domingo, 29 de agosto de 2010

2818 - HISTÓRIA DA BVICICLETA

História da Bicicleta no Brasil



Pode parecer piada mas, terminada a II Guerra Mundial, em 1945, a situação financeira do Brasil era muito boa, havia um até mesmo o que se convém dizer caixa"saudável". Em termos de Brasil, esse período significou uma grande abertura no âmbito político, assinalando o fim do "Estado Novo" que durou de 1937 até 1945 e trouxe a reboque eleições diretas e grandes facilidades econômicas.

A verdade é que as grandes potências industriais e econômicas viviam momentos difíceis, uma vez que participaram ativamente do conflito. Para elas, o "pós-guerra" significou uma reconstrução geral abrangendo desde a economia até à reconstrução de seu espaço físico.

Foi nesse contexto que a bicicleta chegou, principalmente as Européias. Nos já tínhamos alguns importadores em São Paulo (B. Herzog, Casa Luiz Caloi, Mappin Stores e Cassio Muniz), porém, a partir daí, numa escala muito maior, tornaram-se populares entre nós.

As mais conhecidas eram: Bianchi, Lanhagno, Peugeot, Dupkopp, Philips, Hercule, Raleigh, Prosdócimo, Singer e Monark, entre outras.

As bicicletas assumiram um papel importantíssimo no cotidiano paulista na medida em que deslocavam a "massa trabalhadora", empenhada na produção.



Outro benefício da abertura econômica, foi o nosso processo de industrialização, iniciado no final da década de 40, cujo apogeu veio na virada dos anos 60.

E é bom lembrar que o ano de 1948, foi e é extremamente importante para a História do Ciclismo no Brasil por dois motivos: 1º em 01/04/48, a Monark iniciou as suas atividades no país, montando bicicletas importadas da Suécia, vindo a produzi-las a partir dos anos 50. 2º na data de 10/04/48, a Caloi Indústria e Comércio, procedeu o requerimento de seu registro para abertura de firma na Junta Comercial de São Paulo. Como resultado, o nosso parque industrial ganhara duas fábricas de bicicletas.

Quanto à Caloi, a família estava no ramo das "magrelas" a muitíssimo tempo. Para que se tenha uma idéia, durante a década de 30, mais precisamente na Rua Itapetininga n.º 152, existiu a "Casa Caloi" importadora da marca Bianchi, bem como de suas peças e acessórios. Assim, é inegável: em termos de maior antiguidade no ramo, esse mérito cabe à Caloi

Também haviam pequenos produtores (NB, Herpe, Role, Patavium, IRCA etc.) sendo que a última foi o resultado de uma cisão da dupla José e Henrique com Guido Caloi. A IRCA (Irmãos Caloi), produziu bicicletas durante alguns anos e desapareceu do mercado como tantas outras, sem deixar qualquer vestígio.

Esses pequenos produtores, beneficiando-se das facilidades da importação, montavam suas bicicletas, aliás muito boas, com material nacional (quadros, paralamas, selins) e de fora (eixos, cubos, catracas e correntes).

Porém a euforia da importação teria que acabar, uma vez que a nossa balança comercial tendia a desequilibrar-se. Ademais, a embrionária indústria nacional não conseguia competir com as bicicletas importadas em termos de preço e qualidade.Assim, para dar uma enxugada no mercado e beneficiar a indústria nacional, o governo baixo em 09/10/53, uma Instrução Normativa de n.º 70, originária na Superintendência da Moeda e Crédito, que encareceria (taxava) os bens de produção. Obviamente a bicicleta não escapou da taxação e passou a entrar no país em menor quantidade. Porém algumas delas fizeram história em nosso país devido ao seu bom acabamento, qualidade do material empregado na fabricação e sua durabilidade. Sem dúvida alguma, das milhares de bicicletas importadas nesse período (1946/1958), as inglesas foram as que mais entraram: Philips, Hercule, Raleigh e Rudge.



Tenham bastante claro que o Brasil não deixou de importar bicicletas nas décadas anteriores. Apenas aconteceu em números bem menores.Assim, para dar uma enxugada no mercado e beneficiar a indústria nacional, o governo baixo em 09/10/53, uma Instrução Normativa de n.º 70, originária na Superintendência da Moeda e Crédito, que encareceria (taxava) os bens de produção. Obviamente a bicicleta não escapou da taxação e passou a entrar no país em menor quantidade. Porém algumas delas fizeram história em nosso país devido ao seu bom acabamento, qualidade do material empregado na fabricação e sua durabilidade. Sem dúvida alguma, das milhares de bicicletas importadas nesse período (1946/1958), as inglesas foram as que mais entraram: Philips, Hercule, Raleigh e Rudge. Tenham bastante claro que o Brasil não deixou de importar bicicletas nas décadas anteriores. Apenas aconteceu em números bem menores.

Foi na década de 50 que os nossos usos e costumes mudaram muito, devido à introdução em nosso cotidiano do hábito do consumo: a mídia chegando, a televisão chegando, eletrodomésticos,... o carro. É isso! O Carro era possível e a gasolina barata.

A bicicleta ? foi para um canto qualquer... para o forro... no fundo do quintal. Um dia encontrada com os seus pneus ressecados, a pintura gasta e as partes cromadas tomadas pela corrosão; foi jogada fora. Quando muito, doada para alguém.Foi exatamente dessa maneira que a maioria dessas bicicletas, verdadeiras preciosidades, desapareceram. Pior ainda, peças, folhetos e catálogos valiosíssimos que sucumbiram à negligência daqueles que não tinham o menor respeito por esse veículo que é uma das mais belas criações da mente humana. Como sempre, o que temos hoje é graças à poucas pessoas que motivadas por um senso de preservação ou afinidade com as "Magrelas", souberam manter. Infelizmente, as bicicletas nunca tiveram em nossa sociedade o espaço que têm em qualquer pais civilizado.



Bibliografia

B. Herzog, in "catálogo de Bicicletas e Acessórios"SP – 1953

Mazonim Thomás in, "Ciclismo para Todos" Gazeta Esportiva SP – 1939

Max J. B. Rauck, Gerd Volke e Felix R. Paturi in , História de La Bicicleta, Editora Blume

FONTE: BiciSport - ANO III - nº 17 - Outubro 89




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