terça-feira, 31 de agosto de 2010

2951 - HISTÓRIA DO ESPAÇO SIDERAL

O Desafio do Espaço Sideral
Início

"A Terra é o berço da mente, mas não se pode viver eternamente no berço"

Konstantin Tsiolkovsky

Na Mitologia Grega, Dédalo e seu filho Ícaro, para fugirem da ilha de Creta, construíram asas com penas de aves e as uniram com cera de abelhas. Apesar dos avisos de Dédalo, Ícaro voou alto demais e se aproximou do Sol, que derreteu a cera das suas asas, e caiu para a morte. Desde então, a humanidade tem se voltado para o céu, para os astros, visando, de alguma forma, conquistar o espaço infinito que paira sobre as nossas cabeças.

Os povos antigos, fascinados pelo infinito, começaram a construir locais destinados ao culto, à observação do céu e a previsões de toda sorte. Não havia ainda a ciência, o desconhecido os assustava, e não havia explicações razoáveis para os fenômenos mais simples, como a chuva ou os eclipses.

O primeiro conjunto de megalitos alinhados astronomicamente de que se tem notícia encontra-se no deserto do Saara, no Egito, com cerca de 6.000 anos.
Chamado de Nabta (foto ao lado), foi construído por um povo desconhecido; os propósitos do conjunto de megalitos também são desconhecidos.

Nabta parece ser algumas centenas de anos mais antigo do que Stonehenge - provavelmente com 5.500 anos (foto abaixo, localizado na Inglaterra).




Stonehenge

O primeiro astronauta humano parece ter sido o chinês Wan-Hu, que tentou pilotar, por volta de 1.500, uma cadeira dotada de algo semelhante a asas e acoplada a 47 foguetes.
Segundo a lenda, os foguetes foram acesos, não forneceram empuxo suficiente ao intrépido aventureiro e, infelizmente, incendiaram o dispositivo e mataram queimado o pobre Wan-Hu.


Na Europa renascentista, Galileo Galilei, Johannes Kepler, Nicolau Copérnico, Isaac Newton contribuíram para destruir mitos religiosos absurdos e obscuros, colocando o planeta Terra no seu devido lugar: terceiro planeta do Sistema Solar, perdido em algum ponto da Via Láctea, uma das tantas galáxias do Universo. Nada de centro do Universo, e quase que Galileo morreu queimado nas mãos da auto-proclamada "Santa" Inquisição.

Leonardo Da Vinci, Júlio Verne, os irmãos Wright, Santos Dumont, Konstantin Tsiolkovsky, Wernher Von Braun e tantos outros contribuíram para a realização do sonho de conquistar o espaço, infelizmente tão associado à guerra e à destruição.



O Fim do Obscurantismo

"No princípio, Deus criou o Céu e a Terra.
A Terra estava sem forma e vazia e a escuridão cobria as águas"

Livro do Gênesis, Bíblia

Claro que, como Deus criou o Céu e a Terra [ veja o belíssimo quadro Genesis, de Michelangelo ], a Terra passou a ser o centro do Universo e todos os que não acreditavam nisto passaram a ser chamados de hereges, torturados com ferros em brasa e queimados vivos em fogueiras. Toscos frades se metiam a cientistas e bispos opulentos se punham a criar dogmas, enquanto discutiam a partilha dos muitos bens materiais que a Igreja acumulava rapidamente.

Até 1.500 ainda se acreditava nas idéias aristotélicas, segundo as quais todas as coisas eram compostas a partir de quatro elementos: a Terra, o Fogo, a Água e o Ar. E haveria um quinto elemento, do qual seriam compostos os corpos celestes. Como a Terra era o centro do Universo fixo que girava ao seu redor, era inadmissível que os corpos celestes fossem compostos pelas mesmas substâncias da Terra.



Ilustração representando o Geocentrismo

Todo este obscurantismo, em que absurdos científicos foram convertidas em dogmas religiosos, foi o maior fator de atraso intelectual da humanidade.

O astrônomo polonês Nicolau Copérnico, no século XV, publicou a teoria heliocentrista (o Sol seria o centro do Universo, e a Terra seria apenas um dos corpos celestes a orbitarem ao seu redor).



Ilustração representando o Heliocentrismo

O filósofo sem pátria nascido italiano Giordano Bruno, no seu livro De la Causa, Principio, et Uno, (Da Causa, Princípio e Unidade), escrevia:

"Este globo inteiro, este astro, não sendo sujeito à morte, e a dissolução e a aniquilação sendo impossíveis na Natureza, de tempos em tempos renova a si próprio, mudando e alterando todas as suas partes. Não existe o superior e o inferior absoluto, como pensava Aristóteles; não existe posição absoluta no espaço, mas a posição de um corpo celeste é relativa à de outros. Em todo lugar há mudanças na posição através do Universo, e o observador está sempre no centro das coisas."

Por suas idéias revolucionárias e contrárias aos dogmas da Igreja, foi aprisionado pela Inquisição nos fins do século XVI. Forçado a renegar seus escritos e suas idéias, permaneceu firme e intransigente na defesa dos mesmos. Morreu queimado no ano de 1600.

Em 1609 Galileo Galilei apontou para os céus o telescópio, recentemente inventado por Hans Lipperhey, um alemão naturalizado holandês, cuja patente data de 2 de outubro de 1608.

O desenho mais antigo de um telescópio data de agosto de 1609, sendo da autoria de Giovanpattista della Porta (ao lado).




Galileo, também construtor de telescópios como o da foto, foi o primeiro homem a ver, com ferramentas primitivas, que existiam outros mundos, com personalidade e características próprias.

Dirigiu seus telescópios para a Lua, viu montanhas, planícies e crateras. Provou que a Lua não era um disco de superfície plana, como a Igreja afirmava. Viu as fases de Vênus, de maneira similar à Lua, viu os anéis de Saturno. Descobriu Júpiter, e descobriu quatro satélites em Júpiter, que tinha mais satélites do que a Terra, portanto seria mais importante aos olhos do Criador?

Galileo foi um ardoroso defensor da teoria de Copérnico (heliocentrismo). Compareceu pela primeira vez diante da Santa Inquisição de Roma em 1616, tendo sido proibido de seguir defendendo a teoria heliocêntrica. Em 1610 publicou suas observações e conclusões (manchas solares, montanhas lunares, as 4 luas de Júpiter, as fases de Vênus, etc.) Em 1632 novamente foi chamado à presença da Inquisição, tendo sido obrigado a renegar a teoria de Copérnico. Também foi preso e exilado. Galileo descubriu as leis da queda livre e da oscilação do pêndulo.

Ao final de uma das seções de interrogatório da Inquisição, proclamou a sua célebre frase, referindo-se à Terra: "No entanto, ela se move..."

Johannes Kepler, no século XVII, estipulou as chamadas 3 Leis de Kepler, e provou que as órbitas dos planetas ao redor do Sol não eram circulares, como se supunha então, mas elípticas, com o Sol ocupando um dos focos da elipse.

A seguir, Isaac Newton transformou o Sistema Solar numa máquina repleta de regras determinadas, onde todo o movimento era explicado por uma lei geral e única: a Lei da Gravitação Universal.
A Terra e os demais corpos celestes tinham formas semelhantes, órbitas elípticas e eram constituídas da mesma matéria: ruía o modelo aristotélico, o quinto elemento, aquele do qual seriam compostos os corpos celestes, não existia, nem os outros quatro poderiam ser levados a sério.


Restava aos bispos o choro e o ranger de dentes, à medida que o novo conhecimento se ampliava em escala geométrica. A Astronomia passava a ser ciência, desvinculando-se definitivamente do misticismo e dos teólogos.

Leitura adicional

Uma interessantíssima fonte adicional de consulta sobre poetas, visionários e autores de ficção científica pode ser encontrada no site "revista macroCOSMO.com" (http://www.revistamacrocosmo.com), na sua edição nº 8, de agosto de 2004, no artigo "DA FICÇÃO À REALIZAÇÃO DE UM SONHO!", de Rosely Grégio.

História da Conquista Espacial © Karl H. Benz

Sugestões Enviar por e-mail Imprimir


COPYRISGHT HISTÓRIA DA CONQUISTA ESPACIAL

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas