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HomePrémio Pulitzer ganho por publicação “On-line”
Thu, 05/05/2011 - 13:35 — Antonio Vidigal Publicado no Diário Económico em 5 de Maio de 2011
O prémio Pulitzer, estabelecido há 100 anos pelo jornalista Joseph Pulitzer e gerido pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, tornou-se o mais prestigiado prémio de jornalismo americano. Os vencedores deste ano foram anunciados a 18 de Abril e, pela primeira vez, uma das categorias – a Reportagem Nacional, que é das mais disputadas - foi ganha por uma série de artigos que apenas foram publicados na Net, nunca tendo passado ao papel.
O prémio foi ganho pela ProPublica e premiou a série de artigos “The Wall Street Money Machine”, nos quais Jake Bernstein e Jesse Eisinger, dissecam a forma como, no decorrer de 2006 e 2007, Bancos e “Hedge funds” contribuíram para o colapso financeiro que veio a ocorrer em Setembro de 2008. A história não é edificante, mas vale a pena ler, sobretudo nesta altura em que nos apresentam como os “maus da fita”. Os artigos têm o mérito de tornar acessível um tema financeiro complexo, o que foi em grande parte conseguido graças à interação “on-line” com os leitores.
Muito na linha do filme “Inside Job”, a série conta, como a Magnetar tinha 80 biliões de dólares investidos em CDOs (“collateralized debt obligations”), ao mesmo tempo que apostava na queda dos CDOs, com a qual tinha muito mais a ganhar do que com o investimento. A série conta, também como a bolha de CDOs continuou a crescer à custa de compras que eram financiadas com os mesmos CDOs, ou por vendas e compras entre as divisões de um mesmo banco.
Os artigos tiveram o impacto suficiente para justificar uma investigação pelo Senado americano.
A ProPublica (www.propublica.org), é um excelente exemplo de inovação. Trata-se uma empresa sem fins lucrativos, que gere um “site” dedicado ao jornalismo de investigação. Dispõe de 23 jornalistas e tem à frente Paul Steiger que foi editor chefe do The Wall Street Journal. Até agora tem sido financiada por donativos, mas já anunciou que passará a aceitar publicidade a partir de 2011.
A empresa disponibiliza gratuitamente muito do “software” que desenvolveu; nomeadamente “screen scrapers” para extrair informação de páginas de outros “sites”, com os quais lançou projetos de investigação colectiva, por exemplo na área da prescrição médica. Um anúncio nas páginas do site da ProPublica, convida a “roubar” os artigos, explicando que eles podem ser republicados de forma gratuita, desde que se respeitem as regras do “Creative Commons”.
Um exemplo do jornalismo do futuro?
artigo publicado
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