hermes da Fonseca • Venceslau Brás • Rodrigues Alves • Delfim Moreira • Epitácio Pessoa • Artur Bernardes • Washington Luís • Júlio Prestes
Era Vargas (1930–1945) Junta de 1930 • Getúlio Vargas
Período populista (1945–1964) José Linhares • Eurico Gaspar Dutra • Getúlio Vargas • Café Filho • Carlos Luz • Nereu Ramos • Juscelino Kubitschek • Jânio Quadros • Ranieri Mazzilli • João Goulart
Ditadura militar (1964–1985) Ranieri Mazzilli • Castelo Branco • Costa e Silva • Junta de 1969 • Emílio Garrastazu Médici • Ernesto Geisel • João Figueiredo
Nova República (1985–) Tancredo Neves - José Sarney • Fernando Collor de Mello • Itamar Franco • Fernando Henrique Cardoso • Luiz Inácio Lula da Silva • Dilma Rousseff
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